Obras e meio ambiente

Florianópolis, 19.1.07 – Na construção de uma rodovia as questões ambientais devem ser previstas desde a fase do projeto, que deve cotejar a utilização de tecnologias que evitem impactos danosos à natureza e ao homem. A opinião não é de um ambientalista, mas de um construtor preocupado com a sustentabilidade dos projetos: o engenheiro José Alberto Ribeiro, presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias. A Aneor representa cerca de 170 empresas de construção de infraestrutura de transporte, rodovia, ferrovia, aquavia e portos. Ele avalia como satisfatória a duplicação da BR 101, considera a obra inovadora e concorda que sua execução pode ser um modelo para outros empreendimentos. José Alberto Ribeiro deu a seguinte entrevista ao Boletim Informativo da BR 101 Sul.

É possível construir uma rodovia e preservar o meio ambiente? Como?
Ribeiro – Sim, desde que as questões ambientais sejam consideradas como parte integrante da concepção do projeto até sua implementação. Deve-se prever, com muita acuidade, os impactos da rodovia sobre o meio ambiente, não só sobre o espaço físico, como também sobre a comunidade local. A rodovia, diferentemente de outras modalidades, tem impacto direto sobre a população lindeira ao longo da via e não só nos pontos de parada e conexão.
Deve-se por fim, adotar uma série de cuidados na elaboração do projeto de engenharia, tais como: recomposição vegetal e arbórea da área atingida; instalação de filtro de mangas na usinagem de CBUQ para redução da emissão de partículas sólidas [na produção de asfalto]; construção de bacias de contenção nos depósitos de produtos que possam degradar o meio ambiente; preservação dos mananciais e encaminhamento adequado de águas pluviais, etc.
Quais as principais preocupações ambientais dos empreendedores de rodovias?
Ribeiro – Dentre as preocupações cabe destacar que, antecedendo à contratação da empresa encarregada da execução das obras, haja um planejamento prévio das ações ambientais. Devemos ainda promover a integração com a comunidade local mediante ações positivas que integrem a rodovia ao meio ambiente. Desenvolver também a correção, caso exista, de passivos ambientais em paralelo a execução das obras, além da preservação dos mananciais. Evidentemente que todas essas ações devem ser consideradas ao ensejo da elaboração do projeto para que tenhamos obras executadas com respeito ao meio ambiente.
Como avalia o andamento da obra de duplicação da BR 101 Sul?
Ribeiro – O andamento está satisfatório. A maior obra rodoviária do País enfrenta dificuldades naturais de um projeto deste porte e seu ritmo é compatível com este panorama.
O senhor considera a execução da obra inovadora?
Ribeiro ? Sim. Existem projetos importantes de recuperação e preservação do meio ambiente e pesquisa de novas tecnologias.
A Aneor preocupa-se com a regularidade da execução dos empreendimentos. O trabalho de supervisão e gerenciamento ambiental do Dnit favorece essa regularidade?
Ribeiro – Sim, há um acompanhamento sistemático, preventivo, preditivo e corretivo do Dnit e suas contratadas para gerenciamento e supervisão.
O modelo de execução da duplicação da BR 101 Sul deveria ser adotado em outros empreendimentos?
Ribeiro – Sem dúvida!
Fonte: Assessoria de Gestão Ambiental BR-101 Sul

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