Brasília, 7.5.14 – A Câmara dos Deputados concluiu nesta quinta-feira (7) a votação da medida provisória 665, que endurece as regras de acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial e ao seguro-defeso (leia mais abaixo o que mudou em cada um dos benefícios). Os deputados rejeitaram todos os destaques que visavam modificar o teor da MP. A medida agora segue para votação no Senado.
O texto-base da MP foi aprovado nesta quarta (6) em sessão tumultuada da Câmara, que teve bate-boca entre deputados, panelaço no plenário e retirada de sindicalistas das galerias. A votação foi apertada: 252 votos a favor e 227 contra (saiba como votou cada deputado).
Um dos principais pontos do texto é a ampliação do tempo de trabalho necessário para a requisição do seguro-desemprego (de seis para 12 meses). Considerada pelo governo como necessária para o ajuste fiscal que visa reequilibrar as contas públicas, a medida provisória 665 foi editada em dezembro de 2014 pela presidente Dilma Rousseff juntamente com a MP 664, que restringe o acesso à pensão por morte – a 664 foi aprovada na última terça em comissão especial e será apreciada na próxima semana
A oposição tentou modificar o teor da MP 665 para resgatar as regras atuais. Um dos destaques, de autoria do DEM, visava restituir o tempo de seis meses de trabalho para obtenção do seguro-desemprego, mas foi derrubado pelo plenário.
“Essa medida vai penalizar, sobretudo, os trabalhadores de menor renda. Veja como age o governo da presidente Dilma, que negou na campanha política que retiraria direitos, e que quer agora, com essa proposta, justamente retirar direito de trabalhadores de menor renda”, afirmou o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).
O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), disse que as medidas são necessárias para que o país “retome o crescimento” e defendeu a tese de que as propostas só “corrigem” distorções que resultavam em gasto excessivo para a Previdência.
“As duas medida provisórias visam fazer correções, algumas alterações nas regras de acesso aos benefícios previdenciários. Todos os benefícios estão mantidos. O governo da presidenta Dilma jamais vai encaminhar medida ao Congresso visando retirar direitos.”
Manifestantes
Durante a votação desta quinta, integrantes da Força Sindical fizeram um ato no Salão Verde da Câmara. O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos (SP), Célio Malta, disse que os manifestantes foram impedidos de entrar nas galerias do plenário.
Por isso, segundo Malta, os sindicalistas decidiram fazer a manifestação no Salão Verde e jogaram papéis que imitam dólares, da forma como fizeram na terça-feira no plenário, durante a votação do texto-base.
Os papéis trazem imagens da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Em cada cédula, há a foto de um dos três políticos, com a expressão “Petro Dólar”.
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Críticas ao PT
Antes de iniciar a votação dos destaques, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez uma crítica ao PT por não ter garantido todos os 64 votos dos deputados da bancada na votação do texo-base.
Apesar de ter oficializado “fechamento de questão” em favor da MP, dos 64 deputados petistas, 55 votaram pela aprovação do texto, um votou contra – o deputado Weliton Prado (PT-MG) –, e nove não registraram voto e terão salário referente ao dia cortado se não apresentarem atestado médico.
As ausências e o voto contrário representam 14% da bancada petista. Dos 67 deputados do PMDB, 50 (74,6%) votaram a favor da MP – 13 votaram contra, três não compareceram e, como presidente da Câmara, Eduardo Cunha não votou.
Uma posição mais “enfática” do PT era cobrada pelo PMDB, que temia levar sozinho o ônus político da aprovação de uma medida provisória impopular. “Eles simplesmente se evadiram. Acho que quem tem que cobrar isso é o próprio PT. Apenas constatei o fato que tem alguns que fizeram discurso e se ausentaram. PT cumpriu com 80% [do compromisso de apoiar a MP]”, disse Eduardo Cunha.
O líder do governo minimizou as ausências de petistas em plenário. “Foi uma demonstração do compromisso da base aliada com o Brasil. As ausências foram muito pequenas”, disse Guimarães.
Seguro-desemprego
Pelo texto aprovado pela Câmara, o trabalhador terá direito ao seguro-desemprego se tiver trabalhado por pelo menos 12 meses nos últimos dois anos. O prazo inicial proposto pelo governo era de 18 meses. Antes, o trabalhador precisava de apenas seis meses.
