As chamadas áreas de escape, planejadas para forçar a desaceleração de veículos desgovernados em trechos de descida acentuada nas rodovias, estão praticamente descartadas como medida de segurança a ser implantada na Serra Dona Francisca (SC-418), em Joinville, no Norte do Estado.
O recurso, que já existe na BR-376, no Paraná, passou a ser avaliado como uma possibilidade para a serra após o acidente com um ônibus de turismo que deixou 51 mortos no dia 14 de março. Mas a instalação de um ou mais equipamentos semelhantes no trecho onde ocorreu a tragédia é considerada inviável pelo engenheiro Adalberto de Souza, responsável pela gerência de obras e transporte do Departamento de Infraestrutura (Deinfra) do Estado.
Por meio da assessoria de comunicação do órgão, o profissional apontou que as curvas da rodovia têm ângulos de 90 graus e, portanto, são muito estreitas para a implantação do equipamento. A BR-376, observou o engenheiro, é mais larga, tem até três pistas e por isso suporta a estrutura – trata-se de uma área de recuo construída paralelamente à pista, preenchida por bolinhas de argila expandida, com profundidade inicial de 15 centímetros e final de 1,2 metro (os veículos desgovernados, normalmente caminhões sem freios, acabam parando forçadamente após serem desviados para o recuo, sem maiores danos).
Reunião debate alternativas
Medida mais compatível com o trecho, avalia a gerência de obras e transporte, seria a instalação de muros de aço e concreto nas curvas para impedir que veículos pesados despencassem nas ribanceiras, a exemplo do que ocorreu com o ônibus de turismo.
Uma reunião entre deputados estaduais com o presidente do Deinfra, Wanderley Agostini, para estudar alternativas para o trecho, deve ocorrer nos próximos dias.
Fonte: Roelton Maciel – A Notícia
Sobreviventes
– Na manhã de ontem, mais uma vítima do acidente na Serra Dona Francisca foi transferida de Joinville para União da Vitória-PR. A jovem Elis Cristina Mazur, de 20 anos, estava internada com politraumatismo no Hospital Dona Helena e foi levada para outra unidade de saúde na cidade de onde partiu a excursão que se encerrou em Joinville no dia 14.
– Com a transferência de Elis, apenas um paciente continua internado no município após a tragédia do dia 14 de março. Arthur Vieira Telles de Abreu, de um ano e nove meses, está em um quarto de internação do Hospital Infantil de Joinville, com quadro de saúde estável. Ainda não há previsão de alta.
Projeto de sinalização sai hoje
O superintendente do Deinfra na região Norte, Ademir Machado, visita hoje Florianópolis em busca de projeto que prevê a revitalização das sinalizações vertical e horizontal no trecho da Serra Dona Francisca. É prevista a instalação de tachões (olhos de gato) e tachinhas (tartarugas) no percurso, além de novas placas e pintura. A partir do projeto, observa o superintendente, o Deinfra poderá estimar prazos.
Trabalhos de roçada já têm sido feitos e serão contínuos ao longo da rodovia. A troca de lâmpadas, diz Ademir Machado, será providenciada neste mês. Árvores no trecho ainda vão receber poda para não obstruírem a iluminação. Outras frentes também são avaliadas para dar mais segurança aos motoristas, entre elas, o alargamento da pista no trecho próximo ao posto da Polícia Rodoviária Estadual.
Instalação de torre de celular na Serra
Segundo o representante do Deinfra, o alargamento permitiria que caminhoneiros parassem para verificar a situação dos pneus e dos freios antes da descida da serra (há motoristas que já fazem o procedimento).
– Em princípio, nos parece uma medida viável e que não seria cara – avalia Machado.
Até mesmo a instalação de uma torre de celular pode ser recomendada pelo órgão do Estado futuramente. Apenas uma empresa de telefonia tem sinal na região, o que pode dificultar os pedidos de socorro. Quanto às áreas de escape, Ademir Machado reconhece a dificuldade:
– Realmente, isto requer um estudo de engenharia. De repente, não se pode fazer fugas, mas há outras medidas a serem adotadas. Isto é a engenharia quem vai dizer. Vamos ampliar a discussão.
