Florianópolis, 16.1.15 – Um plano diretor existe para zelar por uma harmônica ocupação do solo, gabaritos e zoneamentos para a construção civil, com indispensáveis estudos de “impacto de vizinhança”. Serve para balizar os rumos que a cidade vai tomar em sua expansão, ocupando-se da mobilidade urbana e dos seus meios de transporte e – mais importante – elegendo uma visão prospectiva do futuro, ou seja, um desenho do que será a cidade daqui a uma ou duas gerações.
Em Floripa, contudo, não há senso de continuidade. Os vários planos diretores jamais foram executados. O prefeito que chega apaga o passado e produz outro, que também não será implementado.
Ao contrário do que se passa em Curitiba, por exemplo, onde cada plano complementa o anterior e o planejamento urbano (bem como o transporte público) já conta com um planejamento de 40 anos – aqui, cada prefeito assina a sua mudança, revogando a do antecessor.
Assim foi com o Plano Diretor Metropolitano, concebido pelo arquiteto Luiz Felipe Gama dEça na década de 1980. Previa a construção da PC-3 no continente, avenida paralela à atual Via Expressa, com a qual dividiria o trânsito pesado de hoje. Veio um prefeito de São José e eliminou essa via no plano diretor de lá. E, como prefeito de cá, colocou uma pá de cal na via que seria a salvação do atual labirinto urbano continental.
Em 1989, o PD previa organizar o Campeche em superquadras, contornadas por avenidas que absorveriam o tráfego de passagem, com corredores de transporte coletivo – numa área 4,5 vezes maior do que a área continental do município. Veio um novo prefeito e, junto com os contras e seus mantras populistas, demoliu o plano. O resultado é o Campeche de hoje..
O Plano Diretor de 1997 previa a quarta ponte. Um certo prefeito disse que faria um túnel. Um governador levou escola de samba para celebrar o lançamento do metrô de superfície, que estaria pronto em 2010, junto com a recuperação da Hercílio Luz – que continua servindo de boa plataforma para fogos de artifício.
Já o novo Plano Diretor… dispensa qualquer nova ligação.
Assim caminha a humanidade na Ilha mais bela e mais engarrafada do mundo – vítima de uma descontinuidade administrativa capaz de envergonhar o gestor de uma carrocinha de pipoca.
Os planos existem, mas nunca saem do papel. A “turma” gosta mesmo é de campanha e de enrolar o distinto público. Artigo de Sérgio da Costa Ramos/Diário Catarinense
Se o trânsito está parado
Confira cinco dicas para passar o tempo na fila No caminho da praia, aproveite para passar o tempo Salada […] Veja mais em: http://ndonline.com.br/florianopolis/colunas/salada/224488-se-o-transito-esta-parado-confira-cinco-dicas-para-passar-o-mpo-na-fila.html
Mobilidade em estudo
A Prefeitura de Chapecó realizou nesta semana contagens de veículos em pontos da cidade. O trabalho de campo é um complemento às estatísticas necessárias para a elaboração do Estudo de Mobilidade Urbana. São dez novos pontos de estudo distribuídos em cinco localidades de quatro vias para contagem em ambos os sentidos. O estudo completo irá apresentar propostas para melhorar a vida das pessoas quando o assunto é trânsito. Um relatório parcial foi apresentado em dezembro de 2014 com simulações em vídeo de situações de trafegabilidade em Chapecó, principalmente em horários de pico. Já foram mostradas também simulações futuras do trânsito na cidade até 2024, e de que forma cada situação impacta na mobilidade urbana. A prefeitura receberá outros dois relatórios do LabTrans/UFSC (Laboratório de Transporte e Logística) no primeiro semestre deste ano.
Redução
Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, em 2014 foi registrado o menor número de mortes por atropelamento nas rodovias federais do Estado, comparado com os últimos anos. A BR-101 teve maior incidência desse tipo de acidente e quase metade das mortes aconteceu no trecho norte da rodovia.
Mobilidade pior no Oeste de SC
A pesquisa Mobilidade Urbana em Santa Catarina, que será divulgada segunda pela Fecomércio SC, traz um dado curioso. No ranking dos municípios onde os trabalhadores levam entre meia hora e uma hora para chegar ao trabalho, quem lidera com 44,03% é o município de Irati, no Oeste de SC, a 80 quilômetros de Chapecó, com menos de 2 mil habitantes.
Carências
O problema no município do Oeste é a falta de estradas e de transporte coletivo porque só 21% das pessoas residem na cidade. Em Florianópolis, o trânsito conturbado ocorre pela quantidade de carros nas ruas, a maior média do Estado: 41,8 veículos para cada 100 habitantes. A situação só não é pior porque a Capital não é muito grande. Fonte: Diário Catarinense.
Queda de barreira na rodovia SC-350 deixa trânsito em meia pista
A chuva na madrugada desta sexta-feira (16) em Santa Catarina provocou a queda de uma barreira na SC-350. O deslizamento ocorreu entre Ituporanga e Alfredo Wagner, nos km 410,100 e 414,200 e deixou e trânsito em meia pista.
Segundo o Sargento Silvio Kohl, da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o Deinfra já foi contatado para realizar a limpeza do local. O trânsito está em meia pista e deve seguir assim até que os dejetos sejam retirados da estrada.
Ainda conforme informações do sargento, apesar da diminuição da pista, o tráfego na região segue tranquilo e sem engarrafamentos. A previsão é de que, até o final de tarde, o tráfego seja normalizado.
EDITORIAL
Aperto no contribuinte
O brasileiro espera que o aumento de impostos, apresentado como inadiável, seja de fato compensado no médio prazo pela retomada do crescimento.
Mais, uma vez, sobrou para o contribuinte, sobre quem recairá a conta de equívocos na condução da política econômica. O governo federal anuncia a intenção de reforçar o próprio caixa com R$ 9 bilhões, que serão buscados basicamente no aumento da já elevada carga tributária. Era previsível, desde o início do ano passado, que o desequilíbrio entre receitas e despesas chegaria a uma situação insuportável. A campanha eleitoral contribuiu para que, em meio ao debate político, fosse desperdiçada a chance da correção de rumos. O país paga agora, numa situação agravada, o alto preço dessa omissão, quando poderia – se o Executivo tivesse reagido a tempo – se submeter a medidas menos danosas.
Aumentar impostos significa impor sacrifícios a todos. É enganoso o raciocínio, sempre defendido por setores do próprio governo, segundo o qual os reajustes são pontuais e atingem setores bem específicos. Impostos repercutem em todas as atividades, distribuindo-se pelo setor produtivo, com impactos diretos nas empresas e no bolso dos contribuintes. Calcula-se que a carga tributária no Brasil hoje esteja em torno de 36%, sendo uma das mais elevadas do mundo, com a contrapartida de serviços precários em áreas essenciais.
As medidas a serem anunciadas, em nome do reforço do Tesouro, não pegam o país desprevenido porque o próprio ministro encarregado de corrigir os erros do antecessor já havia antecipado que os tributos poderiam ser aumentados. É o custo, pelas duas pontas do ajuste a ser feito – pela redução de gastos, de um lado, e pela ampliação de receita, do outro. O que o contribuinte deseja é que o corte na ponta que depende apenas de um esforço do próprio governo, pela racionalização de despesas, seja tão efetivo quanto o da penalização representada por mais imposto para todos. O país também espera que se confirme a expectativa criada pelas declarações do senhor Joaquim Levy de que a equipe por ele liderada trabalhará no sentido de evitar maiores traumas para a economia.
Um país estagnado, com inflação acima do razoável, ainda com altos juros e sob ameaça de perder o grande trunfo do pleno emprego, não pode prolongar os efeitos negativos da necessária busca da austeridade. O plano executado terá sido exitoso se cumprir a previsão de que, num tempo não superior a dois anos, a economia voltará a crescer.