ItajaÃ, 1º.11.06 – O atual modelo de pedágio no Brasil não pode ser implantando em Santa Catarina, disse ontem à noite, o presidente da Fetrancesc, Pedro Lopes, a estudantes e professores do curso de graduação em Administração e LogÃstica da Univali (Universidade do Vale do ItajaÃ). Ele foi convidado pela direção do curso para falar sobre A Importância do Transporte Rodoviário de Carga na Economia Brasileira. Lopes voltou a dizer que a Fetrancesc vai atuar para que as estradas catarinenses – já devem estar nos próximos editais de concessão de rodovias trechos da BR-101 e da BR-116 – não tenham cobrança de pedágio pelo atual sistema.
E falou que quer contar com os estudantes, professores que ali estavam e com a sociedade para essa mobilização. Segundo ele, esse modelo é, excessivamente, oneroso e injusto para quem usa a pista, o motorista. Além disso, aproveitou para mostrar dados da Pesquisa Rodoviária da CNT 2006, na qual aponta que cerca de 55% dos trechos das estradas pedagiadas tem estado geral ótimo. “mas deveria ser 100%, não é para isso que se paga esses valores altÃssimos”? pergunta ele.
Lopes defende, já que as concessões são polÃtica de governos, que se estabeleça cobrança a cada 100 quilômetros e não como agora que em alguns casos pode se paga por 25 ou 27 quilômetros rodados; que se use a banda de veÃculos, ou seja, o número acima do estabelecido em contrato deve promover a reavaliação do valor da tarifa e outro ponto é que o uso das margens da rodovia seja negociada, cuja, receita sirva para modelar a tarifa. Lopes lembrou que na Fetrancesc impediu o pedagiamento na BR-470, que primeiro previa a cobrança e depois o compromisso de consertar e manter a estrada.
Lopes também disse que é preciso um programa de Educação para o Trânsito para reduzir os números de acidentes. Mas para ele não é qualquer programa e sim um que seja ensinado nas escolas desde os primeiros anos do ensino fundamental. Ele citou alguns números aos estudantes sobre perdas. São 213 mortes por mil quilômetros de estradas pavimentadas no Brasil. Nos paÃses de primeiro mundo são 70 vÃtimas fatais para a mesma distância. Esses acidentes, de acordo com estudo recente custam ao paÃs 24 bilhões ao ano.
Lopes falou ainda das condições das rodovias, quase todas em situação precária e que isso representa um atraso para o transporte de carga, para a economia e o desenvolvimento do paÃs. A cada hora de caminhão parado ou atraso por rodovias saturadas representa o custo de US$ 4 dólares. Segundo ele, bastaria apenas investir o dinheiro arrecadação com a Cide (Contribuição de Intervenção do DomÃnio Econômico), que arrecadou desde que começou a ser cobrada nos combustÃveis R$ 34 bilhões e só neste ano são R$ 7 bilhões, que seriam suficientes para recuperar a malha federal de todo o paÃs.
Aos futuros profissionais de Administração e LogÃstica, Lopes destacou ainda que os caminhões são responsáveis por mais de 62% da economia no paÃs, mas que se for levar em conta que só os caminhões chegam em qualquer lugar, pode se dizer que esse percentual sobre para 100%. E por essa importância é que o segmento precisa de investimentos para que não tenha o mesmo destino das ferrovias.
A segurança e o roubo de carga são também problemas que afetam a economia. Lopes afirmou que se perde com roubo de carga cerca de 1 bilhão por ano que vai para o mercado informal. O governo deixa de arrecadar em torno de R$ 400 milhões. Ele defendeu que é preciso investir mais em inteligência, comunicação e treinamento dos profissionais para garantir o combate ao roubo de cargas, de caminhões e assalto aos motoristas.
Atuação da Fetrancesc
Pedro Lopes destacou o trabalho da Federação tanto na defesa de melhorias na infra-estrutura como a redução de custos e aprimoramento da qualidade do setor. Destacou que dentro de alguns anos, o transporte terá seu banco próprio. O trabalho começou com a implantação da Transpocred, primeira cooperativa de crédito dos empresários do transporte e que já está servindo de modelo para outros estados do paÃs.
Falou sobre a lei do Pró-carga que permitiu ao setor o uso dos créditos de ICMS e ainda a ampliação dos serviços do Sest Senat em Santa Catarina, com a construção já autorizada para mais seis unidades, que atuam na formação e treinamento de pessoal e no atendimento social com serviços médicos, odontológicos, de esporte, arte e cultura.
Fonte: Imprensa Fetrancesc