Tubarão, 20.9.04 – Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que aumentou de 45 para 57 toneladas o limite de Peso Bruto Total (PBT) para veÃculos especiais, deve causar reflexos negativos no estado de conservação das rodoviais. Com a fiscalização deficiente por causa da falta de balanças, o excesso de peso pode danificar ainda mais o já precário trecho não-duplicado da BR-101.
A nova determinação está em vigor desde a última quarta-feira, quando foi publicada pelo Contran. A justificativa do órgão federal para alteração na resoluçãoé sustentada pelo argumento de que “a evolução tecnológica que permite combinações de veÃculos com maior Peso Bruto Total Combinado sem comprometimento da segurança e da infra-estrutura viária”.
Além de aumentar o limite de peso, o Contran dispensou a Autorização Especial de Trânsito (AET) que viabiliza veÃculos especiais para o transporte de cargas com o peso em questão.
PrejuÃzos na pavimentação dentro das cidades
As primeiras manifestações contrárias à decisão do Contran partiram da PolÃcia Rodoviária Federal (PRF), que mostrou-se indignada com o aumento do limite de carga.
– Os caminhões conjugados poderão se deslocar dentro das cidades e isso pode provocar sérios prejuÃzos nas estradas e rodovias – diz o inspetor chefe do núcleo de comunicação social da PRF, Luiz Graziano.
A BR-101 apresenta uma situação que pode se agravar com a nova resolução. No quilômetro 222, em Palhoça, a ponte sobre o Rio Cubatão está em obras e o limite de peso é de 45 toneladas. Em todo o trecho não-duplicado da BR-101 não há balanças. Os dois únicos equipamentos disponÃveis estão instalados em postos de Garuva e Itapema. Em Araranguá, a balança está desativada.
Os danos
De acordo com o engenheiro Edemar Martins, do Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transporte (Dnit), alguns estudos revelam que 10% de excesso de peso por eixo pode reduzir em até 50% a vida últil das rodovias, projetadas para durar um tempo médio de 10 anos.
Em situação constante de excesso de peso, a capa asfáltica é a primeira a sofrer as conseqüências, com o aparecimento de rachaduras e afundamento da pista nos chamados “trilhos”.
Com isso, há a penetração da água das chuvas, que se infiltra no asfalto e provoca um “inchaço” que logo se transforma em buracos.
Tais danos podem ocorrer atingir até a pré-mistura quente, também formada por asfalto, mas que por possuir 12 centÃmetros de profundidade preserva a brita graduada. Fonte:DC