Concórdia, 23.7.04 – O protesto nacional dos caminhoneiros, que deveria começar à zero hora de segunda-feira e terminar 72 horas depois, dificilmente vai paralisar as rodovias do paÃs. A maior parte das entidades que compõem a Frente Nacional dos Transportes anunciou ontem que dará um crédito à s promessas do presidente LuÃs Inácio Lula da Silva e não aderirá à manifestação convocada pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM).
“Os transportadores de Santa Catarina decidiram que não vão parar”, garantiu o diretor executivo da Federação da Empresas de Transporte de Cargas de Santa Catarina (Fetrancesc), Pedro Lopes.
A associação convocou o protesto ainda no inÃcio de julho para cobrar mudanças na forma como vem sendo gasta a Contribuição sobre Intervenção do DomÃnio Econômico (Cide), cobrada sobre os combustÃveis. Os transportadores querem que 75% dos R$ 18 bilhões arrecadados anualmente sejam aplicados na infra-estrutura dos transportes, como está previsto em lei.
O protesto também foi convocado para pedir o barateamento do óleo diesel, a ampliação da segurança nas estradas e a abertura de uma nova linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para renovação da frota de caminhões.
Na sexta-feira passada, durante reunião em BrasÃlia com os representantes da Frente Nacional dos Transportes, Lula prometeu recuperar 7 mil quilômetros de estradas até o final do ano e investir mais R$ 6 bilhões no reforço da estrutura dos transportes no ano que vem. O presidente fez ainda outros afagos aos transportes que provocaram posições distintas. Mesmo assim, a Abcam saiu do encontro garantindo que protesto estava mantido.
Para o presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), Nélio Botelho, caso aconteça alguma manifestação a partir do domingo, “será um manifesto individual de alguma associação ou sindicato e não terá respaldo nacional.” Botelho foi quem comandou a mais bem-sucedida paralisação dos caminhoneiros em 99.
A trégua dada pela Frente Nacional dos Transportes vai até o final de agosto. Caso o governo federal continuar mostrando boa vontade com os transportadores, a proposta da paralisação das estradas será abandonada definitivamente.
Fonte AN
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