Florianópolis, 11.9.15 – O governador Raimundo Colombo (PSD) comentou ontem o andamento da reforma da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, e admitiu problemas orçamentários com a empresa norte-americana American Brigde, a mesma que construiu a ponte entre 1922 a 1926. A empresa tinha prazo para apresentar uma proposta de restauração até o fim de agosto, o que ainda não ocorreu. Segundo o governador, a alta do dólar fez com que a American Bridge revisasse a proposta.
“Eles tiveram dificuldades com um parceiro aqui e houve também dificuldades com o câmbio, o que complicou a situação deles. A empresa pediu um tempo maior e está estudando ainda. O dólar mais que dobrou desde quando tivemos a primeira conversa, o que tornaria o projeto muito mais caro”, disse o governador ao destacar a revisão da proposta.
“Eles estão fazendo novos cálculos, porque alterou bastante. A realidade econômica do Brasil, neste momento, está sendo um complicador. Mas dentro de alguns dias nós vamos ter a solução. Isso não está interferindo no cronograma, as obras continuam aceleradas e nós temos um tempo de folga para tomarmos a decisão final”, alegou.
Enquanto aguarda a proposta da empresa norte-americana, o governo do Estado também espera a apresentação do projeto de restauração da mesma empresa que está executando a atual etapa das obras, a Empa S.A Serviços de Engenharia, do Grupo Teixeira, de Portugal. “Nós pedimos uma proposta da empresa portuguesa, porque para nós, ter duas propostas é muito melhor. Eles devem entregar na próxima semana”, informou o governador.
As declarações sobre a reforma do principal cartão-postal do Estado, que já dura 30 anos, foram feitas durante entrevista coletiva de imprensa para assinatura de convênios no valor de R$ 30 milhões com 12 municípios. (Fonte: Notícias do Dia – Keli Magri)
Prefeitura lança edital para duplicação
O primeiro trecho do Anel Viário do Centro de Florianópolis, que será a duplicação de 1,9 quilômetro da rua Deputado Antônio Edu Vieira, no Pantanal, deve começar a ser construído em 60 dias, quando for assinada a ordem de serviço. O edital de licitação para o início das obras foi publicado no Diário Oficial do Município e as propostas devem ser entregues até 13 de outubro.
A empresa terá três anos para concluir os trabalhos. O trecho duplicado contará com corredores exclusivos para ônibus, ciclovias e calçadas, além de um elevado exclusivo para ônibus, em frente à Eletrosul. O projeto executivo foi aprovado pela Caixa Econômica Federal. A prefeitura segue em negociação com a UFSC para a cessão de 32 mil m2 e mais 6,4 mil m² da Eletrosul, onde será construído o elevado. (Fonte: Notícias do Dia)
Rodovias federais
Estarrecedora a informação do “bendito” anúncio do governo federal que a duplicação da BR-470, que ficaria para 2017, sairá em 2022. Enquanto isso, mais acidentes. Pensam que o catarinense é palhaço. O Ministério Público deveria intervir em prol de nossas rodovias – não apenas a BR-470, mas outras que merecem mais atenção como as BRs 101, 282, 280 e 116 –, que precisam urgentemente ser duplicadas. Basta de acidentes e mortes nas nossas estradas. (Fonte: Diário Catarinense – Diário do Leitor/Gustavo Corrêa Maria – Tubarão)
SC-401
A SC-401 é a rodovia mais importante da Ilha, do Centro ao norte são apenas 25 quilômetros. No estado em que se encontra, não passa de um remendão de buracos. À noite e com chuva então, a sinalização é praticamente zero, com perigo iminente. Como se encontra, não adianta mais remendar. Está na hora de refazer um capeamento geral, porque pagamos IPVA e temos o direito de transitar numa estrada como as da Europa. (Fonte: Diário Catarinense – Diário do Leitor/Mario Alexandretti – Florianópolis)
Miró era Miró. Miró era magia
O poeta João Cabral de Melo Neto dizia que a arte de Miró (1893 – 1983) era viva e mágica. A relação do brasileiro com o catalão foi lembrada pelo neto do artista, Joan Punyet Miró, que fez questão de vir a Florianópolis para a exposição Joan Miró – A Força da Matéria, cuja abertura ocorre hoje para convidados e amanhã para visitação pública no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc). É a maior mostra no Brasil dedicada ao surrealista.
Ele tinha 15 anos quando o avô morreu e desde então dedica-se a estudar, divulgar e escrever sobre sua obra. É uma figura bem humorada e performática, que fala com paixão do legado de Miró. Tem intimidade com cada trabalho, inclusive aqueles que de certa forma contribuiu, como esculturas em bronze feitas a partir de seus brinquedos.
