BR-101 é líder quando se trata de mortes em rodovia federal

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BR-101 é líder quando se trata de mortes em rodovia federal

Florianópolis, 8.2.06 – Das 544 pessoas que morreram em acidentes nas rodovias federais em Santa Catarina no ano passado, 230 viajavam pela BR-101, revela levantamento divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Das 230 mortes da rodovia em 2005, 138 aconteceram no trecho sem duplicação, de Palhoça a Passo de Torres, na divisa com o Rio Grande do Sul. As 92 demais aconteceram no trecho duplicado, de Palhoça a Garuva, na divisa com o Paraná.
O trecho Sul é menor que o trecho Norte. Mede 216 quilômetros, 33 a menos que o Norte. A largura e as condições das suas pistas podem explicar a liderança no número de mortes.
– Os acidentes no trecho Sul são mais graves que os do trecho Norte. O trecho é marcado por colisões frontais e transversais, acidentes que geralmente acabam em morte. No trecho Norte, ocorrem saídas de pista na maioria dos casos – diz o inspetor da PRF Luiz Graziano.
Há outro dado que mostra o quanto a 101 é violenta e o quanto requer cuidados do motorista. No Estado, a rodovia mede 465 quilômetros, 20% da malha federal total em território catarinense. Apesar disso, no ano passado, concentrou 42% do total de mortes no trecho.

Quase metados dos acidentes na mesma estrada

A 101 também lidera no número de acidentes. No ano passado, dos 12.747 acidentes ocorridos nas rodovias federais em SC, concentrou 5.933, ou 45% do total. No número de acidentes, o trecho Norte apresentou-se mais violento que o Sul. Concentrou 3.649 dos 5.933 acidentes, acima dos 2.284 do trecho oposto.
O número de feridos também é maior na 101. Das 8.332 pessoas que se feriram em acidentes no trecho em 2005, 3.413 viajam pela rodovia.
Nesse campo, o trecho Norte foi mais violento: registrou 1.892 feridos contra 1.521 do trecho Sul. O levantamento da PRF leva em conta só as pessoas que morreram no local do acidente.

Atenção à legislação

Para evitar acidentes, o motorista precisa estar sempre atento e respeitar com rigor as leis de trânsito Esta é a avaliação do presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito (Monatran), Roberto Alvarez Bentes Sá.
Roberto estima que em torno de 90% dos acidentes acontecem por algum descuido ou falta de atenção do motorista.
– Mesmo em estrada ruim, se o motorista dirigir com atenção não vai ter acidente. Acontece que muita gente quer dirigir em estrada ruim como dirige em estrada boa.
No entender do presidente do Monatran, o número de acidentes nas rodovias de SC seria menor se houvesse mais patrulhamento, se os infratores fossem punidos com mais rigor e se os motoristas fossem mais bem preparados antes de pegar a estrada.
– Tem muito centro de formação de condutores que não prepara o motorista como deveria.

Governo chegou a calcular o custo de cada vítima

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do governo federal, cada acidente com morte custa ao país R$ 144 mil. Acidentes com vítimas custam R$ 17 mil e sem vítima custam R$ 3,2 mil. Para fazer tal estimativa, o Ipea levou em conta quase 20 fatores, de despesas com hospitais, pensões e resgates à ausência no trabalho.

Números revelam onde é preciso ter cuidado

A BR-470, entre o Litoral e o Meio-Oeste do Estado, foi a segunda rodovia mais violenta de 2005, também de acordo com o levantamento divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal, no que diz respeito ao número de mortes, acidentes e feridos nas estradas federais em território catarinense.
Das 544 mortes no trecho catarinense, 111 aconteceram na BR-470. Na média, a rodovia foi cenário de uma morte a cada três dias praticamente. Por dia, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, cerca de 10 mil veículos transitam pela rodovia, boa parte deles ônibus e carretas de carga.
– A 470 é uma rodovia de escoamento de mercadorias e de chegada de matéria-prima porque passa por pólos industriais e comerciais de Santa Catarina. É uma rodovia de muito movimento, por isso de muitos acidentes também – disse o inspetor João Carlos Alcalde, superintendente substituto da PRF.
Blumenau, no Vale do Itajaí, é um dos centros econômicos cortados pela BR-470. Campos Novos, no Meio-Oeste, é outro.
No ano passado, aconteceram 2.460 acidentes na rodovia. Neles, 1.734 pessoas ficaram feridas.

Site do DNIT orienta para alguns trechos perigosos

Na BR-282, do Litoral ao Oeste do Estado, morreram 99 pessoas e 1.628 ficaram feridas em 2005, segundo o levantamento da Polícia Rodoviária Federal.
É o terceiro pior índice das oito rodovias federais em Santa Catarina. No site do Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (DNIT) na Internet, dos nove trechos com informações atualizadas, três orientam que os motoristas “precisam ter atenção” e um que precisam ter “cuidado”.
Um dos trechos mais delicados fica entre São José do Cerrito e Lages, na Serra Catarinense. Neste caso, a estrada é de chão batido. Outro trecho fica entre Ponte Serrada e Xanxerê, no Oeste.
– Em alguns pontos há desnível acentuado entre a pista de rolamento e o acostamento. Sinalização precária – cita o texto.

Estatística cresce em Criciúma

Um acidente ocorrido ao meio-dia de ontem resultou na morte de Daniel Bens Birollo, de 21 anos. Ele era cabo do 28º Grupo de Artilharia e Campanha (GAC) de Criciúma e estava havia três anos na corporação.
Orapaz saía de casa para trabalhar quando foi surpreendido por um ônibus. Daniel colidiu sua motocicleta com a frente do veículo. Além de traumatismo craniano, ele sofreu fratura exposta e teve ferimentos no tórax.
O oficial foi levado para o Hospital São José, de Criciúma, mas morreu às 13h, devido ao grave quadro de saúde que apresentava.

Durante enterro, rapaz receberá honras militares

O velório ocorre desde ontem no Centro Comunitário de São Roque, bairro onde o rapaz morava. Já o sepultamento será realizado hoje, às 16h, no cemitério da localidade. Na ocasião, Daniel receberá as honras do Exército.
Também em Criciúma, três irmãos identificaram o corpo de Dilvano Cândido da Silva, 27 anos, atropelado na Avenida Universitária. O homem foi encontrado na noite de sexta-feira e permanecia sem identificação no Instituto Médico Legal (IML) da cidade.
Natural de Tramandaí (RS), Dilvano residia no Bairro Cidade Alta, em Forquilhinha. No momento do acidente, ele conduzia uma bicicleta. O veículo que atropelou o ciclista não havia sido identificado pela Polícia Civil até ontem à noite.
Fonte: Diário Catarinense

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