Florianópolis, 22.9.15 – A confiança no Brasil e a disposição de investir em diferentes setores, como infraestrutura, energia, formação profissional e tecnologias de manufatura foram destaques nos discursos das autoridades alemãs na abertura do 33º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA 2015), ontem, em Joinville.
Ulrich Grillo, presidente da BDI, entidade equivalente à Confederação Nacional da Indústria na Alemanha, explicou que o potencial de investimento em energias renováveis no Brasil é enorme e que a Alemanha quer deixar de lado a energia nuclear e apostar em fontes sustentáveis. Hoje, 27% da matriz energética alemã tem como fontes energias renováveis e a meta é chegar a 55% daqui a 30 anos.
O vice-ministro de Economia e Energia da Alemanha, Matthias Machnig, citou como exemplo de confiança no Brasil o fato de o Estado de São Paulo contar com 900 empresas de origem alemã, o maior contingente fora do país europeu. Para ele, o Brasil é um parceiro estratégico e que deverá exercer um papel de liderança no futuro. Segundo Machnig, a empresa Bosch acaba de inaugurar um centro que vai gerar 500 empregos, enquanto a Basf investiu cerca de 500 milhões de euros.
Mencionada mais de uma vez, a crise que o Brasil atravessa foi classificada como uma “situação temporária de debilidade” pelas lideranças estrangeiras. Ao se referir às medidas do governo para retomar o crescimento, Grillo enfatizou que anúncios precisam ser seguidos de “fatos e ações”.
Acordo de livre comércio na pauta – Além de criticar os custos com energia e a burocracia praticada no Brasil, as lideranças internacionais observaram que o país apostou demais em matérias-primas e que deixou de lado a indústria.
– O Brasil tem todas as condições de reencontrar o caminho do crescimento. Comecem, façam as reformas estruturais e invistam no futuro do país. Aceitem a nossa oferta de parceria. Queremos trilhar o caminho junto com vocês – afirmou Machnig.
Um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia é defendido pelos dois países, mas a principal reivindicação dos alemães na abertura do EEBA 2015 foi concretizar um termo de apoio entre os presentes em favor da assinatura de um acordo de bitributação entre os dois países.
– Onde há acordos de bitributação, os investimentos são mais seguros. Já existem iniciativas em alguns setores, mas precisa ser ampliadas – disse o vice-ministro.
Autoridades e empresários brasileiros cobram mudanças
As lideranças nacionais criticaram a crise econômica e política do Brasil. O presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Robson Braga de Andrade, disse que o país precisa de reformas profundas nas áreas previdenciária, trabalhista e administrativa. Já o governador Raimundo Colombo destacou que o país é dotado de instituições sólidas e de liberdade, contudo, criticou o tamanho do Estado brasileiro e classificou a situação da previdência pública como insustentável.
A abertura do Encontro Econômico Brasil-Alemanha teve a presença do ministro do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC), Armando Monteiro, que defendeu o papel da indústria para o crescimento. O prefeito de Joinville, Udo Döhler, destacou a importância de pensar o desenvolvimento sustentável das cidades.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, lembrou que a indústria representa a maior massa salarial entre todos os setores da economia brasileira. Após a abertura, o ministro Monteiro assinou um acordo de cooperação entre o MDIC e a Câmara de Comércio Brasil-Alemanha (AHK). (Fonte: Diário Catarinense – Claudine Nunes)
Alemanha mostra o rumo da indústria
País que consegue geração de riqueza a partir de uma indústria inovadora que responde por 24% do seu PIB, a Alemanha indica os rumos do futuro do setor de manufatura para o Brasil, que hoje consegue apenas 12% do PIB com a produção manufatureira. Segundo o presidente da DBI (Bundesverband der Deutchen Industrie), a CNI alemã, Ulrich Grillo, o futuro do setor passa pela digitalização, indústria 4.0 (uso de tecnologia junto ao consumidor), cadeias globais de valor, energias limpas e pessoas qualificadas. A propósito, a espinha dorsal do sucesso da indústria alemã é o sistema dual de ensino técnico.
