Joinville, 28.10.05 – Uma densa nuvem de mistério encobre o ritmo das obras de duplicação do trecho Sul da BR-101, de Palhoça até Osório (RS). Em muitos trechos simplesmente não há homens e máquinas trabalhando; em outros, o ritmo é lento, com visÃvel redução de trabalhadores e de equipamentos. Há informação de que operários foram demitidos e de que os recursos não estão sendo liberados conforme o cronograma. O Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Denit) nega a paralisação ou mesmo a redução dos trabalhos e justifica que, se há atraso, decorre apenas do mau tempo das últimas semanas, quando choveu muito além do normal para esta época do ano.
As empresas contratadas para os diferentes lotes se reservam o direito de não comentar a questão, o que apenas contribui para o aumento da desinformação, enquanto cresce na população a expectativa de que os serviços poderão ser paralisados a qualquer momento, tal a redução do ritmo dos trabalhos em diferentes frentes.
A redução dos trabalhos é visÃvel. Ainda mais inquietante é a desinformação em torno do que vem determinando esta diminuição dos serviços, passados poucos meses do começo da obra. Iniciada quase a toque de caixa, em razão dos protestos da população catarinense, depois de anos de atraso, a duplicação do trecho Sul da BR-101 continua sendo um drama não resolvido. No ritmo atual, a obra, que está programada para ser concluÃda em quatro anos, pode demorar o dobro ou até mesmo o triplo do tempo inicialmente previsto.
Considerando-se que o Ministério da Fazenda não libera recursos para nada, em razão da contenção de despesas e em busca do superávit primário, é de se concluir que o mesmo comportamento esteja sendo adotado para a duplicação. Nem mesmo recursos para controle de doenças e vigilância sanitária na área da produção de carnes o ministério liberou. Sem falar nas indenizações aos Estados pela Lei Kandir, reclamação maior de todos os governadores. Por isto, não seria surpresa alguma se idêntica postura estiver sendo adotada para as obras viárias no Sul de Santa Catarina.
Infelizmente, depois de tantos anos de espera e de luta constante da sociedade catarinense, mantém-se a ameaça de paralisação das obras ou de retardamento integral de todo o cronograma. Não há dúvida de que o governo Lula terá, a persistir tal tratamento para com os catarinenses, inevitável desgaste e, por conseqüência, perda de votos nas eleições de 2006. Os parlamentares do PT deveriam atentar para este fato e renovar em BrasÃlia os apelos para que os recursos programados sejam liberados conforme o andamento dos trabalhos.
* Fonte: A NotÃcia
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