BrasÃlia, 7.1.09 – Apesar do aumento crescente no número de acidente se mortes nas rodovias brasileiras, os trabalhos para melhorar as condições das estradas andam a passos lentos. O governo gastou apenas 15,5% dos R$ 3,3 bilhões destinados a manter e recuperar as pistas federais em 2008, o que deixou milhares de quilômetros esburacados à s vésperas das festas de fim de ano, o que pode ter contribuÃdo para o desfecho trágico na virada de ano, quando a PolÃcia Rodoviário Federal contabilizou 435 mortes – uma média de 27 por dia – e 4.795 feridos. O percentual de gasto de 2008 foi pior do que o registrado em 2006 e 2007, quando a execução dos recursos destinados à melhoria das rodovias ficou em 43% e 44%, respectivamente. O próprio Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) classifica de “mal crônico” a falta de projetos e planejamento em seu histórico de baixo rendimento para gastar o dinheiro disponÃvel no Orçamento. O diretor-geral do órgão, Luiz Antonio Pagot, disse que 2008 foi um ano de transição para um modelo mais estruturante. E afirmou que, nos estados onde o desempenho foi inaceitável, superintendentes perderão seus cargos. Ele não citou locais, mas lembrou que Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais não estão alinhados com o esforço para tocar obras. No Rio, por exemplo, só 2% do orçamento de R$ 88,7 milhões foram desembolsados. O estado foi o segundo colocado no Ãndice de mortes (33) nas rodovias federais na virada de ano – atrás apenas de Minas, que tem a maior malha viária do paÃs. Em São Paulo, nenhum centavo foi pago. Em Minas, o desembolso chegou a 9% do previsto.
BH: Chuva deixa estradas em situação crÃtica
Em Minas Gerais – estado com a maior malha rodoviária federal do paÃs e onde só 9% da verba com manutenção foram gastas ano passado -, a chuva dos últimos meses deixou as estradas em condições ainda mais crÃticas. Alguns trechos estão interrompidos desde meados de dezembro, caso da BR-494. No Km 90, entre os municÃpios de Carmo da Mata e Oliveira, no Centro-Oeste do estado, a estrada deu lugar a uma cratera de dez metros de profundidade, obrigando os motoristas a pegar um desvio e dirigir mais 50 quilômetros, segundo o Dnit. Técnicos do Dnit trabalham no local, mas a interdição desse trecho vem causando uma série de transtornos também aos moradores da região. Para minimizar a situação, as prefeituras de Carmo da Mata e Oliveira decidiram colocar ônibus nos dois lados da estrada. Os passageiros descem do ônibus no trecho interrompido e trocam de veÃculo, dando continuidade à viagem. Para chegar ao outro ônibus, os moradores se arriscam e atravessam a cratera andando sobre uma ponte improvisada com uma tábua. Em outras rodovias federais, a rotina de graves acidentes não diminui. Somente no feriadão do fim do ano, foram 89 mortes nas rodovias federais.
Fonte: O Globo Online