Soluções para o transporte de carga e de pessoas da Região Metropolitana de Florianópolis dependem de negociações e grandes obras viárias

Soluções para o transporte de carga e de pessoas da Região Metropolitana de Florianópolis dependem de negociações e grandes obras viárias

Florianópolis, 4.11.15 – O Comitê para o Desenvolvimento da Região Metropolitana de Florianópolis (Coderf) terá de negociar com o Grupo Paritário de Trabalho (GPT) adequação nas propostas feitas para a BR-101 a fim de permitir a implementação do BRT (Bus Rapid Transit), ou Transporte Rápido por Ônibus, na Grande Florianópolis. O estudo para o BRT foi apresentado na reunião do Coderf, na sede da Granfpolis, hoje à tarde. O modelo prevê a instalação de corredores centrais para os ônibus com estações de embarque e desembarque Via Expressa (BR-282) e outro na BR-101.

Ainda tem muitos entraves para definição do que será o corredor para o ônibus rápido. Uma delas é a interferência desse projeto na BR-101, que é de domínio privadoe tem previsto o eixão da Grande Florianopolis, plano já encaminhado para a Agência Nacional de Transporte Terrestre ainda no primeiro semestre para ser aprovado.

Os integrantes do Coderf aprovaram o envio de um oficio ao GPT com o pedido de adequações no traçado da BR-101, na Grande Florianópolis, entre as quais a implementação do corredor do BRT nas pistascentrais da estrada, onde atualmente circulam todos os veículos. As estações no centro facilitam o uso e o embarque e desembarque da população no BRT.

De acordo com o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina (Fetrancesc) Pedro Lopes, que integra o Coderf e o GPT, estamos muito atrasados e “temos que mexer em um projeto que já está na ANTT. Temos que refazer algo dentro de um espaço que é privado, “disse ao se referir ao eixão que já tem as obras definidas.

Representantes do Coderf devem participar da reunião do Grupo Paritário em Joinville, no dia 10 de novembro, para tratar dessa questão.O diretor técnico da Superintendência para o Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf), Randal Prates Marques, disse que considera um desafio alterar o projeto da GPT para colocar o corredor nas pistas centrais. Mas é fundamental para que o modelo de transporte coletivo com o BRT possa ser eficiente.
Para incluir as pistas para o BRT, a Via Expressa precisa passar ampliação – Na Via expressa – trecho da BR-282, que dá acesso e saída a Florianópolis o desafio não é menor ao da 101, pois as pistas centrais exigem a mudança com aumento do número de pistas, que até tem projeto do DNIT, mas sem qualquer previsão para a sua execução. De acordo com o estudo da Inserção do BRT na BR-101 e na BR-282, apresentado pelo técnico da Suderf, Guilherme Medeiros, prevê estações com acesso sobre as pistas a cada 700 metros.
Mas essa extensão poderá ser ampliada, defendeu a representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/SC), Silvia Ribeiro Lenzi. Medeiros mostrou que de acordo com os levantamentos as vias são usadas por 89% de carro de passeio para se deslocar na Grande Florianópolis, somente 2,4% de ônibus. No entanto os ônibus transportam o mesmo número de pessoas por período de horas. Os veículos de carga são 8%.
Silvia Ribeiro Lenzi também disse que é preciso ter uma atenção importante para que seja feito a readequação do uso de solo e o adensamento para que o BRT não se torne pouco atrativo para a população.
O Coderf aprovou a ainda a criação da Câmara Temática do Transporte Coletivo para que sejam feitas as avaliações do transporte de massa e apresentar as propostas de integração na Região Metropolitana. Estão relacionados os nomes dos empresários Leo Mauro Xavier e Gildo Formento para integrar esse órgão. Xavier havia participado na reunião de outubro, quando anunciou que pelas suas empresas, a Biguaçu e Emflotur, fizera um estudo técnico para o transporte coletivo para a região de sua atuação.
Outra decisão tomada foi a escolha da arquiteta, Silvia Lenzi para avaliar as solicitações e sugestões feitas, em os ofícios, Associação Catarinense dos Supermercados (Acats) e da Associação dos Atacadistas de Santa Catarina (Adac) com o eu está previsto no Plamus e a partir desse comparativo apresentar um relatório.