Para poder pedir o benefício pela segunda vez, o projeto estipula que o trabalhador tenha nove meses de atividade. Antes, esse prazo exigido era de seis meses de trabalho, e o governo queria ampliar para 12 meses. A proposta mantém a regra prevista na MP (seis meses) se o trabalhador requisitar o benefício pela terceira vez.
Abono salarial
Em relação ao abono salarial, o texto prevê que o trabalhador que recebe até dois salários mínimos deverá ter trabalhado por três meses para ter direito ao benefício. O texto do Executivo exigia seis meses.
O abono salarial equivale a um salário mínimo vigente e é pago anualmente aos trabalhadores que recebem remuneração mensal de até dois salários mínimos. Atualmente o dinheiro é pago a quem tenha exercido atividade remunerada por, no mínimo, 30 dias consecutivos ou não, no ano.
O texto aprovado na Câmara mantém o pagamento do abono ao empregado que comprovar vínculo formal de no mínimo 90 dias no ano anterior ao do pagamento. Paulo Rocha explicou que a regra seguirá a mesma linha de pagamento do 13º salario. Por exemplo, quem trabalhou um mês ou cinco meses receberá respectivamente 1/12 e 5/12 do abono, explicou o senador.
Seguro-defeso
Para o seguro-defeso, pago ao pescador durante o período em que a pesca é proibida, foi mantida a regra vigente antes da edição da medida provisória – o pescador necessita ter ao menos um ano de registro na categoria. A intenção do governo era aumentar essa exigência para três anos. Fonte: Nathalia Passarinho e Laís Alegretti/G1
CUT e centrais sindicais convocam paralisação nacional dia 29 contra ajuste fiscal e terceirização
Centrais sindicais lideradas pela CUT convocaram para o próximo dia 29 uma paralisação nacional contra o ajuste fiscal promovido pelo governo Dilma Rousseff (PT) e contra o projeto de lei da terceirização. Participarão da mobilização, que estava acertada desde o dia 1º de maio, além da CUT, UGT, CTB, Nova Central, Intersindical-CCT e CSP-Conlutas. Nesta quarta-feira, as centrais estiveram reunidas para acertar os detalhes dos protestos.
Segundo Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP, as medidas provisórias (MPs) 664 (que trata do auxílio doença e pensão por morte) e 665 (sobre seguro-desemprego) e outras previstas pelo ajuste fiscal deveriam ser debatidas com as centrais sindicais.
– Será um dia nacional de luta dos trabalhadores. Queremos que sejam retiradas da pauta de votação do Congresso e que o ajuste fiscal seja discutido conosco.
Lima disse que as atividades na paralisação ainda serão definidas pelos estados. Ele adiantou que os protestos devem ser semelhantes aos da paralisação nacional do último dia 15 contra o projeto da terceirização.
No próximo dia 13, de acordo com o presidente da CUT-SP, devem se juntar à central sindical na empreitada em São Paulo cerca de 43 entidades e movimentos sociais, entre eles o MST. Nessa data está prevista a criação de um fórum para debater o ajuste fiscal e outros assuntos de interesse social. Fonte:O Globo
Transporte na Serra
O edital para a escolha da empresa que vai construir a unidade C do Sest Senat Lages, um investimento de R$ 50 milhões da Federação das Empresas de Transportes (Fetrancesc), foi publicado no Diário Oficial da União. Agora, os três estabelecimentos previstos para Santa Catarina – mais um em Concórdia e outro em Joinville – estão com os editais abertos e em 90 dias serão definidas as construtoras, informa o presidente da federação, Pedro Lopes. Coluna Estela Benetti
Previdência à indústria
Uma das novidades dos 65 anos da Fiesc será o lançamento, dia 21, do Industriaprev, um plano de previdência complementar para o trabalhador da indústria. O bjetivo é permitir que cada trabalhador tenha a sua poupança de previdência complementar. Coluna Estela Benetti/Diário Catarinense
Empreendedorismo
O Sebrae e a Endeavor estão criando em SC um programa piloto de atendimento a empreendedores de alto impacto com mentorias individuais e coletivas durante três meses. O presidente do Sebrae nacional Luiz Barretto Filho se reuniu nesta semana com 38 empreendedores. Coluna Estela Benetti/Diário Catarinense
Junta
Com o propósito de reforçar o trabalho da Junta Comercial e reduzir o prazo para abertura de empresas o secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Carlos Chiodini, e o presidente da Junta (Jucesc), André Bazzo, aprovaram a inclusão de mais dois vogais. Um será da Fecontesc (contador) e outro, indicação do governo. Coluna Estela Benetti/Diário Catarinense
Escape evita acidente com caminhão sem freio
Ontem, às 8h25min, um caminhão carregado com 12 toneladas de tecido adentrou 25 metros na área de escape da BR-376, no Km 671,7, em Guaratuba (PR), localizada na pista sul, no sentido Joinville. O motorista que conduzia o veículo ia de Cambé (PR) para Porto Alegre (RS).
