Este é um compromisso do Transporte Rodoviário de Cargas: garantir o abastecimento do Brasil, mesmo diante da situação caótica enfrentada em virtude da pandemia da Covid-19. Foi assim desde o começo e mesmo antes, em todas as crises, salvo durante a greve dos caminhoneiros autônomos, quando as empresas não tiveram escolha, se não manter seus caminhões parados para garantir a segurança de seus colaboradores.
Nós estamos preparados, dentro de cada Centro de Distribuição, para receber e entregar tudo o que for comprado por cada consumidor, seja ele Pessoa Física ou Jurídica. As transportadoras se adequaram às necessidades geradas pela Covid, às compras on-line, aos protocolos de segurança. Estamos prontos para garantir o abastecimento com total segurança a todas as partes, do colaborador ao consumidor.
E é por estarmos preparados, sobretudo no que tange aos protocolos de segurança, que não somos ameaça ao aumento exponencial nos casos de contaminação. Ao contrário: não se pode atribuir a responsabilidade total ao ambiente de trabalho como sendo nele unicamente que ocorrem as contaminações. Aliás, não se tem estatística comprovada e, com a adoção das medidas sanitárias, quando isto acontece, representa o menor percentual. Isto porque as empresas adotaram e mantiveram todos os protocolos de segurança para garantir a saúde e o bem-estar dos seus colaboradores.
É por isso que reforço fortemente a posição do Sistema Fetrancesc frente à possibilidade de lockdown de 14 dias em Santa Catarina. Parar as atividades ao longo do final de semana pode ser vista como uma medida responsável, já que é durante este período em que ocorrem, efetivamente, as aglomerações e contaminações.
Contudo, decretar o fechamento total das atividades por 14 dias consecutivos é ato irresponsável e vai gerar encerramento de atividades de empresas, desemprego, fome, miséria, além de comprometer o abastecimento, entre outras diversas situações deste efeito cascata.
Obviamente que o posicionamento do Sistema Fetrancesc também é solidário às mais de 250 mil vidas perdidas pela Covid-19 no Brasil e às mais de sete mil em Santa Catarina, bem como com a dor de seus familiares e amigos. Da mesma forma, esta manifestação não anula a gravidade da doença – aliás, ela é muito grave. No entanto, certamente não é responsabilidade majoritária do ambiente de trabalho, onde, repito, foram adotadas todas as medidas de contenção para não transmitir a doença.
*Ari Rabaiolli é diretor-presidente da Aceville Transportes e presidente da Fetrancesc, Transpocred e Conselho Regional do SEST SENAT/SC.