Criciúma/Tubarão, 1º.03.04 – Amanhã, acontece uma reunião na RBS TV de Criciúma que vai avaliar e definir as ações de mobilização para a duplicação da BR-101. A direção da Fetrancesc(Federação das Empresas de Transportes de Cargas de Santa Catarina) foi convidada e participa do evento.
Na sexta-feira, a abertura dos envelopes trouxe alÃvio para as autoridades da região Sul do estado, mas ninguém comemora. “Estamos satisfeitos com a abertura dos envelopes, mas continuamos com o pé atrás. Não vamos recuar na nossa mobilização” disse o deputado Manoel Motta. O presidente da Câmara de Vereadores de Criciúma tem a mesma opinião. Para Clovis Marcelino, a abertura dos envelopes não pode por um fim à mobilização. “Já comemoramos outras vezes e depois acabamos nos decepcionando.”
O presidente da Comissão Pró-duplicação e vereador em Tubarão, Ronério Cardoso Manoel (PDT), lembrou que estão dando crédito ao governo, mas que as mobilizações para garantir que as obras comecem vai continuar. “Até que as máquinas estejam na BR-101 trabalhando com força total, as lideranças do Sul vão continuar fazendo pressão.”
Esperança
O caminhoneiro Antônio Carlos Soares, de 51 anos, torce para que a BR-101 tenha o trecho Sul duplicado o mais breve possÃvel. “A estrada está muito ruim, remendada, e como tem muito trânsito, a gente tem que manter uma certa velocidade para não fazer fila, e tudo isso provoca muito desgaste dos pneus”, relata Antônio. Só na semana passada, ele teve que gastar R$ 900 para trocar dois pneus, valor equivalente a três fretes entre a região de Florianópolis e o Sul do Estado. Acostumado a passar também pelo trecho Norte, Antônio espera ter a mesma tranquilidade para trafegar no restante da rodovia. “A diferença (entre os dois trechos) é da noite para o dia.”
Tristeza
Ir até a BR-101 no trecho não-duplicado é um tormento para a dona-de-casa Kleide Maria Pacheco. Ela perdeu o irmão Cleberson Pacheco, 21 anos, num acidente próximo a Capivari de Baixo há quatro anos. “Não gosto de passar por perto da BR. Só passo por ela em extrema necessidade,” contou ontem. O acidente com o rapaz aconteceu no dia 19 de janeiro de 2000. A irmã conta que ele iria noivar em abril. Segurando fotos de Cleberson, a sobrinha Juliana Pacheco lembra dos momentos que passou com ele. “Meu tio era uma pessoa alegre, brincalhona e muito querida. Numa semana antes dele morrer, fui passear com ele e nos divertimos bastante. Tenho muitas saudades.”
Fim das filas
Domingos Coelho, de 35 anos, trabalha há 15 transportando cargas ao longo da BR-101 e vê as filas que se formam na rodovia, especialmente nos fins de semana, como o principal problema do trecho não-duplicado. “Uma viagem de Imbituba a São José que a gente poderia fazer em duas horas, acaba levando quatro ou mais”, relata Coelho. Ele vê a duplicação da BR-101 Sul também como uma questão de segurança. “É uma necessidade não só para a gente, que trabalha na estrada, como para todos nós”, acredita Coelho.