Ele informou que já conhecia o trecho e, ao perceber que estava sem freios na descida da Serra, optou por utilizar o recurso da área de escape. Essa foi a 122a vez que o local foi utilizado desde que o dispositivo, construído pela Autopista Litoral Sul, foi inaugurado, em agosto de 2011.
A Serra da BR-376 tem 19 quilômetros de extensão, com redução de altitude de 710 metros entre os quilômetros 656 e 675, o que exige maior atenção dos motoristas no respeito ao limite de velocidade e aos cuidados com a manutenção dos veículos.
No último dia 24 de abril, a concessionária prestou apoio à ação de fiscalização sobre veículos pesados realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Posto do Alto da Serra, no km 662, em Tijucas do Sul (PR).
O balanço desta operação apontou que a cada 10 caminhões que descem a Serra, quatro apresentam irregularidades no sistema de freio. No total, cerca de 6 mil veículos pesados por dia descem a Serra pela BR-376.
Mais atenção às placas
Para utilizar a área, em caso de emergência, o motorista deve ficar atento às placas indicativas e se posicionar na faixa à direita em direção aos quadrados brancos e vermelhos pintados no chão (semelhantes aos das pistas de corrida automobilística). É importante lembrar que o local deve ser utilizado somente em caso de perda de freio e não como ponto de parada.
Sete dos dez pardais que mais multam nas rodovias federais do RS estão na BR-101
Está localizado no quilômetro 23,7 da BR-101, em Três Cachoeiras, o controlador de velocidade que mais registrou multas nas rodovias federais gaúchas desde que foi instalado. Foram aplicadas até agora 69.725 infrações de julho de 2012 a dezembro de 2014. Ele tem velocidade permitida de 80 km/h. Aliás, dos dez pardais que mais multam, sete deles estão instalados na BR-101.
Os outros três estão localizados na BR-386, em Nova Santa Rita. Os dados são do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Porém, o pardal que mais contabiliza infrações por mês é outro. Fica na mesma rodovia, distante 23 quilômetros. É o controlador instalado na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, no município de Torres. Ele só foi colocado no local em julho de 2014 e já registrou 57.309 multas, o que dá uma média de 11.461 advertências por mês. Outro dado que contribui para este número. A velocidade permitida no quilômetro 0,3 da BR-101 gaúcha é de 60 km/h e o motorista que vem do lado catarinense se depara com uma mudança grande de velocidade, já que poucos metros antes a velocidade permitida é de 100 km/h.
Os 261 equipamentos começaram a ser instalados no Rio Grande do Sul em abril de 2011. Os primeiros começaram a multar pouco mais de um ano depois. Eles monitoram 281 faixas de tráfego. A vencedora da licitação de instalação foi a empresa Kopp Tecnologia. O contrato tem vigência até dezembro de 2015. Uma possível prorrogação está sendo avaliada.
Como está previsto no edital, um estudo foi feito pela Kopp para apontar os locais onde os controladores serão instalados. De acordo com o Dnit, este levantamento não foi determinante e os pontos de colocação dos equipamentos tiveram como base um estudo da Polícia Rodoviária Federal.
Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, o número de acidentes e mortes diminuíram na BR-101 no período. Em 2012, quando os 12 equipamentos começaram a entrar em operação, foram registrados 389 acidentes, chegou a aumentar para 399 em 2013, mas caiu para 371 em 2014. O número de mortes era de 29 em 2012. Diminuiu para 20 em 2013. E caiu para 14 no ano passado.
