São Paulo, 2.5.07 – A América Latina LogÃstica (ALL) quer conquistar clientes dos setores siderúrgico, florestal e de construção civil para alavancar as operações com cargas industrializadas em São Paulo, principal pólo industrial do PaÃs. A empresa, que passou a atuar na região com a compra da Brasil Ferrovias, em maio de 2006, pretende investir, em parceria com clientes, na reativação de ramais que não estavam sendo usados e na adaptação de vagões para o transporte. Dos cerca de 3 mil vagões que compõem a chamada frota morta da Brasil Ferrovias, 800 podem ser usados para levar para cargas industriais.
“Embora atuasse numa área industrial, a operação da Brasil Ferrovias era exclusivamente ferroviária e predominantemente agrÃcola. Queremos chegar a um equilÃbrio entre commodities e industrializados, a exemplo do que já ocorre no sul do PaÃs”, afirma Alexandre Campos, diretor de industrializados.
Hoje o principal contrato de industrializados nessa região é com a Companhia Brasileira de AlumÃnio (CBA) do grupo Votorantim, com a movimentação de 80 mil a 100 mil toneladas por ano, de acordo com o executivo. “Temos uma participação mÃnima em industrializados até o Porto de Santos. A partir do próximo ano vamos viabilizar operações com contêineres” diz Campos.
O executivo não revela a estimativa de movimentação de cargas industriais em São Paulo para 2007, mas diz que o objetivo é priorizar fluxos mais rentáveis, de maiores volumes, preferencialmente ferroviários e com cargas de retorno de importação, como aço, por exemplo.
De acordo com dados da ALL, na área da antiga Brasil Ferrovias, que abrange os estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foram movimentados 1,54 bilhão de TKUs (toneladas por quilômetro últil) de cargas industriais no ano passado. A receita com essas operações totalizou R$ 152,6 milhões. O volume de commodities agrÃcolas, no entanto, é bem mais expressivo. Foram de 7,73 bilhões de TKUs, com faturamento de R$ 672,3 milhões.
Para fazer frente ao aumento da demanda, a ALL informa que planeja investir R$ 500 milhões em 2007 na malhas sul e norte (da antiga Brasil Ferrovias). Os recursos serão aplicados em melhorias na via permanente, locomotivas e tecnologia.
A compra da Brasil Ferrovias pela ALL foi aprovada com restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No último dia 18, o conselho condicionou a aprovação do negócio à assinatura, no prazo máximo de 60 dias, de um Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) que fixará metas de eficiência das malhas ferroviárias. Foi estabelecido um prazo de quinze dias, a contar do dia 19, para submeter ao conselho uma minuta de acordo com as metas a serem cumpridas.
A ALL terá que informar, por exemplo, quantidades de produtos que podem ser transportadas pelas referidas malhas, num determinado tempo, sem elevação de preços. Ao adquirir por R$ 1,4 bilhão em ações a Brasil Ferrovias, que abrangia as concessões da Ferroban, Ferronorte e Novoeste, a ALL chegou ao centro-oeste – Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – e a todo estado de São Paulo. A ALL, que opera um total de 21 mil quilômetros de linhas férreas, encerrou 2006 com receita bruta consolidada de R$ 1,466 bilhão. Considerando-se também a receita da Brasil Ferrovias, esse valor sobe para R$2,291 bilhões.
Em 2006, o volume industrial movimentado pela ALL como um todo aumentou 9,2%, puxado principalmente por um crescimento de 21,9% dos fluxos intermodais , destacando-se siderúrgicos (37%), contêineres (22,6%) e florestais (22,1%). Nos fluxos exclusivamente ferroviários, a companhia registrou crescimento de 2,6%, com aumento de 11,1% no segmento de construção e 4,1% na movimentação de combustÃvel.
Fonte: Gazeta Mercantil
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