Laguna, 4.7.15 – Os últimos operários trabalham nos acabamentos da ponte Anita Garibaldi, em Laguna, no Sul do Estado. A fase de testes de cargas sobre a estrutura, prevista para ocorrer a partir de hoje marca o fim dos trabalhos. A expectativa é que o processo ocorra por três dias. A ponte servirá para solucionar um dos piores gargalos da BR-101, ainda pendentes desde o início da duplicação da rodovia no Estado, em 1994.
Na próxima semana, empresas terceirizadas concluirão a instalação dos quase 200 postes de iluminação que tiveram um custo adicional de aproximadamente R$ 3 milhões. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) não informa ainda a data para a inauguração que deve ocorrer na presença da presidente Dilma Rousseff. O prefeito de Laguna, Everaldo dos Santos, esteve ontem no gabinete da presidência e segundo ele, Dilma deve vir ao Estado entre os dias 13 e 17 de julho.
A estrutura erguida sobre o canal de Laranjeiras começou a ser construída em julho de 2012, após várias manifestações populares pela duplicação do trecho sul. Com a conclusão em julho deste ano, completa exatos três anos de obra, tendo um atraso de aproximadamente 30 dias, de acordo com a previsão inicial para maio.
Valor da obra aumentou
A obra, contratada a um custo de R$ 598 milhões, recebeu um investimento de aproximadamente R$ 775 milhões por parte do governo federal. De acordo com o DNIT houve uma reajustamento no valor da obra de R$ 112 milhões, previsto em lei.
Segundo o departamento todos os contratos deste porte preveem reajustes. Outro valor que acresceu ao custo final pago pelo governo federal ao Consórcio Ponte de Laguna foram os aditivos no valor de aproximadamente R$ 69 milhões. O DNIT não detalha os custos extras acrescentados ao projeto inicial, mas ressalta que toda obra de grande porte é considerado normal haver alterações ao projeto.
O impasse sobre o pagamento da luz da ponte ainda continua, segundo o prefeito de Laguna, Everaldo dos Santos (veja a entrevista ao lado). Com um fluxo diário de cerca de 25 mil carros por dia, o local era alvo de intermináveis congestionamentos que atrasavam o transporte em torno de cinco horas. No verão, com a chegada de veranistas do Rio Grande do Sul, as filas próximo a ponte de Cabeçuda – única ligação em terra, se agravavam ainda mais. Com 2.830 metros de extensão a ponte Anita Garibaldi, em Laguna, foi projetada para uma velocidade de 110km/h, solucionando o problema das filas no local.
Fonte: Diário Catarinense (Mônica Foltran)
BR-101 interditada: Acesso ao Morro do Formigão será pavimentado
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit/SC) realiza amanhã a pavimentação do acesso ao túnel do Morro do Formigão, sentido norte/sul da BR-101 em Tubarão. A Polícia Rodoviária Federal informa que o trecho será interrompido, sendo o fluxo na região liberado a partir da tarde.
Na segunda-feira, entre 12h e 14h, o tráfego será novamente interditado. A partir das 14h, o túnel do Morro do Formigão será aberto para veículos que seguem no sentido sul. No sentido norte o fluxo será normal.
Após a realização dos trabalhos, o tráfego no local permanecerá sendo feito pela rodovia.
Fonte: Diário Catarinense
Mais bicicletas
Cerca de 450 milhões de pessoas vivem nas cidades da América Latina. A maioria delas enfrenta diariamente, a exemplo da capital catarinense, engarrafamentos e poluição atmosférica. Cerca de 70% das emissões de CO2 das grandes cidades provêm de carros e motos. No entanto, apenas 12 cidades latino-americanas contam com uma rede de mais de 12 mil bicicletas públicas. O Banco Mundial quer incentivar, cada vez mais, o uso alternativo desse modelo de transporte. Está aí uma oportunidade para Florianópolis apresentar um projeto de maior porte e obter financiamento.
Extensão da ponte
Um grupo de estudantes de Arquitetura e Urbanismo, da Udesc de Laguna, elaborou um projeto de reaproveitamento do vão da ponte Anita Garibaldi em sua parte terrestre. A ideia é criar uma área de lazer no local, utilizando os rejeitos da obra. Assim, a construção teria custo praticamente zero. O projeto prevê palco, pista de passeio e até quadra poliesportiva.
