Motoristas mudam perfil profissional para atender às exigências do mercado

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Motoristas mudam perfil profissional para atender às exigências do mercado

São Paulo, 25.7.05 – As exigências das empresas de transportes para a contratação de motoristas, as mudanças na legislação de trânsito e a dinâmica do mercado de trabalho têm requerido uma nova postura pessoal e profissional dos motoristas, no dia a dia da profissão, independente de serem condutores de caminhões, ônibus urbanos, de fretamento ou turismo, táxis, ou como motoristas particulares ou a serviço exclusivo de uma empresa.
Num outro aspecto, no entanto, a evolução e modernização dos veículos têm facilitado o trabalho de dirigir, segundo os próprios motoristas, mas a atualização profissional através de palestras, cursos e treinamentos realizados pelas empresas e pelo Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional do Transporte (Sest/Senat) têm sido imprescindível para executar satisfatoriamente o trabalho, principalmente os que trafegam pelas rodovias, como condutores de caminhões e ônibus.
O mercado exige cada vez mais profissionais treinados e competentes no uso de equipamentos como veículos e maquinários de última geração, como também no transporte e manuseio de cargas que exigem cuidados especiais na movimentação, reforça a diretora do Sest/Senat, Eleusa Garcia Pagotto Fioravanti.
Fretamento e turismo – Uma empresa de ônibus de fretamento para indústrias e viagens de turismo emprega 80 motoristas, e entre as exigências para a contratação, o gerente Jaime Sardinha cita ter a credencial do Departamento de Trânsito (Detran/SP), referente ao Curso de Transporte Coletivo de Passageiro. A empresa exige, ainda, que o motorista tenha pelo menos 2 anos de experiência na função, informa o gerente.
O motorista Jorge José de Souza tinha o sonho de ser piloto de avião, mas acabou mesmo ingressando no mundo do fretamento e turismo e trabalha há 10 anos na empresa. Para Souza, é fundamental gostar da profissão e criar um clima de amizade e companheirismo com os passageiros, para que as viagens tenham um final feliz para todos. Para o colega Edson Donizete de Abreu, motorista de linha circular por 2 anos e há 25 anos trabalhando no fretamento e turismo, o melhor da profissão é a possibilidade de fazer novos amigos a cada dia de trabalho ou a cada viagem.
Outra empresa tradicional no serviço de transporte urbano, de fretamento e turismo emprega 147 motoristas e, para o diretor, Renato Francatto, para ser um bom motorista é importante que o profissional seja extremamente atencioso, calmo e educado e inspire confiança nos passageiros.
Atualmente, as empresas contratam profissionais que sejam não apenas condutores, mas motoristas que, além de conhecer toda a rotina de estradeiro, tenham também conhecimentos gerais e alguma sensibilidade, pois irão transportar pessoas de todas as características, para diversas localidades, e com as mais variadas finalidades, afirma o proprietário de uma empresa de ônibus de fretamento e turismo, Paulo Roberto Mendes.
Essa preocupação faz parte do dia a dia de trabalho de Augusto Lira da Silva, ex-motorista de caminhão por 3 anos e há 8 anos dirigindo ônibus de fretamento e turismo. Foi o contato diário com várias pessoas que o estimulou a trabalhar com o ônibus e afirma que tem tido experiências gratificantes a cada dia de trabalho.
Uma das empresas responsáveis pelo transporte urbano em Sorocaba emprega 405 motoristas, que atendem 42 linhas de ônibus e, para a contratação, exige, no mínimo, 3 anos de experiência na função e facilidade de relacionamento com o público, informa o departamento de recursos humanos.
Profissionais experientes e bem treinados são exigidos pelos executivos e empresários que solicitam diariamente os serviços de transporte da empresa de Moacyr Júnior, há 5 anos em atividade e que emprega 6 motoristas. “Essa clientela está cada vez mais exigente, principalmente em termos de segurança. Por isso, a empresa tem procurado adequar-se ao perfil de cada cliente”, destaca.
Cargas e pessoas – Em Sorocaba, a Cooperativa dos Transportadores de Bens de Sorocaba e Região agrega 122 cooperados, responsáveis pela movimentação de uma frota de 160 caminhões, no transporte de carga. O sistema cooperativista garante ganhos melhores para os caminhoneiros e, se antigamente era comum ficar até um mês pelas estradas; hoje o tempo da viagem é menor e, pelo menos uma vez por semana, o caminhoneiro pode ficar com a família, afirma o presidente da cooperativa, Emílio Padilha.
O Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários e Anexos tem 283 motoristas (proprietários de veículos) e mais 200 auxiliares cadastrados, que trabalham em 48 pontos fixos e outros 5 livres. Entre os motoristas sindicalizados, há cerca de 20 mulheres taxistas, de acordo com o presidente do sindicato, Geraldo Cação. Ele cita, entretanto, que os rendimentos dos taxistas dependem da situação econômica do país. Fonte: Cruzeiro Net

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