Florianópolis, 14.8.15 – As obras do Contorno Viário da Grande Florianópolis, que prometem desafogar o intenso fluxo de veículos no perímetro urbano, agora têm data para conclusão. De acordo com o cronograma divulgado ontem pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), os trechos estarão totalmente finalizados no dia 31 de agosto de 2018.
Em julho, foi realizada uma reunião em Brasília para finalizar o impasse sobre a decisão do traçado – o trecho sul, em Palhoça. A partir dali, a ANTT e a Autopista Litoral Sul, responsável por administrar a rodovia, tinham 30 dias para aprovar o novo cronograma.
Comunidade pediu mudança
A pedido da comunidade, visando evitar o corte de uma área que abriga 143 propriedades, até junho foi discutida uma mudança no traçado dos três quilômetros restantes. Em vez do contorno seguir até a BR-101, a pista continuaria pela BR-282. Mas dirigentes e entidades, reunidos com a ANTT, decidiram não alterar, para evitar novos atrasos.
– O impasse está em Palhoça, as indenizações são outro problema. Até agora não fizeram nada, apenas movimentação de terra, nada de obras de impacto. As obras de arte ainda nem começaram. Temos que destravar isso – afirma o coordenador de mobilidade urbana do Conselho Metropolitano para o Desenvolvimento Sustentável da Grande Florianópolis, Adriano Ribeiro, defendendo a aceleração do trabalho.
O gerente da Autopista Litoral Sul, Marcos Guedes, diz que as licenças para execução do trecho estão sendo encaminhadas e explica que a empresa começou as obras em três diferentes frentes, nas regiões de São José e Biguaçu. Em maio de 2014 os trabalhos começaram pelo trecho intermediário, em São José. Em abril deste ano, outra etapa começou no km 177, em Biguaçu, e segue até a BR-282, em Palhoça.
O contorno deve passar por cima da BR-282 e seguir até o quilômetro 220, na BR-101, onde era o antigo pedágio.
“Obras estão em dia, sem atrasos”
Entrevista – Marcos Guedes, Gerente da Autopista
Gerente da concessionária responsável pela rodovia, Marcos Guedes garante traçado original nos três quilômetros restantes, fala sobre as licenças necessárias e afirma que os trabalhos estão dentro do cronograma
Quando o cronograma foi enviado para a ANTT?
Marcos Guedes – Em 9 de julho ficou decidido manter o traçado original, sendo então solicitado o cronograma, enviado entre os dias 11 e 12 de julho. Independentemente disso, temos a Licença Prévia e falta a Licença para a Instalação, para executar a obra. Já estamos preparando os estudos de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental, que demoram em torno de seis meses e serão entregues ao Ibama para análise.
Como estão as desapropriações nestes três quilômetros restantes?
Guedes – Estamos visitando as pessoas e comunicando para depois fazer um levantamento. Até agora, o que percebemos é que 95% têm só o recibo de compra e venda das propriedades. Isso vai gerar um problema semelhante ao que ocorreu no bairro São Sebastião, porque em 30 dias não se consegue regularizar.
Como está o andamento das obras do contorno nos demais trechos?
Guedes – Em São José e Biguaçu está em fase de terraplenagem e drenagem. As obras estão dentro do cronograma, em dia, sem atrasos. Tivemos chuvas durante uns 20 dias, ficando parado.
Qual o prazo para a conclusão da obra?
Guedes – Cada etapa tem três anos para a conclusão a partir da data de início. Exceto os túneis, que não contemplaram o projeto inicial e agora em agosto ou setembro vamos encaminhar o projeto para análise. Fonte: Diário Catarinense (Mônica Foltran)
Brasil manco
Partidos se dizem perseguidos, políticos votam contra o governo e contra o Brasil, misturando tudo. Com um mandato ainda fresco nas mãos, a presidente se assemelha ao pato manco dos americanos – sendo que lá, nos EUA, este é apenas o apelido do presidente sem apoio, mas sem que seu mandato corra algum risco.
