Rio do Sul, 26.11.07 – Segundo a PolÃcia Rodoviária Federal, os trechos da BR-470 onde ocorre o maior número de acidentes com pedestres e ciclistas são as travessias urbanas, em que as cidades são cortadas pela rodovia, caso de Apiúna, Pouso Redondo e Rio do Sul.
– Em Rio do Sul, o perigo é maior ainda, já que não há muitas lombadas – alertou o inspetor-chefe da 4ª Delegacia da PRF, Manoel Fernandes Bittencourt.
Segundo ele, a falta de atenção dos pedestres, principalmente crianças, e a embriaguez de pessoas que andam próximo à rodovia são as principais causas dos acidentes com pedestres e ciclistas.
Morador de Apiúna, Almiro dos Santos, 24 anos, sempre anda de bicicleta no acostamento da 470, algumas vezes, com a mulher e a filha. O cuidado redobrado vem acompanhado triste lembrança do tio, que morreu atropelado há cinco anos, enquanto caminhava à beira da estrada.
O servente Jaime Wres, 44 anos, também de Apiúna, costuma deixar a limpeza um pouco de lado e assumir uma atividade que requer muita atenção.
Ele é uma espécie de guarda de trânsito, ajudando crianças a atravessarem a BR. O colete amarelo é sua única arma contra os motoristas:
– Eles não querem saber. Vão em cima mesmo.
Pedestres e ciclistas seguros
– A pé, transite sempre na contramão e no acostamento, ficando de frente para os carros. Já de bicicleta, transite no mesmo sentido dos veÃculos, mas jamais em cima da rodovia, disputando espaço com os veÃculos
– Atravesse a rodovia em locais retos, com boa visibilidade. Nunca em curvas
– Quando estiver de bicicleta e for atravessar a rodovia, é recomendável que você desmonte da bicicleta e faça a travessia ao lado dela, a pé
– Evite atravessar a BR logo após a passagem de um veÃculo. Muitos carros ficam escondidos atrás de caminhões e não são vistos de imediato
– Não cruze a rodovia correndo. Espere o momento adequado e atravesse com passos firmes. Uma queda pode impedir que carros parem a tempo, causando atropelamentos
– Se for andar à noite, procure usar roupas claras, tornando-se mais visÃvel para os veÃculos
– Mantenha-se sempre atento ao tráfego e tenha calma para atravessar a BR. Faça isso somente quando tiver certeza que não há perigo algum
– Este ano, até o dia 31 de julho, ocorreram 33 atropelamentos à s margens da rodovia entre o trevo de acesso a Navegantes e o trevo de acesso a OtacÃlio Costa
– No ano passado, foram 54
– No mesmo perÃodo, 37 acidentes envolveram ciclistas no trecho da rodovia, mesmo Ãndice de todo o ano passado.
O perigo mora nas margens
Diário Catarinense – 25/11/2007
BR-470, Badenfurt, Blumenau. Na beira da rodovia, um casal divide a mesma bicicleta. O condutor faz um esforço duplo: ao mesmo tempo em que pedala, com a visão parcialmente encoberta pela passageira à frente, empurra com uma das mãos um carrinho de bebê. Ao lado da bicicleta, o carrinho fica a menos de dois metros da rodovia.
O inspetor da PolÃcia Rodoviária Federal (PRF), Adriano Fiamoncini comentou a atitude do casal:
– É uma imprudência muito grande, um triste e preocupante exemplo de irresponsabilidade. O ciclista está colocando a própria vida em risco e, o que é até pior, a vida do bebê.
Cenas como essa são comuns em toda a extensão da rodovia e, muitas vezes, resultam em acidentes. De janeiro a julho, 70 pessoas foram atropeladas às margens da BR-470. Segundo a PRF, a maioria dos acidentes são causados por imprudência dos próprios pedestres e ciclistas.
– Recomendamos que o ciclista ou pedestre transite por ruas paralelas, marginais, e não pela BR. Acostamento é área de emergência. Mas sabemos que em muito lugares não há outra opção – disse Fiamoncini.
O diretor de Ensino do Centro de Formações de Condutores Socetran e guarda de trânsito, José Luiz Pineiro, explica que o Código de Trânsito Brasileiro aborda de forma superficial questões referentes às bicicletas. Ele diz que o tráfego de ciclistas à beira das rodovias não implica em multas:
– O veÃculo motorizado é o único impedido de transitar em acostamentos. Ciclistas só recebem penalidades quando transitam em passeios urbanos, onde bicicletas não são permitidas, como calçadas.
Fonte: Diário Catarinense