Ituporanga, 8.7.16 – Em uma quarta-feira chuvosa, acidentes provocaram duas mortes em rodovias estaduais de Santa Catarina. As colisões ocorreram em intervalo de 40 minutos e envolveram caminhões. O primeiro acidente foi na SC-350 no Alto Vale do Itajaí. O outro ocorreu na SC-135 no Meio Oeste.
Por volta das 4h30min, uma colisão entre caminhão e carro deixou um morto na SC-350 em Rio Batalha, na cidade de Ituporanga. A vítima, identificada como Rodrigo Vidal Kneidl, de 26 anos, chegou a ser levada para o Hospital Bom Jesus, mas não resistiu aos ferimentos. Uma segunda vítima teve ferimentos leves. Outra pessoa saiu ilesa do acidente. As informações são da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) de Aurora.
O segundo acidente ocorreu cerca de 40 minutos depois. Por volta das 5h10min, um caminhão se envolveu em colisão com uma carreta no km 97 da SC-135. O acidente foi na cidade de Rio das Antas, no Meio Oeste catarinense. Um homem morreu, conforme a PMRv. Em razão do acidente o trânsito ficou interrompido na região. Acompanhe as informações pelo @t24horas. Fonte: Diário Catarinense.
“Reduzir jornadas é reconhecer que crise chegou ao trabalhador”, diz presidente da Federação das Indústrias de SC
Uma medida positiva, mas insuficiente. É a opinião do empresário e presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, sobre o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), baixado como Medida Provisória pelo governo federal na segunda-feira. Para ele, o plano pode reduzir o impacto das demissões no mercado de trabalho – mas também significa um reconhecimento de que a crise já está chegando à maior parte da população.
O PPE prevê redução de até 30% nas jornadas de trabalho e nos salários. A proposta do governo é complementar metade da redução com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), totalizando ao empregado uma perda de até 15% de seu salário.
Assim, um funcionário que receba R$ 2,5 mil e entre no PPE passará a receber R$ 2.125: R$ 1.750 pagos pelo empregador e R$ 375 com recursos do FAT. O trabalhador perde salário, mas permanece empregado, não saca o valor do FGTS e mantém os direitos trabalhistas. Cada pessoa poderá acessar o programa por seis meses, prorrogável por mais seis. O PPE terá vigência até o fim de 2016.
O custo projetado para o novo programa é de R$ 95 milhões para um ano e meio, sendo R$ 26,9 milhões em 2015 e R$ 67,9 milhões em 2016. Estima-se que irá evitar que 50 mil trabalhadores com salário médio de R$ 2,2 mil fiquem desempregadas.
DC – O PPE tem sido avaliado como positivo ou negativo no meio empresarial catarinense?
Côrte – A medida em si é melhor que o seguro-desemprego para todas as partes, seja para governo, empresa ou funcionário, porque mantém o vínculo empregatício e se reduz os gastos com desligamentos.
Mas a redução de jornadas com contrapartida do governo é o reconhecimento de que a economia está em crise, e que os efeitos desse problema chegaram aos trabalhadores – afinal, tanto em março quanto em abril houve queda acentuada no nível de emprego.
DC – Como você avalia o posicionamento do governo em relação à geração de empregos?
Há pouco tempo o governo voltou a falar em acabar com a desoneração das folhas de pagamento, o que torna o trabalho mais caro, desestimulando a geração de novas vagas e dificultando até a manutenção das atuais. Agora, dá sinais de que está preocupado com o assunto.
Isso mostra que não há uma coordenação: eleva-se o custo do trabalho para o empregador e depois se diz “bom, como há desemprego, vamos criar um programa de proteção”.
DC – Essa desaceleração do trabalho não torna ainda mais difícil superar momentos de crise?
Côrte – É por isso que temos dito que é preciso uma agenda que promova a recuperação e de crescimento. Em 2015, vamos ter queda no PIB, e nenhum país consegue sustentar seu nível de emprego quando a economia cai. O Programa de Proteção ao Emprego é uma medida extrema que atenua a situação, mas não resolve.