Já na BR-386, que tem 22 controladores de velocidade instalados, o número de acidentes subiu. Foram registrados 1709 ocorrências em 2012 e chegou a 1917 em 2014. Porém, a quantidade de mortes caiu. De 89 para 78.
Há também os que menos multaram. Quatro deles não registraram uma infração sequer. Dois pardais estão instalados no quilômetro 558, da BR-158, em Santana do Livramento, próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Outros dois estão na BR-116, em São Marcos. Já estes controladores estão muito visíveis e em um trecho com pouco movimento, segundo a PRF.
Um estudo realizado entre o Dnit e a PRF está avaliando a possibilidade de aumentar a velocidade em determinadas rodovias. Em novembro do ano passado, técnicos dos dois departamentos identificaram as primeiras quatro rodovias que poderiam sofrer alteração no limite de velocidade: BR-158, BR-285 e BR-290.
Todas têm previsão de ter limite máximo permitido de 110km/h. A exceção é a BR-472, que a sugestão é aumentar para 100 km/h.
Porém, nada foi modificado ainda e, segundo o Dnit, não há previsão de quando isso irá ocorrer nestas. Menos chance ainda têm as demais rodovias que não foram incluídas neste primeiro grupo.
Pardal faturador (mais multaram desde que foram instalados):
01º) BR-101, km 023,7 – 80km/h – Três Cachoeiras = 69.725 infrações
02º) BR-386, km 439,2 – 60km/h – Nova Santa Rita = 66.048 infrações
03º) BR-101, km 086,5 – 80km/h – Osório = 64.878 infrações
04º) BR-386, km 428,7 – 80km/h – Nova Santa Rita = 60.591 infrações
05º) BR-101, km 000,3 – 60km/h – Torres = 57.309 infrações
06º) BR-386, km 439,2 – 60km/h – Nova Santa Rita = 50.123 infrações
07º) BR-101, km 085,7 – 80km/h – Osório = 42.769 infrações
08º) BR-101, km 023,6 – 80km/h – Três Cachoeiras = 29.672 infrações
09º) BR-101, km 005,9 – 80km/h – Torres = 19.525 infrações
10º) BR-101, km 062,6 – 100km/h – Maquiné = 18.035 infrações
Pardal faturador (mais multam por mês):
01º) BR-101, km 000,3 – Torres = 11.461 infrações por mês
02º) BR-101, km 023,7 – Três Cachoeiras = 4.980 infrações por mês
03º) BR-101, km 086,5 – Osório = 4.634 infrações por mês
04º) BR-101, km 085,7 – Osório = 3.054 infrações por mês
05º) BR-386, km 439,2 – Nova Santa Rita = 2.277 infrações por mês
06º) BR-101, km 023,6 – Três Cachoeiras = 2.119 infrações por mês
07º) BR-386, km 428,7 – Nova Santa Rita = 2.089 infrações por mês
08º) BR-386, km 439,1 – Nova Santa Rita = 1.728 infrações por mês
09º) BR-101, km 005,9 – Torres = 1.501 infrações por mês
10º) BR-101, km 062,6 – Maquiné = 1.387 infrações por mês
Pardal decorador (menos multaram desde que foram instalados):
01º) BR-116, km 114,9 – São Marcos = 0 infrações
01º) BR-116, km 115,0 – São Marcos = 0 infrações
01º) BR-158, km 558,1 – Santana do Livramento = 0 infrações
01º) BR-158, km 558,5 – Santana do Livramento = 0 infrações
05º) BR-116, km 115,7 – São Marcos = 1 infração. Fonte Zero Hora
Saiba mais:
Definidas primeiras rodovias federais que terão aumento no limite de velocidade no RS
Limite de velocidade será revisto nas rodovias federais do RS
Rodovias federais gaúchas têm 68% dos controladores de velocidade previstos em funcionamento
700 agroindústrias com inspeção de SCpodem atuar no país
Santa Catarina tem aproximadamente 700 empresas do setor agropecuário que atuam com o selo do Sistema de Inspeção Sanitária Estadual (SIE) e que, em breve, poderão comercializar seus produtos em todo o país. Essa foi uma das medidas do Plano de Defesa Agropecuária 2016/2020 (PDA) anunciado ontem pela presidente Dilma Rousseff e pela ministra da Agricultura e Pecuária, Kátia Abreu. Na avaliação do secretário de Estado da Agricultura, Moacir Sopelsa, essa decisão é um grande avanço e representará um ganho de mercado para as pequenas e médias agroindústrias familiares de SC. Hoje, quem tem o selo de inspeção estadual pode vender os produtos somente no respectivo Estado. A mudança vai permitir que essas empresas migrem para o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI) caso atendam as normas exigidas. Outra novidade do plano que agradou o setor foi a permissão do uso de medicamentos genéricos para tratar animais. O diretor do Sindicarnes SC, Ricardo Gouvêa, disse que o plano moderniza sistemas para o controle de doenças como aftosa e outras.
