BrasÃlia, 24.11.06 – A má conservação da malha rodoviária do paÃs, nos últimos 30 anos, causou, entre outros fatores, a inibição do desenvolvimento econômico e prejuÃzos ao patrimônio público brasileiro (no caso, a rodovias federais), avaliado em US$ 200 bilhões. Além disso, houve a elevação do custo operacional dos veÃculos, o aumento do Ãndice de acidentes e o acréscimo do custo dos fretes e passagens rodoviárias. As conclusões são do relatório sobre o setor brasileiro de transportes, elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O documento aponta como causas para esse prejuÃzo as dificuldades de ordem administrativa, gerencial e institucional e o financiamento insuficiente, “passando pela priorização, por instâncias polÃticas, de ações de cunho social, em detrimento dos argumentos defendidos pelo corpo técnico rodoviário do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit)”. O relatório critica a queda nos investimentos no modal rodoviário. Nas décadas de 60 e 70, segundo TCU, os gastos públicos com o setor eram de cerca de 20% do Orçamento Geral da União. Nos últimos anos, porém, o governo tem colocado parcos recursos na construção e manutenção das rodovias. Citando o Dnit, o documento sublinha que 45% da malha atual encontra-se em mau estado, 35% em estado regular e apenas 18% em bom estado.
O TCU também faz crÃticas à má aplicação dos recursos da Contribuição de Intervenção no DomÃnio Econômico (Cide), tributo que incide sobre a importação e comercialização de combustÃveis. Por lei, a arrecadação estaria vinculada à aplicação financeira nos programas de infra-estrutura de transportes. ?Há desvios na aplicação desses recursos para outros setores que não estradas?, diz o documento.
Em 2005, diz o TCU, os recursos da Cide disponÃveis representavam R$ 12,8 bilhões, sendo que R$ 7 bilhões não foram usados, permanecendo no caixa do Tesouro. ?Conforme o Dnit, são necessários R$ 6 bilhões para a malha rodoviária apresentar boas condições de tráfego, distribuÃdos ao longo de quatro anos ? R$ 1,5 bilhão por ano. Ora, se há um saldo de R$ 7 bilhões não utilizados no ano, esses seriam mais do que suficientes para recuperar as rodovias federais?, ressalta o relatório.
As sucessivas quedas anuais na taxa de aplicação dos recursos da Cide na área de transportes é outro alvo de crÃtica pelo TCU. Em 2002, aponta o levantamento, a taxa correspondia a 43,1%; em 2003, a 11,1%; em 2004, a 10,9%.
?A ausência da devida aplicação desses recursos, aliada à deficiente execução orçamentária dos programas de trabalho alocados a obras rodoviárias, resultaram no precário estado atual de conservação das estradas?, pontua o texto.
Por fim, o documento propõe ao Congresso Nacional, dentre outras medidas, a aprovação de lei complementar que defina um limite mÃnimo para a execução dos programas relativos à conservação, restauração e manutenção rodoviária.
Fonte: Agência Brasil
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