Fonte: Diário Catarinense (Visor – Rafael Martini)
Aperto nas contas
Duas medidas do governo anunciadas esta semana e estouro com o gasto da folha de pagamento fazem Santa Catarina ligar o alerta
Duas recentes informações vindas do governo do Estado mostram para os catarinenses que a crise é de todos e que os que estão mais bem preparados têm chances de passar por ela com menos avarias. Na segunda-feira, quando o governo anunciou a extinção de cargos comissionados – embora estivessem vagos a pressão política para preenchê-los é constante –, deu um sinal de que está disposto a cortar na carne para se adequar à situação econômica. Ainda essa semana, a decisão de adiar as nomeações de aprovados em concursos públicos dá uma ideia do aperto necessário para manter as contas em dia.
Não por coincidência, os anúncios se deram em meio ao alerta do Tribunal de Contas do Estado de que o governo ultrapassou o limite permitido por lei com a folha de pagamento dos servidores pela primeira vez desde 2001 – há o risco de SC perder convênios com o governo federal por causa do estouro. Os indicativos não são dos melhores. Junho fechou com a pior arrecadação do ano.
As medidas já anunciadas para injetar dinheiro na economia catarinense – por sua característica de diversidade uma das que menos sofrem os impactos da crise nacional –, como a antecipação do pagamento de metade do 13º ao funcionalismo público, são uma tentativa para incentivar o consumo e ampliar a arrecadação.
A prudência administrativa neste momento é acertada, mas vem acompanhada de um efeito colateral na vida dos catarinenses. Sem chamar novos concursados, os quadros das polícias Civil e Militar seguem defasados. É uma das principais demandas da sociedade, já que a sensação de insegurança cresceu com episódios recentes e isolados, mas de grande impacto como o assalto com reféns à uma agência bancária em Timbó Grande. Remanejar contingente de funções administrativas para o combate à violência pode ajudar a diminuir o temor.
Em resumo
Editorial trata dos ajustes do atual momento econômico do Estado
Fonte: Diário Catarinense (Editorial)
Entrevista
“A ponte não ficará às escuras” – Everaldo dos Santos – Prefeito de Laguna
Contrário ao pagamento da conta de iluminação da ponte Anita Garibaldi, o prefeito de Laguna garante que a estrutura não ficará sem iluminação. As negociações com o governo federal continuam e, durante 60 dias, geradores iluminarão o local.
Quem pagará a conta de luz da ponte?
Ficou acordado com o ministro (dos Transportes ), Antonio Carlos Rodrigues, e com o DNIT de que será colocado um gerador a partir do momento da inauguração por até 60 dias. Este gerador será pago pelo DNIT. Será negociado com o Ministério dos Transportes. Laguna não pode pagar o consumo de energia, mesmo que seja em média R$ 12 mil por mês, sendo uma rodovia federal.
Existe a possibilidade da ponte ficar às escuras?
Não. Nesses 60 dias com o gerador, vamos resolver este problema. Outra forma seria que o DNIT deixasse o gerador até a concessão da rodovia. Vou advogar que o pedágio seja no trecho de Laguna, isto iria gerar emprego e melhorar a economia da cidade através do Imposto sobre serviço (ISS).
E se nada der certo após se passarem os 60 dias?
Acredito que vamos encontrar uma saída. Vou lutar até o fim para que o município não pague, mas não vamos deixar a ponte às escuras.
Fonte: Diário Catarinense
As cooperativas em um mundo em mudanças e transformações, por Marcos Antônio Zordan*
A união, o trabalho e o respeito a princípios internacionalmente estabelecidos formam os ingredientes do cooperativismo, uma doutrina que baliza o funcionamento de uma das mais democráticas e exitosas sociedades humanas: a cooperativa. As cooperativas são organizações humanas inspiradas em princípios da conjugação de esforços com objetivos econômicos. Os sete princípios cooperativos expressam sua natureza: adesão voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação/formação/informação, intercooperação e interesse pela comunidade.
O mundo vive a maior fase de mudanças da história. Os avanços tecnológicos e as mudanças de paradigma ocorrem em tal velocidade que colocam em cheque pessoas e organizações. Trabalhar em rede e compartilhar são os novos significados do verbo cooperar.
Nesse contexto, a cooperativa é a organização humana com a melhor cultura e a maior inclinação para processar, absorver e aprimorar, em benefício social, as mudanças em curso e as transformações prováveis ou improváveis.
