Cresce a vinculação do caminhoneiro às empresas

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Cresce a vinculação do caminhoneiro às empresas

São paulo, 13.12.05 – Muda o calendário a cada 365 dias, mas a situação do caminhoneiro autônomo muito pouco se altera. Sua inegável importância no contexto do transporte, não vem acompanhada de números animadores. Os reflexos da situação, causada essencialmente pelos baixos fretes, estão na alta idade média da frota.
Ainda assim – e como a esperança teima em rodar junto com o profissional do volante – quase a metade (42,3%) da frota brasileira de caminhões de estradas está em poder do caminhoneiro tradicional. Mas, se numericamente o caminhoneiro convencional predomina, o fato é que sua participação é declinante. O espaço está se fechando para o chamado autônomo independente (o TCA), aquele que não está agregado a um operador de transporte. No período 1992 a 2005 esse independente, que ainda representa a maior força entre os caminhoneiros, cresceu abaixo da média, com 37,2 por cento.
Quem parece ter um pouco mais de futuro é outro tipo de motorista, o caminhoneiro agregado, cuja participação é crescente nas estatísticas. O TCA vinculado à transportadora, por exemplo, cresceu 65% nos últimos 13 anos e o vinculado ao transportador de carga própria, 72%. Segundo o especialista em transporte rodoviário de carga, Ronaldo Augusto, diretor da Truk Consultoria, responsável pela pesquisa, duas interpretações podem ser dadas. “Em primeiro lugar, o autônomo independente não sobrevive com o frete que está recebendo e a sua capacidade individual de negociar frete melhor é muito pequena”, diz, para acrescentar. “Isso já foi comprovado nos levantamentos de dados das pesquisas Truk1 e Truk2, realizadas, respectivamente, em 1992 e em 2002”, diz ele. “O frete do autônomo independente é pouco mais da metade do frete recebido pelo autônomo vinculado”.

O poder do autônomo

Somando-se os caminhões em poder de autônomos, sejam vinculados ou não, são eles que operam a maior parte da frota de caminhões leves, médios, semipesados e pesados. Nos médios, a intensidade é maior – nada menos do que 70,3% dessa classe de veículos está em mãos do autônomo. A segunda classe de veículos que o autônomo mais opera é a de semipesados, com 54,2% do total. Nos caminhões pesados, ele detém 49,1% e, nos leves, os caminhoneiros ficam com 39,7 por cento.
As empresas transportadoras de cargas (ETC) são aquelas que detêm a maior fatia dos caminhões extrapesados (50,3%). As transportadoras de carga própria (TCP) são, depois dos autônomos (vinculados ou não) as que operam o maior volume da frota estradeira de caminhões leves (37,1%).
Para realizar a Pesquisa Truk-Frota 2005, a Truk Consultoria entrevistou, em 65 postos de consultas, espalhados por 15 estados, um total de 6.490 motoristas de caminhões. Para o levantamento foram mobilizados e treinados 120 pesquisadores com 16 supervisores de campo. De cada entrevista foi gerado um questionário. Entre os vários objetivos do trabalho, a identificação de propriedade da frota brasileira de caminhões rodoviários foi uma das principais. Isso foi motivado pelas profundas modificações no setor, nos últimos anos, como resultado de adaptações à nova ordem econômica nacional.
A frota brasileira de caminhões apurada em 2005 pela Truk Consultoria foi de 1.435.935 caminhões – além de 863.814 caminhões rodoviários, há outros 572.121 caminhões que operam nas zonas urbanas.

Fonte: Gazeta Mercantil

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