Transformar em um novo produto – O transporte de resíduos sólidos e o seu destino também é um problema na Grande Florianópolis. Hoje, 75% desse material vêm da construção civil. Segundo a apuração não se cumpre a lei para descarte desses detritos e nem há espaços para esse depósito e mesmo para a reciclagem.
Pedro Lopes, que te se reunido com os representantes das 40 empresas de entulho da Grande Florianópolis, afirmou que falta alguém para investir no aproveitamento desses materiais e transformá-los em outros produtos e comercializados..
Ele informou que conversou com prefeitos e conheceu projetos sociais que poderiam, através de cooperativas, se tornar os empreendedores a partir dessa matéria prima. Na próxima sexta-feira, Lopes participa de reunião com o Recicla Palhoça, que já faz um trabalho social a partir desses materiais. Mas no Coderf, foi aprovada a criação de comissão especializada para tratar da questão e mostrar as possibilidades para esse setor.


Fim dos congestionamentos na Grande Florianópolis foi barrado – O presidente da Fetrancesc também defendeu que se faça uma proposta que possam favorecer ou facilitar o deslocamento de todos os usuários da rodovia. Além disso, criticou aqueles que confundem transporte como se o segmento fosse só caminhões, quando além dos veículos de carga, têm os de transporte coletivo, táxis, ambulâncias e gente utiliza a rodovia para trabalhar.
Para ele, a sociedade catarinense e em especial paga o preço porque alguns políticos, líderes empresariaise lideres da sociedade com apoio de parte da imprensa, fecharam os olhos para uma solução apresentada pela Autopista Litoral Sul, que previa um eixão com 11 pistas no atual leito da BR-101, na Grande Florianópolis.
O custo na época era de R$ 450 milhões, e poderia ter contribuído para resolver boa parte da imobilidade. Mas esses foram contra a proposta, alegando que a concessionária não queria fazer o contorno viário, que vai receber apenas 11% dos mais de 150 mil veículos que circulam na região.
Mais de cinco anos depois não se tem nem o eixão e nem o contorno, porque esse mesmo grupo exigiu aumentar o traçado, colocado mais impedimentos na obra e mais custos. Hoje as duas obras devem custar maia de R$ 2 bilhões. Lopes adiantou que o transporte não vai aceitar que se façam ruas para ligar ao contorno como querem alguns, pois em pouco tempo, vai virar via urbana como é o atual trecho da BR-101.
Na reunião do Coderf foi informado que o governo deve apresentar em audiência pública, no dia 27 de novembro, a conclusão do Plamus. Fonte: Texto e Fotos: Juraci Perboni/Imprensa Fetrancesc


O que é Plamus


Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus), estudos técnicos contratados diretamente pelo BNDES, com recursos provenientes do Fundo de Estruturação de Projetos (FEP), com acompanhamento direto do Governo do Estado de Santa Catarina e dos municípios da área de abrangência do estudo.
O Plamus vai apresentar soluções para os problemas de mobilidade urbana nos 13 municípios da Grande Florianópolis: Anitápolis, Rancho Queimado, São Bonifácio, Angelina, Antônio Carlos, Águas Mornas, São Pedro de Alcântara, Santo Amaro da Imperatriz, Biguaçu, Governador Celso Ramos, São José, Palhoça e Florianópolis. Veja mais

Coderf

A Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf) através de edital formou Comitê de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Florianópolis(Coderf), órgão normativo e deliberativo que atuará no período de 2015 a 2018. Participam representantes das prefeituras, do estado, da Fetrancesc, OAB e Cau/SC.

Competências do Comitê de Desenvolvimento da RMF: 
– Elaboração e aprovação do Plano Integrado de Desenvolvimento Regional
– Deliberar sobre a estruturação e execução das funções de interesse comum ao RMF
– Deliberar e coordenar a execução de programas, projetos, ações, serviços e obras de interesse da RMF
– Formular as diretrizes da política de desenvolvimento da RMF
– Estabelecer métodos e prazos de desempenho
– Indicar o Superintendente, Diretor Técnico e Diretor Administrativo-Financeiro da Suderf
– Deliberar sobre contratações
– Constituir Comissões especializadas para realização de estudos, planos e projetos da RMF. Fonte: Secretaria de Estado de Planejamento de SC.

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