SERGIO DA COSTA RAMOS
Vida dura
Passamos dos 200 milhões de brasileiros – e todos merecem emprego, casa, comida, roupa lavada, estacionamento e aumento de salário acima da inflação.
Fosse assim, a vida seria um sonho. O mundo está ficando assim, super-habitado, por conta de uma demografia assustadora: já somos quase 8 bilhões de bocas para alimentar. Antes, o bicho-homem era muito mais apegado à sua terra e, pelo menos, não se atirava à louca diáspora que leva africanos para a Noruega, na vizinhança do Polo Norte; suecos para a Praia da Armação, no sul da Ilha de Santa Catarina, e americanos para a Lagoa da Conceição. Será que integram a rede de espionagem do presidente Obama?
Ter uma Pátria é compartilhar com os comuns o patrimônio da mesma cultura. É se consolar com o fato de que as gerações vão passando, mas as tradições caminham junto, sem repelir uma certa adaptação.
O ideal seria se os nossos pescadores não deixassem de fiar e de lançar as suas tarrafas, nossas rendeiras não abandonassem as rendas de bilro e as tramoias de bom crivo. E que convivessem em paz com os filhos da web, a grande rede global.
Por que se aventuram os brasileiros continentes afora nesta desesperada diáspora ao redor do mundo? Há países de maior apelo econômico, é certo, como o Japão – ilhas inóspitas, de tantos terremotos. Mas quem são os primeiros a ser demitidos durante as recessões da economia japonesa? Os imigrantes, é claro. E, dentre estes, os decasséguis brasileiros.
O melhor lugar para se estar numa crise global –aprendem penosamente os brasileiros – é no Brasil. O que teria provocado esta fratura na confiança do brasileiro – de crescer e tentar a vida no seu próprio país?
Infelizmente foram aqueles outros brasileiros com “responsabilidades públicas”, aqueles que recebem “procurações” populares, na forma de votos – e vivem de trair os que lhes outorgaram essa representação.
Não haverá maior homenagem à Pátria do que transformar certas vergonhas em edificantes orgulhos.
Indústria tem 13º recuo mensal seguido
No primeiro trimestre do ano, queda chegou a 5,9%, o pior desempenho desde 2009, época da crise financeira global
Aqueda de 3,5% na produção industrial em março ante igual mês do ano passado selou um recorde a não ser comemorado. O resultado completou sequência de 13 recuos mensais consecutivos, movimento inédito na série iniciada em janeiro de 2003 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Antes disso, o maior conjunto de quedas havia ocorrido entre novembro de 2008 e outubro de 2009, com 12 retrações.
– Os resultados negativos observados naquele período eram de magnitude superior – ponderou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
A sequência de 13 quedas é acompanhada pelas categorias de bens de capital (máquinas para fazer máquinas), bens de consumo duráveis (como carros e eletrodomésticos) e bens intermediários (insumos para fazer produtos). Nos bens de consumo semi e não duráveis (vestuário e alimentos, por exemplo), os resultados negativos começaram há cinco meses nesse tipo de comparação.
No primeiro trimestre do ano, em relação a igual período de 2014, houve recuou de 5,9% na produção industrial, o maior nesta comparação desde o terceiro trimestre de 2009 (-8,1%). Segundo Macedo, as razões de agora são diferentes das de 2009, quando o quadro estava relacionado à crise financeira internacional.
Entre as dificuldades enfrentadas internamente, Macedo cita a menor disponibilidade de crédito, que acaba afetando o consumo das famílias, a alta taxa de juro, o menor crescimento da renda e a baixa confiança de empresários e consumidores.
