Clipping Imprensa – Debate aponta ações de futuro

Clipping Imprensa – Debate aponta ações de futuro

Florianópolis, 23.9.15 – O último dia do 33º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, em Joinville, teve debate sobre o futuro das cidades, da saúde, da infraestrutura e do ambiente de trabalho. A Alemanha se destaca nos três e, por esta razão, o evento permitiu aos brasileiros a chance de trocar ideias e, aos investidores e representantes de entidades alemãs, de discutir o ambiente legal e as oportunidades de negócios.
Uma delas encontra-se na área da saúde, com a abertura da oferta de serviços ao capital estrangeiro autorizada pela Lei 13.097/2015. Hoje, no Brasil, apenas 25% da população têm acesso a planos de saúde privados e a falta de recursos é apenas um dos problemas da saúde pública, segundo os painelistas. Para eles, é preciso maior eficiência no processo e levar o atendimento especializado e de qualidade a quem está distante dos grandes centros.
O professor e neuroradiologista alemão Bodo Kress destacou o uso do atendimento eletrônico à distância, pela telemedicina. Segundo ele, na Alemanha, o recurso é utilizado para diagnósticos e procedimentos mais simples. Porém, em 10 anos ele acredita que será uma realidade até para cirurgias e reabilitação. Kress acrescentou que a Alemanha está disposta a firmar parceria com o Brasil para a transferência tecnológica em telemedicina.

Mercado fechado impediu evolução – Durante o painel, uma das constatações foi a de que o mercado fechado impediu que o Brasil acompanhasse a evolução ocorrida no exterior. A Anvisa também foi alvo de críticas, especialmente quando um empresário da plateia compartilhou a espera de quatro anos para conseguir a autorização de compra de um equipamento.
O sistema de saúde alemão é elogiado porque leva o serviço até o paciente com o médico de família e por se basear no atendimento por zoneamento. (Fonte: Diário Catarinense – Claudine Nunes)

Mobilidade requer integração de modais e planejamento

A efetiva integração de modais de transporte e o uso de aplicativos, somada à atração de novas tecnologias, são essenciais para melhorar a mobilidade. A afirmação é do CEO da Man América Latina e da Volkswagen Ônibus e Caminhões, Roberto Cortes, um dos debatedores do Fórum Mobilidade e Conectividade, realizado ontem no último dia do EEBA 2015.
O executivo destacou a importância da utilização de conectividade de meios de transporte por mapas, integração de dados para aumentar a segurança e eficiência no tráfego. Ele defende que um único órgão centralize as ações e o planejamento brasileiro em mobilidade para o país obter melhores resultados práticos. E aponta a privatização como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados. Na avaliação de Cortes, o Brasil precisa investir em ferrovias e portos.
– O nome do jogo é a obsessão pela redução de custos. O Brasil necessita investir em ferrovias e melhorar seus portos. Se não tivéssemos a crise, teríamos dificuldades de movimentação de cargas nos portos (devido as limitações operacionais) – disse.

Empresários cobram ações de execução – O número 1 da BMW no Brasil, Gerard Degen, também participou do debate e afirmou que o planejamento brasileiro é bom. Segundo ele, o que falta é execução. Ele citou o caso da BR-280, que atravessa o Planalto Norte do Estado e se estende até o Porto de São Francisco do Sul.
– A licença (para a obra de duplicação) foi dada. Agora é preciso executar – cobrou Degen, lembrando que se trata de uma rodovia sobrecarregada.
Para a vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Gleide Patrizi, é preciso pensar no longo prazo, em planos que tenham continuidade independente dos ciclos políticos. Ela ressaltou que, mesmo com a crise atual, a perspectiva é de que em 20 anos a quantidade carros por habitante dobre no país. Para o presidente da T- Systems do Brasil, Ideval Munhoz, é bem possível haver uma mudança de mentalidade na população a médio prazo.
– O automóvel pessoal passará a ser visto como um serviço, não mais como um bem material. Como ocorreu no passado, em relação à linha telefônica – observou Munhoz. (Fonte: Diário Catarinense – Claudio Loetz)

