Presidente da Coopercarga diz que a 232 pode acabar com as cooperativas de transporte

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Presidente da Coopercarga diz que a 232 pode acabar com as cooperativas de transporte

Brasília, 21.2.05 – A Coopercarga, uma das maiores cooperativas de transporte do Brasil, está completando 15 anos. Mas pode não completar 16 se não for revogada a medida provisória 232 baixada no final de 2004 e que atingiu a todos os prestadores de serviço.
A Coopercarga, com sede em Concórdia (SC), foi fundada em 1990 por 143 pequenos transportadores que tinham 250 caminhões; hoje, tem 160 sócios (12% a mais), 1.400 caminhões (560% a mais).
Veja abaixo trechos da entrevista do presidente Dagnor Schneider que será publicada na íntegra na próxima edição da Revista Carga Pesada.

Carga Pesada: O que representa a medida 232 para o cooperativismo de transporte?

Schneider – A MP 232 tem enorme impacto para as cooperativas de transporte. Acho que o governo não se deu conta. Ela determina que uma pessoa jurídica, ao fazer um pagamento a outras pessoas jurídicas de direito privado pela prestação de serviços, deve reter PIS, Cofins e Imposto de Renda. Assim, todo pagamento feito para uma cooperativa de transporte terá uma retenção de PIS, Cofins e Imposto de Renda. Essa tributação passa a ser adicional, porque ela tributa na cooperativa e quando a cooperativa paga o seu cooperado, tributa novamente. Se o cooperado tem a sua transportadora e faz um serviço para a Sadia, ele tem apenas uma retenção. Agora, se ele faz a operação através da cooperativa, a Sadia retém da Coopergarga e a Coopercarga, quando paga o cooperado, retém novamente. As alíquotas são um pouco diferentes, mas ocorre uma bitributação.

Carga Pesada:Quais são as alíquotas?

Schneider – O transportador direto com o embarcador: 6,45%, que já é mais do que era antes dessa medida. Através da cooperativa, vai ter uma tributação na cooperativa de 5,15% e mais a tributação de 6,45%. Representa 11,60%. E isso inviabiliza por completo qualquer tipo de operação através do sistema cooperativo. Pergunto: esse é o caminho?

Carga Pesada: Será que o governo vai se sensibilizar?

Schneider – Estamos atuando, através da Organização das Cooperativas Brasileiras e da Organização das Cooperativas de Santa Catarina, para mostrar o equívoco ocorrido. A medida compromete o sistema cooperativo. As operações de mercado hoje não comportam mais um ônus da ordem de 5,15%. Iremos de caminhão a Brasília, se for necessário, clamar pelo reequilíbrio.

Carga Pesada:Sendo superada essa dificuldade da medida provisória, qual é a perspectiva para o cooperativismo de transporte?

Schneider – O futuro não nos assusta. Nós gostamos de desafios. Se não houver novos entraves por parte do governo… Na Coopercarga, temos como meta nos tornar um operador logístico pleno, atendendo as demandas do cliente por completo, tanto no Brasil como no Mercosul. Vamos chegar lá.
Fonte: Carga Pesada

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