São Florianópolis, 5.1.09 – O mercado brasileiro de carros e comerciais leves fechou 2008 com 2.673.713 unidades emplacadas. O resultado significa um crescimento de 14,1% sobre os 2.344.279 carros e comerciais leves comercializados em 2007, que havia crescido 27,7% sobre o ano anterior.
As vendas de caminhões somaram 121.468 unidades, resultando num crescimento de 24%. Os ônibus venderam 27.061 unidades, uma elevação de 18% comparado com 2007.
Mercado total
Somado, o mercado total foi de 2.822.242 veÃculos. O resultado é o melhor da história, porém ficou abaixo da média das projeções da Associação Nacional dos Fabricantes de VeÃculos Automotores (Anfavea), que chegou a apostar num crescimento de 24% do mercado interno, o que resultaria na comercialização de 3,1 milhões de unidades em 2008.
Até setembro, o mercado vinha de recorde seguido de recorde. A crise financeira chegou de vez ao Brasil com a redução drástica dos financiamentos. Nos último trimestre, as vendas despencaram em cerca de 20% em relação ao obtido no mesmo perÃodo de 2007. Com isso, ficou impossÃvel romper a barreira dos 3 milhões de veÃculos.
Em dezembro, houve uma pequena melhora. Foram emplacadas 184.033 carros e comerciais leves, crescimento de 10,7% sobre as 166.363 unidades vendidas em novembro. Só que, comparado a dezembro de 2007, as vendas despencaram 20,5%.
O estoque nas concessionárias e indústria ainda é alto. Algumas montadoras prevêem recuperação do mercado a partir do segundo trimestre. A Volkswagen, por exemplo, acredita num crescimento de 5% nas vendas internas neste ano.
Fonte: Gazeta Mercantil
IPI menor impulsiona venda de veÃculos
O número é 9,4% maior do que o de emplacamentos em novembro, o pior mês em vendas de 2008, no qual milhares de trabalhadores entraram em férias coletivas nas montadoras. No mesmo comparativo em 2007, os licenciamentos haviam crescido apenas 2,2%.
Já no confronto com igual mês do ano anterior, dezembro teve queda de 19,7% -ainda assim menor que a redução contabilizada em novembro (25%).
No ano, os 2,82 milhões de veÃculos emplacados representaram acréscimo de 14,5% sobre 2007, batendo recorde histórico, já que esse havia sido o melhor ano da indústria automobilÃstica até então. A Fiat liderou as vendas, seguida de perto pela Volks e pela GM.
Para o consultor especializado no setor automotivo David Wong, da Kaiser Associates, a recuperação das vendas no final do ano se deve mais à redução do imposto, anunciada pelo governo federal no último dia 11 e com validade até 31 de março, do que ao aumento de oferta de crédito nesse mercado.
Em novembro, o Banco do Brasil e a Nossa Caixa abriram, juntos, linhas de R$ 8 bilhões para os bancos das montadoras, mas o dinheiro ainda encontra restrições para chegar ao consumidor, na opinião do analista. “O crédito está disponÃvel, mas não está sendo concedido porque o risco [de inadimplência] está elevado.”
A perda de valor do carro usado, ressalta Wong, é outro entrave. Com a redução do IPI, esse veÃculo também ficou mais barato e, por isso, a entrada para adquirir um automóvel zero km tem de ser maior.
Ana Maria Junqueira, gerente da Itavema Itália, concessionária Fiat na capital paulista, afirma que muitos clientes que planejavam comprar, mas ainda estavam na dúvida se levavam um carro novo, resolveram fechar negócio logo após a redução do imposto.
Em dezembro, ela contabiliza que metade das vendas foi paga à vista, contra a média de 30% antes do agravamento da crise internacional. Enquanto até setembro havia clientes que esperavam 90 dias pelo modelo escolhido, agora o tempo de pesquisa antes de efetuar a compra é muito maior.
“Quando trazem o carro para a revisão, eles aproveitam para sondar o preço dos novos e ver quanto está valendo o usado.”
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, lembra que a variável mais importante para o consumo de veÃculos e imóveis, por serem dÃvidas de longo prazo, é a confiança do consumidor, que deve seguir abalada nos primeiros meses deste ano por causa da incerteza na economia mundial.
Neste mês e em fevereiro, o analista prevê dificuldades nas vendas, já que tradicionalmente são meses com orçamento apertado devido aos gastos pelas festas de final de ano, às férias de verão, à compra de material escolar, ao pagamento de IPTU e IPVA e à economia para garantir a viagem no Carnaval. Fonte: Folha de S. Paulo