São Paulo, 15.9.08 – Se a chegada do diesel mais limpo ao mercado atrasar três anos, os prejuÃzos ao meio ambiente deverão perdurar por toda a vida útil do veÃculo não-adaptado que entrar em circulação nesse perÃodo.
A afirmação é do engenheiro André Ferreira, do Instituto de Energia e Meio Ambiente. A entidade fez um estudo, a pedido do Ministério do Meio Ambiente, sobre as implicações do descumprimento da resolução 315 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
No trabalho, é feita a estimativa das emissões de poluentes que deixarão de ser evitadas caso a medida entre em vigor somente em 2012.
Os dados do estudo devem ser usados nas reuniões que o Ministério Público Federal terá com montadoras e Petrobras para definir como as empresas deverão compensar o atraso na adoção do diesel mais limpo.
Diferentemente do que ocorre em casos de construções que derrubam a mata, a compensação, segundo Ferreira, não deve se dar com plantio de árvores.
“Temos que pensar em medidas bancadas pelas montadoras e a Petrobras que abatam as emissões [de poluentes] no mesmo nÃvel.” Essa compensação poderá vir a ser exigida pela Justiça ou ser definida em um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com o Ministério Público Federal.
Uma das propostas feitas pela Anfavea e Petrobras é executar programas de regulagem de motores nos ônibus de cidades como São Paulo e Rio, por exemplo. “Enquanto os veÃculos do perÃodo do atraso estiverem rodando, precisa ser feita a compensação”, disse Ferreira.
Segundo o Sindicam (sindicato dos transportadores rodoviários de SP), a maior parte dos caminhões circula, em média, até os 17 anos. “O ideal é que o caminhão rode até os sete anos, mas temos veÃculo de 30 anos rodando”, diz o presidente do sindicato, Norival Silva.
Em São Paulo, os ônibus urbanos não podem ter mais de dez anos, o que não é seguido no interior.
Fonte: Folha de S. Paulo