No dia internacional do cooperativismo, comemorado neste sábado, Santa Catarina tem muito a festejar. É o Estado com maior taxa de adesão ao cooperativismo. As 253 cooperativas associadas à Organização das Cooperativas do Estado (Ocesc) reúnem, em seu conjunto, 1.755 famílias. Isso significa que metade da população estadual está vinculada a essa evoluída forma de associativismo.
No ano passado, essas cooperativas geraram riquezas e serviços e obtiveram receitas totais que atingiram R$ 23,3 bilhões. Elas disputam o mercado em todas as áreas da ação profissional ou econômica, enfrentando os mesmos desafios das empresas mercantis. Não recebem, objetivamente, nenhum benefício do poder público. Prova disso é que, no ano passado, somente as cooperativas que operam em território barriga-verde recolheram R$ 1,4 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais. Seus resultados, entretanto, são distribuídos na justa proporção do esforço de cada um de seus associados.
Centenas de afamadas e reconhecidas marcas que estão no mercado nacional e internacional pertencem a empresas cooperativistas, que operam em algum de seus 13 ramos.
Outro dado revelador da ação cooperativista é a prioridade à educação: no ano passado, as cooperativas investiram R$ 17,3 milhões e capacitaram 108 mil catarinenses. Como se constata em SC, o cooperativismo deixou de ser apenas uma doutrina bonita, apurada e reconhecida mundialmente para transformar-se em um grande e eficaz instrumento de transformação da sociedade humana.
*Presidente da Ocesc e diretor da Cooperativa Central Aurora Alimentos
Fonte: Diário Catarinense (Artigo)
Cooperativas de crédito, por Agnaldo Leandro Abila*
Poupar, planejar e pesquisar. Três velhos conselhos para obter sucesso na vida financeira que passam batidos no dia a dia. O planejamento é essencial para driblar as taxas de juros e a inflação e investir com segurança. O cenário econômico atual é instável e exige mais cautela na hora de realizar investimentos ou assumir dívidas de longo prazo.
A primeira cooperativa surgiu em 1844, mas a popularização do modelo cooperativista é recente. Nos últimos 20 anos, as cooperativas, em especial as de crédito, ganharam espaço e visibilidade. Hoje, o Banco Central incentiva o cooperativismo, considerando o modelo justo e adequado às necessidades da população. Em Blumenau, as cooperativas de crédito têm grande aceitação. Estima-se que 45% dos blumenauenses são associados a alguma cooperativa financeira, o que totaliza mais de 150 mil sócios espalhados pela cidade.
Os cooperados não são apenas clientes, são donos do negócio e têm poder de decisão em assembleias. Os associados contam também com taxas de juros mais competitivas, maior acesso a crédito e serviços. Além disso, no final de cada exercício, é realizada a prestação de contas na qual cada sócio recebe parte do lucro da cooperativa.
Com mais pessoas tendo acesso ao sistema, o retorno não é só individual. As cooperativas têm como missão contribuir para o desenvolvimento econômico e social da comunidade. Uso como exemplo o ditado de que duas cabeças pensam melhor do que uma: esse é o trabalho cooperativo, ajudar um ao outro em prol do bem coletivo. Os recursos captados voltam à localidade de origem por meio de eventos educativos e sociais, promovendo interação com a comunidade, sem falar na geração de emprego e renda. Embora o momento econômico inspire cautela, as cooperativas continuam sendo uma boa opção para investir de forma segura, atingir objetivos, realizar sonhos e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa.
*Executivo / Blumenau
Fonte: Diário Catarinense (Artigo)
Pontos de parada
Está definido para o Km 145 da BR 116, no município de Santa Cecilia, a construção do primeiro ponto de parada, no país, para descanso dos caminhoneiros em rodovias federais e estaduais, conforme previsto na lei federal 13.013/2015. Outros estão mapeados s para a BR-282, em Xanxerê, e BR-101 Norte, em ponto ainda a ser definido. O ponto da BR-116 será construído pela concessionária que administra a rodovia, e administrado pela Fetrancesc. Serão locais cercados, com segurança para o caminhão e o caminhoneiro e toda a estrutura necessária para atendimento dos
Fonte: Diário Catarinense
Zap-Zap
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r/>O comandante da Guarda Municipal de Florianópolis, Valcir Brasil, comemora os bons resultados de um projeto pioneiro que vem facilitando a comunicação da corporação com empresários e comerciantes da região central. Por meio de um aplicativo de celular, a Guarda Municipal é acionada sempre que necessário. O projeto já envolve mais de 200 pessoas e vem ajudando na agilização dos atendimentos, diz o comandante.
Colcha de retalhos
A SC-401, rodovia que leva às praias do norte da Ilha de SC e uma das mais movimentadas do Estado, está em pandarecos. Não faltam remendos e buracos, além de estar totalmente desnivelada em alguns trechos.
Fonte: Diário Catarinense (Visor – Rafael Martini)
“Não tenho dúvidas de que é a chance do Brasil”
Raimundo Colombo
Visto como um dos chefes de Estado mais influentes com o governo federal, o governador Raimundo Colombo (PSD) foi entrevistado pela colunista Rosane de Oliveira, do jornal Zero Hora de Porto Alegre. Ela quis ouvi-lo por Santa Catarina ser referência no enfrentamento à crise em função da maior diversidade econômica. O bom desempenho de SC serve de exemplo para o Rio Grande do Sul. Colombo reconheceu que falta solução para os crimes envolvendo facções criminosas e explicou por que o Estado aposta na captação de investidores.
Qual é o segredo do sucesso de Santa Catarina na atração de investimentos?
As características do nosso Estado são favoráveis ao empreendedorismo. Nosso povo é muito vocacionado, a nossa história é muito bonita. Nossas principais empresas nasceram de fundo de quintal, de empresas familiares, e isso cria um ambiente de negócios muito favorável. Por outro lado, o governo do Estado estimula, incentiva, cria mecanismos de incentivo fiscal, de todas as formas de atração. E somos muito arrojados na busca do relacionamento.
O senhor não fica sentado esperando que um investidor venha a Santa Catarina?
Não, tendo qualquer informação, vamos atrás. A gente abre todas as portas, vai ao encontro deles em qualquer lugar do mundo. Já fiz muitas viagens: Japão, China, Coreia, à Europa toda e mesmo na América do Sul. Em muitos lugares, conseguimos abrir mercados, como o exemplo da carne suína no Japão, e agora temos uma expectativa muito grande de abrir, em breve, na Coreia. Somos um Estado livre de febre aftosa sem vacinação, e isso é um diferencial importante.
A população compreende a importância das viagens ou o senhor recebe críticas?
Tenho o cuidado de levar só quem é necessário mesmo, ir em pequenas comitivas, não fazer nada em excesso e executar realmente uma visita de trabalho. Nunca recebi uma crítica por fazer essas viagens, pelo contrário, só recebi estímulos.
Vocês estão importando mão de obra?
Sim, temos hoje uma imigração muito grande de diversos Estados, inclusive de haitianos. Toda semana chega um número muito grande, e eles estão se integrando bastante nessas unidades de produção. Temos 3 mil haitianos trabalhando aqui, principalmente nos frigoríficos.
No Oeste, há mais vagas do que pessoas para ocupar esses postos de trabalho?
Sim, inclusive, vem muita gente do Rio Grande do Sul trabalhar nas nossas unidades. Diariamente, são dezenas de ônibus que vão e voltam levando trabalhadores (a assessoria do governo informa que são 600 ônibus diários).
Há estímulos diferenciados para quem quiser se instalar nas regiões mais deprimidas?
Sim, aumentamos bastante os incentivos fiscais de forma bem expressiva para poder atrair e equilibrar. O nosso modelo de pequenas cidades, como é o modelo do sul do Brasil, é importante. Essa distribuição demográfica traz de forma direta a qualidade de vida, o dinamismo. Temos hoje todos os 295 municípios de Santa Catarina com pelo menos um acesso asfaltado.
Nenhum município sem asfalto?
Nenhum. É muito difícil você se desenvolver sem energia, sem asfalto. Nosso sistema universitário é muito bem distribuído, e esse é outro vetor. A gente oferece incentivo para que a pessoa fique morando no seu município. Outro programa que fizemos para manter a atividade no lugar é o programa Juro Zero para as pequenas empresas. O governo paga o juro para que ela se desenvolva. Você faz uma operação de crédito e as duas últimas prestações, que correspondem ao o juro, o governo paga se você estiver em dia e cumprindo o contrato.
O senhor conseguiu combinar esse estímulo às pequenas e médias empresas à atração de investimentos que são a joia da coroa. O que foi definitivo para conquistar a BMW?
Olha, fomos arrojados. A nossa equipe foi várias vezes à Alemanha, eles vieram aqui. Foi um período demorado de negociação, mas fomos convencendo, mostrando todo o potencial. Temos o segundo maior centro de ferramentaria do Brasil. Todas as características e exigências puderam ser atendidas. A BMW funcionava como um símbolo para a gente entrar no setor automotivo. Já tínhamos a fábrica de motores da GM, inaugurada em 2012, temos a Tupy, que é uma grande produtora de autopeças. O fato de ter uma origem alemã muito forte na região também pesou. Fizemos tudo que eles pediram, incluindo o acesso ao governo federal.O senhor era um político de oposição ao Planalto e se aproximou do governo. Foi uma coisa que aconteceu por acaso. A BMW pediu uma audiência com a presidente e a gente conseguiu essa audiência, facilitou o trabalho. Tivemos várias enchentes, e o governo se colocou à disposição para ajudar a resolver esse problema, que era histórico. Hoje, estamos investindo R$ 1 bilhão no sistema de prevenção e contenção de cheias. Conseguimos construir uma parceria importante. A presidente nos tratou de forma republicana, e entendi que deveria contribuir na mesma intensidade e com os mesmos princípios.
É verdade que nenhum governador tem um canal tão azeitado com o Planalto como o senhor tem?
De fato, temos uma relação boa. Houve um momento crítico, com aquela resolução 13 do Senado, que mudou o critério do ICMS de importação. Ela penalizou muito os Estados em favor de São Paulo. Ali, Santa Catarina ia perder R$ 1 bilhão. Eram R$ 100 milhões por mês. Perdemos. Então, a gente fez uma política de compensação, e o governo federal nos ajudou. Isso nos permitiu fazer um programa de investimentos, o Pacto por Santa Catarina, para investirmos R$ 10,5 bilhões.
O senhor identifica na crise uma janela de oportunidade para o Brasil fazer as correções necessárias?
Não tenho dúvida de que é chance que o Brasil tem. Com o crescimento que houve, muito relacionado com o que estava ocorrendo lá fora, essas coisas foram anestesiadas e todo mundo achou que dava para viver daquele jeito. Hoje, você está vendo a crise na Grécia e foi basicamente isso que aconteceu. O embaixador da Irlanda estava me falando que, no auge da crise, em 2008, eles cortaram 20% do salário de todos os servidores públicos. A Irlanda explodiu e hoje é uma referência extraordinária de sucesso. A Grécia afundou, não quis fazer nada. O problema do Brasil é semelhante, podemos fazer como a Grécia ou como a Irlanda. É uma questão de escolha.
Como o senhor lida com as pressões dos sindicatos de servidores públicos?
Essa é uma das coisas mais desagradáveis desses quatro anos e meio em que estou aqui. Foram muitas greves, muitos confrontos, muito desgaste, nossa relação é complicada. Mas não tem jeito, tem que estabelecer um limite do que é possível, fazer com transparência. A gente faz o que é justo e possível. O senhor pretendia adotar algumas medidas antipáticas aos servidores, como corte da licença-prêmio, da incorporação de gratificações, triênios.
O senhor conseguiu avançar nisso?
O que eu percebi foi que esse primeiro semestre foi muito complicado no processo administrativo no país. Essa crise contaminou. Um processo como esse só tem chance ser aprovado se você acertar na fórmula e no momento. Entendi que este não era o momento adequado. Tudo que pude fazer por ação interna ou decreto eu fiz. Não preencher cargos, agora estou começando a fazer a fusão de agência, eliminar cargos comissionados. Essa semana estou mandando para a Assembleia a retirada de mais 300 cargos em comissão, o que dá quase 20% do que temos.SC tem o maior número de secretarias.
É necessário uma máquina desse tamanho para administrar o Estado?
É um modelo de filosofia que coloquei, de fortalecer unidades regionais. Estamos transformando essas secretarias em agências de desenvolvimento e estamos enxugando a estrutura e dando novas atribuições. É um modelo que foi implementado há 10 anos e que está sofrendo aperfeiçoamentos. Vai se perder o status de secretaria. Vai ser uma agência de desenvolvimento. Tinha secretário-adjunto e estamos eliminando. São 200 e poucos cargos que estão sendo extintos.
O senhor teve no seu primeiro mandato os ataques criminosos. Essa questão já está superada?
Não, não está superada. É um problema que continua. Existe uma briga entre o PCC, que é uma facção criminosa de São Paulo que tenta entrar em Santa Catarina e o PGC, que se formou aqui. Eles se digladiam o tempo todo. Estamos fazendo um esforço muito grande dentro das unidades prisionais, construímos muitos presídios novos, modernos.
Em Santa Catarina, os outros poderes têm percentuais fixos no orçamento. Não está na hora de mudar isso?
Existe uma iniciativa da Assembleia, dos deputados. Eu já tentei várias vezes e não consegui, é um diálogo muito difícil. Na Assembleia, que é quem delibera a lei orçamentária todo ano, há um movimento dos deputados em mudar esse sistema. É um sistema que vem há mais de 20 anos e como houve no período um aumento de arrecadação muito significativo, o percentual dos poderes cresceu muito. O nosso é o segundo pior do Brasil, parece que o pior é o do Rio Grande do Sul. Mais de 20% do que arrecada é repassada aos outros poderes, inclusive a universidade. O senhor anunciou o pagamento da metade do 13º.
No RS, o governo vai ter de tomar um empréstimo para isso. Como se equilibra as contas? É no dia a dia, no detalhe, para se chegar a esses números?
Temos um acompanhamento diário. A gente vai avaliando por setores, as 200 maiores empresas, as 500, as mil, quais são os setores, qual o nível de contribuição, o que está abaixo, o que está acima, o que pode acontecer. Estamos reduzindo muito o custeio, esses contratos que falei, aumentaram muito a eficiência e o custo deles. Temos o sistema de fluxo de caixa que permite somente liberar aquilo que a gente tem. Então, a gente trabalha com fluxo de caixa, não gastamos um tostão a mais do que o que a gente tem. Às vezes temos alguma surpresa, algum saque judicial por alguma demanda que tramita na Justiça.
Como o senhor vai lidar com este segundo semestre difícil? Pretende aumentar impostos?
Fazendo gestão, não tem outro jeito. Não vamos buscar mágica financeira, não vamos sacar dinheiro do judiciário. Impossível aumentar imposto, seria penalizar a sociedade.
O senhor é cobrado pelo apoio à presidente Dilma, pela sua ligação em um momento em que ela vive uma crise de credibilidade no país inteiro?
O meu gesto foi de gratidão, ela foi uma parceira importante do governo e do Estado de Santa Catarina. Muitas coisas que estavam enroladas há muitos anos nós conseguimos resolver e houve empenho pessoal dela. Ela sempre tratou o Estado com distinção, tenho certeza da sua honestidade pessoal, não tenho dúvida de que não há envolvimento e ninguém terá condições de acusá-la disso, porque não há, e isso é o suficiente sob o ponto de vista de relação pessoal.
“O problema com os ataques criminosos não está superado. É um problema que continua. Existe uma briga entre PCC e PGC. Eles se digladiam o tempo todo. Estamos fazendo um esforço muito grande dentro das unidades prisionais e construímos novos presídios.”
Fonte: Diário Catarinense
Além das letrinhas
Entre elogios, críticas, mistificações e reducionismos baratos, os catarinenses se acostumaram a conviver desde 2003 com as secretarias de desenvolvimento regional (SDRs). Eram 27 na reforma administrativa implantada pelo governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) em seu primeiro ano de governo e foram crescendo até chegar às atuais 36 na mesma medida, praticamente, em que crescia a base de apoio político do falecido peemedebista.
Eram os instrumentos responsáveis por promover as políticas de descentralização administrativa – uma obsessão de Luiz Henrique, um discurso de campanha, uma ideia de governo. Para críticos, e o governador Raimundo Colombo (PSD) já foi um deles, eram cabides de emprego. Da leva dos primeiros secretários regionais, não são poucos os que hoje ostentam mandatos de destaque, mostrando que o peso eleitoral da estrutura é inegável.
Eleito com o apoio de LHS, Colombo pouco mexeu nesse modelo em seu primeiro ano de governo. Pelo menos no organograma, porque os recursos diminuíram, secretários chiaram e o cargo ficou menos atrativo. Reeleito em primeiro turno no ano passado, o governador decidiu mexer nesse símbolo da Era LHS – encerrada oficialmente em 10 de maio, com a morte do peemedebista, mas ainda com força
no contexto político. Desde sexta-feira tramita na Assembleia Legislativa o projeto que rebatiza as estruturas para agências de desenvolvimento regional (ADRs) e corta 242 cargos – 106 comissionados puros, 136 chefias para servidores efetivos.
