Clipping Imprensa – Obras inacabadas prejudicam o cronograma de duplicação da 470

Clipping Imprensa – Obras inacabadas prejudicam o cronograma de duplicação da 470

Florianópolis, 15.9.15 – O contingenciamento de recursos e a demora nos processos de desapropriação já levaram ao abandono de trechos da obra de duplicação da BR-470, entre Navegantes e Indaial, com a demissão de trabalhadores ligados às empreiteiras contratadas para o serviço. Esta é apenas uma das conclusões da Análise Expedita realizada a pedido da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). O estudo foi apresentado ontem em reunião da Associação Comercial e Industrial de Blumenau (ACIB).
Segundo o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, o objetivo é sensibilizar o governo para que sejam tomadas medidas emergenciais visando garantir a continuidade das obras.
O engenheiro Ricardo Saporiti, consultor da Fiesc e autor do estudo, alerta que a concessão da rodovia com as obras não concluídas pode levar a um novo atraso no cronograma e a um aumento no valor a ser cobrado nos futuros pedágios.

Plano plurianual reduz verba em 30% – Diante disso, o estudo recomenda a elaboração de um cronograma de investimentos garantindo, mesmo em ritmo lento, o andamento das obras para evitar prejuízos sobre o que já foi realizado. Outra opção seria avaliar criteriosamente a concessão da rodovia considerando as obras em andamento e respeitando os contratos firmados, evitando ações judiciais que poderão postergar ainda mais a entrega da obra tendo o cuidado para que o usuário não seja surpreendido por altas taxas de pedágio.
No fim de agosto, o governo federal enviou ao Congresso o Plano Plurianual (PPA), onde prevê recursos para obra até 2022, o que significa pelo menos cinco anos de postergação da obra. O PPA também reduz em 30% o total previsto para a obra em 2016, na comparação com 2015.
A Fiesc destaca ainda que a BR-470 permite a ligação das regiões do Vale do Itajaí, Vale do Itajaí Mirim, Centro Oeste e Centro Norte com o litoral e os portos. Ela atende a um setor industrial que em 2014 contribuiu para uma corrente de comércio de US$ 14,4 bilhões. (Fonte: Diário Catarinense)

Fim de 2016 é a previsão para início de obras em Florianópolis

Se todos os prazos médios estimados pela SAC (Secretaria de Aviação Civil) forem cumpridos, as obras de ampliação do aeroporto internacional Hercílio Luz, de Florianópolis, só serão retomadas no fim de 2016. Isso porque, segundo a diretora de Regulação e Concorrência da SAC, Martha Seillier, a Infraero não dará prosseguimento à obra, que parou em maio de 2014. A ampliação da estrutura atual será feita totalmente pela empresa ou consórcio que vencer o leilão de concessão – que, se não ocorrerem outros atrasos, será realizado no fim de junho de 2016. A empresa ou consórcio que der o melhor lance pelo aeroporto de Florianópolis também não terá a obrigação de seguir o projeto da Infraero – até as obras serem paralisadas, a empresa que ganhou a licitação tinha realizado 7,48% do previsto. Ou seja, os R$ 138,03 milhões gastos pela estatal podem ser simplesmente jogados fora. “A [empresa] vencedora da concessão de Florianópolis terá em mãos o projeto da Infraero e poderá utilizar esse projeto, mas ela também poderá ter planos maiores e preferir fazer a expansão para o outro lado. Nada a obriga a dar continuidade”, esclareceu. Depois de ganhar o leilão, a empresa ou consórcio vencedor terá 90 dias para apresentar os planos de investimentos para o aeroporto de Florianópolis, segundo Martha Seillier. Normalmente, a curto prazo, serão feitas apenas pequenas melhorias na estrutura atual – como reformas de banheiros, ampliação do serviço wi-fi ou melhorias da sinalização. “As grandes obras de
infraestrutura são feitas após um tempo”, complementou. Não seria difícil o novo terminal e pista começarem a sair do papel em 2017 – ou, com muita sorte, no fim de 2016.