O melhor seria tomar medidas que estimulassem a reativação da economia como um todo. É necessário formar uma agenda positiva envolvendo flexibilização da jornada de trabalho, políticas salariais vinculadas à produtividade, redução da inflação, valorização das negociações; enfim, medidas que teriam efeitos positivos na geração de emprego a curto e longo prazo.
O governo reconhece que errou e está tomando ações que deveria ter tomado antes, quando aumentou os encargos ou quando não contribuiu para aprovar o projeto da terceirização, por exemplo.
DC – Como as indústrias catarinenses tem reagido à queda na produção?
Côrte – As empresas em Santa Catarina estão tomando outras medidas, que variam de setor para setor. Por exemplo: redução de um dia da jornada, eliminação do terceiro turno, compensação com banco de horas… Mas tudo isso é paliativo. Precisamos de medidas sustentáveis que promovam o aquecimento da economia, e isso o governo ainda não fez.
Fonte: Gabriel Rosa/Diário Catarinense
Sapiens Parque ganha prédio com investimento de R$ 10 mi
Florianópolis vai ganhar um novo espaço de inovação e tecnologia. Pela primeira vez, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, vai financiar a construção de um prédio próprio para empresas. Serão R$ 10 milhões em uma estrutura que está sendo construída no Sapiens Parque para ser a sede de 10 companhias.
– Dessa vez, não demandamos um projeto de inovação (como um processo ou um produto, por exemplo). Bastou que as empresas se instalassem em um ambiente inovador – explicou Rodrigo Coelho, chefe do departamento de operações da Finep, durante a assinatura do contrato, em evento realizado ontem em Florianópolis.
As 10 empresas se uniram em sociedade para viabilizar a proposta. O prédio terá quase 8 mil metros quadrados, entre subsolo, térreo, mezanino, garagem, primeiro andar e ático – este último, um espaço de convivência para os funcionários. A previsão é que a estrutura seja inaugurada em julho do próximo ano.
– O projeto é um modelo para o Brasil todo. Queremos tentar viabilizar outras iniciativas semelhantes – disse o presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), Guilherme Stark Bernard.
Acate terá espaço no empreendimento
O dinheiro para a obra está sendo emprestado pela linha Inovacred, que permite empréstimos de R$ 150 mil até R$ 10 milhões. As empresas terão oito anos para pagar o recurso com juros, pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 6% ao ano. A Finep repassou os recursos para o BRDE, que está operacionalizando o crédito.
Por ser proprietário do terreno, o Sapiens Parque teria direito a um espaço de 400 metros quadrados no prédio, como contrapartida. Mas a administração repassará a área à Acate, por 25 anos, para que a entidade desenvolva alguma atividade voltada ao setor de tecnologia.
– A gente ainda não tem a destinação desse espaço definida. O próximo presidente da associação vai decidir isso. Mas há uma série de possibilidades: laboratórios, centro de pesquisa, nosso instituto de inovação, infraestrutura para reuniões e eventos ou uma incubadora – explica Gabriel Palmas Santos, secretário executivo da Acate. Fonte: Thiago Santaella/ Diário Catarinense
NEGÓCIOS QUE VÃO SE INSTALAR |
BORESTE empreedimento que fornece sistemas embarcados para os mercados de distribuição de energia, manufatura e agrícola. CALLISTO empresa desenvolve sistemas de gestão empresarial. COINOVA CONSULTORIA negócio oferece consultoria tecnológica em diversas áreas administrativas e de gestão de projetos. HARBOR empresa de engenharia que desde 1996 desenvolve sistemas industriais para planejamento e controle de produção para indústrias do país e do exterior. I8 INFORMÁTICA é uma startup de tecnologia, especializada em mobilidade (celulares e tablets) e sistemas de informações em nuvem. NEC PLUS ULTRA desenvolve soluções de gestão de plano de ação e indicadores para organizações. SECUCONTROL empresa internacional, de origem alemã, especializada em soluções de teste e medição para o setor de energia. Tem sua subsidiária no Brasil em Florianópolis. UMK startup que atua nos ramos de tecnologia e telemarketing. VH SOLUÇÕES EM TI companhia com foco em desenvolvimento de soluções inovadoras para a gestão e otimização de processos de trabalho. WAE empresa da área de geração, transmissão e comercialização de energia. |
Logística emperrada, por *Glauco José Côrte
A Fiesc acaba de lançar a agenda da indústria para a infraestrutura, com propostas, posicionamentos e estudos. Um dos trabalhos, realizado com a UFSC, mostra que, para cada R$ 1 faturado, o setor gasta R$ 0,14 com logística. É mais do que a média brasileira, de R$ 0,11 (Fundação Dom Cabral), e mais ainda do que o R$ 0,09 internacionais. Não é pouca diferença: cada centavo de redução representaria uma economia de R$ 1,8 bilhão para a indústria do Estado.
