São Paulo, 28.6.05 – Estudo sobre custo de operação de veÃculos em estradas privatizadas feito pela consultoria Tectran mostra que há um ganho lÃquido de entre 4% e 12%, dependendo da rota, para os transportadores de cargas. “Essa é a redução obtida nos custos operacionais nas rodovias após a concessão, apesar do pagamento do pedágio”, diz Silvestre de Andrade Filho, sócio-diretor da consultoria. Os ganhos decorrem da melhor qualidade das pistas após a transferência para a gestão privada, mas são desiguais, pois o modelo de concessão paulista acabou onerando mais o usuário do que o modelo federal. Nas rodovias privatizadas, de pista dupla, em São Paulo, o custo do pedágio para os transportadores aumentou 213,5% acima da inflação medida pela Fipe nos últimos 11 anos, segundo a NTC & LogÃstica (Associação Nacional do Transporte de Cargas e LogÃstica). Já na rodovia Presidente Dutra -federal sob concessão desde 1995-, o custo do pedágio para os transportadores aumentou 38% acima da inflação no perÃodo. O cálculo da variação do custo do pedágio em São Paulo já inclui o reajuste de 9,08% que entrará em vigor a partir de 1º de julho. Segundo estudo da NTC & LogÃstica, o aumento deverá representar um acréscimo de 26,7% a 31,4% no custo operacional dos caminhões.
Vantagem
Embora questionem o aspecto financeiro do modelo de concessão, analistas e empresários do setor são unânimes em afirmar que a transferência das rodovias à iniciativa privada trouxe mais benefÃcios do que prejuÃzos aos usuários. “A concessão é uma excelente solução, mas a questão é o preço”, diz Geraldo Vianna, presidente da NTC & LogÃstica. Para o conjunto da sociedade, o processo de privatização de estradas é benéfico, segundo Paulo Tarso Resende coordenador do núcleo de logÃstica da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte. O governo precisaria investir R$ 15 bilhões para manter 20 mil quilômetros -de um total de 55 mil quilômetros da malha nacional- em um nÃvel operacional médio. Pesquisa sobre custo de logÃstica, recém-concluÃda pela fundação, com 149 empresas revelou que 85% delas preferem pagar pedágio a rodar numa estrada pública em péssimo estado.
Fonte: Folha de São Paulo
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