Frete fica mais caro com alta do diesel

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Frete fica mais caro com alta do diesel

Joinville, 21.6.04 – Os preços dos fretes vão subir pelo menos 8% a partir das próxima semana em Santa Catarina. A previsão é do diretor da Federação das Transportadoras de Carga do Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Pedro Lopes. O motivo é o aumento do óleo diesel, anunciado nesta semana pela Petrobras, de 10,6%. O discurso de Lopes fecha com o das entidades nacionais que representam o segmento de transporte de cargas. A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC) também projeta aumento de 8% a 11%, a ser aplicado a partir de julho.
A exemplo do que aconteceu com a gasolina, o preço do diesel nas bombas ultrapassou as marcas projetadas pela Petrobras. Segundo as expectativas da estatal, o aumento de 10,6% nas refinarias resultaria num repasse de 5,5% em média nas bombas. Mas como o preço da bomba está liberado, a maioria dos postos reajustou o diesel acima desse percentual.
Segundo Lopes, não existe possibilidade de o aumento não ser repassado ou ser parcelado aos clientes. “Todo aumento que é aplicado em cima dos transportes deve ser repassado, porque alguém tem que pagar. Se isso não for feito, nossos preços ficam cada vez mais defasados. E o cliente que sofrer esse aumento também vai repassar aos seus produtos lá na ponta.”
O que ainda não está definido, para a maioria das transportadoras, é de quanto será o aumento nos fretes. A joinvilense Transville vai esperar alguns dias até que os preços se estabilizem antes de apresentar novas tabelas a seus clientes. O diretor administrativo Paulo Zendron disse que quando um aumento como o desta semana é anunciado, os fornecedores tendem a aplicar o preço máximo imediatamente. “Depois com a disputa, com a concorrência, os preços se acomodam e ficam num patamar mais realista. Por isso convém esperar”, argumenta. “Mas é inegável que haverá algum aumento, porque nós não temos como absorver. Ainda não conseguimos nem repassar o aumento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)”, lamenta.
O dirigente da federação avalia que o reajuste poderia ter sido menor. “Se a Petrobras fabrica 90% do que é consumido no Brasil, o aumento poderia ser aplicado apenas sobre o que nós não produzimos”, reclama Pedro Lopes. “Combustível representa 45% do custo do transporte no Brasil e não é possível represar mais esse aumento”.

Outros fatores

Outros fatores também estão influenciando na alta. O presidente da NTC, Geraldo Vianna, acrescenta que o dissídio dos trabalhadores foi de 7% a 8% no Brasil inteiro, que os preços dos pneus subiram 9% e que os veículos foram reajustados em 8%, em média. O que pode aliviar um pouco a pressão sobre o segmento é que, segundo Vianna, a demanda está aquecida, o que facilita o repasse dessas altas.
Ele ressalta que esses aumentos não deverão comprometer o desempenho do segmento no ano. O dirigente projeta um crescimento de até dois pontos percentuais acima do que o PIB nacional registrar. A entidade prevê um desempenho até 5% melhor que o do ano passado. (Martín Fernandez)

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Procura por petróleo vai crescer

Londres – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estima que a demanda mundial pelo petróleo irá crescer em mais 1,71 milhão de barris diários no terceiro trimestre, apesar do elevado preço, uma vez que a economia mundial continuará a crescer, liderada pela expansão da China. Segundo relatório mensal divulgado pela Opep em Viena, a China responderá por quase 40% da demanda adicional de petróleo para 2004 e precisará de mais 720 mil barris diários este ano, de um total de 1,9 milhão de crescimento da demanda global.
O cartel diz que a produção do grupo alcançará 26,76 milhões de barris diários no terceiro trimestre e crescerá novamente para 27 68 milhões de barris diários no quarto trimestre, um crescimento de 1,71 milhão de barris diários e de 2,63 milhões de barris diários, respectivamente.
O relatório diz que a virada no crescimento econômico global impulsionou de forma inesperado consumo de petróleo nos EUA, China e outros países “pegando todos de surpresa, incluindo a Opep”.
Como quase todos os analistas foram surpreendidos e correram para revisar para cima seus números, “isso criou uma defasagem temporal em toda a cadeia de oferta”, diz o relatório da Opep. A demanda de petróleo continuará a crescer quando o hemisfério norte entrar na alt a temporada de outono e inverno.
Na reunião do dia 3, a Opep prometeu elevar a produção – em duas fases – para 26 milhões de barris diários até 1 3/8 de julho, com o objetivo de reduzir a alta dos preços, alimentada pela instabilidade no Oriente Médio, situação apertada dos estoques nos EUA e aumento da demanda de gasolina. Desde então, os preços dos futuros de petróleo recuaram cerca de 12%.

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ICMS pode ser revisto

A alta nos preços dos combustíveis deve resultar em aumento de arrecadação para o Estado. Isso porque base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre gasolina e diesel será revista. Hoje, o valor sobre o qual incide o tributo está fixado em R$ 2,15 para gasolina, R$ 1,45 para o óleo diesel e R$ 1,42 para o álcool. A alíquota sobre a gasolina e o álcool é de 25%, e de 12% para o diesel.
A Secretaria da Fazenda vai publicar no dia 1º os novos valores. Segundo o gerente de fiscalização Hasty Pereira Junior, uma “ampla pesquisa” nas 15 gerências regionais será feita para apurar os novos preços. No ano passado, combustíveis e lubrificantes foram responsáveis por 23% da arrecadação de ICMS. Fonte: AN 18.6.04

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