Efeitos da Duplicação

Florianópolis, 25.9.07 – A informação do coordenador do Dnit em SC, João José dos Santos, de que até o fim do ano que vem cerca de 80% das obras de duplicação da BR-101 Sul estarão prontas, animou industriais, ontem, na Fiesc.
Em função da obra, grandes projetos industriais para o Estado já estão considerando o Sul como uma alternativa de localização, informa o vice-presidente da Fiesc para a região, Guido Búrigo. Fonte: Estela Benetti/DC

DNIT garante licitação para ferrovia em SC

O superintendente do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) em SC, João José dos Santos, anunciou nesta sexta-feira, durante reunião na Federação das Indústrias (Fiesc), que deverá ser lançado ainda este ano o edital de licitação para elaboração do projeto executivo da Ferrovia Litorânea.
A obra, que irá ligar os portos de Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul, é considerada estratégica pela Fiesc para otimizar a estrutura logística de Santa Catarina. Por isso, a entidade tem defendido há anos a sua inclusão entre os projetos prioritários de infra-estrutura no Estado.
Entre as empresas, o interesse pela implantação das novas linhas ferroviárias já é evidente. A Votorantim propõe até alterações no traçado da ferrovia Leste/Oeste para escoar a sua produção de cimento da fábrica de Vidal Ramos, que começa a ser construída no próximo ano.
A proposta foi defendida pelo diretor de logística, Fred Fernandes, durante o fórum realizado em Rio do Sul. A unidade de cimento do grupo movimenta 2 milhões de toneladas em cargas, sendo responsável por 50% do volume transportado pela América Latina Logística a partir da unidade de Rio Branco, na região metropolitana de Curitiba, para o Planalto Serrano de Santa Catarina.
Fernandes destacou que, com a produção prevista de 1,3 milhão de toneladas/ano na fábrica de Vidal Ramos, a Votorantim tem condições de se tornar a principal cliente da nova malha ferroviária. É que o mercado alvo previsto se concentra além de Santa Catarina, no Noroeste do Rio Grande do Sul.
– Com certeza, a redução do custo do frete vai favorecer o consumidor e aumentar a competitividade das empresas catarinenses.

jetos para linhas férreas ganham força

A discussão sobre a retomada dos projetos ferroviários em Santa Catarina ganhou força nesta semana no Estado. Em dois eventos foi avaliada a viabilidade econômica e social da ligação férrea Leste/Oeste e da Litorânea.
No primeiro caso, a estimativa é de que para o transporte de cargas ser rentável é necessário acesso até o Norte da Argentina. Já para o Litoral, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) em SC prevê o lançamento do edital de licitação ainda neste ano.
Na quinta-feira à noite aconteceu em Rio do Sul o 1º Fórum Estadual Pró-implantação da Malha Férrea. O projeto para a Leste/Oeste foi contratado pelo Sistema Ferroviário de Santa Catarina em 2001 junto ao escritório Consultor, de Porto Alegre, e desenvolvido em duas etapas distintas. O primeiro entre São Miguel DOeste e Itajaí e o segundo o da Ferrovia Litorânea, entre Imbituba, no Sul do Estado, e São Francisco do Sul, na região Norte. No final do evento, o governador Luiz Henrique de Silveira aprovou a criação de grupo de trabalho permanente pró-implantação de ferrovias em Santa Catarina, composto por entidades civis, iniciativa privada e poder público.

Propostas são consideradas tecnicamente viáveis

O engenheiro Carlos Rodrigues Ribeiro, responsável pela elaboração do projeto, destacou que a ferrovia Leste/Oeste tecnicamente é viável. O percurso previsto originalmente é de 450 quilômetros e custo estimado de US$ 337 milhões. A sua projeção é que até 2020 o transporte ferroviário ocupe uma fatia de 34% do volume de cargas. Esse projeto não contempla o transporte de passageiros.
Ribeiro também elaborou a proposta de reativação da Estrada de Ferro Santa Catarina, entre Agrolândia e Itajaí, mas com ramal até Navegantes. Neste trecho foi feita apenas a avaliação técnica. O custo está orçado em US$ 170 milhões, com aproveitamento ao máximo do antigo leito. Em cidades como Gaspar, Blumenau e Indaial o trajeto seria totalmente modificado.O presidente do Grupo Batistela, Ildo Batistela, observou em sua palestra que não existe em qualquer parte do mundo ferrovia que sobreviva apenas do transporte de manufaturados. Por esta razão, ele defende que, em caso de implantação, é preciso avançar até no Norte da Argentina, possibilitando o escoamento de grãos e minérios até nos portos de SC.
– Na contramão, o trem levaria os produtos que Santa Catarina exporta para as províncias daquelas regiões – destacou Batistela.
Ele disse que o projeto precisa contemplar também o Paraguai, porque Santa Catarina vai se tornar centro logístico do sistema portuário.
– A tendência é que rodovias como a BRs-101, 470 e 280 se transformem num inferno com o aumento do tráfego de caminhões – advertiu.
– A malha rodoviária catarinense, principalmente a BR-470, não está suportando mais a quantidade de caminhões que transportam contêineres _ avaliou o governador Luiz Henrique. Fonte: Diário Catarinense

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