Os diagnósticos realizados pela Fiesc mostram porque nossa logística é mais cara, nos diferenciando negativamente, inclusive em relação aos nossos vizinhos. Grande parte das rodovias está em estado deplorável. No ano passado, por exemplo, Santa Catarina recebeu apenas 37% do previsto para infraestrutura no PAC e no Orçamento da União. Até junho deste ano, o valor é praticamente nulo: 0,09%, para ser exato.
Quando o assunto são os trilhos, preocupam as discussões – muitas vezes sem critérios técnicos – sobre o traçado da Leste–Oeste e propostas como a realizada pela Funai para a Litorânea, modificando o projeto a ponto de inviabilizá-lo. E, mesmo nossos portos, que possuem eficiência acima da média, precisam de investimentos relevantes para não ficarem defasados, já que o tamanho dos navios cresce rapidamente, gerando demanda por portos mais profundos e com áreas maiores de manobras.
Até 2019, a infraestrutura catarinense precisaria de investimentos da ordem de R$ 15 bilhões. Ao propor a participação privada, o governo federal reconheceu, finalmente, que não dá conta dos investimentos sozinho. Passada a parte mais fácil, que é fazer o anúncio, agora entramos em uma fase crítica: para que os editais tenham sucesso, precisarão conciliar rentabilidade ao investidor com tarifas que não retirem competitividade do usuário. Nas obras que seguem sob o governo federal, é urgente melhorar a gestão dos projetos. Os catarinenses precisam se manter vigilantes e unidos para evitar que a falta de infraestrutura retire ainda mais a competitividade do Estado. *Presidente da Fiesc
Sonhar na crise
Sonhar é verbo animado pelo inconsciente freudiano, todo ser humano sonha – e, por sonhar, o brasileiro ainda não paga IOF ou o novo ISSA, o “Imposto sobre os Sonhos Antigos”.
Sonhei em technicolor, cinemascope, som dolby-stereo como nos melhores filmes. E nesta minha sessão de cinema passou um filme bonito: o Brasil de primeiro mundo. Sonhei que todos os ladrões de colarinho branco haviam se condoído dos menos favorecidos e doado suas fortunas – mal havidas – para as classes miseráveis.
Os muito ricos fizeram fila para doar metade dos seus bens à população menos abonada. Acredite ou não: o gesto chegou a tocar o próprio Mahatma Gandhi, de plantão no observatório celestial, lá das arquibancadas do firmamento.
Sonhei que os países do Hemisfério Norte, que sempre gastaram o que já não tinham, começaram finalmente a pagar suas contas, sem transferir a crise dos ricos para a Grécia ou para os pobres do terceiro mundo.
No meu sonho, isso acabou. Sonhei que o dólar – para horror dos exportadores – havia recuado para R$ 1,00 e que, diante de tal incentivo, a brasileirada foi comemorar no Central Park, em Nova York, esticando depois no River Café, o restaurante do Brooklyn – que vem a ser o Estreito da Big Apple e de onde se divisa o skyline da capital do mundo.
