Cabotagem ainda não atende aos destinos da produção do litoral catarinense, aponta pesquisa da Fiesc

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Cabotagem ainda não atende aos destinos da produção do litoral catarinense, aponta pesquisa da Fiesc

Florianópolis, 27.6.13 – A cabotagem, que é a navegação feita entre portos brasileiros, é cotada como um modal que pode mudar a distribuição da matriz de transporte do Brasil, contribuindo para a redução do número de caminhões nas estradas e para a diminuição dos custos das empresas. Essa é a constatação de um estudo realizado pela Federação das Indústrias (Fiesc) com 76 empresas de médio e grande portes de 19 setores industriais de Santa Catarina. O levantamento faz parte da primeira etapa do Plano de Mobilidade que a entidade lançou nesta quarta-feira (26), durante seminário, em Florianópolis.
O presidente da Câmara de Transporte e Logística da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, explica que nesta etapa foi selecionado o litoral pelo fato de ser uma região que concentra os maiores gargalos de mobilidade. São 4 milhões de habitantes; 1,3 milhão de trabalhadores e 126 mil estabelecimentos. Nos próximos anos, a previsão é de aumento da população; da movimentação de cargas e de passageiros; da corrente de comércio internacional e do consumo interno, além do crescimento das atividades da indústria, setor de serviços; turismo e de petróleo e gás. Essa perspectiva de crescimento vai sobrecarregar ainda mais a mobilidade no eixo litorâneo.
Nas próximas etapas do Plano, as demais regiões do Estado serão contempladas. “Por meio do plano, a Federação vai discutir com a sociedade organizada as condições atuais e as ações necessárias para ter mobilidade adequada ao desempenho da economia catarinense”, afirma Aguiar. “Vamos estudar todos os modais possíveis de transporte de passageiros e de cargas para identificar gargalos e solução para a mobilidade. O objetivo é construirmos um planejamento da mobilidade de Santa Catarina”, completa.
Quando perguntadas sobre os critérios utilizados na escolha da cabotagem, 70,3% das empresas responderam que a opção se deve à economia nos valores dos fretes em relação a outros modais, enquanto 10,8% destacaram que esse meio de transporte reduz avarias e risco de roubo de carga. Em relação às situações em que a cabotagem é competitiva, 50,7% do grupo pesquisado afirmou que sabe exatamente quando e por que este meio de transporte é mais adequado; 42% disseram que sabem em parte, mas querem conhecer mais detalhes; e 7,2% não sabem quando esse modal é mais adequado.
Um navio tem capacidade de transportar quatro mil contêineres. Isso significa quatro mil caminhões a menos nas rodovias. “O custo do transporte por cabotagem é, em média, 15% mais barato que o realizado pelo modal rodoviário. Esse percentual é aplicado para distâncias acima de 1,5 mil quilômetros. Em percursos maiores, o custo do frete pode ser até 40% menor do que transportar produtos por caminhão”, diz Aguiar. Além disso, em cada tonelada transportada por quilômetro, via cabotagem, são emitidos apenas 25% dos gases do efeito estufa que seriam emitidos fazendo esse transporte por modal rodoviário.
Apesar dos benefícios desse meio de transporte, 55,3% do grupo pesquisado disse que não utiliza a cabotagem; 23,7% usam; 17,1% utilizam pouco; e 3,9% usam com frequência. A razão pela qual mais da metade das empresas ouvidas não opta pela cabotagem é que o modal não atende os mercados de destino dos produtos; em segundo lugar aparece a burocracia para utilizar; na sequência, as companhias destacam que o tempo de trânsito não atende às necessidades; e, por último, 12,5% delas não conhecem o suficiente para utilizar o modal. “Temos cinco terminais prontos, que podem ser adequados para oferecer mais linhas para atender a demanda da indústria. Mas, para isso, temos desafios estruturais e regulatórios que precisam ser vencidos”, ressalta o presidente da Câmara. Rodovias saturadas: a urgência em se encontrar uma alternativa às rodovias se explica pelos números. O movimento do trecho norte da BR-101 varia de 8 a 80 mil (na alta temporada) veículos por dia. Essa rodovia, considerada a artéria principal da zona litorânea, tem impactos diretos e indiretos em outras BRs que também recebem grande fluxo de veículos, como a 280; 282; 470; 116 e 285. Estudo da Fipe mostra que em 2010 foram movimentadas 75,7 milhões de toneladas. Para 2020 estima-se 110 milhões de toneladas. Para ver o Plano de Mobilidade e a Pesquisa sobre Cabotagem acesse http://www.fiescnet.com.br/
Fonte: Dâmi Cristina Radin
Assessoria de Imprensa do Sistema FIESC
Foto: Filipe Scotti/FIESC/Divulgação

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