– Quando falo do meu avô, falo de magia, de luz e de surrealismo. Ele me ensinou sobre pinturas, esculturas e desenhos. Mas sobretudo mostrou, através de seu coração, a magia do mundo – diz.
Confira trechos da entrevista:
Vocação espiritual para a arte
Quando vivo, meu avô me mostrava seu ateliê, os livros de poesia francesa que lia, a música que escutava, como trabalhava. Acima de tudo me ensinava a ser uma pessoa boa. Ele explicava as coisas com muita pureza e certeza. Como neto dele, entendo a importância de um artista. Um artista não é um banqueiro ou um médico. Um artista é especial porque nasce para morrer pintando. A única coisa que importava para meu avô era trabalhar. Ele nunca quis parar, porque senão morreria. Era uma espécie de vocação espiritual para fazer arte.
Desenhos de criança
Ele não me ensinou a pintar, mas gostava dos meus desenhos. Porque eram de criança, não educada na academia. As crianças desenham com o coração e a alma, com o instinto básico, puro e primitivo. E isso era o que mais ele gostava.
Gênio da pintura em casa
Uma vez o rei da Espanha, João Carlos I, foi visitar meu avô em seu ateliê em Maiorca. E depois vi fotos deles em toda a imprensa. Comecei a entender a importância dele. Eu via fotografado com as pessoas mais importantes do momento, além de sua relação com o mundo inteiro, porque Miró é um pintor universal. Para mim foi uma revolução pessoal entender a importância dele.
Artista calado
Muita gente acha que Miró bebia, fumava maconha ou usava mescalina. Não, nada disso. Ele era uma pessoa calada. Não estava nunca em seu lugar, mas sempre viajando nas nuvens. Quando se estava com ele, era impossível saber se ele escutava ou não. Buscava a criatividade no silêncio e na introspecção. Não tinha muitas mulheres, como Picasso. Só teve uma filha e quatro netos. E lembro de estar sempre com a gente e com minha avó. Todo o erotismo que se vê em suas obras, como falos de homens e seios de mulheres, talvez fosse uma forma inconsciente de suprir o que não tinha.
Miró e João Cabral de Melo Neto
Miró nunca veio ao Brasil, mas tinha uma relação de amizade com João Cabral de Melo Neto (1920 – 1999). Em 1950, o brasileiro publicou livro sobre ele e a partir daí entendi a ligação entre os dois, inclusive geográfica: João Cabral era de Pernambuco, Miró de Tarragona, na Catalunha, uma terra muito parecida com a do Estado nordestino. E aí se vê a ligação entre Brasil e Espanha. Os textos de João Cabral sobre Miró falam da magia do surrealismo, e também como Miró rompeu com os cânones de beleza do renascimento italiano, fazendo uma pintura antigramatical e revolucionária ao buscar a pureza do homem primitivo, das cavernas.
Símbolos mágicos e a mulher
Para Miró, a mulher é uma figura fundamental em toda a sua obra. Está refletida como a deusa da fertilidade, da vida. A um nível mais universal e também do ponto de vista plástico, Miró a define como um ser-talismã. Por isso o sexo da mulher aparece em toda a sua obra, por toda a vida. E aparece como uma flor aberta que se aproxima ao mundo da criação e da fertilidade. Essa crença de Miró é mística e totalmente poética também, vendo a mulher como um ícone universal da vida e da morte, do dia e da noite, do sol e da lua. Com todos os seus fatores positivos e negativos.
Pintor dos sonhos
A luz da noite para Miró era fundamental. Por que pintava tantas estrelas? Porque era um pintor de sonhos, do mundo onírico. Ele dizia que trabalhava mais dormindo na cama do que acordado. Porque à noite viajava em seu mundo dos sonhos e via formas, mulheres, estrelas, sóis e luas. Quando acordava, como dizia João Cabral de Melo Neto, Miró não pintava quadros. Ele pintava. Ponto final. A mão era livre, emancipada do pintor, autônoma. E através do surrealismo puro, da autonomia, podia exercer uma liberdade máxima. A pintura era direta do coração, não passava pela cabeça.
Artista panteísta
Miró era conectado com o céu e a terra. Tinha uma religião universal, influenciado pelo budismo japonês e o cristianismo. Sobretudo, tinha a crença da poética universal, em que todos os seres do universo eram iguais.