Melhor do que aquela Nova York do meu sonho, só a Florianópolis de primeiríssimo mundo. Sem engarrafamentos, sem favelas e sem agressões ambientais. Sonhei que o mundo estava mais compreensivo e generoso, e que Floripa revivia os seus tempos de província. Convém lembrar que, em meu sonho, corria o ano da graça de 1960 e o único – e digno – Senado era o que se estabelecia na esquina da Felipe Schmidt com a Trajano, no plenário do Ponto Chic, mais conhecido como “Senadinho”.
Machado de Assis se valia de um remédio mágico para combater a penúria financeira em tempos de crise. “Ganhava pouco e não gastava muito”. Suas grandes despesas eram imaginativas. “O reino dos sonhos era a minha casa da moeda”.Colunista Sérgio da Costa Ramos/Diário Catarinense
Reforma política aprovada
Criticada pelo perfil superficial e corporativista desenhado até o momento, a reforma política retornou à pauta da Câmara ontem. E os deputados aprovaram – 420 votos a favor, 30 contra e uma abstenção – em segundo turno as mudanças de seus mandatos, idade para concorrer a cargos, entre outros temas. Na próxima semana, eventuais mudanças no texto entrarão na pauta. A tese do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é de que a democracia brasileira será aperfeiçoada com a aprovação.
Reunida em uma proposta de emenda à Constituição (PEC), a reforma tem resultado incerto. Após passar por duas votações na Câmara, ainda terá de ser aprovada em mais dois turnos no Senado, o que só deve ocorrer a partir de agosto.
Definida pela presidente Dilma Rousseff como a “mãe de todas as reformas”, discutida há duas décadas, a reforma política ficou em segundo plano para um governo dedicado ao ajuste fiscal. A Câmara, por sua vez, conduz um processo mais preocupado com o futuro dos parlamentares. No primeiro turno, aprovaram ampliar os próprios mandatos, reduzir a idade mínima para concorrer e criar uma janela para troca de partido sem risco de cassação.
– Esta reforma mexe em pontos cosméticos, não altera a forma de escolher os eleitos e de financiar as campanhas, os verdadeiros problemas do sistema – critica o deputado Henrique Fontana (PT-RS), que relatou uma alternativa de Reforma política engavetada em 2013
Na prática, há poucas novidades para o eleitor (leia quadro na página ao lado). Uma delas é o fim da reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República. Outra é o voto impresso. Depois das escolhas na urna eletrônica, sairá um resumo do voto, conferido pelo cidadão.
Já a forma para eleger deputados e vereadores segue a mesma, no sistema proporcional, financiado com doações de empresas para partidos, que chegarão aos candidatos. Líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ) admite que a atual reforma é “tímida”, mas destaca que, ao menos, o assunto está em votação.
– Todo mundo fazia discurso de que a reforma era necessária, mas na hora de votar, a maioria preferiu manter tudo como está. Não mudar também é uma decisão. Perdeu-se uma oportunidade – lamenta Picciani.
Articulação feita em proveito próprio
Como em outras tentativas, a dificuldade de se fechar acordos atrapalha a votação que nasceu conturbada, quando Cunha ignorou o relatório de uma comissão especial que discutiu a revisão no sistema. Ciente de que as discussões sepultariam a reforma outra vez, o presidente atropelou e pôs para votar um texto do seu interesse.
– O debate ficou esvaziado, e as decisões do que seria votado foram açodadas, mal explicadas. Na dúvida, os deputados mantêm tudo como está, ficam na zona de conforto – diz Afonso Hamm (PP-RS), que integrou a comissão ignorada.
A manobra de Cunha pretendia assegurar a aprovação do financiamento privado de campanhas e do distritão, modelo em que seriam eleitos para deputado os candidatos mais votados em cada Estado, o que não ocorreu.
– Evitamos o pior com a derrota do distritão. Mas, permanecendo o sistema atual, o mínimo teria sido aprovar a fim das coligações proporcionais, que poderia fortalecer os partidos – afirma o deputado Afonso Motta (PDT-RS), que também esteve na comissão.
