Blumenau, 12.01.04 – Pedágio. Este é o dilema da BR-470. O governo Paulo Afonso (PMDB) promoveu uma licitação internacional vencida por um consórcio de empresas representada pela Ecovale para duplicar 309 quilômetros e restaurar outros 1.366 da rodovia, num prazo de 24 anos, mediante à cobrança de pedágio. O contrato, combatido na Assembléia legislativa pela bancada petista, foi reavaliado pelo governo Esperidião Amin (PPB), que optou pela anulação, após a constatação de algumas irregularidades, passÃveis de serem solucionadas, de acordo com o engenheiro responsável pelo projeto Gabriel Ribeiro Vieira. “Nenhum polÃtico quer arcar com o ônus da cobrança do pedágio, mas ele é a única solução”, disse um ex-dirigente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que preferiu não se identificar. “Se o contrato fosse aceito, hoje já terÃamos duplicado o trecho entre Blumenau e Indaial, e os pontos crÃticos restaurados”, observa o coordenador da Secretaria de Desenvolvimento Regional no Vale do ItajaÃ, Paulo França (PMDB).
Após a anulação do contrato com a Ecovale, o governador Esperidião Amin passou praticamente o seu governo pleiteando recursos junto à esfera federal para a BR-470 e o único investimento feito foi a construção de uma terceira pista em alguns trechos, entre Blumenau e Indaial, que acabou se transformando em acostamento, hoje com alguns locais esburacados e outros tomados pelo mato. Amin deixou pronto um projeto de duplicação do mesmo trecho no valor de R$ 2 milhões, que consiste, além da duplicação da pista, na construção de marginais com duas pistas, viadutos e acessos às cidades, mas devolveu a estrada ao governo federal.
Já o projeto que seria executado pela Ecovale, ao longo de 24 anos, previa um investimento global de R$ 800 milhões para a duplicação de 309 km, restauração de 1.366 km, 18 km de contornos, construção de 38 pontes, 59 viadutos e 355 acessos diversos, além de uma infra-estrutura de socorro médico e mecânico, telefones de emergência e outros. “Perdermos a oportunidade de termos um corredor moderno que proporcionaria o desenvolvimento do fluxo turÃstico e econômico de nossa região”, disse Paulo França. Ele observa que o pedágio é a única solução, principalmente quando não existem verbas públicas, conforme anunciou, em novembro do ano passado em Blumenau, o coordenador-geral de construção do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), José Elias Miziara. Ele disse que a prioridade do governo federal é a BR-101.
“Parem de achar que a população rejeita o pedágio. Demagogia não, pedágio sim”, defendeu o empresário Anselmo de Oliveira, presidente do Sindicato de Hotéis Bares e Restaurantes de Blumenau (SIHORBS). As classes empresarial e polÃtica da região entendem que o desenvolvimento da região, com o crescimento do número de empregos, pagam por si só os pedágios. “O custo-benefÃcio seria muito grande”, completa França. Fonte: A NotÃcia
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