Falta capacitação para transporte de cargas perigosas

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Falta capacitação para transporte de cargas perigosas

Florianópolis, 20.6.06 – O transporte de cargas perigosas chegou a alertar um sério risco ambiental no acidente entre dois caminhões que ocorreu ontem à tarde em Palhoça. O caminhão que tinha embalagens de hipoclorito de sódio carregava caixas vazias e o fogo atingiu apenas o outro veículo. Mas para evitar um desastre contra a natureza, o produto foi retirado com cuidado da pista.
Para fiscalizar o transporte de cargas tóxicas ou explosivas, Santa Catarina conta com o Programa Estadual de Controle do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. Ao todo, 13 entidades, com a liderança da Defesa Civil, fazem fiscalizações em rodovias federais e estaduais a cada 15 dias.
Apesar da regulamentação exigida, Giovanni Matiuzzi Zacarias, tenente da Defesa Civil, disse que os principais problemas notados em acidentes com produtos perigosos são a imprudência, o excesso de velocidade e as pistas esburacadas.
– Os mesmos problemas, de certa forma, são notados nas ferrovias. Ano passado, em Mafra, o derramamento de óleos vegetal e diesel causou um grande problema ambiental.
Para fazer o transporte de produtos considerados perigosos, o motorista precisa passar por um rigoroso curso promovido pelo Serviço Social do Transporte (Sest) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat).

Identificação dos produtos auxilia trabalho dos bombeiros

Com este curso, chamado de Movimento e Operação de Produtos Perigosos (Mopp), os motoristas aprendem a tomar todas as precauções para conduzir veículos com cargas especiais, como manter próximo equipamentos de proteção individual e ter equipamentos como cone e triângulos necessários para isolar a área em caso de acidente.
– O curso é obrigatório e precisa ser renovado a cada cinco anos, junto com a Carteira Nacional de Habilitação – disse o tenente.
A identificação dos produtos carregados serve para identificar os que podem ser misturados com água para facilitar o trabalho dos bombeiros.

Fique atento
Como funciona o Programa Estadual de Controle do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos?
> Lideradas pela Defesa Civil, as fiscalizações são realizadas a cada 15 dias e envolve 13 entidades, como Defesa Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar Rodoviária, Conselho Regional de Química, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, Ibama e Fatma
> Em operações já feitas em estradas federais em 2006, a Defesa Civil vistoriou 165 veículos, com 64 notificações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal
> As fiscalizações não são diárias pela falta de recursos humanos
> As principais infrações são a falta da Carteira de Movimento e Operação de Produtos Perigosos (Mopp), falta de identificação do caminhão e falta de material para isolar a área em caso de acidente
Fonte: Departamento Estadual de Defesa Civil

Imprudência é a violência nº 1 no trânsito

Policiais rodoviários e especialistas em trânsito não se cansam de repetir: a imprudência é a maior causa da violência no trânsito, responsável por matar centenas de pessoas todos os anos em Santa Catarina. O que pode ser feito para evitar que a irresponsabilidade dos motoristas continue a ceifar vidas nas estradas?
Para Jacinto Antonio Pereira, especialista em educação do Detran, há uma soma de problemas que fazem com que a imprudência aumente no trânsito brasileiro.
– Falta educação para o trânsito, com pouca consciência de risco dos próprios motoristas. Este problema, aliado com pouca ou nenhuma fiscalização e o incentivo ao consumo de bebidas alcoólicas.
A educação é uma das teclas que a Polícia Militar Rodoviária bate desde 2004 com o Programa Cidadão do Trânsito. O projeto, realizado com crianças em escolas de todas as cidades catarinenses, ensina o comportamento correto de pedestres, ciclistas e motoristas no trânsito. Os resultados, no entanto, serão colhidos a médio e longo prazos.

Segundo o superintendente estadual do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), João José dos Santos, a saturação das estradas federais em Santa Catarina, que ficaram sem receber investimentos durante décadas, é agravada pelo crescimento das cidades. Para reforçar a sinalização nas rodovias federais do Estado, Santos disse que o governo federal vai disponibilizar recursos para investimentos em sinalização.
Fonte: Diário Catarinense

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