Fabet de Concórdia será base do conhecimento para a BR capacitar 10 mil motoristas

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Fabet de Concórdia será base do conhecimento para a BR capacitar 10 mil motoristas

São Paulo, 9.9.04 – O volante é o troféu de um herói sem valor. Ou: Antes, até sonhávamos. Hoje, sequer dormimos. Frases que mostram conformismo e baixa auto-estima de seu condutor são comuns nos pára-choques de caminhões. A autodesvalorização não deveria ocorrer quando se sabe que um motorista dirige um caminhão que chega a custar R$ 500 mil, é dotado de computadores de bordo e de um conforto que pode causar inveja a boa parte dos condutores de carros.
Uma das causas para o sentimento de inferioridade passa certamente pela falta de reconhecimento do profissional, uma causa que a BR Distribuidora está enfrentando com um dos maiores programas de capacitação de motoristas de caminhão que se tem conhecimento no País. A partir de setembro e por cinco meses consecutivos a BR Distribuidora estará mobilizando um corpo de 114 psicólogos para o chamado levantamento de demandas comportamentais de um público formado por 10 mil motoristas, empregados de 120 transportadoras que dirigem 7 mil caminhões e realizam um total de 6 mil embarques diários de combustíveis entre as bases e os clientes.
O programa denominado Salto de Qualidade dos Transportes BR, tem por objetivo, segundo a empresa, “conscientizar estes profissionais da relevância de sua profissão e da responsabilidade da marca Petrobras, bem como fornecer subsídios teóricos e práticos de segurança, meio ambiente e saúde, visando à redução dos acidentes nas estradas.” O projeto tem como palco 26 unidades do Sest/Senat – Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – vizinhas aos 22 terminais da BR em diversas regiões do Brasil.
Renato Vieira, assessor da diretoria da BR Distribuidora e coordenador do projeto, lembra que apenas um caminhão que um motorista dirige é maior que o patrimônio de 4,5 milhões de empregas do País. O programa, até ser colocado em prática, teve fases precedentes. A primeira foi reunir os 120 transportadores e expor a eles as intenções da BR Distribuidora. “Houve um consenso geral de que era preciso capacitar e valorizar o pessoal”, diz Vieira. A segunda parte foi convocar professores – engenheiros mecânicos, pedagogos, recrutados das mais diversificadas áreas de conhecimento. “Estes mestres formaram o que chamamos de tutores, um total de 114 psicólogos, que vão aplicar, por cinco meses, uma carga de 80 horas por motorista”, acentua o executivo da BR.
Serão cinco os encontros dos tutores com os motoristas – cada um de 16 horas, divididos em dois dias. “O primeiro contato será amistoso, de identificação, para reduzir barreiras. Já no segundo, começa o levantamento das demandas. Queremos saber como ele vive, sua relação familiar, para podermos fazer sua inserção no programa”, diz Renato Vieira.
A BR estabeleceu uma parceria com a Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte (Fabet) para ter a base do conhecimento do programa Salto de Qualidade. A Fabet, localizada em Concórdia (SC) é centro de excelência na formação de motoristas de caminhão. Ali foram formados os 114 instrutores que irão capacitar os motoristas. O programa, segundo a BR Distribuidora, conta ainda com o apoio da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e a supervisão da Universidade Corporativa da Petrobras. “A empresa tem compromisso com a integridade física dos profissionais que transportam seus produtos e daqueles que transitam nas rodovias, bem como com a preservação do meio ambiente”, observa, em comunicado, Fernando José Cunha, diretor de operações e logística da Petrobras Distribuidora.
O projeto prevê alterações nas relações contratuais entre a BR e as transportadoras – a base é o novo cenário rodoviário, especialmente em relação à segurança e meio ambiente. “Além de atuarmos no modelo contratual, estaremos focando nossos esforços na preparação dos condutores, pois eles são a principal interface entre a companhia e seus clientes”, diz Renato Vieira, para concluir. “O projeto é bastante ambicioso. Prevê que em cinco anos tenhamos formado motoristas no ensino médio, capacitando-o para prestar vestibular”.
Fonte.: Gazeta Mercantil

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