Resta aos brasileiros torcerem pelas instituições, para que estas cumpram o seu papel, sem que sejam contaminadas pela baixa política.
É piada brasileira este “presidencialismo de coalizão”, em que partidos como o PMDB apoiam o governo de manhã e de tarde votam como oposição. Todos só querem saber do bônus de ser governo, comandar verbinhas que vão garantir a reeleição parlamentar. O ônus fica para a presidente impopular. Assim é fácil: governar pela amostra das pesquisas.
Com um plenário fracionado por 28 partidos e 513 espertos, o Congresso vota projetos para falir o país e levá-lo ao caos, enxergando o poder como uma hiena enxerga um cavalo morto e desossado.
Pobre Brasil. Muitas corporações, governos e parlamentares gostariam de silenciar a imprensa. Reclamam dos telejornais e dos jornais impressos, especialmente por causa do cardápio que servem no café da manhã e no jantar: corrupção, políticos cobertos de lodo e a eterna roubalheira – que nunca cessa, sempre se renova.
Em nações onde esse espelho reflete só as más imagens, urge melhorar o país, a cultura, a educação, a ética e a moral social. A imprensa não existe como entidade satânica. O que existe é a máquina que a tudo fotografa. Logo, a maior ameaça não é uma imprensa de olhos abertos. É a falta de imprensa livre.
A presidente deveria se aliar à verdade dos fatos. Admitir seus erros e desmandos na economia para tentar sair do buraco, com humildade. E rezar para que o Congresso pare de pensar que há 28 Palácios do Planalto à espera de cada um dos seus 28 partidos, muitos deles sem a menor representatividade.
Impeachment sem líderes sólidos, confiáveis – que não contaminem as instituições só pela sede de poder –, é uma aventura. Dois impeachments em menos de duas gerações é querer transformar o país em Banana Republic. Fonte: Diário Catarinense (Sergio da Costa Ramos)
Empresários lançam manifesto
Um manifesto conjunto assinado pela Fiesc e pela CNI faz um diagnóstico da grave crise nacional e um apelo de unidade aos poderes e às instituições visando a reversão das expectativas e a busca de soluções para a superação dos impasses econômicos e políticos. “É preciso evitar que a crise se aprofunde e torne ainda mais difícil a superação dos problemas”, assinala o documento. Há um problema de confiança que mina as decisões dos indivíduos e empresas e aprofunda a recessão.
Depois de enfatizar que o atual impasse político está imobilizando o Brasil e paralisando decisões, o que amplia as incertezas e eleva os custos, o manifesto sentencia: “O país está sendo derrotado pelo pessimismo”.
Lança um repto à classe política, que até agora não teve competência para encontrar soluções, e alerta que a conjuntura crítica penaliza todos: trabalhadores, empresas e consumidores.
Um apelo ao Executivo e ao Legislativo para que adotem medidas de convergência e executem as reformas também consta do documento que está sendo veiculado hoje em Santa Catarina. Mas também defende o Judiciário, para que continue seu trabalho com independência e firmeza.
O problema maior neste momento está na área política, que contamina a economia. É difícil imaginar soluções, atos de grandeza e mudanças inadiáveis quando o comando de tudo está em reuniões de Lula com José Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho e investigados pela Lava-Jato. Fonte: Diário Catarinense (Moacir Pereira)
Aneel propõe redução no preço da tarifa de energia elétrica
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apresentou ontem uma proposta para uma redução de 18% no valor adicional pago pela energia elétrica, considerado bandeira vermelha.
