A temporada em SC depois da catástrofe e com pedágio

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A temporada em SC depois da catástrofe e com pedágio

Florianópolis, 1°.12.08 – Os recursos anunciados para recuperar as rodovias demonstram o ?bom propósito? do governo federal em ajudar o Estado a preparar a próxima temporada de Verão, a primeira em que já estará liberada a cobrança de pedágio, observa o entrevistado Pedro Lopes.

?Passada a turbulência, vamos nos reunir com o governo para escalonar os pontos críticos nas rodovias ? presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas de Santa Catarina, Pedro Lopes

QUEM É Jornalista e auditor fiscal aposentado, tem 68 anos, é natural de Cachoeira do Sul (RS) e há 45 anos mora em Santa Catarina, com passagens por Joinville, Blumenau, Florianópolis e Balneário Camboriú O QUE FAZ Preside a Fetrancesc, eleito em segundo mandato, depois de ter sido diretor executivo a convite do etnão presidnete da Fetrancesc, Augusto Dalçóquio Neto. O QUE PRETENDE Voltar a trabalhar em rádio como no início da vida, quando narrava futebol, porque o rádio é sua alegria, e o que lhe agrada O QUE DRIBLA Disputa de mandato eleitoral por achar que, como no futebol, é preciso começar carreira cedo. Acha que perdeu o momento, por volta dos 40 anos, e hoje tem a liberdade de ser recebido por todos os partidos, conta com o apreço do governador Luiz Henrique e apoio das bancadas estadual e federal.

[Pelo Estado] ? Os transportadores tiveram dias difíceis parados ao longo das rodovias…
Pedro Lopes ? Chegamos a ter 2 mil caminhões parados nos trechos interrompidos, muitos motoristas ficaram sem dinheiro, porque viajam com diárias contadas. E foram acrescentadas três dificuldades: os restaurantes passaram a aumentar valor de prato feito, quem vende água passou a cobrar mais e passaram a cobrar até o banho. Alguns tiveram de comer de favor, com a ajuda de moradores, e a Federação (com o Sindicargas) tratou de oferecer alimentos e cestas básicas para que pudessem fazer as refeições. Também teve de ser montada ronda pela Polícia, porque começaram a ocorrer assaltos. Cada dia parado do equipamento, do mais simples ao mais sofisticado, representa de 400 a 700 dólares de prejuízo.

[Pelo Estado] ? A próxima temporada, além de começar com estes prejuízos, terá o pedágio liberado em Santa Catarina.
Lopes ? É verdade. Sempre combatemos o modelo brasileiro por julgá-lo muito pesado tanto para os veículos de passeio como, principalmente, para o transporte de cargas. Mas temos de lembrar que conseguimos em Santa Catarina a concessão mais baixa – de R$ 1,10 _, bem aquém do que cobram o Paraná e o Rio Grande do Sul. Esta será uma referência na concessão de rodovias e estamos nos mobilizando com a federação gaúcha, por exemplo, para que também seja adotada lá, mudando a modelagem que hoje é de R$ 5,40 a R$ 6.

[Pelo Estado] ?E como será absorvido o impacto financeiro destas oito praças de pedágio?
Lopes ? Há determinação legal de que o embarcador deva cobrir esta tarifa. O consumidor final terá este custo embutido no custo do produto…

[Pelo Estado] ? Neste Verão também vai valer o revezamento de caminhões com carros de passeio nos finais de semana?
Lopes ? É, temos de conciliar estes interesses, disciplinar o tráfego para dar condições de escoamento nas rodovias. Há seis anos os caminhões têm praticado este revezamento às sextas-feiras à tarde e no domingo com os turistas para que depois também possam circular com mais liberdade. Passada a turbulência da semana, o Fórum de Solução de Pontos Críticos de Rodovias que reúne empresas e governo deve se reunir para escalonar os pontos críticos e tomar estas decisões.

[Pelo Estado] ? E a questão da jornada dos motoristas, tem causado muita polêmica?
Lopes ? Sim, inclusive teremos na próxima quinta (dia 4) uma audiência pública na Câmara Federal proposta pelos deputados Celso Maldaner e Edinho Bez para discutir esta questão do tempo de direção. É um projeto que está há 12 anos na Câmara e não foi aprovado. Precisamos chegar a um consenso, sem radicalismos. O disciplinamento não vem sozinho, como nesta ?Lei da Cachaça? ou naquela de não vender álcool nas rodovias. Não adianta dizer que o motorista tem de dirigir quatro horas e parar meia hora sem saber onde ele vai parar. É preciso criar pontos de referência, com segurança ao motorista e à carga, para que possa cumprir a lei. Caso contrário, vai ser mais uma que não terá efeito.

Fonte: Adriana Baldissarelli e Chico Alves/Florianópolis/Coluna Pelo Estado/ADI

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