Na avaliação do empresário, a crise brasileira vai passar, o país continuará sendo importante para a Alemanha e, por isso, industriais alemães pretendem continuar investindo aqui. Para mostrar a importância do Brasil, ele cita que SP abriga o segundo maior polo industrial alemão. O primeiro fica no próprio país. Além dessa linha estratégica, Grillo defendeu o fim da bitributação entre os dois países e a rápida aprovação do acordo Mercosul e União Europeia.
A importância da indústria no PIB também foi reforçada pelo presidente da Fiesc, Glauco José Côrte. Conforme o industrial, SC é o segundo Estado com maior presença da indústria na economia. Robson Andrade, presidente da CNI, afirmou que a indústria brasileira tem interesse em ampliar parcerias com a Alemanha, especialmente nas áreas de tecnologia e energia.
Sistema S – O plano do governo federal de desviar parte dos recursos do Sistema S nacional para a Previdência virou pauta paralela do Encontro Econômico Brasil-Alemanha. Em reunião do presidente da CNI, Robson Andrade, com presidentes da maioria das federações empresariais do Brasil, ficou decidido que as entidades seguirão fazendo pressões políticas para evitar o corte de 30% dos recursos.
No Sest Senat – O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga e Logística de SC e do Conselho do Sest Senat, Pedro Lopes, prevê futuro sombrio se tiver corte de 30% das verbas.
Medo de cortes – Entre os presentes na reunião, os presidentes da Fiesp, Paulo Skaf; da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira; e da Fiesc, Glauco José Côrte. Vieira disse que o governo precisa abandonar a ideia de elevar a carga tributária e fazer redução de custos. Uma saída, segundo ele, é um choque de privatizações.
Os argumentos dos líderes do Sistema S é que se os cortes forem feitos, terão que reduzir milhares de vagas de ensino técnico e demitir professores. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
Ministro alemão aposta no Brasil
O vice-ministro de Economia da Alemanha, Matthias Machnig, roubou a cena nos eventos oficiais do 33o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, em Joinville. Com singular simplicidade e profundo conhecimento, entusiasmou os presentes na solenidade de entrega do Prêmio Personalidade da Indústria e, sobretudo, na abertura do evento.
Dos sete oradores, Machnig foi o mais aplaudido. Destacou-se, também, pelo tom otimista de seu discurso sobre o futuro do Brasil. Começou enfatizando a importância das parcerias entre alemães e brasileiros: “O Brasil é um país confiável. Tem todas as condições de superar os problemas e entrar nos caminhos do desenvolvimento”.
– Nós acreditamos no Brasil. Nós vamos investir no Brasil – prosseguiu o vice-ministro alemão.
E incentivou a aplicação de recursos em educação, em inovação, formação profissional dos trabalhadores e o desenvolvimento de produtos com valor agregado. Fez crítica indireta ao Brasil que se limitou a exportar matérias-primas, quando deveria priorizar a venda de produtos acabados.
Deixou uma sugestão: que fossem feitos investimentos em digitalização, que considera a quarta revolução industrial. “Vai mudar o DNA da economia e já mudou a vida das pessoas.” Recomendou também que o Brasil seguisse o exemplo da Alemanha, ampliando as energias renováveis e limpas (solar, eólica e biomassa).
A exemplo de outros líderes empresariais, pediu mais agilidade na solução da crise política e na superação da crise econômica.
“Existe um passivo e precisamos reduzi-lo.”
Governador Raimundo Colombo vai remeter no início de outubro à Assembleia Legislativa o projeto de lei sobre previdência complementar dos servidores públicos. Confirmou a iniciativa em Joinville ontem. Confira:
O senhor já decidiu fazer a reforma da previdência pública em Santa Catarina?