ARTIGO
Obrigação sindical, por Rogério Peninha Mendonça
Em 1942, antes mesmo da edição da Consolidação das Leis do Trabalho, foi estabelecido um novo imposto para o trabalhador. De caráter nitidamente intervencionista, o imposto sindical, instituído pelo então presidente Getúlio Vargas, corresponde a um dia de trabalho e é devido por todos os trabalhadores, independentemente de filiação a sindicato.
O Brasil passou por várias transformações desde a ditadura de Vargas – três Constituições e até mesmo uma outra ditadura se sucederam. Em 1988, uma pretensa liberdade sindical foi instituída. Nada, porém, foi capaz de extirpar da vida do trabalhador brasileiro a contribuição sindical obrigatória, como atualmente se denomina o mesmo imposto sindical criado por Getúlio Vargas.
Até hoje, um dia de trabalho é descontado do trabalhador todos os anos, valor que é entregue ao sindicato, independentemente de filiação ou de qualquer atuação em favor da categoria. Trabalhadores autônomos, profissionais liberais e empregadores também são obrigados ao pagamento anual, em valores livremente estipulados pelas confederações nacionais, uma vez que o texto defasado da CLT ainda se refere ao “maior valor de referência”, indexador extinto há décadas.
É preciso que o Congresso Nacional volte os olhos para essa questão, que prejudica milhões de brasileiros, mas também é extremamente danoso para o movimento sindical, composto por milhares de entidades fracas, acomodadas e sem representatividade. A contribuição sindical representa o que há de mais atrasado no Brasil. Não importa se a atuação é boa ou ruim, o sindicato tem o monopólio da representação e a garantia de arrecadação.
É preciso que o Parlamento se debruce sobre essa matéria com urgência e cuidado, a fim de discutir e construir, sem ideologias e sem paixões, uma nova face para o movimento sindical brasileiro. É necessário elaborar uma nova forma de organização, com uma liberdade sindical real, e não a fictícia, prevista no contraditório artigo 8º da Constituição Federal.
*Deputado federal (PMDB-SC)I
Inovação
Alunos criam carro que roda 150 km com um litro de gasolina
Um grupo de 10 estudantes do curso de Engenharia de Produção da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em São Bento do Sul está montando um veículo que consiga rodar 150 quilômetros com somente um litro de gasolina.
O veículo participará da 12a edição da Maratona da Eficiência Energética, que será organizada de 27 de julho a 2 de agosto, no Kartódromo Ayrton Senna, em São Paulo. Será a terceira vez que a equipe Veículo de Eficiência Energética (Veec), da Udesc Planalto Norte, disputará a competição, que premia veículos capazes de rodar o maior número possível de quilômetros com menos combustível.
Em 2013, o protótipo conseguiu rodar 97 quilômetros com um litro de combustível e, em 2014, alcançou 121 quilômetros, obtendo o 16o lugar entre os 38 participantes na categoria Gasolina.
Para alcançar a meta de 150 quilômetros, os acadêmicos estão realizando mudanças na transmissão, no chassi e nos pneus, além de fazer seguidos testes para aumentar o rendimento. De acordo com a aluna Maiara Bueno de Lacerda Spitzner, que conduzirá o triciclo pela segunda vez, 80% do novo protótipo já está montado. Ele pesa em torno de 23 quilos e será transportado para São Paulo em um veículo adaptado.
Grupo busca apoio financeiro para o projeto
Segundo o professor Ernesto Garbe, que coordena o projeto ao lado do professor Altair Carlos da Cruz, há um acentuado otimismo por parte dos estudantes em atingir a meta de 150 quilômetros por um litro de combustível.
O professor admitiu, porém, dificuldades na montagem do veiculo por falta de patrocínio.
– Até agora, quatro empresas mostraram interesse em ajudar e esperamos que elas confirmem essa ajuda – observou.
Quem quiser apoiar a equipe pode entrar em contato pelos telefones (47) 9986-0113 (Felipe) e (47) 9605-2203 (Maiara), pelo e-mail veecceplan@hotmail.com e pela página do Facebook.