“Realmente, isto requer um estudo de engenharia. De repente, não se pode fazer fugas, mas há outras medidas a serem adotadas. Isto é a engenharia quem vai dizer. Vamos ampliar a discussão”. Ademir Machado, Superintendente do Deinfra na região Norte
Ainda à espera do restauro
Foi assinada na manhã de ontem a ordem de serviço para que a empresa Empa S.A Serviços de Engenharia, que pertence ao grupo português Teixeira Duarte, dê continuidade às obras emergenciais da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. A assinatura ocorreu no escritório do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) localizado na cabeceira da Hercílio Luz, no lado da Ilha. Os trabalhos da etapa “Ponte Segura”, referente à estrutura de sustentação inferior, recomeçaram ontem e têm prazo de entrega é de 180 dias.
Resolvido o problema imediato, as atenções se voltam agora para a restauração completa do cartão postal. A American Bridge, companhia dos EUA que construiu a ponte na década de 1920, continua negociando com o governo do Estado e, conforme a assessoria do governador Raimundo Colombo, deve fazer uma visita técnica à Capital nos próximos dias.
O Executivo estadual esperava que engenheiros americanos vistoriassem a Hercílio Luz ainda em março, o que não ocorreu. Questionada sobre o atraso, a assessoria do governo apenas reiterou que a visita será marcada até o fim de abril e que, por enquanto, não há plano B caso a companhia americana desista de tocar o projeto.
Já a American Bridge respondeu à reportagem, via e-mail, que todas as perguntas relacionadas ao assunto devem ser encaminhadas à equipe da administração catarinense.
O governo está cauteloso no trato com a empresa dos EUA, uma vez que um acordo pode resultar em novos problemas judiciais. Isso porque a intenção do governador Colombo é que a contratação seja feita com dispensa de licitação. A Procuradoria Geral do Estado e a Secretaria da Casa Civil tentam articular a dispensa com instituições de fiscalização e controle, como Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado.
Em 180 dias será executada a obra emergencial com finalização das quatro torres de sustentação que estão na parte inferior do vão central da ponte
Seguem contratempos judiciais
A expectativa das autoridades é de que não haja contratempo na execução do prazo. Mas a reforma na ponte segue envolvida em disputas judiciais entre o governo estadual e o Consórcio Florianópolis Monumento, liderado pela construtora Espaço Aberto, que teve o contrato rescindido em agosto de 2014 por conta de não cumprimento do cronograma.
No fim de março, a Justiça acatou recurso do consórcio e determinou a realização de uma perícia nos trabalhos executados pelas empresas para definição de eventuais valores e pagamentos pendentes, sem exigir paralisação dos trabalhos. Mas em dezembro de 2014, a obra foi interditada e depois liberada.
Empresa finalizará quatro torres
A Empa será responsável por finalizar as quatro torres de sustentação que se localizam na parte inferior do vão central, mas não executará a restauração da ponte em si.
O serviço emergencial, em área aquática, demandará a utilização de mergulhadores, balsas e guindastes, que estão sendo providenciados pela empresa. O valor contratual desta parte da obra é de R$ 10 milhões.
Segundo o fiscal das obras da ponte pelo Deinfra, o engenheiro Wenceslau Diotallevy, a Empa seguirá o projeto inicial e deverá concluir cerca de 70% do trabalho restante que ficou pendente.
Atualmente apenas uma das torres de sustentação está pronta.
Fonte: Diorgenes Pandini – Diário Catarinense
Criadores catarinenses miram novos mercados
A carne suína catarinense vai ganhar mais um selo de qualidade que ajudará na ampliação de mercados no Exterior, como a Coréia do Sul e países da União Europeia. No dia 28 de maio, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul (RS) serão os únicos Estados brasileiros que devem receber o Certificado de Zona Livre de Peste Suína Clássica, em assembleia da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Paris.
A aprovação foi recomendada pelo conselho científico da entidade. É a primeira vez que a OIE concede esse certificado e SC estará entre os pioneiros do mundo nesse quesito. O Estado erradicou a doença desde 1991.
– Desde 2009, estamos tomando as medidas exigidas como a sorologia dos animais e o sistema de vigilância sanitária – afirmou o secretário adjunto de Estado da Agricultura, Airton Spies.
A documentação comprovando a inexistência da doença foi encaminhada no ano passado e aprovada em fevereiro deste ano.
Investimento em sanidade
A tendência é que os países importadores comecem a exigir a partir de agora o certificado, situação que pode ampliar a fatia de SC em mercados do Exterior.
Além disso, a previsão é de que o novo certificado também dê condição de acessar outros países, como a Coréia do Sul, que importa 400 mil toneladas por ano.