O desejo do parlamentar foi suplantado pela articulação dos nanicos. Preocupadas com sua extinção, as siglas pequenas condicionaram apoio a PT e PMDB em outras votações em troca da manutenção das coligações e de uma cláusula de desempenho branda. Pelo novo texto, para ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV, basta que uma sigla concorra com candidatos próprios e eleja um parlamentar. A restrição mais dura poderia inviabilizar as legendas de aluguel.
– Os partidos se acostumaram a viver do Estado, mas deveriam viver de suas receitas, sem o fundo partidário. Toda reforma passa pela classe política, que não vota propostas contrárias aos seus interesses – comenta o cientista político Leôncio Martins Rodrigues Netto, professor titular aposentado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Teto para doações em avaliação
Um dos principais pontos de discórdia de toda tentativa de reforma, o financiamento das campanhas provocará novas polêmicas. Com o veto das doações empresariais trancado no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Gilmar Mendes, deputados correm para incluir na Constituição as contribuições privadas. Depois de assegurarem os repasses de empresas para partidos, excluindo candidatos, eles querem discutir tetos de gastos e de doações.
As propostas entrarão em um projeto de lei que deve ser votado nas próximas semanas como complemento à PEC da reforma política. O relator, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer estipular limites de contribuições de eleitores e empresas, além de proibir repasses de companhias que tenham contratos com o governo.
Com discurso para reduzir o custo das campanhas, estuda-se diminuir em 30 dias o período eleitoral. Outra ideia é estabelecer gastos para cada cargo em disputa, com valores reajustados pela inflação, definição que provocará divergências. Parte do PMDB quer números elásticos a fim de legitimar orçamentos milionários.
Já PT e PDT cobram contribuições reduzidas. Há quem defenda que o eleitor doe um salário mínimo por candidato.
– Em 2014, a campanha de um deputado federal eleito no Rio Grande do Sul passou de R$ 1 milhão. O teto deveria ficar em torno de R$ 500 mil – calcula Henrique Fontana (PT-RS).
Derrotado na defesa do financiamento público, o PT trabalhava para que os deputados rejeitassem as contribuições privadas no segundo turno da votação da reforma. A sigla considera um retrocesso a regra aprovada. Na última eleição, empresas doaram para legendas e candidatos e foram identificadas na prestação de contas. Com repasses apenas a partidos, existe o risco do retorno das doações ocultas, quando as siglas centralizam o dinheiro, distribuído aos candidatos sem apontar quem lhe financiou.
– A nova regra vai diminuir a transparência – critica o deputado Afonso Hamm (PP-RS). Fonte: Guilherme Mazui/Diário Catarinense
Onde o plano deverá ser adotado
Uma medida positiva, mas insuficiente. É a opinião do empresário e presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, sobre o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), baixado como medida provisória pelo governo federal na segundafeira. Para ele, o plano pode reduzir o impacto das demissões no mercado de trabalho – mas também significa um reconhecimento de que a crise já está chegando à maior parte da população.
– A medida em si é melhor que o seguro-desemprego para todas as partes, seja para governo, empresa ou funcionário, porque mantém o vínculo empregatício e se reduzem os gastos com desligamentos. Mas a redução de jornadas com contrapartida do governo é o reconhecimento de que a economia está em crise e que os efeitos desse problema chegaram aos trabalhadores – analisa.
O PPE prevê redução de até 30% nas jornadas de trabalho e nos salários. A proposta do governo é complementar metade da redução com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), totalizando ao empregado uma perda de até 15% de seu salário.
A medida provisória que institui o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) foi publicada ontem. Mas uma comissão, formada por vários ministérios, tem até 15 dias para definir os setores e os critérios para adesão do plano.
