Florianópolis, 24.3.06 – O excesso de velocidade continua liderando o ranking de infrações de trânsito em Santa Catarina e é considerado uma das principais causas de mortes por acidentes. Em todo o ano passado, 249.803 motoristas foram autuados por estarem trafegando acima do limite de velocidade permitido, o que representa 46,56% do número total de multas aplicadas em 2005 (573.419). Em 2004, a polÃcia flagrou 200.443 motoristas apressadinhos, 36,48% do Ãndice geral das infrações (549.438). Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Estado, os números de 2004, por exemplo, são inferiores aos de 2003, quando foram aplicadas 250.453 multas por excesso de velocidade, mas a proporção em relação ao total de infrações manteve-se praticamente a mesma.
Para a gerente do departamento de educação no trânsito do Detran, Maria Lúcia Junqueira de Arantes, o aumento do número de infrações é resultado da falta de respeito pela vida por parte dos motoristas. “Hoje existe um desrespeito generalizado no trânsito. Se cada um tivesse mais consciência na hora de dirigir um carro, com certeza o número de acidentes com mortes reduziria pela metade. No entanto, há muito que se mudar, como por exemplo, a questão de uma melhor educação e fiscalização no trânsito”, afirma Maria Lúcia. Segundo ela, um projeto sobre orientação no trânsito vem sendo realizado em escolas do Estado. “Oferecemos palestras a professores. O objetivo é que eles sejam multiplicadores no combate à imprudência nas estradas.”
Conforme o setor de informática e estatÃstica de trânsito do Detran, depois do excesso de velocidade as ocorrências de maior destaque registradas em 2005 foram estacionamento em local proibido (121.176), avanço de sinal (67.058) e andar sem o cinto de segurança (30.036). Em 2004, segundo a pesquisa, 99.685 motoristas foram multados por estacionamento irregular; por avanço de sinal fechado foram anotadas 35.057 infrações. Já a falta do uso de cinto de segurança contabilizou 23.045. Em 2003 a polÃcia flagrou 109.891 estacionando em local proibido. No mesmo ano, foram 51.535 motoristas autuados por avanço de sinal e 28.837 não usavam o cinto de seguranças.
José Tonon, inspetor da 2ª Delegacia de PolÃcia Rodoviária Federal (PRF) da região Sul do Estado, afirma que o risco de morte ou lesões graves em vÃtimas de colisão é quatro vezes maior se as pessoas não estiverem com cinto. “Isso significa que o cinto reduz o risco de mortes em até 80%. Diante desses fatos, poucos duvidam da importância do cinto, ainda que nem todos o usem. Ou seja, o risco de mortes ou lesões graves em motoristas e passageiros de um veÃculo numa colisão aumentam bastante”, explica. “Quando atendemos um acidente, por exemplo, geralmente os que utilizam o cinto saem caminhado do veÃculo. Porém, os que não dão importância para à vida sempre precisam ser removidos ao hospital em uma maca e com graves ferimentos”, diz.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que todos os anos 1,2 milhão de pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito no mundo e cerca da metade dessas vÃtimas tem entre 15 e 44 anos. O relatório indica que, embora os paÃses desenvolvidos concentrem a maior parte da frota de veÃculos, são as nações em desenvolvimento que registram o maior número de óbitos por violência no trânsito. No Brasil, as estimativas são de que neste ano cerca de 40 mil pessoas percam a vida em acidentes de trânsito.
Em estradas brasileiras, os acidentes de trânsito provocaram, em 2005, segundo pesquisa da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), a morte de 30 mil pessoas. Do total dos óbitos, a maioria ocorreu entre homens. Técnicos do Ministério da Saúde apontaram o uso abusivo de bebidas alcoólicas, a alta velocidade, as condições precárias dos veÃculos e o desrespeito à sinalização como as principais causas associadas aos acidentes. A estimativa é que, anualmente, 42 mil pessoas morrem em decorrência de acidentes de trânsito no Brasil. “Não há dúvida, o excesso de velocidade continua sendo a principal causa de acidentes e mortes no paÃs”, diz o inspetor José Tonon.
Saiba mais: A importância do cinto de segurança
-O cinto evita a segunda colisão, pois num acidente de trânsito ocorrem duas colisões, a do veÃculo com um obstáculo, e a dos passageiros com alguma parte do veÃculo.
-Ele pára os ocupantes assim que o veÃculo começa a parar.
-Distribui o impacto pelas partes mais fortes do corpo humano e absorve parte do impacto.
-Evita que os ocupantes batam uns nos outros ou sejam lançados pra fora do veÃculo, pois quando isso acontece há 5 vezes mais chance de morte.
-Evita impactos contra o interior do veÃculo, principalmente cabeça e toráx, diminuindo a possibilidade da perda de consciência.
-Evita que a pessoa seja lançada de encontro ao painel, ao volante ou ao pára-brisa.
– Evita que a pessoa seja lançada de encontro a outros veÃculos.
Fonte: Tribuna do Dia