Laguna, 9.7.15 – Dia 15 é a data tão esperada para a inauguração da ponte Anita Garibaldi, em Laguna, no Sul do Estado. Considerado um dos piores gargalos da BR-101, a gigante de concreto começou a ser construído ainda em 2012. A presidente Dilma Rousseff confirmou a presença na solenidade. Na mesma data será inaugurado também o túnel do Morro do Formigão, em Tubarão, outro gargalo bem conhecido dos motoristas, onde acidentes e filas deram o tom de emergência no início das obras em fevereiro de 2013.
Alguns gargalos como a ponte sobre o rio Tubarão, trechos não duplicados no acesso ao Morro do Formigão e a construção dos túneis no Morro dos Cavalos, em Palhoça, ainda impedem a duplicação total da BR-101 Sul. Porém, é na ponte de Cabeçuda, em Laguna, – única travessia até então, que suporta um fluxo médio de 25 mil carros por dia, conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT/SC), onde intermináveis congestionamentos e inúmeros acidentes travavam criticamente o desenvolvimento do Estado. Durante a temporada de verão, com a vinda de turistas, principalmente do Rio Grande do Sul, os congestionamentos geravam um atraso de quase sete horas na viagem.
A abertura da ponte Anita Garibaldi sinaliza uma nova etapa para o crescimento econômico e turístico de Santa Catarina. Com 2.830 metros de extensão e pista dupla nos dois sentidos, a estrutura promete atender o grande fluxo de veículos na região de Laguna, Sul do Estado.
Segundo o DNIT/SC a previsão é que a presidente chegue por volta das 10h30min de helicóptero em Tubarão para inauguração do túnel e depois siga para a ponte Anita Garibaldi.
Últimos detalhes nas obras
Agora os últimos detalhes serão acelerados em Laguna. Ontem foram finalizados os testes de cargas que começaram no último sábado e operários trabalham na pintura e colocação de tachões na pista e laterais. No túnel do Formigão serviços como pintura e sinalização também estão sendo concluídos antes da abertura.
Para o governador Raimundo Colombo (PSD) a inauguração da ponte Anita Garibaldi será fundamental para acelerar o desenvolvimento de Santa Catarina.
Foco de melhoria passa a ser a ponte sobre o rio Tubarão
Depois da ponte em Cabeçuda e do Morro do Formigão, em Laguna, é na construção da ponte sobre o rio Tubarão que está estacionado o principal gargalo da duplicação da BR-101 Sul.
A antiga ponte Cavalcanti, demolida em novembro de 2014, dá lugar a construção de uma nova estrutura orçada em aproximadamente R$ 20 milhões. A obra, que fará a continuidade das pistas duplas no sentido sul-norte da BR-101, precisa ficar concluída para que o trânsito nos túneis do Morro do Formigão, a cerca de 500 metros, seja liberado nas duas pistas.
A pressão do DNIT/SC é que o Consórcio Engedal, responsável pela execução, consiga entregar a obra ainda em dezembro de 2015, antes do prazo contratual que é de fevereiro de 2016. Até o final do ano, o túnel, que está pronto, funcionará em sentido único em apenas uma pista.
Edital nos próximos meses
Outro entrave na BR-101 é a construção dos túneis no Morro dos Cavalos, em Palhoça. No final de 2014, o DNIT/SC liberou a quarta faixa temporária que amenizou o problema dos congestionamentos no local. Mas considerada a construção de dois túneis é a solução definitiva. O projeto final tramita desde dezembro do ano passado em Brasília. Emperra em questões ambientais e indígenas – já que no local previsto para a construção vive uma aldeia. Resolvido as pendências, a previsão do DNIT/SC é lançar o edital para obra ainda no segundo semestre de 2015.
“A obra ficará pronta apenas na quarta-feira”
Entrevista com Vissilar Pretto, superintendente do DNIT/SC
Após a confirmação oficial da data de inauguração da ponte Anita Garibaldi, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT/SC), Vissilar Pretto, destacou os impactos na economia e turismo do Estado após a liberação da estrutura.
A liberação para o tráfego pode acontecer antes da solenidade?
Não. Tem trabalhos que ainda estão sendo executados. Estamos finalizando a parte de colocação de tachões, iluminação pública, tem certos serviços que não aparecem, mas que teremos que dar uma acelerada. Não é só a ponte, é um conjunto. Mas para dia 15 estará tudo certo. Até sexta-feira não teríamos como terminar os acabamentos na ponte.
O que está faltando então?