Projeto para 30 anos – A volta do projeto do aeroporto de Florianópolis para a fase inicial tem uma justificativa, segundo Martha Seillier. As obras previstas pelas Infraero seguiram a lei do regime de contratação pública, propondo em um edital de licitação uma obra pré-definida de ampliação da estrutura atual. “A concessão pede o EVETEA, que é típico dessa delegação do poder público para a iniciativa privada, que precisa vender esse aeroporto e atribuir valor para ele”, informou. Neste caso, não entram no cálculo apenas os custos da obra de ampliação, mas outras melhorias que precisarão ser feitas no local por 30 anos, em média.

Etapa preliminar – No dia 24 de julho, a SAC publicou no DOU (Diário Oficial da União) as 11 empresas habilitadas para fazerem os EVETAS (Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental) dos aeroportos que serão concedidos para a iniciativa privada no próximo ano – além de Florianópolis, estão no pacote Fortaleza, Salvador e Porto Alegre. Uma das 11 empresas habilitadas para fazer o EVTEA de Florianópolis é a catarinense Prosul. De acordo com a companhia, com sede na Capital, os estudos desenvolvidos para o aeroporto estão em “fase preliminar”. As 11 empresas foram habilitadas para apresentar o EVETEA para o aeroporto de Florianópolis – segundo Martha Seillier, apenas o melhor estudo será selecionado.

Cinco etapas – De acordo com a SAC, o processo de concessão do aeroporto de Florianópolis está na primeira das cinco etapas previstas. O primeiro estágio, do EVTEA, tem prazo médio de 140 dias para ser cumprido – os projetos devem ser entregues até outubro e, até novembro, a SAC fará a análise dos EVTEAs. Depois, esses estudos serão avaliados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) – prazo médio de 45 dias. Em seguida virão as audiências públicas (mais 65 dias), a publicação do edital para a concessão (outros 30 dias) e, finalmente, a realização do leilão (prazo médio de 60 dias). (Fonte: Notícias do Dia – Panorama/Alessandra Ogeda)

Gastos têm cortes para conta fechar

Em um pacote que depende altamente da aprovação do Congresso, a equipe econômica anunciou ontem um conjunto de medidas para reverter o rombo de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento de 2016. O governo prevê um corte de R$ 26 bilhões nas despesas do próximo ano, mas a maior contribuição virá do pagador de impostos. Tanto que será proposta a ressurreição da CPMF e a redução de benefícios fiscais, que vão resultar em reforço no caixa federal estimado em R$ 40,2 bilhões (já reduzidos desse valor os R$ 5,5 bilhões previstos de queda na arrecadação).
O anúncio foi feito pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento), depois de um fim de semana de reuniões com a presidente Dilma Rousseff. Ainda para elevar as receitas da União, o governo anunciou a ampliação do Imposto de Renda sobre ganho de capital para vendas de bens que resultem em ganhos acima de R$ 1 milhão. Hoje esse valor fica em 15%. Para somar os R$ 26 bilhões previstos em cortes, o governo anunciou que vai adiar de janeiro para agosto o pagamento do reajuste salarial dos servidores públicos e suspender novos concursos que estavam previstos para 2016 (leia quadro abaixo).
Além disso, quer usar recursos do FGTS para financiar despesas do Minha Casa, Minha Vida, reduzindo assim a contribuição do orçamento para o programa. Além disso, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciou a redução de ministérios e cargos de confiança juntamente com Joaquim Levy. Essas medidas fazem parte da reforma administrativa e serão anunciadas até o fim deste mês pelo governo federal.
O anúncio do governo foi bem recebido por economistas por apontar um esforço em reequilibrar as contas públicas. Mas há dúvidas sobre a viabilidade de implementação de parcela crucial das medidas, como a própria recriação da CPMF.
Volta da cobrança da CPMF entra no pacote – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou ontem a proposta de retorno da Contribuição Provisória para a Movimentação Financeira (CPMF) com alíquota de 0,20% por um período que não vai durar “mais do que quatro anos”. A recriação do tributo responderá, sozinha, por metade do ajuste nas contas públicas para o próximo ano, de R$ 64,9 bilhões. O governo federal estima arrecadação de R$ 32 bilhões. O governo informou, sem dar detalhes, que a medida será acompanhada por uma redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Os recursos serão destinados exclusivamente no pagamento da seguridade social.
– Essa é uma medida bastante central do esforço fiscal. A CPMF foi considerada, dentre todas as alternativas de tributos, como o caminho que traria menores distorções na economia e menor impacto inflacionário – argumentou Levy.
Segundo ele, a arrecadação adicional proporcionada pelo retorno da CPMF vai ajudar a reduzir o déficit da Previdência Social, que é prioridade do governo. Levy disse que o governo procurou colocar uma alíquota no mínimo necessário para garantir segurança fiscal, e os bancos estariam preparados para aplicar a nova tributação rapidamente.
– A CPMF alcança inclusive o trabalho informal e quem está fora da legalidade. Tem um aspecto social importante. Depois de ouvir muitos empresários e parlamentares, decidimos que essa seria a forma mais eficiente de se conseguir proteger a Previdência – afirmou.
A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso, onde Dilma tem sofrido derrotas recorrentes em votações importantes para o governo. Alguns líderes da oposição já disseram que não vão apoiar a criação de novos tributos e a avaliação do Palácio do Planalto é que a negociação com parlamentares será “bastante dura”. (Fonte: Diário Catarinense)

Gestão de crise

Esta é uma semana decisiva para que o governo finalmente comprove sua capacidade de reação a desafios econômicos e políticos.
A definição de cortes nos gastos governamentais e de outras medidas que busquem atenuar a crise econômica é apenas um dos aspectos do grandioso desafio que a presidente da República tem pela frente. A senhora Dilma Rousseff passa a ser confrontada também com o agravamento do impasse político, que fragiliza sua base de apoio parlamentar e faz com que volte a ser considerada a hipótese de encaminhamento do processo de impeachment. Esta será, portanto, uma semana em que a presidente terá de agir para administrar os cortes, contornar a crise política que ameaça seu mandato e negociar com um Congresso dividido a aprovação dos projetos de aumento de tributos.
Será alto o custo da adoção de medidas que já deveriam estar em vigor, como a racionalização de despesas, que, por vir tardiamente, deverá atingir recursos destinados até mesmo a programas sociais. Mas são atitudes inevitáveis, depois que o país – e não só o governo – foi abalado pela decisão da agência Standard & Poors de retirar do Brasil o selo de bom pagador. O Executivo terá de agir com efetividade, para corresponder às expectativas de quem ainda aposta na capacidade de reação do governo. Uma das próximas ameaças pode ser a decisão de outras agências risco de também adotar rebaixamento de nota, com o reforço do recado negativo a investidores e o encarecimento do crédito internacional para empresas locais.
A decisão tomada ontem, de cortar em torno de R$ 26 bilhões, inclui aumento de impostos e a defesa da volta da CPMF. Como o governo defende, de forma categórica, que não há outra saída que não passe por mais tributos, o que se exige agora é que o Congresso passe a fiscalizar a contrapartida dos cortes anunciados. O tempo conspira contra o governo, que paga o alto preço dos equívocos da política econômica e das indecisões do segundo mandato.
Se mostrar capacidade para gerenciar essa crise múltipla, a presidente Dilma poderá recuperar parte da confiança perdida. Se não oferecer respostas convincentes, terá de enfrentar um processo doloroso para se manter no poder em meio à insegurança de empresários e trabalhadores e à desaprovação de seus atos. Esta será uma semana decisiva para que se tenha a exata compreensão dos rumos que serão tomados pela economia, pela política e pelos próprios ocupantes do Palácio do Planalto. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)

O desafio de cortar os excessos

Houve uma resposta positiva dos mercados e dos analistas às medidas de redução de gastos anunciadas ontem pelo governo, mas o cenário de pessimismo é tão arraigado que muitos agentes econômicos preferem esperar para ver e só depois admitir a possibilidade de recuperação a partir da austeridade proposta pelo Planalto.
No primeiro momento, o dólar recuou e a Bolsa oscilou para cima, pois a equipe econômica demonstrou, na prática, a preocupação com a crise. A questão é saber se o governo conseguirá implementar o programa de cortes a ponto de equilibrar as próprias contas e segurar a inflação, que teima em fugir do controle.
O problema do pacote anunciado é que ele também prevê o aumento ou a criação de impostos, medida antipopular que a sociedade não está disposta a respaldar. A suspensão de concursos públicos e a postergação do reajuste dos funcionários federais têm impacto restrito ao âmbito da máquina administrativa, mas pode levar a paralisações dos serviços que tendem a desgastar o go
erno junto à população.
Os R$ 26 bilhões que a diminuição dos gastos representa implicam em dobrar resistências históricas no corporativo aparato público, sustentado mais do que nunca pelo PT, partido que emprega grande força de pressão contra qualquer ação que mexa no bolso do funcionalismo. Para o governo, portanto, cada item das medidas precisa ser negociado com esmero e empenho, porque não haverá outra chance se o pacote anunciado ontem for mal-sucedido. (Fonte: Notícias do Dia – Editorial)

Pacote aprofunda recessão

O anúncio do pacote do governo para buscar o equilíbrio fiscal estourou como uma bomba em diferentes segmentos da sociedade e foi recebido como uma pesada ducha de água fria pelo setor produtivo. Em vez de cortar os gastos públicos, enxugar a máquina, cortar ministérios e adotar medidas de gestão eficaz, o governo partiu para aumento da carga tributária, mais restrições à atividade empresarial e avanço no bolso dos contribuintes.
Quer dizer: a presidente Dilma gastou o que não tinha para se reeleger, provocou este rombo nas contas públicas, rebaixou o grau de investimento internacional e, na hora de buscar soluções definitivas, adota alternativas que devem provocar mais recessão na economia, mais desemprego e mais incertezas.
Pior: uma presidente impopular que perde credibilidade e até legitimidade pelas mentiras de campanha e pela desastrosa política econômica repete o mesmo engodo da eleição e a mesma falta de rumo dos primeiros oito meses do segundo mandato. Numa semana, envia orçamento para o Congresso Nacional com um rombo de R$ 30,5 bilhões. Na seguinte, eleva a carga tributária, retira incentivos à produção, congela os salários do funcionalismo e pune o sistema S (Sesi, Senai, Senac, Senat etc.) com apropriação indébita. Num dia, anuncia a recriação da CPMF. No outro, nega o Imposto do Cheque e, oficialmente, propõe mais um tributo.
Mais grave: a CPMF do PT não irá melhorar a saúde. Vai para cobrir o buraco da Previdência, que há anos exige reforma estruturante, sem que governos populistas e demagógicos tomem qualquer providência. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)

CPMF não é solução e país precisa de reformas

Nova CPMF e cortes em programas sociais são a base do novo pacote do governo federal para ajustar suas contas no ano que vem. A União terá déficit da ordem de R$ 64 bilhões, a maior parte relativa à Previdência. Embora o pacote seja apresentado como uma solução, mesmo que seja adotado totalmente pode não resolver porque a recessão pode derrubar ainda mais a arrecadação. A solução requer uma reforma profunda com mudança de uma série de leis e normas que dão muitos direitos e exigem gastos de recursos que a economia brasileira não tem condições de gerar. A pior situação é a da Previdência. O regime geral teve déficit de R$ 56,7 bilhões ano passado e chegará a R$ 117 bilhões em 2016. Contudo, para liderar essa mudança é preciso credibilidade, o que a presidente Dilma Rousseff não tem. A volta da CPMF, mesmo com uma alíquota menor, de 0,2%, é prejudicial a todos porque é um imposto cumulativo que eleva os custos de todas as atividades econômicas. Mas quem mais perde são os pobres, já muito afetados pela crise econômica e pela tributação indireta elevada sobre produtos e serviços que consomem. Para lembrar: estudo de 2010 do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário apurou que quem ganha até três salários mínimos paga 53,79% do total de impostos.
Quanto e como gastar
Em entrevista ao Estadão de ontem o economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Columbia, disse que é preciso rediscutir as despesas obrigatórias.
– A crise é econômica porque o Brasil não tolera esse tipo de despesa. E ela se torna política porque não há consenso para fazer as mudanças necessárias. É uma política não só do dia a dia. É mais profunda, no sentido de que a sociedade não chegou ainda à conclusão de quanto e como deve gastar – afirmou Schinkman.
A propósito, quem toma as decisões para a sociedade são os políticos, que atendem lobbies.

Levy em SC para o Confaz – Por sugestão do ministro Joaquim Levy ao secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni, SC vai sediar a 158ª reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária, o Confaz. Como é presidente do conselho, o ministro confirmou sua vinda ao Estado para liderar a mesa de discussões. O evento será dia 2 de outubro, no Il Campanário, em Jurerê Internacional, Florianópolis. É esperada a participação dos secretários de Fazenda de todos os Estados e de profissionais de outros órgãos.
– A expectativa é que nesta reunião haja um alinhamento nas questões federais e estaduais e que possamos construir soluções para retomada do crescimento – disse Gavazzoni. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)

Um retrocesso que custa caro ao Brasil, por Marcos Antonio Zordan*

Nenhuma empresa, nenhuma família, nenhuma organização humana consegue se viabilizar e se perpetuar sem controle de suas contas – especialmente receitas, despesas, investimentos etc. No Brasil contemporâneo, depois de décadas, o Congresso Nacional aprovou, e entrou em vigência em 5 de maio de 2000, a Lei Complementar 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Esse amplo, racional e rigoroso conjunto de normas assinalou uma nova era na Administração pública brasileira. A responsabilidade na gestão fiscal dos recursos públicos passou a ser um valor essencial, um compromisso permanente, cujo descumprimento passou a constituir-se em infração tipificada, com a correspondente definição das penalidades.
A partir de então, os agentes públicos passaram a fazer aquilo que todo empresário, trabalhador, chefe de família, profissional ou estudante sempre fez: aplicar o dinheiro com sensatez, não gastar mais do que o necessário e o disponível. Exigiu-se que o gestor público, por meio de ação planejada e transparente, fizesse a prevenção de riscos e corrigisse os desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas.
Os gestores públicos desprezam um decálogo que todo cidadão que paga imposto, vive de seu próprio esforço e sofre com a má gestão pública aplica, mas, que precisa ser lembrado a cada dia aos governantes. São os mandamentos da responsabilidade: não terás crédito orçamentário com finalidade imprecisa nem dotação ilimitada; não farás investimento que não conste no plano plurianual; não criarás nem aumentarás despesas sem que haja recursos para seu custeio; não deixarás de prever e arrecadar os tributos de tua competência; não aumentarás despesas com pessoal nos últimos seis meses do teu mandato; não aumentarás a despesa com a seguridade social sem que a sua fonte de custeio esteja assegurada; não utilizarás recursos recebidos por transferência para finalidade diversa da que foi pactuada; não assumirás obrigação para com seus fornecedores, para pagamento, a posteriori, de bens e serviços; não realizarás operação de antecipação da receita orçamentária, sem que tenhas liquidado a anterior, e não utilizarás receita proveniente de alienação de bens para o financiamento de despesas correntes.
Essas perorações assomam nesse cenário quando, a presidente da República muda a LRF e envia ao Congresso a proposta orçamentária com R$ 30 bilhões de déficit, ou seja, com a previsão de que faltará dinheiro para cobrir adequadamente as contas. Isso equivale a uma confissão de má gestão: gastou-se mais do que estava autorizado, gastou-se mais do que havia em caixa, gastou-se desbragadamente para assegurar uma reeleição que feriu a economia brasileira. Cortar despesas, fechar ministérios e outras estruturas caras e ineficientes, reduzir cargos, benefícios e salários, implantar programas de avaliação de qualidade e produtividade, nem pensar. Esse retrocesso custa e custará caro à sociedade brasileira.
Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)* (Fonte: Diário Catarinense – Artigos)

Gasto consciente

Consumo consciente. Essas duas palavrinhas nunca estiveram tão na moda, e nunca foram tão importantes quanto agora. Não dá mais para desperdiçar dinheiro, nem continuar entupindo o mundo de lixo, especialmente descartando coisas que ainda poderiam ser reaproveitadas por outras pessoas. Fico feliz quando vejo na internet o crescimento do número de “feirinhas de garagem”, que juntam quem quer vender alguma coisa com possíveis compradores, assim, de forma direta, sem intermediadores. Em alguns países isso já acontece faz tempo. Nos Estados Unidos, por exemplo, as pessoas colocam no pátio ou na calçada para venda (ou doação) o que já não tem mais serventia, e é um sucesso.
O que temos visto cada vez com mais frequência também, especialmente nas redes sociais, são pessoas dispostas a fazerem trocas de produtos que não usam mais por outros que necessitam. São iniciativas simples e eficientes, e por isso mesmo geniais, que merecem ser copiadas, especialmente em épocas de crise, como agora. Dias atrás vi um post de um grupo de meninas (todas de famílias ricas) expondo na web roupas e acessórios que não usam mais, e vendendo por preços bem acessíveis. Depois, vi que uma ex-colega do jornal também fez o mesmo.
Imagina se meninas ricas venderiam peças de roupas assim, publicamente, até alguns anos atrás. Nem pensar. Seria passar “atestado de pobreza”. Hoje, é sinal de que elas dão importância ao dinheiro e, mais do que tudo, demonstram consciência ambiental. O chique, hoje, é não desperdiçar nada. Outro exemplo: na minha caixa postal, hoje, tinha um panfleto cujo título era “venda de garagem”, com o texto: “Muitos desapegos em bom estado com precinhos bem amigos. Roupas, acessórios, livros, brinquedos e muito mais. Em prol do Grupo Escoteiro do Mar Ilhas Guará”. Para quem se interessou, a dica: a “venda de garagem” será na sede da AABB de Coqueiros, de Florianópolis, das 10 às 16h. (Fonte: Diário Catarinense – Viviane Bevilacqua)

Geada afeta uva e maçã em SC

O frio intenso no final de um inverno quente gerou problemas para agricultores de Santa Catarina. As safras da uva chardonnay, ameixa, pêssego e maçã foram diretamente atingidas pela geada do fim de semana, que provocou temperaturas de até 6ºC negativos em algumas áreas.
Como as plantações já tinham atingido o período de floração, acabaram não resistindo ao frio e serão completamente descartadas. Ainda não há um levantamento geral do impacto que o clima pode ter provocado nos produtores do Estado.
Vinícolas da Serra chegaram a registrar -6ºC na madrugada de sábado e -4,9ºC no domingo. De acordo com o gerente regional da Epagri em São Joaquim, Názaro Vieira Lima, após a floração, o broto resiste a até -1,5ºC. Para tentar evitar um estrago maior, alguns agricultores chegaram a fazer fogueiras no meio da plantação.
– Após a brotação, a planta fica exposta, então com uma baixa resistência ao frio. Algumas culturas, como a da uva chardonnay, são próprias para regiões mais quentes. Mas produtores de vinho da Serra sempre arriscam 5% da lavoura nessa variedade, pois o resultado normalmente é uma bebida de uma qualidade superior – diz Názaro.
Na vinícola Villaggio Grando, em Água Doce, a geada significou o cancelamento da safra de vinho branco chardonnay e espumante em 2016.
– Nunca vi uma geada tão forte em setembro. Não teremos safra de 2016 de vinho branco chardonnay e espumante, que totalizam 80 mil garrafas em média – lamenta Maurício Grando, proprietário da Villaggio.
Além da uva chardonnay, frutas como ameixa e pêssego foram diretamente afetadas. A explicação vem do inverno mais quente do que o normal, que adiantou o período de floração.
– A plantação se desenvolve de acordo com o clima, então o inverno com temperaturas elevadas fez com que a primavera chegasse mais cedo em algumas plantações. Se essa geada tivesse ocorrido há 10 dias, não teria um resultado tão ruim – afirma Názaro.
Ontem, a equipe da Epagri e produtores ainda contabilizavam os efeitos da geada do fim de semana. A estimativa inicial é de perda de pelo menos 70% da parte das frutas que já tinham iniciado o processo de floração.

Regiões mais baixas tiveram maior impacto – Produtores de maçã também foram afetados pelas baixas temperaturas do fim de semana. Apesar da resistência das macieiras ser maior do que as demais culturas, alguns produtores podem chegar a perder até 25% da safra para 2016, segundo Pierre Peres, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM):
– Em regiões mais baixas, como Videira, que estão entre 800 e 900 metros de altitude, o cultivo é feito a temperaturas mais elevadas. Esses produtores vão ter mais perdas. Acima disso, o impacto não deve chegar a 10%.
A produção de regiões abaixo de 900 metros de altitude representa cerca de 10% de toda maçã produzida no Estado. Mas Peres lembra que os efeitos da geada ainda poderão ser visto na florada que vai surgir nos próximos dias.
– Ainda estamos avaliando o prejuízo. Poderemos ter uma noção melhor nas semanas seguintes, quando saberemos se a geada afetou também as floradas que ainda v&atilde
o desabrochar – afirma Pierre. (Fonte: Diário Catarinense – Hyury Potter)

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