Sindicatos aguardam detalhes sobre a MP
Sindicatos que representam as indústrias e os trabalhadores em Joinville – região que abriga o setor metalmecânico catarinense, um dos mais atingidos pela crise – ouvidos pela reportagem concordam que o programa sancionado pela presidente Dilma tem como objetivo evitar demissões, mas são cautelosos ao avaliar os impactos sobre empresas e empregados. O principal motivo é o desconhecimento de como a medida provisória 680 vai funcionar, uma vez que o texto não dá detalhes.
Um dos pontos que geram dúvidas para as lideranças sindicais é aquele que define as condições para uma empresa aderir ao PPE. Ela deve se encontrar “em situação de dificuldade econômico- financeira”. Mas não se sabe qual o nível de dificuldade a empresa terá que comprovar ao governo.
Para o diretor-executivo do sindicato patronal da indústria do plástico, Vernon Campos, a medida sinaliza que o governo entende que o problema é maior do que se imagina.
– Não creio que o programa será usado em Joinville, pois está bem dirigido para as montadoras, que são a preocupação principal.
Para o presidente do sindicato dos trabalhadores nas indústrias do plástico, Silvio Souza, a medida é positiva para preservar o emprego, “mas 30% de redução salarial é um percentual alto”. Fonte: Gabriel Rosa, Claudine Nunes/Diário Catarinense
780 lojas são autuadas por irregularidades tributárias
Auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazendo autuaram 780 lojas por irregularidades tributárias em 40 cidades de Santa Catarina. Esse número corresponde a 37% dos 2.107 estabelecimentos vistoriados pela pasta na semana passada. A ação faz parte da Operação Checklist, em curso desde 2014 no Estado.
– A arrecadação deste setor econômico tem grande potencial de incremento e, portanto, pode contribuir fortemente para a receita tributária do Estado – avalia o secretário da Fazenda, Antônio Gavazzoni.
Entre os processos constatados, 46% eram relativas à falta de atualização do Programa de Ajuste Fiscal e Emissor do Cupom Fiscal (PAF/ECF), que facilita o controle do varejo. Irregularidades cadastrais e permanência indevida no regime de Simples Nacional, que tem uma carga tributária menor, também foram averiguadas.
Controle rígido para evitar a sonegação
De acordo com o coordenador da operação, Sérgio Pinetti, os dados para a escolha dos estabelecimentos foram feitos através de indicativos e cruzamentos de dados do Sistema de Administração Tributária.
Os 780 estabelecimentos autuados têm um prazo determinado pela Secretaria da Fazenda para fazerem as adequações. A pós o período, uma segunda vistoria será feita e, caso as mudanças não tenham acontecido, as lojas serão multadas.
A Fazenda adotou controles rígidos para evitar a sonegação em grandes empresas. O médio e pequeno varejo, agora, também estão na mira rígida dos fiscais de Santa Catarina.
Com data, sem Dilma
O governador Raimundo Colombo (PSD) voltou de Brasília ontem com a sinalização de que a ponte Anita Garibaldi, em Laguna, pode ser inaugurada entre 11 e 13 de julho. De acordo com o secretário Acélio Casagrande (PMDB), de Articulação Nacional, é provável que o evento se dê sem a presença da presidente Dilma Rousseff (PT). Coluna Moacir Pereira.
Azar
Ainda em 2014, a presidente Dilma Rousseff dizia ser questão de honra inaugurar a obra em Laguna. Diversas visitas durante a construção foram marcadas e desmarcadas em cima da hora. Coluna Moacir Pereira
Da folha
Enquanto lança o Programa de Proteção ao Emprego, o governo federal tira incentivo por outro lado ao votar no Congresso o fim da desoneração da folha para diversos setores econômicos. Líderes empresariais de SC lamentaram que boa parte dos deputados do Estado votou a favor do fim do incentivo. Uma indústria do Sul de SC,por exemplo, terá acréscimo de R$ 700 mil por mês na folha quando cair o incentivo. Coluna Estela Benetti – Diário Catarinense.
