O prejuízo financeiro causado pelos “cybercrimes” posiciona o tema como um ponto de atenção para as organizações. Para se ter ideia, o custo médio de remediar um ataque cibernético, incluindo tempo de inatividade de negócios, prejuízos às relações comerciais e custos operacionais, cresceu de US$ 761.106 (R$ 4 milhões) em 2020 para US$ 1,85 milhão (R$ 9,9 milhões) em 2021, de acordo com um estudo da empresa de segurança cibernética Sophos Ltd.
Diversos incidentes de grandes proporções marcaram os últimos anos – como a rede de lojas Renner, que sofreu um ataque que paralisou parte de seus sistemas, o e-commerce, lojas físicas e serviços de pagamento. A fabricante de aeronaves brasileiras Embraer também teve que lidar com um vazamento de dados após a invasão de seus sistemas. Braskem, Fundação Getúlio Vargas, Copel, Energisa, Eletrobras, entre outros, também passaram por situações semelhantes.
A taxa de sinistralidade do seguro cibernético alcançou 103% em 2020 e 97% em 2021 no Brasil, de acordo com os dados da Susep e no mundo o cenário também foi de crescimento. O impacto disso afeta o mercado de seguros, exigindo inteligência na gestão desses riscos.
“Esse contexto, acompanhado da crescente demanda por novas contratações de seguro cyber culminaram em uma falta de capacidade disponível no mercado de resseguros, pressionando os preços e impactando diretamente também nos prêmios praticados pelas seguradoras.”, explica Cristiano Oliveira, especialista da Zattar Seguros.
“Controles compensatórios no que diz respeito a gerenciamento de risco passaram a ser exigidos como forma de auxiliar os segurados na defesa e mitigação de ataques e reduzir a sinistralidade do produto”, completa.
Como o seguro cyber pode proteger sua empresa?
O seguro cyber deve ser visto como além da proteção financeira, um suporte operacional aliado a uma cultura de prevenção de perdas. Para entender melhor sua importância, é necessário saber sobre os riscos aos quais sua organização está exposta e como ela pode ser afetada.
Quando uma empresa é vítima de um ataque ransomware (sequestro de dados), por exemplo, ela pode ter problemas como a interrupção de seus negócios, custos com recuperação de dados e sistemas, pagamento de resgate, além de demandas como perícia forense, assistência jurídica e, inclusive, um gerenciamento de crise.
Situações de vazamento de dados também podem afetar a empresa com perda de clientes e danos à reputação, além de violar regulamentos como Regulamento Geral Sobre a Proteção de Dados (GDPR) e Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que implicam em custos de defesa, multas e indenizações.
Podendo variar de acordo com a apólice contratada, entre as principais coberturas do seguro cyber, podemos destacar:
– Responsabilidade civil por atos de violação;
– Violação de privacidade;
– Processos GDPR – Regulamento Geral de Proteção de Dados (UE 2016/679);
– Processos LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados;
– Processos regulatórios;
– Multas e sanções administrativas;
– Extorsão cibernética;
– Responsabilidade na mídia e internet;
– Lucros cessantes;
– Lucros cessantes por falha de sistema;
– Lucros cessantes por danos à reputação;
– Despesas de substituição de ativo digital;
– Custos de melhoria de hardware;
– Entre outros.