Raimundo Colombo – Já está decidido, sim! Vamos enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei de previdência complementar para os novos servidores públicos estaduais. Pretendemos regularizar a situação daqui para a frente. Existe um passivo e precisamos reduzi-lo. Os estudos estão praticamente concluídos. Vamos encaminhar o projeto no início de outubro.
Qual é a real situação da previdência pública?
Colombo – É uma situação totalmente insustentável. Não apenas em Santa Catarina, mas em todos os Estados do Brasil. A Constituição de 1988 criou regras que são absolutamente inviáveis, insustentáveis. Isto vai comprometer o futuro, o equilíbrio e a situação das pessoas que já estão aposentadas. Além disso, os que vão se aposentar agora não terão provisão para o pagamento. Este é o maior problema hoje dos governos e nos setor público em todo o Brasil.
Sistema S – Presidentes das federações de indústrias de vários Estados se reuniram com o presidente da CNI, Robson Andrade, para tratar da proposta de corte de 30% nos recursos do sistema S (Senai, Sesi, Senac, Senat). O ministro Armando Monteiro propôs uma negociação. Andrade admitiu conversas, mas os líderes empresariais dizem que a proposta é inegociável. Perder recursos seria ferir a formação profissional. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)
Encontro reforça necessidade do acordo Mercosul e União Europeia
A necessidade de sair o tão esperado acordo entre Mercosul e União Europeia foi uma das tônicas da abertura oficial do evento ontem em Joinville. Depois de dez anos de negociações, avanços e retrocessos, o ministro Armando Monteiro, do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), acredita que poderá avançar hoje, no Paraguai, em um entendimento com os demais países
do bloco para que, ainda este ano, uma proposta viável seja apresentada aos europeus. O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, pediu por uma aceleração rápida do acordo no discurso que fez na abertura do evento. “Conhecemos os temas sensíveis [para os dois lados], mas um acerto seria bom para todos os países”, observou. O presidente da BDI (Confederação da Indústria Alemã), Ulrich Grillo, classificou como fundamental o acordo entre os dois blocos econômicos. “O Mercosul e, especialmente, o brasil precisa avançar e não ficar para trás. E que os anúncios sejam seguidos de fatos e ações. Precisamos de ofertas ambiciosas, como o comércio de mercadorias e de serviços serem liberados. Apenas passos corajosos poderão dar vida para relações que estão se arrastando”, observou.
Trabalhando na proposta – Depois de participar do EEBA 2015, Armando Monteiro seguiu viagem para o Paraguai, onde, hoje, vai participar de una reunião com os chanceleres e ministros de Comércio exterior dos outros países do Mercosul. A ideia é que eles fechem uma proposta de acordo para ser apresentada à União europeia. “Tenho confiança que vamos iniciar a troca de ofertas agora em outubro”, projetou monteiro. Ele disse que não levaria propostas do Brasil para a discussão, mas que espera que o bloco chegue a um consenso para viabilizar o acordo há tanto tempo esperado.
Posição da CNI… – Depois de a Fiesc colocar no ar, ainda na tarde de domingo, um vídeo do presidente Glauco José Côrte falando sobre a apropriação que o governo federal quer fazer dos recursos do Sistema S (Senai e Sesi, no caso da indústria, Sesc e Senac, no caso do comércio, entre outros), a reunião da diretoria da CNI marcou posição sobre o assunto ontem à tarde, em Joinville. A missão é, agora, intensificar a mobilização política, buscando compromissos públicos dos deputados e senadores contra o corte de 30% para o Sistema S.
…sobre o Sistema S – A segunda estratégia aprovada pelos presidentes das federações estaduais das indústrias foi reforçar o plano de comunicação que mostra o impacto dos cortes do sistema s para as famílias beneficiadas com estas entidades e junto às associações de municípios. Em entrevista a contragosto para a imprensa, logo após a abertura do EEBA 2015, ainda no período da manhã, o presidente da CNI comentou que defendia a negociação sobre o tema com o governo. Ontem, no fim do dia, os presidentes das federações estaduais decidiram que nenhum acordo será feito pela entidade junto ao governo sem que eles voltem a ser consultados.