O presidente da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc), Enori Barbieri, espera que até o final do ano a carne suína catarinense possa ingressar no país asiático.
Para conquistar esses selos de qualidade, Spies revela que o Estado investe cerca de R$ 200 milhões em sanidade por ano. Entre as ações, estão 67 barreiras de fiscalização nas divisas com Paraná e RS e na fronteira com a Argentina.
Causada pelo vírus RNA, a peste suína é contagiosa e pode ser fatal para os animais.
Em 2007, SC conseguiu o Certificado de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação, condição que, na América do Sul, somente o Chile e a Patagônia, na Argentina, possuem. O resultado deste certificado possibilitou que o Estado recuperasse a liderança nas exportações e conquistasse mercados exigentes, como o Japão e os EUA.
Fonte: Darci Debona- Diário Catarinense
Protesto contra projeto de lei acaba em confronto em Brasília
Manifestantes contrários ao projeto que trata da regulamentação da terceirização no país entraram ontem em confronto com a Polícia Legislativa em Brasília. Um grupo tentou invadir a Câmara dos Deputados, que pretende votar hoje texto sobre o assunto.
O ato deixou oito feridos e pelo menos quatro detidos. Foram atingidos na confusão dois deputados – Vicentinho (PT-SP), por spray de pimenta, e Lincoln Portela (PR-MG), que levou soco na boca e pontapés –, três manifestantes, dois policiais e um visitante. Também houve protestos em outras 10 cidades.
Centrais sindicais são contra a proposição
O projeto enfrenta resistência de centrais sindicais e tem apoio de setores empresariais. O texto em questão estabelece alterações na forma como empresas contratam outras empresas para ter mão de obra, a chamada terceirização. Atualmente, só é permitido a uma empresa terceirizar os serviços de atividade-meio, como higiene e limpeza, segurança, contabilidade, telefonia e informática.
Pelo projeto, a maior mudança é a permissão da terceirização dos serviços da atividade-fim. Por exemplo: uma montadora, pelas regras atuais, não pode terceirizar a contratação de metalúrgicos, assim como um banco não pode terceirizar os bancários, uma universidade privada não pode terceirizar os professores e uma empresa de ônibus não pode terceirizar os serviços de motoristas.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) disse que o projeto poderá resultar no aumento de 3 milhões de empregos no país. Entre os contrários à proposta, há o temor de que companhias vão demitir funcionários para empresas terceirizadas contratarem por salários e benefícios menores. Presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas afirmou que a entidade pretende fazer uma greve geral na próxima semana caso o texto seja aprovado.
Fonte: Diário Catarinense
Ministério Público aprova força-tarefa
A Procuradoria-geral da República (PGR) confirmou ontem a criação de força-tarefa para aprofundar as investigações da Operação Zelotes ao esquema envolvendo o suposto suborno de integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A formação do grupo de trabalho foi aprovada pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal.
Três procuradores serão cedidos para atuar no caso. São eles: Raquel Branquinho e José Alfredo Silva, ambos do Distrito Federal, e Rodrigo Leite Prado, de Minas Gerais. O trio trabalhará sob a coordenação de Frederico Paiva, procurador responsável pelo caso.
O conselheiro do Carf Paulo Roberto Cortez, investigado pela Polícia Federal (PF) na Operação Zelotes, teria sido o primeiro a manifestar interesse em fazer acordo de delação premiada, informou o jornal O Globo. Durante depoimento na Superintendência da PF em Brasília, Cortez foi questionado se poderia dar mais detalhes sobre a organização criminosa que fraudava sentenças do Carf sobre valores tributários contestados em troca de benefícios de redução de pena.
Em entrevista à Agência RBS, Paiva havia afirmado que o Ministério Público Federal já analisa possíveis delações premiadas.
Também no depoimento à PF, Cortez dizia não receber propina para beneficiar clientes nas votações do Carf, mas contou que escrevia os votos do auditor José Ricardo Silva, apontado pela polícia como um dos mentores do esquema no conselho. No relatório das investigações, a polícia afirma que Cortez teria empresa com a sócia de José Ricardo, Adriana Ribeiro.
Conforme o Globo, Cortez teria entrado nas Justiças do Trabalho e Comum para receber honorários de José Ricardo – que teria sido o responsável pela sua indicação ao Carf pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). A entidade explicou, em nota, que indica os candidatos “independente da bandeira de seu segmento econômico” e reforçou que a escolha é de competência do Comitê de Seleção de Conselheiros, vinculado à Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda.
