São Paulo, 14.1.09 – A frota de veÃculos movidos a óleo diesel no Brasil ainda não possui tecnologia que atenda aos nÃveis de emissão de poluentes exigidos pelo Programa de Controle de Poluição do Ar por VeÃculos Automotores (Proconve). A solução seria a troca de toda a frota brasileira de transporte de cargas, principalmente os veÃculos com mais de 10 anos de uso, que deveriam além disso, serem sucateados e reciclados.
Essa é a opinião do diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e da procuradora da República do Ministério Público Federal (MPF), Ana Cristina Lins, expressa durante a entrevista para divulgar o balanço dos primeiros dias de fornecimento do óleo diesel com baixo teor de enxofre, o S-50, para toda a frota cativa de ônibus das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Para eles, a melhor forma de estimular essa substituição é por meio de polÃticas públicas, porém, não esboçaram nenhuma alternativa.
“Não é possÃvel melhorar o ar apenas com um combustÃvel melhor, nenhum veÃculo atualmente tem a tecnologia para atender aos nÃveis que a etapa P-7 do Proconve estabelece”, afirmou o diretor da estatal.
Com o atual nÃvel de tecnologia os caminhões poderiam ter as emissões reduzidas em 10%, mas a combinação combustÃvel e veÃculos mais modernos poderia melhorar em 75% esses nÃveis. Costa disse que a empresa vem fazendo sua parte e tem a previsão de investir R$ 6 bilhões até 2013 para o fornecimento de diesel S-10 (com 10 ppm de enxofre) para todos os veÃculos novos e do S-500 (500 ppm de enxofre) em todo o Brasil, em 2014. Atualmente, o nÃvel é de 1800 partÃculas por milhão, Ãndice que foi reduzido de 2000 ppm em janeiro.
De acordo com o secretário de qualidade ambiental do Ministério de Meio Ambiente, Rudolf de Noronha o processo de definição de um modelo para incentivar a renovação ainda está em processo embrionário e envolve o estudo de modelos adotados no México e na Colômbia.
Na opinião de Marcos Saltini, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de VeÃculos Automotores (Anfavea), o governo deve criar condições mais adequadas para quem tem um caminhão antigo poder trocar seu veÃculo. “O autônomo não consegue entrar em programas de financiamento por não possuir as garantias”, destacou Saltini. “Depende de vontade polÃtica e das condições financeiras. Um exemplo é reduzir tributos do produto e parte desse valor poderia ir para um fundo de aval com o objetivo de viabilizar essa aquisição”, sugeriu ele.
Para Flávio Benatti, presidente da Seção de Cargas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), a idade média de frotas no Brasil passa de 18 anos. O quadro piora quando são avaliados os veÃculos de autônomos, que passam de 20 anos, podendo chegar a casos de 50 anos de uso de um caminhão. “A renovação da frota não acontecerá de forma imediata, são mais de 1,6 milhão de veÃculos no PaÃs e a produção da indústria foi de 120 mil unidades”, lembrou. Ele defende redução de juros, a concessão de subsÃdios dos bancos de fomento e a reciclagem dos veÃculos mais velhos.
Para atender aos nÃveis exigidos pelo Programa de Controle de Poluição do Ar (Proconve), Paulo Roberto Costa, da Petrobras, propõe a troca de toda a frota de transporte de cargas. Fonte DCI
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