Vai faltar caminhão

Joinville, 7.3.07 – Agora já está difícil, e vai piorar: vai faltar caminhão zero para venda a partir de abril porque a demanda é tão grande que os fabricantes não conseguem atender aos pedidos. Hoje, as montadoras já demoram 120 dias para entregar veículo novo. E o segmento de usados ainda não reagiu na mesma velocidade. A procura está ?muito forte? confirma o presidente da Binotto Transportes, Edilson Binotto. ?O setor não vai conseguir atender a todos. Por isso, vamos atender, prioritariamente, os clientes fiéis.
Um dos fatores que ajuda a explicar o fato é o aumento do volume da safrinha de milho, e do intenso fluxo por conta das safras de soja e arroz, que causa utilização de caminhões em número acima do normal. Outro fato que contribui para cenário de escassez é a inexistência de política de financiamento aos transportadores por parte da União, via BNDES, avalia o presidente da Federação das Transportadoras de Cargas de Santa Catarina, Pedro Lopes.
O ambiente no ramo está para fusões e aquisições. A TNT adquiriu a Mercúrio. E este movimento vai se intensificar nos próximos cinco anos.

Abrindo capital

A Binotto, de Lages, vai abrir capital em 2008 para expandir atividades. A companhia é a segunda no ranking nacional em valor de mercado do setor de transporte rodoviário. Vale entre R$ 300 milhões e R$ 350 milhões na análise feita por especialistas para a revista ?Quatro Rodas Frota S/A?. A líder é a Júlio Simões, valendo entre R$ 350 milhões e R$ 400 milhões. Um dos critérios é a expectativa de lucratividade para os próximos dez anos. A empresa, com 3 mil caminhões, projeta faturar R$ 450 milhões neste ano. A Coopercarga, de Concórdia, aparece em décimo lugar. Vale aproximadamente R$ 100 milhões.

Leilão do Prodec
A SC Parcerias reinicia pagamentos de parte dos débitos neste mês. A regularização se dará em maio afirma o presidente Alaor Tissot (foto). A dívida com exportadores soma R$ 70 milhões. O dinheiro para sanar o problema virá de leilão de contratos do Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense (Prodec).. Dos R$ 350 milhões esperados, a SC Parcerias poderá abocanhar R$ 60 milhões. No front das obras, a prioridade principal é fazer a ligação da BR-101 até o porto de Navegantes. O empreendimento deverá ser inaugurado em setembro. Tissot ainda quer iniciar os projetos de parcerias público-privadas neste ano. As primeiras serão as obras da rodovia Interpraias; a ligação entre Içara e Criciúma. E a construção da duplicação da SC 280, se a União não duplicar a BR-280.
Fonte: Cláudio Loetz/ A Notícia