Meio ambiente
Gases do efeito estufa alcançam novo recorde
Cientistas do governo dos Estados Unidos indicaram ontem que as concentrações globais de dióxido de carbono atingiram um recorde de média global de 400 partes por milhão em março.
Em grandes quantidades, o dióxido de carbono é um poderoso e perigoso gás de efeito estufa, produto das atividades humanas, entre as quais a combustão de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, e o desmatamento.
“Pela primeira vez desde que medimos a concentração de dióxido de carbono na atmosfera global, a concentração mensal deste gás de efeito estufa ultrapassou 400 partes por milhão (ppm), em março de 2015”, informou a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) .
Em abril de 2014, as concentrações mensais de CO2 na atmosfera ultrapassaram 400 partes por milhão (ppm), mas apenas no hemisfério norte seu nível mais alto nos últimos 800 mil anos, ressaltou a NOAA.
Dióxido de carbono excedeu barreira
Os cientistas anunciaram que o dióxido de carbono excedeu a barreira de 400 ppm (número de moléculas de gás por milhão de moléculas de ar seco) pela primeira vez no Ártico em 2012.
– Alcançar uma média de 400 partes por milhão em todo o mundo era apenas uma questão de tempo. Ter alcançado os 400 ppm é um marco significativo – disse o cientista Pieter Tans, que lidera a rede global sobre os gases de efeito estufa (Global Greenhouse Gas Reference Network).
Tans indicou que as quantidades de C02 aumentaram em mais de 120 ppm desde a era pré-industrial.
– Metade deste aumento foi produzido desde 1980 – disse Tans.
Os cientistas asseguram que o aumento de CO2 por milhão produz, entre outras coisas, o aumento das temperaturas na Terra e uma desordem climática.
MOACIR PEREIRA
Crise no Sul é política
O agravamento da insegurança em Criciúma está relacionado com os descompassos entre o governador e seu vice. E pelas divergências entre o PMDB e o PSD. Desde novembro, as lideranças do Sul pedem medidas para conter a insegurança. E só hoje começa um mutirão policial.
Nos bastidores, o descontentamento do PMDB com o governo é visível. Eduardo Moreira decidiu antecipar seu retorno de Nova York. Chega depois de amanhã ao Estado. Alega cuidados com sua mãe, que sofreu fratura, mas a questão política também influiu. O recado de Colombo, criticando o secretário regional João Fabris, afilhado de Moreira, não foi assimilado.
O novo comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, coronel Evandro de Andrade Fraga, iria assumir o cargo no dia 26 de maio. Naquela data, o governador será Eduardo Moreira. Colombo estará na Europa. O ato de transmissão será hoje, às 10h, no Parque das Nações, em Criciúma. Sem Eduardo Moreira.
Os recados que o PMDB vêm dando na Assembleia são claros. A medida provisória dos ACTs foi rejeitada. O projeto de fusão da Agesc com a Agesan faz água. O deputado peemedebista Manoel Motta está sendo boicotado pelo Deinfra. As obras no Sul seguem lentas ou estão paradas.
O PMDB não quer romper porque detém 50% dos cargos do governo. Mas nas bases há flagrante insatisfação. Que começa no Sul e termina no Oeste.
Para tudo
Durante audiência pública no Senado, o secretário nacional da Aviação Civil, Elizeu Padilha, confirmou que o aeroporto de Florianópolis será privatizado. Está no regime de concessão a ser lançado nos próximos dias. E adiantou que a Infraero tem ordens para não prosseguir as obras já contratadas. Está sendo feito um inventário do que foi executado. Quer dizer: mais alguns anos sem o novo terminal e a nova pista.
Licitação
O sr. Elizeu Padilha anunciou para o dia 10 de maio o lançamento de licitação do aeroporto de Navegantes. Para ampliação da pista, falta a desapropriação de uma área. A licitação da nova pista e do novo terminal será feita pelo Banco do Brasil pelo Regime Diferenciado de Contratação (RDC).
Concessão
O prazo de concessão da Celesc Distribuição termina no dia 7 de julho. Da Celesc e de outras 40 empresas distribuidoras de energia. Sua diretoria aponta quatro itens favoráveis: qualidade técnica, investimentos, atividade comercial e sustentabilidade econômica. Na avaliação da Aneel, a Celesc é 20% melhor do que a média nacional.