Obras nas rodovias: mais ações e menos discursos

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Obras nas rodovias: mais ações e menos discursos

Florianópolis, 3.3.06 – Mais do que uma prestação de contas sobre os recursos do Ministério dos Transportes no Estado, o secretário de Política Nacional de Transportes, José Augusto Valente, recebeu ontem as reivindicações dos representantes de entidades. Os presidentes das federações das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), das Empresas de Transportes de Cargas (Fetrancesc) e das Associações Empresariais (Facisc) cobraram mais ações práticas e menos discursos.
O presidente da Fetrancesc, Pedro Lopes, não se conforma que a União tenha terminado o ano passado com dinheiro em caixa para o investimento em rodovias, mas as obras não saíram do papel.
Trechos que já poderiam estar finalizados com obras de recuperação e ampliação das rodovias estão apenas começando.
– Já escutei governantes que queriam realizar obras, mas não tinham dinheiro. Mas terminar o ano com dinheiro em caixa com uma grande quantidade de obras a fazer foi a primeira vez que vi. Somente na BR-101 já poderiam ter investido R$ 170 milhões no ano passado – lamentou.
O secretário explicou que a utilização dos recursos públicos é bem mais complicada do que se fosse na iniciativa privada. Ele argumentou dizendo que leis devem ser respeitadas e a burocracia excessiva emperra o sistema.

Projeto garante recursos até 2007

Segundo dados apresentados pelo ministério, no período de 2000 a 2002 foram investidos R$ 1,7 bilhão, contra R$ 3,6 bilhões entre 2003 e 2005 em todo o Brasil.
Os números apontam para um acréscimo de 75% nos investimentos, mas a população não vê os recursos nas rodovias. Estradas esburacadas, sem sinalização, sem pavimentação e ultrapassadas são os maiores problemas. Na visita ao Estado o secretário aproveitou ontem para vistoriar as obras de duplicação da BR-101 e, hoje, fiscaliza as ações emergenciais realizadas nas BRs 280 e 470. Ele chegou a garantir que os recursos estão assegurados, mesmo se houver a troca de governante na próxima eleição presidencial.
– Em determinados pontos, pelas dificuldades de determinados trechos, as obras não têm a visibilidade dos usuários, mas estamos trabalhando. Já os recursos estão assegurados até 2007 pelo Projeto Piloto de Investimentos (PPI) que deve ser efetivado pela eficiência do processo – explica o secretário.

bate ao excesso de peso

O secretário de Política Nacional de Transportes, José Augusto Valente, promete que vai tentar mudar a legislação para disciplinar o setor quanto ao excesso de peso em caminhões.
Ele aponta como uma das principais causas da deterioração das rodovias o excesso de carga por eixo.
– Não podemos nos preocupar apenas com a restauração e construção de rodovias sem atacar alguns problemas. O excesso de peso é o câncer das rodovias.
Santa Catarina tem oito rodovias federais com uma malha viária de 2.242 quilômetros. Segundo a Secretaria de Política Nacional de Transportes, 1,6 mil quilômetros estavam deteriorados em 2003. Diante dos recursos disponibilizados, 500 quilômetros foram recuperados nos três últimos anos no Estado.

s da 101 têm um “bom andamento”

Alguns lotes estão com obras avançadas, outros nem tanto. Apesar da disparidade, o secretário de Política Nacional dos Transportes, do Ministério dos Transportes, José Augusto Valente, considerou que as obras de duplicação do trecho Sul da BR-101 têm “bom andamento” e poderão ser mais visíveis a partir de abril e maio com a conclusão de viadutos e um pequeno trecho pavimentado.
Valente vistoriou seis dos nove lotes em obras no território catarinense, acompanhado de representantes de entidades civis e políticos. No lote 23 veio a primeira notícia animadora com a retomada das obras pela construtora Ivaí.
Já no lote 26, a construtora Triunfo conclui a terraplanagem até dezembro e inicia as obras de pavimentação dos 31 quilômetros do trecho situado entre o Rio Capivari e o Rio Sangão.
Já no pátio de obras da Queiroz Galvão, em Sangão, Valente ficou satisfeito com os trabalhos realizados no lote 27, com as conclusões de dois viadutos nos próximos meses. Segundo Valente, não há motivos para temer atrasos em alguns lotes cujos trabalhos não são visíveis.
?Os recursos estão garantidos, então não tenho por que me preocupar. Não dá para dizer que a obra está atrasada porque todos os lotes podem ser concluídos dentro do prazo, em meados de 2008?, assinalou.
Qualidade dos trabalhos precisa ser avaliada – O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), Raul Zucatto, ficou com uma impressão positiva durante a vistoria. Apesar disso, Zucatto manifestou ceticismo em ver a obra concluída em meados de 2008, porque as obras de arte mais complexas, como a ponte sobre o Complexo Lagunar, ainda não tiveram projetos licitados. Para o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas, Pedro Lopes, é preciso ser realista:
?É bastante otimista a projeção feita para meados de 2008?, classificou.
Já o delegado da Federação Nacional dos Engenheiros, Dauzilei Benetton, ressaltou que também é preciso avaliar a qualidade das obras para que os problemas do trecho Norte não se repitam.

estradas
BR-116
Manutenção e conservação – R$ 4.477.589
Passarela para pedestres na ponte sobre o Rio Negro, em Mafra – R$ 410 mil
Programa integrado de revitalização – R$ 30 milhões
BR-153
Manutenção e conservação – R$ 317.360
Iluminação da interseção da BR-282 (Trevo de Irani)
BR-158
Manutenção e conservação – R$ 662.250
Programa integrado de revitalização – R$ 7 milhões
BR-163
Manutenção e conservação – R$1.989.750
Interseção de acesso ao Bairro Bela Vista das Flores em São Miguel do Oeste
Licitação de projeto para adequação de capacidade entre São Miguel do Oeste e Dionísio Cerqueira
Programa integrado de revitalização – R$ 9,5 milhões
BR-280
Manutenção e conservação – R$ 2.839.196
Duplicação no trecho entre São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul – R$ 3.665.000
Estudos ambientais para reabertura do Canal do Linguado – R$ 440 mil
Recuperação dos trechos do Porto de São Francisco do Sul até Canoinhas – R$ 21.026.000
BR-282
Manutenção e conservação – R$ 13.398.163
Pavimentação em São José do Cerrito – R$ 4.527.532,02
Rotatória com a SC-425, em Lages
Recuperação ponte sobre o Rio Chapecó – R$5 milhões
Passarela para pedestres em Maravilha – R$ 315.853,05
Recuperação do entroncamento BR-282/BR-158 – R$ 4 milhões
BR-470
Manutenção e conservação – R$ 22.706.088
Rotatórias em Navegantes, em Pouso Redondo e em Indaial
Acesso a Blumenau – R$ 7 milhões
Acesso aos municípios de Timbó e Indaial – R$ 450 mil
Recuperação de um trecho em Lontras – R$ 524.650,06
Programa integrado de revitalização – R$ 17 milhões
BR-101
Manutenção e conservação – R$ 12.847.692
Monitoramento do túnel no Morro do Boi
Passarela para pedestres em Biguaçu
Pavimentação do acesso a Joinville – R$ 2.058.621,2
Conclusão de passarelas em Itajaí e Tijucas – R$ 800 mil
Programa integrado de revitalização – R$ 23 milhões
Reforço sobre o Canal Laranjeiras – R$ 872.894,35
Iluminação de acesso a Itajaí – R$ 673.884,71
Conclusão obras de duplicação lote 21/A – R$ 14 milhões
Fonte: Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (DNIT)

Fonte: Diário Catarinense

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