Federação propõe educação escolar

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Federação propõe educação escolar

Florianópolis, 11.7.07 – O problema dos acidentes e o elevado número de vítimas do trânsito não está no excesso de cargas transportadas ou na inexistência de balanças, mas na falta de educação do motorista.
Por isso, há a sugestão de que a educação no trânsito faça parte do currículo escolar para crianças do ensino fundamental e médio. A observação é de Pedro Lopes, presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas de Santa Catarina (Fetrancesc).
Lopes acredita que as campanhas educativas na mídia continuam a melhor forma de alertar a população sobre os riscos de acidentes no trânsito.
– Um dia essas campanhas darão o resultado esperado. Além desse esforço de educação, é necessário atuar com rigor na fiscalização. As bebidas alcoólicas são vendidas sem disciplina nas rodovias e mesmo nas áreas urbanas – opina.
– Não acho que adianta colocar mais balanças para controlar o peso, se o motorista paga a multa e vai embora. Sou favorável à retenção da carga em excesso – completa Lopes.

SC precisa de mais balanças

O presidente da Fetrancesc faz parte de uma comissão que avalia o funcionamento de mais balanças de carga nas rodovias do Estado. São 30 fixas para todo o país e 200 consideradas móveis para as rodovias brasileiras. Hoje, há em atividade no Estado as balanças localizadas em Itapema e Garuva. Existe promessa de que a balança de Araranguá volte à atividade em breve.
Lopes considera que Santa Catarina carece de pelo menos 10 balanças, sendo mais três para a BR-101, duas para a BR-470 e outras duas para a BR-116.
– Mas insisto: balança apenas não resolve. O motorista precisa ser tocado por campanhas e autuado quando infringe a lei, inclusive pelo excesso de velocidade. Formar o motorista de amanhã, desde os bancos escolares, é fundamental – diz Lopes.

Fórum aponta onde está o perigo

Valter Zanela Tani é coordenador do Fórum Catarinense para a Preservação da Vida no Trânsito, organização que durante a semana ajudou a organizar o 5º Seminário Catarinense pela Preservação da Vida no Trânsito da Grande Florianópolis. O evento, encerrado sexta-feira na Capital, teve como tema principal Educação, o alicerce para a redução dos acidentes de trânsito.
– Pretendemos dar um caráter científico à questão do trânsito, focando a importância da educação para diminuição de acidentes – observa Tani.
Tani considera que “se a questão fosse fácil de resolver, com tanta propaganda já se teria conseguido”.
– É um problema complexo que deve ser entendido também do ponto de vista científico, mas, claro, com respostas da lei como a questão da fiscalização nas rodovias – diz Tani.

Maioria das tragédias acontece aos sábados

Além de uma pesquisa sobre a influência de fatores climáticos em acidentes na BR-101, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer trabalhos sobre efeitos da fiscalização eletrônica nas rodovias estaduais e nas áreas urbanas.
Apesar de polêmica, a instalação dos pardais ajuda no controle da velocidade e na diminuição dos acidentes, entendem os especialistas.
Os participantes tiveram condições de discutir o envolvimento de motociclistas – dados de 2003 obtidos através das delegacias de polícia mostram que 84,41% tiveram o condutor como vítima. No caso dos automóveis, em 37,05% das ocorrências quem perdeu a vida foram os passageiros, e em 36%, os motoristas.
Alguns outros itens da Coordenação Estadual do Sistema Nacional de Estatísticas de Trânsito (Sinet) revelam que o horário com maior número de acidentes é das 17h às 18h, sendo o sábado o dia de maior ocorrência. A maior parte dos acidentes ocorre na área urbana, sendo mais comuns as colisões. Fonte: Diário Catarinense

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