Florianópolis, 23.4.07 – No ano em que se completa uma década da implantação da faixa de pedestres, Santa Catarina vê crescer o número mortes por atropelamento em suas estradas. Foram 50 as registradas nos quatro primeiros meses deste ano, o que representa um aumento de 28% em relação ao mesmo perÃodo de 2006
Um outro fato que preocupa é que a maioria dos casos foram em áreas que oferecem recursos de segurança para as pessoas, como sinalização, faixas e passarelas.
O trecho duplicado da BR-101 responde por mais de 50% dos casos de morte por atropelamento nas rodovias federais do Estado. Dezenove pessoas perderam a vida ali desde o inÃcio do ano, contra 17 em outros trechos. Entre janeiro e abril do ano passado, foram 29 os mortos atingidos por veÃculos, seis a menos do que nos primeiros meses de 2007.
A alta velocidade e imprudência de muitos motoristas são apontadas como as principais causas dos acidentes nas estradas. Mas, em muitos casos, os próprios pedestres são responsáveis pelos acidentes.
– Em muitos atropelamentos, a culpa é da vÃtima, que prefere não usar a passarela para não caminhar mais e faz a travessia como se estivesse num meio urbano – diz Maria Lúcia Junqueira de Arantes, coordenadora do Fórum Catarinense pela Preservação da Vida no Trânsito.
No entanto, para o diretor do Núcleo Multidisciplinar de Estudos sobre Acidentes de Tráfego da Universidade Federal de Santa Catarina (NAT/UFSC), Wilson Pacheco, as rodovias federais do Estado não apresentam passarelas suficientes e as que existem estão abandonadas, transformando-se em áreas com risco de assaltos. Ele ressalta, também, que a formação de cidades às margens das rodovias tornou-se um problema para os moradores.
– No trecho Norte da BR-101, nós vemos inúmeros casos de escolas e supermercados de um lado da estrada e a comunidade inteira do outro.
Nas rodovias estaduais de Santa Catarina, o número de mortes por atropelamento representa 15% do total de vÃtimas. Também houve aumento em relação aos primeiros meses do ano passado. Desde 1º de janeiro, 14 pessoas já perderam a vida atropeladas, contra 10 em 2006.
Os atropelamentos no perÃmetro urbano causam menos mortes, pois a velocidade média é menor do que a verificada nas estradas. Por outro lado, esse tipo de acidente é mais numeroso.
Florianópolis lidera a lista de ocorrências
Nos quatro primeiros meses, foram 894 casos em todo o Estado. A Capital lidera a lista com 115 ocorrências, seguida de Joinville (96) e São José (58). Num dos últimos casos com vÃtima, um menino de 12 anos foi atingido por um carro que saÃa de uma garagem enquanto brincava sentado diante de seu pai, em Lages, na Serra.
Wilson Pacheco acredita que, para reduzir esse Ãndice nas cidades, é necessário forçar os pedestres a andar pela faixa de segurança, criando obstáculos nas pistas, como muros que impeçam as pessoas de atravessar fora dos locais apropriados. E a polÃcia deve ter uma atuação mais forte, controlando o trânsito em locais de risco, como saÃdas de escola e cruzamentos perigosos. Fonte: Diário Catarinense