Polêmica sobre normas de segurança

O Encontro Econômico Brasil-Alemanha discutiu um tema que tem tirado o sono dos empresários, a adequação do parque fabril à norma NR-12 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A mais recente regulamentação para o uso de máquinas e equipamentos sofreu as últimas alterações em 2010 e contempla 340 itens.
Entre as queixas do setor empresarial estão o rigor do texto, a dificuldade de compreensão da lei, os problemas para harmonizar os padrões técnicos com normativas internacionais, o pouco tempo para se adaptar às mudanças e o fato de que até os equipamentos comprados antes de 2010 precisam ser adequados às alterações da norma. A exigência representa um custo de R$ 100 bilhões para toda a indústria nacional, conforme a Confederação Nacional das Indústrias (CNI).

Exigências diferentes – O diretor da empresa Multivac, Michael Tescher, afirmou que países como Rússia, China e Índia têm textos regulatórios similares aos da Europa.
– O Brasil está se afastando da metade do mundo com a NR-12 – afirmou, ao se referir à regulamentação diferenciada, pela qual uma mesma máquina atende às exigências na Alemanha, mas não atende às exigências do Brasil.
A coordenadora da comissão nacional tripartite da NR-12 no MTE, Aida Becker, participou do painel sobre o tema. Segundo ela, o texto final representa o consenso entre governo, trabalhadores e empresários e ninguém pediu mais prazo para se adequar a pontos específicos da legislação. (Fonte: Diário Catarinense)

Moeda americana bate recorde e chega a R$ 4

Vitaminado pela crise política, o dólar comercial seguiu ontem a sua escalada e fechou cotado acima de R$ 4 pela primeira vez desde a criação do real, em 1994. Com o nervosismo irradiado de Brasília pelo temor de que a Câmara dos Deputados derrubasse vetos presidenciais a gastos de até R$ 127 bilhões até 2019, o que poderia pôr de vez a pique o ajuste fiscal, a moeda americana encerrou cotada a R$ 4,0538. À tarde, chegou a passar de R$ 4,06.
Considerado um dos maiores especialistas em dólar no país, o diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme, sustenta que o patamar alcançado ontem é uma exacerbação explicada apenas pelo alto risco de que os parlamentares derrotassem o governo na apreciação dos vetos.

Entra mais dólar no país do que sai – Para Nehme, a variação do dólar entre R$ 3,90 e R$ 4,05 é resultado do imbróglio político que ameaça a tentativa do governo de conter gastos e melhorar a receita e o mandato da presidente Dilma Rousseff. Se fossem levados em consideração apenas os fundamentos da economia, sustenta o especialista, o teto seria R$ 3,90.
Além disso, lembra Nehme, a própria agência de classificação de risco Moodys – que se cogita seguir a Standard & Poors e tirar o selo de bom pagador do país – ressaltou ontem que o Brasil, a despeito da tendência de recessão prolongada, está mais forte ante outras nações que perderam o grau de investimento.
O economista Bruno Lavieri, da Tendências Consultoria Integrada, tem visão semelhante. Além da piora das projeções econômicas, a deterioração quase diária do ambiente político contribui para o mercado passar da medida na ânsia por comprar dólar.
– Tem algum exagero, mas é difícil cravar que o dólar vai voltar para R$ 3,80 ou R$ 3,90 já que não há no horizonte nenhum fator que possa ser positivo – afirma Lavieri. (Fonte: Diário Catarinense – Caio Cigana)