Finalização, pinturas, colocação de tachões, o teste de cargas está em fase final, coisas no próprio acesso na cabeceira. Na iluminação. Quando tiver todos os postes instalados vamos fazer um teste para ajustes finais. Em momento algum a ponte ficará fechada por causa da presidente e sim pelo compromisso da obra estar pronta para a presidente chegar e inaugurar. Não terminou, a obra não está pronta.
O que falta para concluir o túnel do Formigão?
O túnel teve um problema na parte de iluminação durante o fim de semana. Estamos finalizando o acesso norte e sul e também a pintura. Ele será liberado para o tráfego no mesmo dia. Será sempre no sentido norte/sul porque são duas pistas e o que vai ser liberado é apenas uma pista.
Com a inauguração da ponte e do túnel, como fica a questão da duplicação da BR-101 Sul?
As empresas têm compromisso de terminar em dezembro. Acho que hoje nosso principal gargalo é a ponte em Tubarão. Mesmo que o contrato tenha mais prazo (fevereiro/2016), a empresa se comprometeu de nos entregar no fim do ano. Assim teremos todo o trecho sul duplicado.
Vai sair o projeto de construção dos túneis no Morro dos Cavalos?
Temos algumas questões que foram encaminhadas para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). O estudo ainda está em definição também com a Fundação Nacional do Índio (Funai). A previsão é começar a licitar, se tudo der certo, no segundo semestre. Mas a quarta faixa inaugurada em dezembro já liberou bastante o fluxo na região. Não tem problemas de congestionamentos, como na ponte em Laguna durante a temporada.
Fonte: Diário Catarinense (Mônica Foltran)
Expectativa e realidade
Não é apenas pelo gigantismo que a ponte Anita Garibaldi é uma obra singular. Durante um bom tempo, ela serviu de exemplo de obra pública que avançava a olhos vistos e mais rápido que o cronograma. Essa composição de fatores a grande construção e a eficiência fizeram com que ela se tornasse a menina dos olhos da presidente Dilma Rousseff (PT), que continuamente citava o desejo de visitá-la. Mais de uma vez agendou a viagem, até durante a campanha eleitoral, mas sempre acabou frustrada. A evolução da obra gerou a possibilidade de que o prazo de entrega poderia ser antecipado. Primeiro, em setembro do ano passado, de olho nas eleições.
Os catarinenses têm dado sinais claros de insatisfação em relação ao governo petista e as obras de infraestrutura que demoram a começar e que nunca terminam são um dos argumentos mais objetivos dessa situação.
A inauguração da ponte de Laguna, no principal gargalo da BR-101, serviria de vacina na prancheta dos marqueteiros. A realidade não permitiu a antecipação, mas se construiu a expectativa (ou desejo) de que ela pudesse estar pronta até dezembro do ano passado, em tempo de salvar os turistas de mais uma temporada de engarrafamentos. Não foi possível. O prazo inicial venceu as expectativas: 15 de maio de 2015.
Dificuldades nos últimos pagamentos do governo federal e alguns detalhes pontuais fizeram com que a ponte não avançasse no mesmo ritmo na reta final. A data de sua inauguração virou novela, os percentuais de conclusão 92%, 93%, contagem regressiva. Ontem veio de Brasília a informação de que Dilma finalmente vai conhecer sua principal obra em SC e inaugurá-la no próximo dia 15. São dois meses de atraso. Algo irrelevante em qualquer obra pública dessa dimensão, mas que a expectativa transformou em uma longa espera. A ponte Anita Garibaldi é mesmo uma obra singular.
Fonte: Diário Catarinense (Moacir Pereira – Upiara Boschi/Interino)
Tarifa de água da Casan terá reajuste de 11,94%
Consumidores catarinenses enfrentarão mais uma pressão inflacionária no mês que vem: o reajuste da tarifa de água e esgoto da Casan. A Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico de Santa Catarina (Agesan) autorizou ontem alta de 11,94%, que passa a vigorar a partir do dia 8 de agosto para todas as classes de consumo. O reajuste envolveu 8,954% da inflação oficial, Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos últimos 12 meses, mais variação de 2,99% do custo de energia. Os preços dos serviços e das infrações cobrados pela Casan terão reajuste de 8,95%. Neste grupo estão religação, deslocamento de ramal predial, instalação de ligação da água, inspeção de serviços, substituição de hidrômetros e outros. A Casan atende atualmente 201 municípios de Santa Catarina e um do Paraná.Segundo Silvio Cesar dos Santos Rosa, diretor de Regulação e Fiscalização da Agesan, que também exerce interinamente a diretoria geral, a concessionária havia solicitado reajuste de 13,24%. A decisão da agência foi publicada ontem no Diário Oficial do Estado. Rosa explicou que a alta foi maior este ano devido aos reajustes da energia e inclusão da bandeira vermelha, o que pesou nos custos da Casan. No ano passado, a concessionária de água e esgoto teve autorizada apenas a variação da inflação, 7,27%. Como opera com serviço público, a companhia tem reajuste autorizado anualmente para cobrir custos de inflação e luz. Para o consumidor residencial é preocupante porque essa alta da água incide sobre produtos e serviços e isso provoca efeito cascata nos preços de um modo geral.
Fonte: Diário Catarinense (Estela Benetti)
A maior alta de preços desde 1996
Junho reforçou a alta registrada ao longo do ano no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação brasileira, encerrando o primeiro semestre com perspectivas para lá de ruins. O IPCA de 0,79% no mês passado levou o índice a acumular alta de 8,89% em 12 meses. Com esses indicadores, junho registra duas marcas inglórias: a alta é a maior para o mês desde 1996 e, com o resultado, a inflação acumula 6,17% no primeiro semestre deste ano, a maior desde 2003 para os primeiros seis meses do ano.
Para o professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e economista Daniel Ítalo Richard Furletti, o resultado de junho sinaliza que a taxa pode chegar a dois dígitos ainda neste ano.
– Essa inflação, que é de custos, e não de demanda, não cederá se não houver investimentos. Estamos caminhando para uma taxa de dois dígitos que pode ser alcançada ainda neste ano – alertou o professor, ressaltando que, a cada Boletim Focus, do Banco Central, os analistas aumentam a previsão. No relatório desta semana, a inflação prevista foi de 9,04%.
A tese de Furletti se fundamenta quando ele analisa as principais influências da alta no mês passado: passagem aérea, taxa de água e esgoto, automóveis usados e tarifas de ônibus urbanos.
– São áreas que precisam de investimento: nossa infraestrutura e logística são ruins; o preço do combustível não para de aumentar, o frete está alto, e os custos são repassados ao consumidor. O país precisa resolver algumas de suas quatro crises: a econômica, a política, a ética e a de confiança. São crises que se retroalimentam e que necessitam ser estancadas urgentemente. Apesar da desaceleração, o aumento nos preços de alimentos no mês de junho ainda é firme – disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços IBGE.
Em junho, itens como tomate, cenoura e hortaliças até ficaram mais baratos. Porém, alimentos como cebola, batata-inglesa e leite longa vida ficaram mais caros.
Fonte: Diário Catarinense
Previsão de retomar obras aeroporto
Edital para construção dos acessos deve ser aberto este mês Ela ainda liga nada a lugar algum, mas, para o governo do Estado, a inauguração antecipada da ponte na foz do rio Tavares, na Costeira do Pirajubaé, simbolizará mais uma etapa na retomada final de construção dos novos acessos ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz, paralisadas desde o ano passado. A previsão no centro administrativo é que até o fim deste mês sejam abertos os editais da nova licitação e definição das empresas contratadas para conclusão dos trechos abandonados.
“A ordem do governador [Raimundo Colombo] é recomeçar imediatamente os acessos”, responde o diretor de Obras do Deinfra, Adalberto de Souza.
A orientação, segundo ele, é garantir a imediata assinatura da ordem de serviço e remontagem dos canteiros de obras. Parte do novo sistema viário projetado para o entorno do novo terminal de passageiros, no entanto, ainda depende de licenciamento ambiental pelo ICMBio por contornar os limites da Resex (Reserva Extrativista) do Pirajubaé, junto ao mangue do Rio Tavares.
O trajeto do projeto original, contornando o loteamento Santos Dumont e o estádio da Ressacada, foi abandonado. “Implicaria em grande
volume de recursos para indenizações”, explica Souza. Paralisadas desde meados de 2014, as obras têm aspecto de total abandono.
Na Tapera, trechos pavimentados ao lado da rodovia Aparício Manoel Cordeiro viraram ponto de despejo de lixo e entulhos. A força da água destruiu a galeria sobre o rio Fazenda, onde se acumulam restos de construção. Na avenida Diomício Freitas, atual acesso ao aeroporto, o trecho de mangue aterrado e terraplanado para futura duplicação se resume a camada de pedregulhos.
Ponte será entregue antes do prazo
A máxima de que mineiro trabalha quieto é realidade no canteiro da nova ponte sobre o rio Tavares, no acesso à também paralisada duplicação da avenida Diomício Freitas. Atualmente, os operários fazem os serviços de acabamentos da mureta lateral e do piso de cimento da ciclovia e calçada de pedestres, e preparam o piso para pavimentação com asfalto e instalação dos postes de iluminação.
A previsão é inaugurar em 20 dias, ou seja, nove meses antes do previsto no cronograma inicial da obra – maio de 2016. Em tempo de obras atrasadas ou suspensas por falta de recursos, o segredo da entrega antecipada da nova ponte, segundo o supervisor da construtora Trena, odair Ribeiro, não é só pagamento em dia. “Trata-se de mão de obra 99% mineira. O pessoal daqui não quer pegar no pesado”, diz Ribeiro, que veio de Belo Horizonte em meados de 2014, quando viu o mar pela primeira vez.
iniciada em junho de 2014, a ponte custou pouco mais de R$ 19,2 milhões, dinheiro do BNDES e do Banco do Brasil. São 26 metros de extensão e largura total de 11,90 metros.
Fonte: Notícias do Dia (Edson Rosa)
Em causa própria
Votada em segundo turno pela Câmara, a tímida reforma política que está sendo examinada pelo Congresso vai agora para o Senado, eivada de corporativismos. Das 11 modificações aprovadas pelos deputados, pelo menos cinco contemplam temas de interesse dos próprios parlamentares e esse viés deverá ser seguido pelos senadores, inconformados com a redução de seus mandatos de oito para cinco anos. O país está, mais uma vez, perdendo uma oportunidade para aperfeiçoar a democracia e recuperar a confiança dos cidadãos nos seus representantes políticos. Ao pensarem apenas em seus interesses, e ainda assim no curto prazo, os congressistas estão, na verdade, marcando um gol contra.
A sociedade, que conhece a composição atual da Câmara e a forma como seus trabalhos vêm sendo conduzidos, não tem motivos para se surpreender com o faz de conta da reforma. Ainda assim, é lamentável que, depois de tantos anos de idas e vindas, os parlamentares tenham perdido a oportunidade de votar uma efetiva reforma política, pois se limitaram apenas a mudanças de cunho eleitoral.
Além de não envolver os eleitores no debate sobre as mudanças, a Câmara ignorou aspectos como a rejeição da maioria ao financiamento privado de campanhas. Os parlamentares limitaram-se a condicionar as contribuições de empresas aos partidos, vedando-as aos políticos.
A conformação final das alterações ainda vai depender do Senado. Mas, tudo indica, não será desta vez que o país enfrentará questões de fundo, como a forma de assegurar maiorias no Congresso e a construção da governabilidade.
Fonte: Diário Catarinense (Editorial)
Uma obra para a história
Tem data para ocorrer, finalmente, a inauguração da ponte Anita Garibaldi, em Laguna. A obra é uma das maiores que o governo federal vem executando no país e mostra a pujança da engenharia brasileira. Houve atrasos, como costuma acontecer em qualquer projeto, seja ele de pequeno porte, seja de fôlego, no Brasil. Contudo, ao contrário de outras obras, o principal gargalo do tráfego na BR-101 Sul, em Santa Catarina, será removido dentro de poucos dias, para alívio de milhares de motoristas que usam a principal via de escoamento da região.
Depois disso, a rodovia dependerá de uma ponte e de outro túnel, em Tubarão, e da resolução do imbróglio no morro dos Cavalos, na Grande Florianópolis, para estar totalmente duplicada até a divisa com o Rio Grande do Sul. O grande óbice está no trecho de Palhoça, onde questões ambientais e retardamentos atribuídos à falta de recursos forçaram o governo a improvisar uma quarta pista, que está longe de ser a solução ideal, embora tenha se mostrado estratégica para manter o fluxo de veículos no local.
A presença da presidente Dilma Rousseff na entrega da obra é, no momento, um detalhe menor. O que importa é que a ponte – cujo nome homenageia a chamada “heroína dos dois mundos” – possa ser disponibilizada ao tráfego e sepulte de vez os congestionamentos provocados, sobretudo, pelo aumento do movimento de caminhões e de carros de passeio na região. Só isso já justificaria o entusiasmo que cerca a solenidade, marcada para a próxima quarta-feira em Laguna.
Fonte: Notícias do Dia (Editorial)
Nas tetas da usura
O Brasil faz política monetária para controlar a inflação – dizem os economistas. Tendo moeda própria, faz o que os gregos já não podem fazer, com sua moeda comunitária, o euro.