A redução já havia sido sinalizada pela presidente Dilma Rousseff na terça-feira, durante o lançamento do Programa de Investimento em Energia Elétrica (Piee). Apresentada na audiência pública da agência, a proposta reduz o preço pago na cobrança extra de energia, dos atuais R$ 5,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, para R$ 4,50. Esse corte representa para o consumidor uma redução média de 2% na conta final. A diminuição desses valores será possível graças ao desligamento de 21 usinas termelétricas que produziam uma média de 2 mil megawatts de energia a um Custo Unitário Variável maior que R$ 600 por megawatt-hora. Os desligamentos foram decididos no dia 5 de agosto pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que solicitou então à Aneel um levantamento que simulasse o impacto dos desligamentos dessas estruturas nas receitas das bandeiras tarifárias.
Hoje começa o prazo para o órgão federal receber sugestões e questionamentos ao estudo apresentado. Está prevista nova audiência no dia 28, quando será tomada a decisão final. Os novos valores da bandeira vermelha deverão ser cobrados em todo o país a partir de 1o de setembro.
O sistema de bandeiras sinaliza os custos reais da geração. Verde para custos baixos para gerar a energia, portanto, a tarifa não terá nenhum acréscimo naquele mês. A bandeira amarela indica que a tarifa terá acréscimo de R$ 2,50 para cada 100 kWh consumidos. Já a bandeira vermelha, que terá o descrécimo, informa que o custo da geração naquele mês está mais alto, elevando a conta. Ainda não há previsão sobre a mudança da bandeira vermelha para a amarela. Fonte: Diário Catarinense
Um segundo trimestre com queda histórica
Mudanças na regulação do setor, crise no abastecimento hídrico e o fim de uma política de subsídios do governo federal ou que se traduz no início de um realismo tarifário estão entre as explicações dos altos reajustes do custo elétrico. A análise é do presidente da Celesc, Cleverson Siewert, em comentário durante reunião da Câmara de Energia da Fiesc, na manhã de ontem, em Florianópolis.
Apesar de reconhecer os efeitos dos altos reajustes para a indústria, Siewert diz que são necessários para o equilíbrio financeiro da distribuidora. Afinal de contas, a companhia também precisa pagar os acionistas e equacionar as despesas.
A boa notícia é que no médio prazo já é possível prever um cenário mais positivo. Para começar, voltou a chover. Os reservatórios retomam patamares aceitáveis, e as térmicas podem ser dispensadas. Por conta disso, a Aneel confirmou ontem o fim da bandeira vermelha, que vigorava desde janeiro.
O pacto agora é para o acesso a uma energia mais barata – hoje disponível principalmente para as distribuidoras do Norte e Nordeste –, que poderiam ajudar a aliviar o preço da tarifa em SC. Na reunião, surgiu o alinhamento entre Celesc e Fiesc para pleitear essa garantia junto a parlamentares.
Enquanto o alívio não chega de fato, o Estado ultrapassa um período de retração no consumo de energia. Siewert afirmou que há 15 anos não havia tamanha queda de demanda no Estado. Cenário semelhante só foi visto na crise de 2008, quando 60% do PIB do Estado ficou debaixo dágua. O jeito é ter criatividade para superar a fase. E estar preparado para a bonança que, em breve, deve retornar.
Gás em Imbituba
As empresas Gás Porto, Gás Energy e Bolognesi Energia, com apoio da TSL Energy, querem investir no Porto de Imbituba. A proposta é instalar um terminal de estocagem e regaseificação na região. Os investimentos somam US$ 100 milhões, incluindo a construção de píer, tanques em terra e uma carregadeira de caminhões. Fonte: Diário Catarinense (Estela Benetti/Julia Pithan – Interina)
E agora?
Há informações de que a Cetenco, responsável pela duplicação de parte da Br-280, em Jaraguá do
sul, começou a demitir funcionários e retirar os equipamentos da obra. A Sotepa, outra empresa que participa dos trabalhos, deu aviso prévio para o geólogo, o laboratorista e o fiscal de campo. Ou seja, a obra parou? Há indícios de falta de repasses do governo federal… E a novela da duplicação da Br-280 continua sem um final… Fonte: Notícias do Dia (A vida segue – Paulo Alceu)