Legado de Miró
Mais que um artista, Miró era um cidadão do mundo. Nasceu pobre e depois seus quadros valiam milhares de euros. Esse dinheiro foi usado para criar a Fundação Miró de Barcelona, a Fundação Miró de Maiorca e a dar toda a sua obra a museus. Ele entendia que um homem não é nada, mas a obra é tudo. Por isso Miró está vivo em todo o mundo. (Fonte: Diário Catarinense – Caoline Macário)
A conexão que trouxe Miró a SC
A um dia da abertura da exposição Joan Miró – A Força da Matéria no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), o presidente da patrocinadora Arteris, David Díaz, explicou como a maior retrospectiva do artista espanhol já feita no Brasil veio parar em Florianópolis. De acordo com o executivo, a capital catarinense foi escolhida por causa da atuação da empresa – uma das maiores companhias de concessões rodoviárias do país – no Estado por meio da Autopista Litoral Sul e da Autopista Planalto Sul. Uma das acionistas da concessionária, a também espanhola Abertis, tem relacionamento com a família do pintor catalão, o que facilitou a vinda do acervo da fundação que leva o seu nome. Ele calcula que o investimento total foi de R$ 5 a 8 milhões. (Fonte: Diário Catarinense – Contracapa/Emerson Gasperin)
Miró na ilha
Florianópolis está tendo o privilégio até 15 de novembro de receber a mais completa exposição do excepcional artista espanhol Juan Miró. São 112 obras que estiveram recentemente em São Paulo. O criativo pintor e escultor catalão revela, por meio de suas obras, ” força da matéria”, com espantosa imaginação sobre uso de produtos recicláveis.
O neto
Numa pré-estreia de extraordinário conteúdo didático e artístico-cultural, jornalistas e convidados do grupo Arteris, a concessionária da BR-101 norte, tiveram o privilégio de ouvir um relato minucioso, uma descrição empolgada de Juan Punyet Miró, neto do grande artista. Foi um show de cultura, informação, simpatia e entusiasmo pela obra do avô.
O contorno
A agilização das obras de contorno da BR-101 em Florianópolis está dependendo apenas de aval da ANTT sobre os quatro viadutos projetados. Informação do presidente da Arteris, David Díaz, na pré-estreia da exposição de Juan Miró. Problema mais sério está relacionado com as desapropriações, que dependem de decisões da Justiça Federal e da Justiça Estadual. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)
Bienvenido Joan
Dá pra cravar sem medo: a exposição Miró – A Força da Matéria é o acontecimento cultural do ano em Santa Catarina. Nas artes plásticas, supera-se o surrado ditado de que somos o zero da BR-101 entre o Paraná e o Rio Grande do Sul. A maior retrospectiva de Joan Miró, um dos ícones do surrealismo, aterrissou por aqui com apenas uma escala, direto de São Paulo. Detalhe: não vai passar por Curitiba, Porto Alegre ou mesmo pelo Rio de Janeiro.
E como nada nesta vida é coincidência, tinha que ser a Arteris, concessionária responsável pelo trecho norte da BR-101, a bancar tal feito. Uma bela estratégia para cair nas graças dos catarinenses. Afinal, as obras do contorno viário da Grande Florianópolis, também sob a batuta do grupo espanhol, já deveriam estar prontas desde 2013, mas ainda vão demorar dois anos. (Fonte: Diário Catarinense – Visor/Rafael Martini)
Consertando o estrago
A perda do grau de investimento do país, anunciada pela agência de classificação de risco Standard & Poors, significa um retrocesso que precisa merecer resposta à altura, como as ensaiadas ontem pelo Planalto. Foi justamente essa agência de avaliação de risco a primeira a elevar a nota da economia brasileira em 2008, incluindo-a entre as recomendadas como destino para grandes investidores internacionais. Se quiser evitar que as demais instituições sigam o mesmo caminho, o país precisa enfrentar de vez as razões de ter caído para o nível especulativo.
Nas explicações para o fato de ter antecipado a decisão, que ocorre poucos dias depois
de o Planalto enviar ao Congresso uma proposta orçamentária com déficit primário de R$ 30,5 bilhões para 2016, a própria agência dá uma ideia clara do que precisa ser enfrentado. A principal alegação é o fato de o governo, logo depois reduzir a meta fiscal, ter partido para uma projeção de déficit. Outra questão apontada é a “falta de coesão” dentro da equipe oficial. Por mais que membros do governo insistam em minimizar o impacto da retirada do selo de bom pagador, é evidente que resta agora conter os danos.
A perda de uma conquista importante para o país, como o grau de investimento, tem impacto sobre todos os brasileiros. Por isso, o Planalto deve ações firmes e imediatas. O simples fato de o país passar a ser visto como de maior risco implica redução nos investimentos, pressões sobre o câmbio como as registradas ontem e crédito mais caro para empresas e pessoas físicas. Num segundo momento, tende a gerar ainda mais desemprego, além de decisões como o rebaixamento da Petrobras, anunciado ontem. Por isso, não bastam apenas reuniões de emergência como a convocada ontem pela presidente da República, nem as reiteradas manifestações tranquilizadoras do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. É preciso ação.
O governo deve fazer agora o que não fez antes, quando ainda havia tempo de evitar consequências drásticas de suas falhas de gerenciamento, como as previstas a curto e médio prazos. Isso significa, antes, acertar-se internamente e com o Congresso para, de imediato, promover reformas corajosas e eficazes que levem as contas do setor público a recuperar o equilíbrio. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)
Novas lições para Dilma Rousseff
Saibam os integrantes do governo federal que crises políticas, frentes de oposição pelo impeachment ou embates entre parlamentares são contornáveis e remediáveis, mas crises econômicas foram, durante a história da humanidade, motivação para revoluções e guerras pela independência, portanto, fontes de desestabilização no poder. Assim, a presidente Dilma Rousseff e seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, têm como norte que há necessidade urgente de pôr a economia em ordem, mas não à custa de um
assalto ao bolso do contribuinte com mais impostos.
A reunião de emergência de ontem, convocada por Dilma, foi sinal de que o rebaixamento da classificação de risco do brasil pela agência Standard & Poors, que balançou o mercado financeiro, está longe “de não ser nada”, como declarou o ex-presidente Lula. A reação de mau humor de quem investe no país sai do ambiente da indústria nacional e atinge os especuladores internacionais, atraídos pelos altos juros praticados por aqui.
O que assusta é o remédio previsto por Levy, uma série de medidas que serão enviadas ao Congresso Nacional, que, mesmo sem ser conhecidas na essência, devem atingir o PIS-Cofins, algo que tem efeito no valor do produto final e no bolso do consumidor, e até o seguro-defeso para os pescadores está ameaçado. O que o ministro chama de “miopia” sobre os impostos e “medidas adicionais” devem ter efeitos danosos, tanto que Dilma pediu “unidade no governo” e maior agilidade no corte de gastos, e vamos acreditar que, a partir de hoje, venha a público o gesto que falta ao governo: o anúncio da aglutinação de ministérios e o rolar de cabeças. (Fonte: Notícias do Dia – Roberto Azevedo)
Escândalos e culpa
Qual seria um bom sinônimo para a palavra escândalo? Rolo, alvoroço? Tumulto? Agitação?
Talvez a união semântica dessas quatro palavras, mas nenhuma delas – nem mesmo algum neologismo delas resultante – substitui a sonoridade quase onomatopaica da palavra “es-cân-da-lo”.
Eis, infelizmente, uma palavra definitivamente incorporada ao cotidiano do Governo e do Congresso, instituições que deveriam constituir uma reserva moral da Nação, um conselho de velhos e de sábios.
Tanto mais velhos os nossos sábios, mais finórios se parecem. Mais trambiqueiros, trampolineiros, embusteiros – e outros “eiros”, rima rica para “bueiros”… Não orgulhosamente velhos, mas velhacos.
Os senhores deputados federais acabam de votar uma velada censura à imprensa, ao proibirem, em projeto de lei, a divulgação de pesquisas em período eleitoral. Proíbe-se, na prática, a informação. E agride-se a liberdade de expressão, artigo quinto da Constituição Federal.
A culpa, no Brasil, é sempre da imprensa. Talvez se deva atribuir a ela a última tragédia a balançar a economia nacional: a perda do grau de investimento, tão sofregamente perseguido por décadas.
O furor reprodutivo dessa epidemia tem mais de 200 anos, quando o seu bacilo começou a renovar-se diariamente e a multiplicar-se de forma geométrica em papel-jornal. Hoje, a besta-fera está de tal maneira disseminada que se multiplica nas ondas hertzianas do rádio, nos tubos catódicos da televisão, nas telas policromáticas dos computadores e nas redes planetárias da internet.
A imprensa costuma desfalcar o erário, produzir crises sistêmicas nos bancos e no caixa das grandes corporações. A imprensa frauda a Previdência, sonega impostos e trafica cocaína. A imprensa vicia licitações e se candidata a taxas de “sucesso” para facilitar o acesso ao dinheiro público…
Essa serpente monstruosa chama-se… Imprensa. Ela mata, esfola, assalta, fuzila e nomeia apaniguados. No momento, persegue políticos e empreiteiros, além de um governo impopular em seu projeto de poder.
É assim malquista porque costuma ser os “olhos” da Nação, acompanhando o que se passa de perto e de longe, enxergando o que lhe fazem ou malfazem, devassando os que contra ela conspiram.
Defenda-se, leitor, de uma bala perdida na página policial. Ou de um chute descalibrado na página esportiva. (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos)