São Paulo, 8.8.06 – Antes, eles eram pequenos e médios transportadores. Juntaram-se numa espécie de holding, que administra e compra em bloco com o objetivo de diluir custos fixos e aumentar o poder de barganha. Conseguiram quadruplicar a frota, hoje formada por 400 bitrens, patrimônio de R$ 200 milhões, rastreado por satélite e tudo segurado num contrato com a Tókio Marine.
Se a falta de escala, hoje, não preocupa, o problema do G10 Transportes, um dos maiores grupos transportadores rodoviários de grãos, é enfrentar a retração nas tarifas. “Os fretes agrÃcolas estão em baixa desde o final de 2004, atravessaram 2005 com baixa cotação e se mantêm ruins em 2006”, diz o diretor de negócios Cláudio Adamucho. Segundo ele, o frete praticado hoje está 8% abaixo do que “cobrávamos em 2003”.
Ainda que, com “um planejamento financeiro organizado, as receitas cobrem as despesas, mas não nos permitem um retorno sobre o patrimônio”, assinala Adamucho. Formado em 2000 em Maringá por dez pequenos e médios frotistas (hoje são sete sócios), para ter poder de barganha nas negociações de fretes e na compra de veÃculos e combustÃveis, o G10 quer deixar de depender apenas do transporte de grãos. “Estamos diversificando: vamos operar com 50% de grãos e agregar à carga transportada 20% de açúcar, 15% de óleo vegetal e 15% de álcool”.
A crise nos fretes também fez a Coopercarga, a maior cooperativa de cargas do PaÃs, com frota de 1,5 mil caminhões e sede em Concórdia (SC), a rever os planos para 2006. “Vamos comprar 70 veÃculos, menos que as 200 unidades adquiridas em 2005”, diz o presidente Dagnor Schneider. “Os custos aumentaram. Do frete que recebÃamos há dois anos, 38% a 40% eram destinados ao diesel. Hoje, a representatividade do diesel passou de 50%”, acentua, para enfatizar. “Dos R$ 400 milhões de faturamento que prevÃamos, ficaremos por volta de R$ 370 milhões”. A Coopercarga recuou do plano de entrar com afinco no transporte de grãos.
Fonte: Gazeta Mercantil
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