Sobre a Bitributação – O problema da bitributação dos produtos, apontado como um empecilho para que a parceria comercial entre Brasil e Alemanha seja aumentada, deve ser resolvido de forma fatiada, defendeu Armando Monteiro. O ministro apontou avanço neste sentido no transporte aéreo e marítimo, mas não soube apontar quais serão as próximas áreas em que o tema poderá ter uma solução. Monteiro disse, ainda, que apesar da questão afetar a Receita Federal e o Ministério da Fazenda, defende a criação de um grupo de trabalho para tratar a quest&ati
de;o, como defende o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. (Fonte: Notícias do Dia – Panorama/Alessandra Ogeda)
Funai terá de indenizar indígenas
O Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF4) confirmou a condenação proferida pela Justiça Federal de Florianópolis e manteve a decisão de que a Fundação Nacional do Índio (Funai) deve indenizar em R$ 360 mil, por danos morais, os moradores da terra indígena MBiguaçu, localizada às margens da BR-101, próximo ao município de Biguaçu.
O imbróglio teve início com a duplicação da rodovia federal no trecho entre Garuva e Palhoça, quando a comunidade indígena teve que ser realocada para que o projeto fosse concretizado.
Na época, foi acertado, por meio de um convênio – entre a Associação de Moradores Yynn Moroti Wherá, o DNIT, a Funai, o Ibama, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a União –, a execução de um programa de apoio e indenização à comunidade afetada.
Mas a Associação Yynn Moroti Wherá ingressou com ação na Justiça, argumentando que os indígenas, após cumprirem com sua parte no trato, receberem uma indenização de R$ 204 mil, considerado baixa em comparação com outras recebidas por comunidades indígenas da região.
Proximidade com 101 traria risco à aldeia – Os movedores da ação também afirmam que os índios residentes no trecho norte da comunidade não receberam os benefícios combinados, como moradias, escolas, postos médicos e instalação de água e esgoto. Na primeira decisão, da Justiça Federal de Florianópolis, a juíza Marjôrie da Silva entendeu que “ao contrário do trecho sul, em que nenhum aldeamento indígena foi diretamente atravessado pelo traçado da rodovia proposto para a duplicação, a Terra Indígena Mbiguaçu foi novamente cortada pela 101, ficando algumas residências a pouca distância da rodovia, sujeitas ao aumento da poluição sonora, acidentes, entre outros riscos, e os índios sem o usufruto de suas terras”.
Na decisão do TRF4, o desembargador federal Cândido Alfredo Junior manteve a decisão da juíza e negou recurso da Funai, que argumentou pela ilegitimidade da associação em representar os indígenas. Ele também determinou que a Funai, juntamente com o DNIT, deverá rever os valores indenizatórios referentes ao convênio firmado para a desocupação necessária à duplicação da rodovia. (Fonte: Diário Catarinense)
Os vetos e a demagogia
O Congresso deve analisar nesta semana os vetos presidenciais a projetos que elevam em níveis preocupantes os gastos do governo, aprovados demagogicamente na chamada pauta-bomba, usada pelos presidentes da Câmara e do Senado para fustigar o governo. Se os vetos forem derrubados, o aumento de gastos alcançará R$ 22 bilhões, total próximo ao de R$ 26 bilhões que o Planalto está tentando cortar do orçamento do próximo ano para alcançar o equilíbrio exigido. Por mais que o Executivo esteja desgastado na sua relação com o Congresso, incluindo sua base parlamentar de apoio, esse é um daqueles momentos em que os parlamentares precisam pensar mais no país e não em insatisfações de natureza política e partidária.
Três dos projetos barrados pela presidente da República, e que podem acabar sendo validados pelo Legislativo, dão uma ideia clara da falta de compromisso de muitos deputados e senadores com a realidade das contas públicas. Um deles – o mais preocupante sob o ponto de vista das contas públicas – é o que reajusta em 59,5% os ganhos dos servidores do Judiciário nos próximos quatro anos. Um outro estende a todos os aposentados a política de valorização do salário mínimo. O terceiro cria uma alternativa ao fator previdenciário. Todos os projetos mobilizam corporações influentes, que garantiram a aprovação das medidas graças à pressão direta e à realização de manifestações ruidosas no Congresso, que prometem se repetir nesta semana.
É evidente que, quando se trata de assegurar vantagens para uma ou outra categoria, todos os beneficiários as consideram justas e não admitem qualquer possibilidade de abrir mão dessas alternativas. Por mais que as reivindicações de favorecidos pela pauta-bomba possam ser consideradas justas, os interesses do país devem ser vistos como prioridade. E, nesses casos, tanto a situação quanto a oposição precisam demonstrar um mínimo de coerência com o seu discurso, sem apelar para a demagogia.
É igualmente lamentável que, diante de riscos tão evidentes para as já combalidas contas públicas, o governo não disponha de um mínimo de credibilidade e de condições para uma ampla negociação política. Os parlamentares não podem se aproveitar disso para aprovarem medidas com potencial de tornar as finanças públicas brasileiras ainda mais vulneráveis.
Em resumo – Editorial cobra responsabilidade do Congresso no exame de medidas que podem ter um impacto nas contas públicas equivalente ao corte previsto no orçamento. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)
Dia mundial sem carro
Hoje é o dia para conscientização do problema que afeta a todos pela poluição, acidentes, congestionamentos e mortes no trânsito. O movimento nasceu de ambientalistas em busca de melhor qualidade de vida e também para uma melhor mobilidade urbana, mostrando que é possível se mover sem utilizar o automóvel e que há diferentes formas de ir e vir. A verdade é que as pessoas não se permitem utilizar o transporte público como principal meio de locomoção, substituindo o automóvel pelo ônibus, bicicleta ou até pela caminhada. Trata-se também de uma mudança de cultura, de uma visão individual para o coletivo. É importante que a sociedade e o setor público aproveitem a oportunidade para refletir sobre a mobilidade urbana para que as cidades sejam mais humanas, saudáveis e sustentáveis. Trata-se de um desafio, uma mudança de mentalidade, com ações que possam criar uma realidade na qual as pessoas se desloquem por equipamentos que facilitem a mobilidade e não prejudiquem o meio ambiente. Fúlvio Rosar Neto – Presidente do Deter/SC (Fonte: Diário Catarinense – Diário do Leitor)
Obras complicam o trânsito
Pelo menos duas obras estão testando a paciência dos motoristas na Capital. Ontem, foram registradas filas e pontos de lentidão na avenida Jorge Lacerda, na Costeira do Pirajubaé, e na SC-401, entre a Vargem Pequena e o posto da PMRv (Polícia Militar Rodoviária). Na Costeira, quem transitava pela Jorge Lacerda encontrou grandes buracos e desníveis na pista devido ao início de obra da Casan, somado ao grande fluxo de veículos nos horários de pico.
Com essa combinação, o trânsito ficou complicado na região. No sentido Centro da SC-401, também foram registrados pontos de lentidão durante o dia, devido à obra de recapeamento asfáltico realizada pelo Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura). O trânsito vem sendo desviado ao longo das pistas, sempre das 9h às 16h. O horário foi definido em acordo entre Dnit e PMRv para evitar o grande fluxo de veículos no fim do dia.
Mesmo com o registro de filas, as obras de recapeamento devem se manter nestes horários. “A princípio foi escolhido esse horário porque não costumamos ter problemas de trânsito nesta região e as obras desta etapa devem ser finalizadas até esta quarta-feira”, projetou o engenheiro do Deinfra Cleo Reis Quaresma.
Após a conclusão desta etapa, será ini ciado recapeamento do trecho entre o Itacorubi e o posto da PMRv, sentido Norte da Ilha. Do acesso a Jurerê ao posto da PMRv as obras serão executadas durante o dia, e as da segunda etapa, à noite. A troca de horários ocorre porque na próxima etapa, de acordo com o Deinfra, a região apresenta mais pontos de interferência – com mais veículos e bairros de acesso. O objetivo é que as obras estejam concluídas em até 40 dias. “Infelizmente, é um mal necessário para concluir a obra. É um trabalho do Deinfra, mas estamos sempre observando e, no caso de necessidade, auxiliamos no trânsito”, afirma o sargento da PMRv Júlio César Pereira, sobre os 13 quilômetros de extensão que devem ser recapeados na região.
Casan reforça rede de abastecimento na Costeira – Moradores da Costeira do Pirajubaé e motoristas que passam pela avenida Jorge Lacerda reclamam que a Casan abriu e não tapou diversos buracos. Os buracos assustam os condutores, que não têm para onde desviar, e também pedestres. A Casan, por meio da assessoria de comunicação, informou que a obra foi um reforço da rede de abastecimento de água da região, que contempla também a redução de vazamentos. A parte de assentamento dos buracos foi concluída, mas a Casan aguarda o tempo continuar firme para as obras de reparos no local, que serão executadas pela prefeitura da Capital. (Fonte: Notícias do Dia – Elaine Stepanski)
Mal de nascença
O berço da corrupção que enoja o Brasil é o partido. É na campanha eleitoral, caríssima, que se consumam os assaltos ao erário.
Inaugura-se agora um dito Partido Novo, fundado por empresários, com a meta de “reagir ao que está aí”. Impossível dar certo. Trata-se do 33o partido brasileiro. E não há notícia de sociedade organizada com tamanho número de “organizações”, logo transformadas em bandos de interesseiros e salteadores do cofre público.
Já são tantas as letrinhas dessa sopa partidária que o cidadão se descobre enfastiado de tamanha farsa, estranhamente convalidada por uma legislação permissiva e suicida: com 33 partidos não se formam mecanismos de decisão democrática, cidadania ou “governo da maioria”.
Em quase todo o mundo chamado de “civilizado” os derrotados de uma eleição ganham o direito de organizar a “oposição”. No Brasil, o direito de organizar a… adesão.
– Quantos votos trazes aí?
– Um milhão e duzentos! Quase um Tiririca inteiro!
– E quanto queres pelo “apoio”?
– Um ministério, cinco secretarias de Estado e petrolão pra turma toda, claro!
A partir daí, o céu é o limite. O trânsfuga só precisa ensaiar bem as razões de sua “roupa nova” para não confessar o inconfessável.
– Por que é que o senhor está aderindo ao PSD?
– Gostei do projeto. É um partido que prega o desenvolvimento com distribuição e renda.
– E o seu partido de origem, prega o quê?
– Nem sei. Tem muito cacique e pouco índio. O melhor mesmo é fundar um novo.
– O senhor não acha que já tem muito partido no Brasil?
– Pois é. Partido inteiro é que não tem mais. Só “partido”.
– Por que é que o senhor não escolhe um desses que já estão aí? O Partido dos Aposentados, o Partido dos Peixinhos, o Partido dos Comedores de Verba, o Partido dos Encantadores de Serpente, o Partido dos Sem Partido, o Partido dos Salvados do Petrolão? O importante é escolher um. E ficar nele!
– Ficar… só por uns tempos, né?
– O seu novo partido será do governo ou da oposição?
– Peraí… inda nem fundei o bicho e você já está me perguntando coisas difíceis de responder. Por que é que tenho que me definir agorinha? Os Tucanos não vivem em cima do muro? (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos)