Florianópolis, 19.1.15 – As micro e pequenas empresas que quiserem aderir ao novo Simples Nacional terão até o próximo dia 30 para fazer o pedido. Criado em 2006, o programa possibilita o pagamento de até oito tributos federais em apenas uma guia, podendo reduzir em até 40% o imposto.
O Simples Nacional ou Supersimples é destinado ao micro e pequeno empresário que fatura até R$ 3,6 milhões por ano. Este ano, uma mudança nas regras estendeu o benefício para 142 categorias, como engenheiros, médicos, advogados, odontólogos, jornalistas, corretores, arquitetos, veterinários, psicólogos, profissionais de terapia ocupacional, acupuntura, podologia e fonoaudiologia.
A data de 30 de janeiro é destinada às empresas que já estão funcionando. Para os negócios em início de atividade, o prazo para solicitação de opção é 30 dias contados do último deferimento de inscrição (municipal ou estadual, caso exigíveis), desde que não tenham decorridos 180 dias da data de abertura constante do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
Quando aceita, a opção produz efeitos a partir da data da abertura do CNPJ. Após esse prazo, a opção somente será possível no mês de janeiro do ano-calendário seguinte.
SC tem quase 2 milhões de carros para 6,234 milhões de habitantes
Com uma média de 30,6 carros para cada 100 pessoas – 1,906 milhão de automóveis para 6,234 milhões de pessoas, o Estado enfrenta falta de mobilidade nas maiores cidades por excesso de carros e, nas menores, por falta de estradas e transporte público. São dados da pesquisa Mobilidade Urbana em Santa Catarina, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-SC), divulgada na manhã de hoje. Segundo a entidade, os dados do IBGE estampam o resultado de avanço da renda, queda da inflação e do desemprego na última década.Faltou, no entanto, uma série de investimentos em infraestrutura.
Tópicos destacados pela Fecomércio:
Carros x habitantes
As cidades de Florianópolis e Blumenau lideram o ranking de automóvel por habitante no Estado. Na Capital, são 41,8 automóveis para cada 100 habitantes. Em Blumenau, 41,3 automóveis, sendo que a média estadual é de 30,6. No ranking das 16 cidades também estão Pomerode (40,8%), Brusque (39,85), Rio do Sul (37,4%), Timbó (37,3%), Joaçaba (36,9%), Jaraguá do Sul (36%), Rio Fortuna (35,2%), Botuverá (34,9%), Criciúma (34,9%), São Miguel do Oeste (34,7%), Indaial (34,6%), Tubarão (34,5%), Cocal do Sul (34,2%) e Joinville (34%).
Trabalho em cidades vizinhas
Com o crescimento populacional e a dinâmica do preço do aluguel imobiliário, as cidades satélites dos grandes polos cresceram, criando um fluxo de trabalhadores rumo às cidades polos. Além do exemplo de Camboriú, a Grande Florianópolis também registra um dos maiores percentuais de moradores que trabalham fora de suas cidades. Dentre os 15 municípios que são destaque neste item, seis são da região metropolitana da Capital: Governador Celso Ramos (40,57%), Biguaçu (39,72%), Palhoça (38,34%), São José (35,35%), Santo Amaro da Imperatriz (32,18%) e São Pedro de Alcântara (30,92%). Assim, a região da Grande Florianópolis é o principal gargalo de mobilidade urbana do Estado.
Melhor mobilidade
A média estadual de trabalhadores que levam menos de meia hora para chegar ao trabalho é de 87,63%. Nesta lista, estão a própria Capital do Estado e os municípios próximos a Joinville, como Araquari. No ranking de mobilidade urbana das maiores cidades catarinenses, Itajaí apresenta a melhor taxa – 88,38% – e Palhoça a pior, com 60,41%.
Na comparação com outras regiões metropolitanas brasileiras, Florianópolis tem os percentuais de trabalhadores que levam entre meia hora e uma hora e mais de uma hora para chegar ao trabalho. Uma explicação para este dado é que, apesar do grande crescimento verificado nos últimos anos, a Capital tem um porte menor do que as demais regiões metropolitanas do país e, devido às suas condições geográficas, não abriga um grande centro industrial.
A Fecomércio também disponibilizou toda a pesquisa. Acesse no link abaixo:
http://www.fecomercio-sc.com.br/fmanager/fecomercio/pesquisas/arquivo380_1.pdf
Governador e prefeito buscam a privatização do aeroporto
Raimundo Colombo e Cesar Souza Junior vão à capital federal oficializar a reivindicação na Secretaria de Aviação Civil. Tudo indica que eles pedirão rescisão de contrato com o consórcio
O pedido de privatização da administração do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis, será oficializado em Brasília hoje pelo governador Raimundo Colombo (PSD) e pelo prefeito da Capital, Cesar Souza Júnior (PSD).
A reivindicação será apresentada ao ministro da Secretaria Nacional de Aviação Civil, Eliseu Padilha, em audiência marcada para 15h. Colombo e Cesar Souza Jr. desembarcarão na capital federal descontentes com a atual situação do aeroporto. As obras de ampliação do novo terminal de passageiros estão paradas há pelo menos cinco meses, o que na avaliação dos políticos causa perdas ao Estado.
Nesse contexto, a movimentação de bastidores indica que os dois irão pedir a rescisão definitiva do contrato entre o consórcio responsável pelas obras – abrange também a ampliação da capacidade de receber voos –, conforme antecipou na edição de domingo o colunista do DC Cacau Menezes.
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), órgão federal responsável pelos contratos, tenta romper o contrato para a construção do novo terminal desde maio de 2013.
Empresas apresentam defesa em Brasília
No momento, estaria em discussão em Brasília uma defesa administrativa apresentada pelas empresas que compõem o consórcio.
– Essa é uma obra que deveria estar muito bem adiantada e, infelizmente, do jeito que está causa perdas ao Estado – diz o secretário de Estado da Infraestrutura, João Carlos Ecker, que também vai participar da reunião em Brasília.
Segundo Ecker, no encontro também será discutida a situação de aeroportos regionais catarinenses como os de Correia Pinto, na Serra, e Jaguaruna, no Sul.
– Em relação ao de Jaguaruna, por exemplo, vamos buscar a aprovação para um voo diário a São Paulo (Congonhas) a partir de 29 de março – diz o secretário.
O que se vê na estrada
Reportagem do Diário Catarinense percorre 3,8 mil quilômetros, em 70 horas, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, para ver de perto as condições dos ônibus após reclamações de usuários sobre empresa envolvida em acidente que vitimou nove pessoas na BR-282
De um lado um ônibus com ausência do cinto de segurança e quatro partidas com atrasos. De outro, três carros em boas condições gerais e quatro viagens tranquilas. Essa foi a síntese do que o Diário Catarinense encontrou durante quatro viagens de ônibus, totalizando 70 horas, entre terça e quinta-feira.
Há uma semana, um ônibus da Reunidas que fazia a linha Passo Fundo (RS)/Florianópolis despencou de um barranco na BR-282 e o acidente matou nove pessoas. As causas da tragédia ainda não foram esclarecidas. Em apenas dois posts sobre o assunto na página do Facebook do DC, foram 256 comentários, sendo 84 relatando problemas em linhas e na frota. A maioria dos outros cobrava fiscalização por parte das autoridades e prestavam solidariedade aos familiares dos mortos.
Antes desta tragédia, o Ministério Público Federal já tinha aberto uma investigação sobre a frota da Reunidas, após receber duas denúncias de usuários da empresa (leia mais na página 15).
Como passageiros, os jornalistas avaliaram as condições de segurança, conforto, limpeza e manutenção aparente dos veículos. Os itens verificados são recordistas nos protestos no Reclame Aqui – um dos mais acessados sites brasileiros de reclamações contra empresas sobre compra, produtos, serviços e atendimento.
Para não receber tratamento diferenciado, os repórteres compraram bilhetes comuns e não se identificaram à empresa. Também foram coletados relatos de passageiros – estes, cientes de que estavam conversando com jornalistas do Diário Catarinense.
O drama da fiscalização
Servidores da ANTT e do Deter se preocupam com punições brandas e modelos de concessões no transporte de passageiros pelas rodovias
O acidente envolvendo um ônibus que matou nove pessoas em Alfredo Wagner há oito dias é mais uma fatalidade de um sistema de transporte rodoviário que sofre com fiscalização insuficiente, brandas punições contra infrações e modelos de concessão de linhas estaduais, federais e internacionais pouco estáveis. Essa é a avaliação feita por servidores que trabalham dentro da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), federal, e do Departamento de Transportes e Terminais (Deter), estadual.
Hoje, o Deter, órgão responsável pela fiscalização de ônibus que trafegam em linhas intermunicipais, conta com aproximadamente 50 fiscais para cobrir linhas que percorrem as 295 cidades do Estado. A ANTT, que cuida das linhas interestaduais e internacionais, dispõe de 40 fiscais para cobrir mais de 700 linhas distribuídas entre SC, RS e PR.
Carros quebrados e ônibus antigo
Fiscal do Deter há 33 anos, Jorge Lopes afirma que as reclamações não se resumem à empresa envolvida no acidente recente, ocorrido com a Reunidas. Segundo ele, há muita ocorrência de carros quebrados, ônibus antigos que circulam sem permissão e motoristas que extrapolam a carga horária, sobretudo na temporada em SC, quando o fluxo cresce.
– Fui informado de um ônibus rodoviário com catraca na entrada. Imagina se acontece algo com o veículo, começa um incêndio, o problema que isso pode causar quando as pessoas precisarem sair com urgência – conta o fiscal.
Outra limitação do órgão estadual é a capacidade de coibir infrações por meio de multas. Hoje a penalidade mais alta que pode ser aplicada pelo Deter é de R$ 723. Mas infrações graves são punidas com multas administrativas que não passam de R$ 150 (veja ao lado).
O secretário de Infraestrutura, João Carlos Ecker, preferiu não comentar a situação do Deter. Afirmou que o órgão fiscalizador, desde a exoneração geral feita no final de 2014, continua sem diretoria e presidência.
– Acredito que até a metade desta semana deve haver uma nomeação por parte do governador para a presidência do Deter – acredita Ecker.
As multas aplicadas pelo Deter variam entre R$ 25 e R$ 723,58. Algumas das multas são:
Motorista ingeriu bebida alcoólica:
R$ 31,93
Ônibus não possui apólice de seguro:
R$ 31,93
Atraso nos horários:
R$ 31,93
Poltrona quebrada e/ou rasgada:
R$ 74,48
Circular com carro não registrado na
frota:
R$ 148,97
Ônibus de turismo sem os certificados
exigidos:
R$ 723,58
Já a ANTT aplica multas que variam
de R$ 1,22 mil e R$ 6,14 mil. Aplica
também indenização para danos à
bagagem (R$ 368,49) e para extravio
de bagagem (R$ 1,22 mil). Diário Catarinense
MPF apura condições de segurança da frota
A investigação começou há mais de seis meses na procuradoria da área do consumidor após denúncia de duas passageiras do transporte coletivo. Investigação sobre causas do acidente segue
A frota da Reunidas, empresa envolvida no acidente na BR-282 na madrugada do dia 11, é alvo desde o ano passado de uma investigação pelo Ministério Público Federal (MPF). São apuradas as condições de segurança sobre a prestação do serviço oferecido aos passageiros. Um inquérito civil foi aberto há mais de seis meses na área do consumidor e ordem econômica, em Florianópolis. O procurador Carlos Augusto de Amorim Dutra diz ter ficado surpreso com a tragédia.
A ação do MPF surgiu de reclamações de dois usuários em relação a itens de segurança dos ônibus. O procurador garante que havia pedido, anteriormente ao acidente, a intensificação da fiscalização das linhas da empresa à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e à Polícia Rodoviária Federal.
– Estamos verificando desde o ano passado reclamações de segurança sobre a qualidade da frota da Reunidas num inquérito civil. Já há autuações realizadas pela ANTT e estamos acompanhando a qualidade dos ônibus e o que diz o contrato de concessão. É uma situação grave e pedimos inspeções extraordinárias nos veículos da empresa à ANTT e à Polícia Rodoviária Federal – diz Dutra.
Investigação do acidente
A Polícia Civil de Alfredo Wagner e a Polícia Rodoviária Federal deverão encaminhar o resultado da investigação do acidente que deixou nove mortes ao MPF. Autor do pedido, o procurador diz que as informações serão fundamentais para o inquérito civil, que também quer apurar a situação sobre a rotina dos funcionários da empresa.
Ele estima em 30 dias ter um avanço da apuração. Ao final, ela pode ser arquivada ou até gerar medidas judiciais. Após o acidente, a investigação passou a tramitar em sigilo no MPF a pedido dele. O procurador afirma que novas denúncias podem ser encaminhadas diretamente ao MPF.
O drama da fiscalização
Servidores da ANTT e do Deter se preocupam com punições brandas e modelos de concessões no transporte de passageiros pelas rodovias
O acidente envolvendo um ônibus que matou nove pessoas em Alfredo Wagner há oito dias é mais uma fatalidade de um sistema de transporte rodoviário que sofre com fiscalização insuficiente, brandas punições contra infrações e modelos de concessão de linhas estaduais, federais e internacionais pouco estáveis. Essa é a avaliação feita por servidores que trabalham dentro da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), federal, e do Departamento de Transportes e Terminais (Deter), estadual.
Hoje, o Deter, órgão responsável pela fiscalização de ônibus que trafegam em linhas intermunicipais, conta com aproximadamente 50 fiscais para cobrir linhas que percorrem as 295 cidades do Estado. A ANTT, que cuida das linhas interestaduais e internacionais, dispõe de 40 fiscais para cobrir mais de 700 linhas distribuídas entre SC, RS e PR.
Cautela e otimismo na gestão financeira do estado
Depois de registrar em 2014 o maior crescimento de arrecadação de impostos entre os estados com economias mais expressivas, o governo catarinense adota cautela nos gastos e otimismo quanto às expectativas de retomada do crescimento econômico. O secretário de estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni está confiante de que será possível manter o mesmo ritmo de arrecadação porque o setor privado vai investir mais no estado. Pela terceira vez à frente da pasta que controla o cofre do estado, o doutor em direito teve poucos dias de férias com a família. Desde o início do mês, mantém ritmo de trabalho das 8h30min até perto das 22h na secretaria.
Como será a gestão financeira do novo mandato do governador Raimundo Colombo?
Antonio Gavazzoni – O recado que o governo dá é que será uma gestão cautelosa e otimista. Seremos cautelosos para efeito de controlar os custos utilizando tecnologias avançadas, sistemas e métodos. O governador Raimundo Colombo está muito empenhado nisso. Foi ideia dele implantar modelo semelhante ao adotado por Lee Iacocca (ex-presidente da Ford e da Chrysler). É o formato de fluxo de caixa. Estamos implantando um controle geral de todos os órgãos do governo estadual, que permitirá fazer a programação e o controle financeiro. O objetivo é ter um controle muito qualificado sobre a qualidade do gasto público e reduzir o tamanho da despesa, aquilo que se a gente não corta todo dia cresce. Os secretários terão que estar muito bem preparados para explicar tudo.
E por que o otimismo?
Gavazzoni – Eu sou otimista. Acho que a economia de Santa Catarina já respondeu à altura, embora tenhamos alguns indicadores preocupantes. Quando observamos só o nosso Estado, vemos que há uma desaceleração, há uma preocupação que vem sendo demonstrada pelos grandes empresários, empreendedores catarinenses e presidentes das federações empresariais. Mas quando você compara o nosso Estado com o Brasil, nós ainda temos um desempenho muito superior do que a média do país. Ou seja, a crise existe e está instalada. O mundo foi mal até agora. Mas essa onda não chega ao Estado com a força que chega ao país.
Por que o Estado se diferencia na sua avaliação?
Gavazzoni – Isso é fruto da ousadia, é fruto do preparo, da qualificação do nosso empreendedor e da coragem dele. Eu acho que agora, como o mundo inverte e começa a ir bem, essa onda ajudará o país e nos ajudará também. O que vamos ter é um PIB mundial em aceleração, o próprio PIB brasileiro em aceleração. Eu acho que o dinamismo da nossa economia nos faz diferente frente ao país. Quando digo dinamismo é também a ecleticidade da nossa indústria. Se você for no Oeste é um perfil. Se for no Sul é outro. No Vale é outro e no Norte também. Isso gera um seguro contra as crises. Quando há um setor mundial prejudicado, que afeta um setor de uma região de SC, como a agroindústria, o Sul, a Grande Florianópolis e o Norte não têm o mesmo problema. Isso sustenta o Estado e dá equilíbrio.
Esse dinamismo maior da economia se reflete na receita tributária do Estado?
Gavazzoni – Isso se reflete na nossa arrecadação, na parceria que a Fazenda e o Estado acabam tendo com o setor produtivo. A nossa arrecadação fechou 2014 com receita tributária 11,32% maior do que no ano anterior. O segundo colocado entre os Estados brasileiros com maiores receitas foi a Bahia que, se não me engano, registrou crescimento de 7% na arrecadação, ou seja, tivemos um desempenho muito superior. O primeiro semestre foi ascendente e o segundo, descendente, o que reflete um desaquecimento da economia. Mas mesmo assim superamos a meta de arrecadação na Fazenda. Lembra que no início do ano eu pedi 16% como supermeta. A meta era 9,84%. A equipe da Fazenda bateu a meta e superou.
A fiscalização maior da Fazenda foi decisiva?
Gavazzoni – O que chama a atenção e me preocupa um pouco é que há uma oscilação muito grande dentro de todos os setores. O que mostram nossos dados não é a economia respondendo, mas a qualidade técnica da Fazenda. Nós tivemos mais de 140 operações fiscais em 2014. Elas acabam pautando muito o empresário para que ele se mantenha dentro da legislação e isso não é favor. Só que toda vez que a gente tira um pouquinho a lupa, temos bons empreendedores, grandes empresários e alguns que são desobedientes – gostam da oportunidade de sonegar. Isso é da natureza. Só que estamos num grau de qualidade de controle e monitoramento, e eu chamo até de parceria, porque ao invés de sairmos notificando empresários, a gente primeiro chama eles assim Fez bobagem, tem o prazo para você espontaneamente corrigir, e eles fazem isso.
Quais são as metas de arrecadação para 2015?
Gavazzoni – Este ano a gente repete a supermeta de 16% e a meta orçamentária ficou em 9,7%. Mas eu não admitirei menos de 13% da nossa equipe. Eu estou desafiando, mexendo com eles.
Se a economia está quase parada, como vão crescer tanto?
Gavazzoni – A economia está quase parada no país, mas aqui em Santa Catarina ela tem, comparada ao país, um desempenho bem qualificado. Acho que é um ano de oportunidade para os empresários. Houve um mau humor muito grande no mercado no ano passado por conta da eleição e da Copa. Este ano nós não temos esses motivos e teremos que conviver com os governos eleitos pelos próximos quatro anos, Eu não vou esperar quatro anos para começar a crescer, para me desafiar, para ampliar minha empresa, para ganhar mercado. Eu vou fazer o que sei fazer que é ampliar mercado, produção, conquistar clientes lá fora. O mundo vai melhor, portanto a empresa catarinense vai ter condição de melhorar o seu desempenho.
Os benefícios fiscais serão mantidos?
Gavazzoni – Como secretário da Fazenda pela terceira vez, eu não posso virar as costas para a alta carga tributária, para o índice de infraestrutura, que é tudo aquilo que a gente tenta enfrentar com inteligência e consciência. Mas o Estado tem benefícios fiscais para oferecer. Além disso, o governador tem anunciado muito o fato de que não é um governo de continuidade e sim um novo governo. Então assim, problemas que travam SC como você mencionou as letras, os precatórios. Nós vamos colocar isso na mesa e encontrar as melhores soluções para cada um desses contingentes. Esse ano a gente começa a mexer, a fazer um amplo debate sobre previdência pública em SC. A gente precisa debater isso com a sociedade, com nossos servidores e fazer aquilo que vou chamar de uma segunda onda de reforma previdenciária. A gente tem que debater saídas. A insuficiência financeira é muito grande.
O senhor está recebendo muitos empresários interessados em investir no Estado?
Gavazzoni – A agenda de empresas interessadas em ampliar investimentos em Santa Catarina e vir para o Estado é diária. Vou anunciar para você em primeira mão: a gente está montando um grupo aqui na Fazenda que vai ser a porta de entrada do empreendedor catarinense que quer ampliar. Vamos envolver a secretaria de Desenvolvimento Econômico, Sebrae/SC, a secretaria de Articulação internacional. Todo o grupo ficará organizado. A empresa quer falar com o governador, passa aqui, pega as informações, apresenta o projeto, tem reunião com o governador, assina o protocolo e vai implantar seu investimento. A gente vai qualificar isso.
Quanto aos investimentos previstos no Pacto por SC, os recursos estão garantidos?
Gavazzoni – O governador Colombo foi muito habilidoso na montagem do Pacto. Está todo contratado. Se você lembrar, em 2013 o Pacto já estava pronto e nós enxergamos que o cenário de risco do país ia piorar um pouco, o crédito ia encarecer. Então o governador fez uma pressão muito grande para que a gente conseguisse contratar o segundo empréstimo do Banco do Brasil. Isso nos deu cinco anos à frente. Então, o dinheiro de Santa Catarina já está contratado pelos bancos, Este ano o secretário Murilo Flores informou que o Pacto deslanchou em 2013, 2014 subiu bem foi o ano de maior investimento da história de SC e em 2015 vamos chegar à mais de 60% de realização do Pacto.
O Estado terá recursos para custear reajustes salariais e outras despesas com a folha?
Gavazzoni – Toda a política salarial foi aprovada em 2013. Em 2014 foram feitos alguns ajustes. Este ano foi debatido o piso nacional dos professores, temos mais um ou dois setores para discutir porque ficaram fora desse ajuste e a política salarial toda está estabelecida até para 2018 praticamente. Não teremos grandes debates salariais. Pressões salariais haverão sempre. Nós estamos com a folha do Estado na linha do limite prudencial, um pouco acima e um pouco abaixo dependendo do mês. Não há espaço para brincar com a folha. O gasto público está significativo com a folha. O governador chamou 12 mil pessoas nos últimos dois anos. Isso é 10% do contingente de servidores do Estado. Aliado a isso, ele fez uma política de valorização salarial em todos os setores e chamamos gente para substituir aposentadorias. Dá para continuar nesse ritmo com a folha no limite? Não. Por isso, agora, todo mundo tem que ter um pouco de juízo para primeiro pagar o que está aí, e cautela.
Quanto o Estado planeja economizar com a reforma?
Gavazzoni – Número é uma coisa perigosa de dizer porque o governador está muito preocupado com qualidade e agilidade de serviços. Por exemplo, a Junta Comercial e a Fatma terão cobranças para serem mais ágeis para atender investidores. Estela Benetti/DC.
Fomos no sentido contrário
Na semana passada, o IBGE divulgou duas importantes pesquisas para o acompanhamento do desempenho da indústria nos diversos Estados brasileiros. Com os recentes dados, temos um panorama do que ocorreu no período de janeiro a novembro de 2014.
Os levantamentos mostram uma realidade preocupante. No acumulado de janeiro a novembro de 2014, a produção industrial brasileira caiu 3,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em São Paulo, principal parque industrial do país, a produção caiu 6%; no Rio de Janeiro, segundo maior centro industrial, o recuo foi de 3,2%; em Minas, terceiro maior, o tombo foi de 2,8%.
No sul do Brasil, todos os Estados apresentaram retração da produção industrial. A queda mais acentuada foi no Paraná (-6,2%), seguido pelo Rio Grande do Sul (-4,8%).
Em Santa Catarina, a produção foi 2% menor. Apesar de não ter sido um recuo tão acentuado quanto nos principais centros industriais do país, não é um resultado a ser comemorado. A redução da produção foi superior à queda no número de horas pagas pela indústria catarinense (-1,3%), o que significa queda na produtividade, exatamente o oposto do que se recomenda para que sejamos mais competitivos.
Esses resultados refletiram-se no emprego. De acordo com o IBGE, o índice de pessoal ocupado assalariado na indústria catarinense também foi menor em 2014. Entretanto, as negociações trabalhistas ainda não estão refletindo esta realidade, e a folha de pagamento real por trabalhador continuou crescendo.
Este descompasso entre a remuneração e a produtividade resulta no aumento do custo unitário do trabalho na indústria, que se traduz em redução de margens e/ou aumento dos preços finais. Não é difícil, portanto, compreender por que os índices de confiança na economia estão tão baixos.
*Graciella Martignago – Consultora Econômica Da Fiesc
Em 60 anos, SC nunca teve tantas tempestades e raios
Santa Catarina virou a terra das tempestades e raios. Em 60 anos, nunca aconteceu uma sequência de 25 dias consecutivos com chuvas, tempestades e quedas de raios como agora, afirmou o presidente da Celesc, Cleverson Siewert. No final da tarde de ontem, o mapa de raios do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrava justamente isso. SC era o único Estado totalmente coberto de pontos vermelhos, indicativos de raios (imagem). Por isso, embora a Celesc tenha reforçado equipes de manutenção para o verão, elas não estão dando conta de tanto trabalho devido às tempestades diárias, explica Siewert. Ontem à noite teve mais chuvas e falta de luz em diversas regiões. Às 19h de sábado, 55 mil unidades consumidoras ficaram sem energia em Florianópolis. Joinville teve segunda a pior tempestade dos últimos 20 anos. Estela Benetti
Queda energia causa morte de aves
Apesar de a Celesc ter investido para melhorar a distribuição de energia no Oeste do Estado, o setor produtivo da região ainda enfrenta graves dificuldades de abastecimento do insumo, o que causa perdas de produção, produtividade e até de plantéis de aves. Há informações de que 40 mil aves já morreram este ano devido à irregularidade na distribuição de energia, informou o presidente da Organização das Cooperativas do Estado (Ocesc), Marcos Antonio Zordan. No último verão, morriam cerca de 30 mil aves por semana devido ao calor e falta de ar refrigerado. A produção industrial também está sendo afetada. Zordan e o presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster, vão solicitar ao governo do Estado a aceleração das obras previstas para a região.
Segundo o presidente da Celesc, Cleverson Siewert, a empresa está atenta aos problemas do Oeste desde o ano passado, quando investiu R$ 70 milhões na região em três subestações – em Xanxerê, Mondaí e Curitibanos – e em linhas de transmissão. Para este ano, será investida cifra semelhante em mais três subestações, em Chapecó, Concórdia e Maravilha. Nas regiões de interior, entre os problemas estão muita vegetação próxima de redes e, também, as redes monofásicas. A solução para esse último problema passa pela substituição das redes, mas, pela legislação, a Celesc não pode fazer esse investimento sozinha, o beneficiado tem que participar com 60% ou 70%. Como há falta de recursos, o Estado pensa em buscar parcerias em conjunto com as secretarias de Agricultura e Desenvolvimento Econômico Sustentável para conseguir financiar e subsidiar esse tipo de obra. Estela Benetti
Omissão
O trágico acidente com o ônibus da Reunidas na BR-282, em Alfredo Wagner, revelou outra omissão do governo federal em Santa Catarina. Florianópolis é a única capital brasileira que não tem sequer um escritório da agência. Sua presença limita-se a uma representação física em Itapema.Moacir Pereira
Polícia Federal
O Departamento de Polícia Federal vai mudar de comando em Santa Catarina. Assumirá a Superintendência a delegada Mara de Toledo Santana, que já atuou em Florianópolis e goza de conceito e prestígio dentro e fora da corporação. Já ocupou a Superintendência no Distrito Federal. Vai suceder o atual, delegado Clyton Eustáquio Xavier. Moacir Pereira
Ponte
O leitor Ari Lehmkuhl apresenta uma solução para a recuperação de nossa ponte Hercílio Luz: “As forças espirituais de Floripa se reuniriam em torno de uma mesa redonda nas dependências do Palácio Cruz e Sousa e em trabalho mediúnico fariam com que o ex-governador Hercílio Luz baixasse ou ressuscitasse (dependendo das forças). Ele teria a incumbência de entregar num prazo de quatro anos, no dia 31 dezembro de 2019, a ponte Hercílio Luz para o tráfego normal Ilha-continente e na mesma data seria mandado de volta para o seu eterno descanso com a missão cumprida”. Cacau Menezes/DC – Domingo