Transportadoras amargam queda de 20% na movimentação de carga

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Transportadoras amargam queda de 20% na movimentação de carga

Porto Alegre, 29.07.03 – A inquietação que toma conta dos empresários da indústria, comércio e de outros setores produtivos do Brasil, não é diferente do transportador rodoviário de cargas. O momento recessivo que engessa a cadeia produtiva nacional tem reflexos nocivos para o setor que serve como parâmetro para medir o desempenho econômico do país. Há muito tempo convivendo com sérias dificuldades que caracterizam um mercado indisciplinado, agravado pelo roubo de cargas, estradas abandonadas, pedágios e encargos tributários desproporcionais aos benefícios, o cenário atual aparece como o mais dramático.

Depoimentos de associados do Setcergs revelam uma baixa de 20% nos negócios das empresas de transporte de cargas no primeiro semestre de 2003, em comparação com o mesmo período de 2002. “O volume de carga transportado está reduzido. Está tudo parado, inclusive, algumas empresas que tinham projetos para serem desenvolvidos, estão aguardando novas decisões do Governo Federal. Enquanto isso, não haverá novos investimentos e, por conseqüência, novos negócios para nós transportadores”, assinala Ademir Dalla Valle. O empresário não está muito otimista e exige providências políticas. “As empresas não enxergam um horizonte mais propício, já que para a economia crescer é preciso a diminuição da carga tributária e da taxa de juros”, aponta Dalla Valle.

“A dificuldade é geral”. A frase é do transportador Mirno Claudino Fuchs, revelando o contexto das empresas que atuam no mercado de carga fracionada (tecidos, artigos para lojas, supermercados, etc) e na de fertilizantes. “Na carga fracionada então não dá nem para pensar”, diz Fuchs, comparando que para o transporte de fertilizantes, que tem seu período de movimentação entre julho a novembro, a situação é um pouco mais animadora.

Nem a supersafra está salvando as empresas de transportes. “A frota está parada”, avisa José Roque Sangalli, que atua no transporte de soja, trigo, arroz, adubo, calcário, sementes e outros produtos assemelhados. “O Brasil precisa crescer e a safra recorde ainda não deu a sua contribuição. Parece contraditório colher uma supersafra e viver uma recessão econômica. Há 20 anos no transporte de cargas à granel, nunca me deparei com um momento tão crítico como agora”, revela o transportador. Para Nelson Tegon, que opera com carga fracionada, completa e geral, “pior do está não pode ficar”. E dispara sua queixa contra o governo: “Os juros elevados impedem os investimentos na indústria, o comércio não vende e nós transportadores temos que estacionar a nossa frota”, observa o empresário. (Fonte: Stcergs)

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