Colombo apresentou a proposta à base e recebeu indicativos de que a aprovação deve ser tranquila. Haverá uma ou outra tentativa pontual de salvar algum cargo, como sempre acontece nessas horas, mas o fato de não estarem preenchidos facilita a extinção. Esse processo de salvar vagas, na verdade, já ocorreu. Em maio, 133 cargos comissionados puros nas SDRs estavam vagos e mapeados para a degola.
No PMDB, considerado principal obstáculo às mudanças, a avaliação é que a mexida não toca a essência do projeto, não acaba com o legado de Luiz Henrique. Na prática, aprovada a proposta, é que se vai descobrir o que significa trocar SDRs por ADRs. Pode ser o marco simbólico de uma nova era política, pode ser mero jogo de letrinhas.
Pode contratar
Um grupo de concursados pode respirar aliviado mesmo com a determinação do governo estadual de não fazer novas contratações por causa do estouro do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. A secretária Ada de Luca (PMDB), de Justiça e Cidadania, está autorizada a recrutar os 289 agentes penitenciários aprovados no concurso de 2013. Era compromisso do governador Raimundo Colombo (PSD), que havia encaminhado em maio à Assembleia um projeto que ampliava o quadro de 2,1 mil para 2,5 mil profissionais e autorizava as nomeações. Aprovado na quarta-feira pelos deputados, foi sancionado na sexta-feira.
Como está
O PT catarinense desistiu de desalojar o PR do comando do DNIT-SC. Não é hora de comprar brigas com aliados – no caso, Jorginho Mello (PR). Ainda há quem tente, pelo menos, fazer com que ele substitua Vissilar Pretto, sobre quem paira a grave denúncia de ter votado em Aécio Neves (PSDB) em 2014. Além disso, os petistas descobriram que a indicação do ex-prefeito joinvilense Carlito Merss (PT) não poderia prosperar porque as regras atuais de nomeação no órgão exigem formação em engenharia.
Aliás
Carlito Merss (PT) estaria tentado a concorrer novamente à prefeitura de Joinville.
Velha casa
A Fecam usa um prédio alugado no bairro Estreito desde outubro de 2012, quando devolveu ao governo do Estado o imóvel que usava como sede junto à Praça XV, no Centro da Capital. Desde então – e a entidade não tem responsabilidade alguma nisso – está fechado e abandonado o prédio histórico que já abrigou a Procuradoria Geral do Estado e foi a primeira sede do Tribunal de Contas.
Fonte: Diário Catarinense (Moacir Pereira – Upiara Boschi/Interino)
A reação de Manoel Dias
Sob o risco de ser substituído por um deputado federal do PDT, o ministro Manoel Dias articula para permanecer no comando do Ministério do Trabalho. Pedetista histórico, ele recorreu ao apoio dos líderes das bancadas na Câmara e do Senado na tentativa de desarmar o acordo costurado com o Palácio do Planalto. Em reunião com o vice-presidente da República, Michel Temer, e com o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) os deputados voltaram a falar no antigo desejo de indicar um parlamentar para o comando do ministério. Além disso, o PDT exigiu também as demais secretarias da pasta. Em troca, uma fidelidade maior da bancada ao Planalto. Nas últimas votações, os pedetistas simplesmente ignoraram o fato de integrarem a base do governo. O Planalto aceitou as condições do partido e já conta como certa a mudança no ministério. Para virar esse jogo, Dias terá que mostrar grande força política.
Daqui não saio
À coluna, o ministro Manoel Dias informa que não tem a intenção de deixar o Ministério do Trabalho. Para ele “essa é uma chuva que vai passar”.
Preferência?
Na expectativa de uma reunião com o ministro dos Transportes sobre os recursos para obras em Santa Catarina, o deputado Esperidião Amin (PP) ficou intrigado com um problema de agendas. Na última quarta-feira, Antonio Carlos Rodrigues cancelou o encontro com o Fórum Parlamentar Catarinense, mas teria recebido a bancada do Paraná.
Fustigar
Integrante da Comissão de Orçamento, o senador Paulo Bauer (PSDB-SC) conseguiu aprovar requerimento para convidar o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin e o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, a comparecerem ao Congresso para prestarem esclarecimentos sobre as pedaladas fiscais. Os dois petistas não têm a obrigação de aparecer.