Reformas, educação e inovação

Autoridades e líderes empresariais alemães que participaram do 33º Encontro Econômico, em Joinville, deixaram mensagens muito claras a todos os que lá estiveram nestes últimos três dias.
A primeira e mais repetida, a partir do entusiástico discurso do vice-ministro da Economia da Alemanha, Matthias Machnig, foi de otimismo e total confiança no futuro do Brasil. Vários alemães chegaram a mencionar a situação difícil do país no ano 2000 e os desafios vencidos, com esforço, educação, inovação tecnológica, reformas estruturais e muito trabalho. Hoje, a Alemanha é a principal potência da Europa e a quarta do mundo.
A segunda trata-se da necessidade de reformas, de desburocratização, de mudanças na legislação trabalhista, de simplificação tributária e de agilização de novas pontes entre os dois países, considerados líderes de dois grandes blocos econômicos, o Mercado Comum Europeu e o Mercosul.
E a terceira, com mais ênfase, foi a importância de investimentos em educação de qualidade, formação profissional e inovação tecnológica, esta com prioridade para os processos de digitalização.
Dramático é constatar que o exemplo alemão é desprezado neste momento pelo governo Dilma. Corta orçamento da educação, cancela recursos de pesquisas, não muda estrutura nenhuma, não enxuga a máquina e, para completar, aumenta a carga tributária. Frustrante e desanimador!

Improvisação – Filas quilométricas, transtornos, prejuízos enormes para milhares de usuários e muita gente indignada. Esse é o balanço de mais uma lamentável improvisação do Deinfra. Quando vai executar obras de recuperação da SC-401 – a mais movimentada da Ilha de Santa Catarina –, o Deinfra opta pelo horário de pico e de maior fluxo. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)

SC abre portas para mais negócios com empresas alemãs

Apesar de profundas, as crises política e econômica do Brasil não ofuscaram o maior Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA) já realizado no país, que se encerrou ontem, em Joinville. Empresas, instituições e o setor público catarinenses se aproximaram mais de seus pares no gigante europeu. Parcerias já foram encaminhadas e negócios deverão ser firmados a partir de agora, se estendendo para os próximos anos. Pontos para os anfitriões que não mediram esforços para convidar os alemães: o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Glauco José Côrte, o prefeito de Joinville Udo Döhler; o executivo estadual com as participações do governador Raimundo Colombo e o secretário de Assuntos Internacionais Carlos Adauto Virmond, além de outras lideranças. Entre as parcerias fechadas está uma sobre fotônica, firmada pelo presidente do conselho da Fundação Certi Carlos Schneider, com região de Berlin. Outras foram abertas com o governo a Thuríngia.Döhler diz que foi o maior encontro porque este, ao invés de 130 vieram 200 empresários alemães.

Complicado – Um dos painéis de ontem foi o que tratou da norma de proteção no trabalho, a NR 12. Essa medida está reduzindo a venda de máquinas industriais no Brasil. Hermann Wegner, diretor da VDMA, a associação dos fabricantes de máquinas da Alemanha, que foi um dos painelistas, disse que o ideal seria que o Brasil adotasse o padrão europeu de máquinas. A Ásia aceita e os EUA pedem alguma mudança, às vezes. O consultor jurídico da Fiesc, Carlos Kurtz também defende essa mesma solução.

Longo prazo – Uma das lições que os empresários alemães deixaram ao Brasil nesse evento foi a visão de longo prazo. Isso ficou claro na fala do ministro de Economia, Ciência e TEcnologia Digital da Turingia, Wolfang Tiefensee, ao convidar os brasileiros para o próximo EEBA, no seu Estado, em 2016. A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maitê Bustamante, enfatizou a ênfase na inovação e na qualidade da educação em todas as fases, mostrada pelos alemães no encontro. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)