Exportação
O agronegócio brasileiro obteve US$ 9,13 bilhões com as exportações no mês passado. As importações foram de US$ 1,06 bilhão. Mais uma vez, se destacou.
O superávit alcançou US$ 8,07 bilhões, salvando a balança comercial do país. As informações são da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura. A participação do setor no total dos embarques do Brasil alcançou 46,5% no mês passado. O complexo soja respondeu por 49,1%, e as carnes por 14,6%.
A defesa do emprego
Preocupada com a escalada do desemprego, que atingiu um ritmo superior às expectativas, a presidente Dilma Rousseff recorreu a uma medida provisória para criar o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). A iniciativa vai na contramão do que o Planalto vinha fazendo até agora, com as mudanças propostas no seguro-desemprego e no pagamento do abono salarial. Além disso, não conta com o aval do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pois implica maiores desembolsos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), comprometendo o ajuste fiscal. Ainda assim, é bem-vinda. Nada pode ter maior custo do que o desemprego – para quem fica sem trabalho e para o próprio país.
O mais consistente sinal de que o governo precisava agir para conter a desocupação é o fato de a iniciativa ter o respaldo de entidades sindicais. Na prática, a medida autoriza a redução da jornada de trabalho e de salário, que em parte será ressarcido pelo governo. A vantagem em relação a outras providências adotadas hoje – como a suspensão do contrato de trabalho durante um período em que o colaborador fica recebendo o seguro-desemprego – é a de o trabalhador continuar em atividade.
Conter o desemprego é essencial no atual estágio da crise econômica, para evitar um abalo social. Mas tais medidas só terão sentido se, a médio prazo, a economia der sinais de recuperação. Superada essa fase de dificuldades, é preciso que o país enfrente de vez a necessidade de rever a rigidez de suas leis trabalhistas. A legislação em vigor impede qualquer manobra numa área que sofreu transformações radicais nos últimos anos, como a do emprego. Editorial Diário Catarinense.
Caso Dalçoquio: pagamento dos salários atrasados será decidido na Justiça
Está marcada para hoje à tarde uma audiência na Justiça do Trabalho para decidir sobre os pagamentos dos mais de mil funcionários da Dalçoquio, que estão com os salários atrasados em razão da disputa pela posse da empresa.
Os pagamentos, que deveriam ter sido feitos há uma semana, de acordo com a convenção coletiva dos trabalhadores, até terça-feira (7) não haviam caído na conta.
Representantes de Milton Rodrigues Junior e Laercio Tomé – que brigam pelas ações – vão participar da negociação.
A audiência da Dalçoquio é resultado de uma ação movida pelo Sindicato dos Motoristas de Itajaí e Região ( Sitraroit).
Caso as duas partes não entrem em acordo, o sindicato deve pedir à Justiça que a gestão da empresa passe a ser responsabilidade de um interventor até que a situação se resolva.
A disputa pela Dalçoquio virou caso de polícia e chegou na semana passada a um ponto crítico depois que os trabalhadores foram chamados pela atual administração em Itajaí e informados de que R$ 4 milhões que deveriam ser usados nos pagamentos haviam sido transferidos de uma conta da empresa. As contas estão bloqueadas porque Milton Rodrigues Junior e Laércio Tomé brigam pelas ações da empresa.
A direção atual alega que a compra foi efetuada pelo empresário Laércio Tomé, que teria se mantido anônimo. O registro da empresa teria ficado em nome de Rodrigues, que passaria a ser sócio minoritário. De acordo com a advogada Samira Monayari Silva, Rodrigues não teria cumprido o acordo que previa devolução da maior parte das ações.
Já a defesa de Rodrigues, representada pela advogada Ketrin Schubert, afirma que ele adquiriu a empresa sozinho e que Tomé teria demonstrado interesse em comprá-la dele mais tarde. Uma equipe do Grupo Tomé veio de São Paulo para comandar a Dalçoquio e Rodrigues deixou a direção, mas os pagamentos não teriam sido efetuados, e o negócio não foi adiante. Blog Guarda-Sol/ClicRBS.