Indeciso
O deputado Celso Maldaner (PMDB) informou que mudou de ideia de um dia para o outro na votação da redução da maioridade penal porque o texto foi ajustado na segunda versão. Na primeira rodada, no entanto, ele estava na lista dos deputados que receberam telefonema e foram convencidos pelo vice-presidente da República, Michel Temer, a votar pela derrubada do projeto. Na noite seguinte, o deputado voltou atrás.
Torneira fechada
A presidente Dilma deverá vetar o aumento aos servidores do judiciário aprovado no Senado, que vai de 53% a 75%, e oferecer uma negociação alternativa com reajuste de até 25%. O argumento é simples, mas parece que os parlamentares não prestaram a atenção: não há previsão orçamentária.
Fonte: Diário Catarinense (SC no Planalto – Carolina Bahia)
Guerra dos taxistas
O Uber, aplicativo de celular que viabiliza o transporte de pessoas em carros particulares, está provocando a fúria dos taxistas nas cidades onde está sendo instalado. Argumentam que a ferramenta permite concorrência desleal, porque os motoristas particulares não precisam pagar impostos. Pode ser, mas não dá para negar que o Uber ajuda, e muito, na diminuição de congestionamentos. Que venha logo para Floripa.
Fonte: Diário Catarinense (Cacau Menezes)
História e modernidade
A um mês da reabertura definitiva do Mercado Público, marcada para o dia 5 de agosto, a cidade acompanha com um misto de impaciência e expectativa os passos finais da reforma da ala sul, a mais frequentada e tradicional do que já foi o principal centro comercial de Florianópolis.
A restauração da ala norte, mais antiga, foi concluída, e os lojistas já estão instalados e operando, adequados a um conceito que prima pela diversificação que orientou a mudança do mix do negócio a partir de 2011.
Com todo o conjunto em operação, dentro de poucas semanas, a Capital catarinense poderá exibir aos próprios moradores e aos turistas um novo modelo de mercado, afinado com as exigências e demandas atuais.
Além de oferecer uma gama mais diversificada de produtos e serviços, o novo Mercado dá um salto em termos de segurança, conforto e comodidade para lojistas, funcionários e clientes.
Ficou para trás, de uma vez por todas, um modelo viciado, no qual cada comerciante fazia o que achava melhor e nem sempre cumpria o dever elementar de pagar o próprio aluguel do espaço. Era mais cômodo deixar tudo como estava, mas a cidade evoluiu e passou a exigir um atendimento melhor e maior variedade de opções no Mercado.
Neste sentido, os veículos do Grupo RIC tiveram uma participação destacada, porque encamparam a causa da transformação do Mercado Público num espaço que, sem perder o vínculo com as tradições e a cultura da cidade, fosse uma referência de comércio de qualidade, sem os vícios que a falta de renovação costuma provocar.
Foram centenas de reportagens, sobretudo no jornal Notícias do Dia, denunciando problemas e apontando caminhos para a modernização do mix e da gestão desse patrimônio de Florianópolis.
Daqui até agosto, novas matérias vão falar da história e ouvir personagens que fazem parte da vida do Mercado Público. Numa espécie de contagem regressiva, o jornal, o NDonline e a RICTV vão mostrar a íntima ligação da cidade com seu mercado, relembrar episódios mar cantes e fazer referência a figuras que tiveram ou têm com ele uma relação de proximidade, quase de afeto, pelo que significou e pelo que representa na vida dos florianopolitanos.
O blog Nosso Mercado – www.ricmais.com.br/sc/blogs/nossomercado – vai permitir o acompanhamento de cada etapa das obras em andamento, contar história e as novidades que a cidade e seus visitantes encontrarão a partir de 5 de agosto. Desta forma, o leitor e o internauta vão testemunhar cada movimento, cada detalhe do que for relevante em relação ao novo Mercado. Crônicas diárias também vão aliar fatos e ficção para que o espírito que rege esse processo de reconstrução e reordenamento do Mercado não deixe de valorizar o humor ilhéu, que sempre teve ali um campo vasto para se manifestar.
Espaço democrático, de encontros e reencontros, o Mercado Público precisava de um novo alento para ganhar ainda mais o coração dos florianopolitanos e dos forasteiros que visitam a cidade. Tudo indica que essa conquista está prestes a ser alcançada – e comemorada.
Fonte: Notícias do Dia