Mas por que o resultado, aqui e lá, é igual a zero, a Grécia falida e o Brasil desesperado, com uma inflação impávida, rumo às alturas? Apesar de uma Selic (a taxa básica do BC) em 13,75%, a caminho – dizem – dos 14,50%, no final do ano.
Os juros bancários do Brasil ignoram a dita taxa básica. Os bancos são parentes próximos daquela velha agiota de Crime e Castigo, o romance genial de Fiódor Dostoiévski.
Cena digna de filme de suspense é o assassinato da personagem Alena Ivanovna, a prestamista “justiçada” pelo estudante Raskolnikof. O perturbado Ródia resolve castigar a usurária porque a considera uma parasita. Ela nada produz, a não ser a miséria dos que lhe devem dinheiro. Então, desenvolve a enlouquecida tese de que os seres humanos podem usar seu livre arbítrio para eliminar malfeitores como a agiota.
Imaginem se o povo brasileiro resolve aplicar igual castigo aos banqueiros que há séculos mamam nas tetas da usura, cobrando juros e spreads como não se vê em nenhum país civilizado?
Há linhas de crédito que chegam facilmente aos 300% ao ano. E os spreads – diferença entre o que o bancos pagam na captação de recursos e o que ganham no seu empréstimo – batem tranquilamente nos 135%, descontada a inflação.
Quer dizer, a taxa básica equivale a menos de 14% ao ano, mas os juros bancários são tridigitais.
Sofrendo de privação de sentidos, Ródia desceu o machado na velha. Tivesse sobrevivido às machadadas, Ivanovna seria facilmente admitida na diretoria de qualquer grande banco brasileiro.
Ganância e “profissionalismo” não lhe faltavam, como aos bancos não falta a cara de pau de lucrar a cada ano cerca de 30% do seu patrimônio líquido. Ou seja: um banco brasileiro lucra num ano exatamente um terço de tudo o que já possui.
Num Brasil que tateia como cego em meio ao breu da grave crise que se abateu sobre o país, constrange aos céus saber que há instituições lucrando em um ano um terço de todo o seu capital.
Alena Ivanovna está se revirando no seu túmulo de São Petersburgo, sentindo-se injustiçada.
Fonte: Diário Catarinense (Sérgio da Costa Ramos)
Cooperativas projetam crescer 12% neste ano
Santa Catarina é o Estado com o maior percentual da população associado a cooperativas. Sorte a nossa. Porque, apesar da crise econômica, o cooperativismo catarinense deve crescer 12% em 2015, com destaque para o segmento de crédito. Em 2014, o setor faturou R$ 23,3 bilhões, o que representa 11% do PIB de SC.
Segundo o presidente da Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Zordan, o cliente de um banco pode encontrar dificuldades para fazer um empréstimo em tempos de retração, mas o associado é dono da cooperativa e consegue ter acesso facilitado ao crédito.
O Sicoob SC/RS, braço regional do maior sistema financeiro cooperativo do país, vem crescendo mais do que o dobro dos principais bancos do Brasil. Nos quatro primeiros meses de 2015, conforme levantamento do Banco Central, enquanto Banco do Brasil, Caixa, HSBC, Itaú, Santander e Bradesco cresceram em média 1% em ativos totais – o que mede o tamanho de um banco –, o Sicoob SC/RS registrou aumento de 6,9% em seus ativos.
– O grande diferencial das cooperativas é que, como não visam lucro, podem oferecer muito mais vantagens a seus associados, que são mais do que clientes, são donos do negócio. Ao final do ano, o resultado alcançado é dividido entre os cooperativados – explica Rui Schneider da Silva, presidente do Sicoob em SC e no Rio Grande do Sul.
Entidade investe em profissionalização
O Estado tem hoje 253 cooperativas em 12 atividades econômicas. E, de acordo com Zordan, a base para a expansão de 12% nas receitas destas estruturas é a diversificação nos negócios. O segmento de crédito, por exemplo, está investindo em seguros e, hoje mais estruturado, conseguindo ampliar a oferta de crédito e financiamentos. Já o setor agrícola aposta em empreendimentos como supermercados e postos de gasolina.
Outro motivo, segundo o presidente da Ocesc, é a profissionalização da gestão, com dirigentes e funcionários mais capacitados. O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/SC), vinculado à Ocesc, investiu em 2014 R$ 17,3 milhões em ações de formação profissional.
Fonte: Diário Catarinense (Janaina Cavalli)