Encontro busca parcerias para além da indústria

O EEBA (Encontro Econômico Brasil-Alemanha) 2015 foi um sucesso não apenas por ter superado o número de participantes esperado pela organização do evento e por ter registrado fila de espera na rodada de negócios e nas visitas a empresas de Joinville, mas também pela qualidade no atendimento ao público e pelas iniciativas que vão dar frutos a longo prazo e não ficaram restritas à indústria. Entre os resultados positivos, destaque para o início da pavimentação do caminho para santa Catarina se tornar o estado-irmão da turíngia, o que deve fomentar o intercâmbio de conhecimento e de parcerias nas áreas econômica, tecnológica e cultural. Também foram feitos avanços na busca do melhor modelo de negócios para a integração do biometano na matriz energética do estado e para uma solução de integração intermodal que buscará reduzir o custo logístico para as empresas. Mas, além de tudo isso, o prefeito Udo Döhler, junto com o Consulado da Alemanha em Joinville, acertou ao convidar representantes do Ministério da Agricultura da Alemanha para conhecer de perto o modelo de agricultura familiar da cidade. A intenç&atild
;o da prefeitura não é apenas atrair investimentos na área agrícola, mas também na promoção do turismo rural.

Interesses em comum – A organização do EEBA foi inteligente ao mostrar para os alemães diversos pontos de interesse em comum entre Santa Catarina e a Alemanha. Além dos esperados interesses econômicos, fez parte do cardápio a apresentação cultural do Balé Bolshoi e a comentada agenda de integrantes do Ministério da Agricultura da Alemanha em propriedades rurais da cidade. “Joinville, apesar de ser a maior economia e de ter a maior concentração urbana do estado, tem 50% do território como área verde. O que queremos é promover o turismo rural, melhorar a renda do homem do campo, fazendo com que ele se fixe para prevenir a especulação imobiliária. Temos expectativa de receber investimentos nesta área”, comentou Udo Döhler. (Fonte: Notícias do Dia – Panorama/Alessandra Ogeda

Crise de altruísmo

A preocupação central de políticos da situação e da oposição, de corporações e de integrantes de todos os poderes não pode ser o futuro do atual governo, mas o do próprio país.
Num momento de crise econômica e política como este que o país enfrenta, fica ainda mais evidente o oportunismo de políticos, instituições e corporações que, em grande parte, se preocupam apenas com os próprios interesses. Líderes, de maneira geral, parecem não perceber, ou não querem entender, que não se trata de ajudar o governo, mas sim de pensar no país e de buscar alternativas conjuntas para os problemas que todos os brasileiros vêm amargando. O que está por trás desse tipo de atitude é a insistência, particularmente de políticos, tanto da oposição quanto da situação, de insistirem em questões que estão longe de constituir prioridade para o país.
No caso de líderes de partidos da base aliada, chama a atenção o fisiologismo explícito de políticos que, mesmo diante da crise, parecem mais preocupados em manter ou ampliar o espaço na máquina pública. É o que fica ainda mais claro neste momento em que a presidente da República, pressionada a corrigir os graves erros de gestão ao longo do primeiro mandato e no início do atual, não consegue assegurar um mínimo de apoio consistente em sua base parlamentar para ações que são inadiáveis. O que ocorre é justamente o contrário. Ao invés de uma redução da máquina, políticos aliados pleiteiam mais cargos. Ao invés de se unirem em torno do ajuste fiscal, deixam no ar a ameaça permanente de ampliação de gastos.
Se nem mesmo a própria base é capaz de demonstrar um mínimo de altruísmo neste momento, fica mais difícil cobrar coerência de quem se opõe ao governo. Ainda assim, é evidente que, sem prejuízo de seu papel de fiscalizar e de denunciar desvios em outros poderes, a oposição tem responsabilidades em relação ao futuro do país. Por isso, precisa ter sempre a preocupação de discernir com clareza o que tem a ver com o governo e o que diz respeito aos brasileiros em geral.
A preocupação central de políticos da situação e da oposição, de corporações e de integrantes de todos os poderes não pode ser o futuro do atual governo, mas o do próprio país. É preciso que fique bem evidente a necessidade de debelar a crise enfrentada no âmbito político e econômico, pois quem mais arca com os prejuízos é o conjunto da população. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)

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