Florianópolis, 3.4.08 – As filas de caminhões se estendem, à s vezes, a perder de vista. Os contêineres se acumulam em pilhas enormes, do tamanho do problema que criam, a cada dia que passa.
É um problema que tem as dimensões do paÃs. Há 17 dias, os auditores da Receita Federal estão em greve, o que causa prejuÃzo para os produtores e para os consumidores.
Mais de dez mil caminhões estão parados em pontos de fronteira, esperando que os fiscais liberem suas cargas. No Porto de Santos, os navios que chegam com mercadoria não conseguem descarregar e os que partem, vão embora, deixando para trás os produtos brasileiros que deveriam levar. O prejuÃzo com cada navio parado pode chegar a US$ 100 mil por dia.
Mercadorias para exportação estão paradas em um estacionamento ao lado do aeroporto de Guarulhos. Os caminhoneiros ainda não foram autorizados a entrar no terminal de cargas. Adilson Alves chegou às 10h desta terça. Às 19h, ele ainda esperava.
?Por causa da greve. Para quem é dono do caminhão é um prejuÃzo muito grande?, sabe ele.
Deovaldo Simões transportou material elétrico que vai para Paraguai, Argentina e Chile. ?Atrapalha, porque a gente ganha por viagem, atrapalha bastante?, reclama.
No aeroporto internacional de Guarulhos, 70% dos auditores fiscais aderiram à greve, segundo o sindicato da categoria. Já a Receita Federal afirma que não há paralisação, porque todos esses funcionários estão indo trabalhar, mas reconhece que metade deles está despachando as cargas com mais lentidão.
No Porto de Santos, praticamente não há espaço para mais contêineres. Os 250 auditores fiscais só liberam a exportação e a importação de alimentos e remédios. O resto fica parado. Navios cargueiros que partem de Santos para fora do Brasil só estão levando metade da carga prevista.
?A partir do momento em que esses navios estão próximos da saÃda, eles abandonam a carga e vão embora. Isso é uma perda para a balança comercial brasileira e principalmente a credibilidade do exportador brasileiro perante compradores internacionais?, alerta José Roque, presidente do sindicato das agências de navegação marÃtima de São Paulo.
Segundo a Associação Nacional de Transporte de Cargas, nove mil caminhões estão parados em 14 pontos de fronteira. Só na região de Foz do Iguaçu, são 2.500 veÃculos carregados que não podem entrar, nem sair do Brasil.
Em Anápolis, Goiás, estão parados US$ 75 milhões em mercadorias. Câmaras de temperatura e umidade controladas já estão cheias de matéria-prima para a fabricação de medicamentos e as encomendas não param de chegar.
O centro das indústrias de São Paulo conseguiu na Justiça uma liminar que garante aos associados a liberação das mercadorias em até 48 horas. Mas essa liminar só funciona para algumas empresas.
No aeroporto de Viracopos, em Campinas, mil toneladas de carga estão paradas nos depósitos. Apesar disso, a assessoria de imprensa da Receita Federal também nega que a participação dos funcionários do aeroporto na paralisação. Fonte: Bom Dia Brasil
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