O Senado pode instalar CPI para investigar o esquema de pagamento de propina. Ontem, a oposição, com apoio de 32 senadores, apresentou pedido que que a CPI seja criada.
Sob apuração
– Deflagrada em meados de março, a Operação Zelotes, da Polícia Federal, apura esquema de fraude no Carf de oferecimento de “facilidades”, como anulação de multas e vitória em processos, para grandes empresas
– Entre as investigadas estariam companhias de grande porte como Ford, Santander, Petrobras e TIM, além de empresas gaúchas como Grupo RBS, Gerdau, Marcopolo, Évora e Mundial. A maioria das empresas que consta na lista não se manifestou ou disse não ter conhecimento de problemas.
– Em nota, o Grupo RBS informou que “desconhece a investigação e nega qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal”.
Fonte: Diário Catarinense
Catarinense assume o conselho da Usiminas
Numa articulação inédita de acionistas minoritários no Brasil, o advogado catarinense Marcelo Gasparino assumiu a presidência do conselho de administração da Usiminas, maior indústria de aços planos da América Latina que fatura R$ 16 bilhões por ano. Ele representa o fundo Lpar, do bilionário gaúcho Lirio Parisotto, que também foi eleito conselheiro da companhia na disputada assembleia geral extraordinária de terça à noite. Parisotto foi apontado como o grande vencedor de um jogo de forças internacional que tem, de um lado, o Lpar e a japonesa Sankyu, subsidiária da Nippon Steel, e do outro, o banco brasileiro BTG Pactual e a italiana Ternium. Essas duas companhias estrangeiras são as maiores acionistas da Usiminas.
– Em termos de governança corporativa escrevemos uma das páginas da história do Brasil. É a primeira vez na história que um minoritário assume a presidência do conselho de uma companhia – comemorou Marcelo Gasparino.
Lirio Parisotto, que é dono da Videolar e da Innova, tem 4% do capital da Usiminas e continua sendo o maior acionista individual da catarinense Celesc apesar de ter vendido uma parte da sua participação. A disputa entre os acionistas da Usiminas ocorre há cerca de um ano. Para vencer o pleito de anteontem, Parisotto fez uma articulação nacional e internacional e conseguiu apoio de 53 acionistas. Desses, 38 vieram do exterior.
Um dos que votaram em Parisotto e Gasparino foi Daniel Epsten, representante do fundo INTL FC Stone, dos Estados Unidos.
– Com Gasparino à frente da empresa, acreditamos que o resultado pode ser melhor para os acionistas. Ele é o líder correto para a companhia – disse para a coluna Spsten.
Carreira – Atento à importância da governança corporativa, o advogado Marcelo Gasparino decidiu seguir a carreira de conselheiro de empresas. Foi representante do bilionário Lirio Parisotto na Celesc e, agora, está em cinco companhias: Usiminas, Eletropaulo, Bradespar, Eternit e Renuka do Brasil. Como foi eleito para o cargo mais importante da Usiminas, acredita que terá que abrir mão de alguma cadeira que ocupa.
Fonte: Estela Benetti – Diário Catarinense
Supersimples
Presidente da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, o deputado federal Jorginho Mello (PR/SC) foi eleito ontem para presidir a comissão especial que vai tratar do PLP 025/07, do qual faz parte o Projeto de Lei Complementar 448/14, o chamado Supersimples. Segundo ele, a meta é alinhar os trabalhos com o ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos para garantir agilidade para a aprovação do projeto que eleva o teto do faturamento da micro e pequenas empresas.
Fonte: Estela Benetti – Diário Catarinense
Empregos
Em breve, o Caged, do Ministério do Trabalho, deverá divulgar os números de empregos de março e o Estado pode continuar à frente apesar do ritmo menor, como ocorreu no primeiro bimestre deste ano. Enquanto em fevereiro de 2014 o Estado registrou acréscimo de 27.891 empregos, no mesmo mês deste ano foram 12.108 vagas. Em janeiro do ano passado SC abriu 18.317 novos. No mesmo mês deste ano, ficou em ficou em 14.637.
Entre os setores que começam a empregar mais estão os voltados ao comércio exterior.
Fonte: Estela Benetti – Diário Catarinense