Florianópolis, 11.11.14 – Sete motociclistas morreram nas rodovias catarinenses em menos de 24 horas. Os acidentes foram registrados entre 2h15min e 21h de domingo. Segundo o major da Polícia Militar Rodoviária Fábio José Martins, a aquisição de motocicletas – que são veículos mais inseguros – está muito fácil. Em SC existe uma moto para cada 6,6 habitantes.
Mobilidade
Começou esta semana, em Florianópolis, o Pensando as Cidades – Ciclo Internacional de Palestras sobre Mobilidade Urbana e Planejamento das Cidades. O evento é realizado na Associação Catarinense de Engenheiros e aborda o funcionamento da lei que exige dos municípios um plano de mobilidade. As inscrições ainda podem ser feitas pelo site www.pensandoascidades.com.br.
Mobilidade II
O Plano Nacional de Mobilidade Urbana foi sancionado em janeiro de 2012 e determina uma série de ações a serem realizadas por todas as esferas de governo. A principal delas é o desenvolvimento de planos em municípios com mais de 20 mil habitantes, que não teve avanços nesses dois anos desde a aprovação da lei.
Fonte: Trânsito 24h/ DC
Arrumar a casa e crescer
Apesar de a presidente Dilma mostrar uma certa resistência para escolher e dar autonomia a um ministro da Fazenda que agrade ao mercado, esta seria a medida mais prudente do seu novo mandato diante do colapso das contas públicas nacionais. É que ela só conseguirá tentar arrumar a casa com crescimento econômico e esse crescimento pode vir já com a credibilidade do novo titular da pasta. Dilma conseguiu deixar para si uma herança pesada. A inflação no teto da meta, em torno de 6,5% ao ano, que empobrece assalariados e os sem renda. Além disso, contrariando o que disse na campanha, aumentou a taxa básica de juros, a gasolina e a energia, o que gera mais inflação. O crescimento econômico está pífio, o PIB deve crescer não mais de 0,3% este ano. Nos oito anos da gestão Lula, o crescimento médio ficou superior a 4%. Nos quatro anos do mandato dela, avançou apenas 1,6%. As contas externas apontam déficit equivalente a de 4% do PIB, com rombo no balanço de pagamentos US$ 80 bilhões no ano. Nas contas públicas o déficit supera 4% do PIB. E ontem o mercado reduziu para 0,2% a projeção de alta do PIB este ano. O jeito é ter um ministro de confiança.
Foco em exportação
O Mercosul é tema de reunião da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc na manhã de hoje. O ex-secretário do Ministério do Desenvolvimento Ivan Ramalho fala sobre integração latino-americana, cadeias de valor e outros temas. A propósito, o ex-ministro Delfim Netto alerta que a estagnação econômica ocorre porque o país parou de exportar manufaturados.
Fonte: Estela Benetti/ Diário Catarinense
Túnel ou ponte
O drama da mobilidade urbana perpetua-se no cotidiano da Ilha-Capital, sem que as autoridades se harmonizem em torno de uma decisão.
Diagnósticos já tivemos mais de uma centena. Projeto-executivo, nenhum. Nada merece tanta prioridade quanto uma eleição – ou, como foi o caso, uma reeleição.
Aí, suas excelências têm todo o tempo do mundo, incluídas férias de mais de um mês.
Recebo de um amigo a solução encontrada pelos governos ecologistas da Suécia e da Dinamarca para a construção de uma ligação viária entre as duas nações. Para não prejudicar a navegação e evitar pontes pernaltas – o que prejudicaria a aproximação aérea – a solução encontrada foi “mergulhar”. Criaram uma ponte que vira túnel sobre (e depois, “sob”) o Estreito de Öresund, 16,4 quilômetros entre a costa dinamarquesa e o litoral sueco, dois países de severas legislações ambientais.
Afundaram a rodovia no oceano e construíram um túnel submarino que, em um par de anos, resolveu o problema.
Seria um túnel submarino, ligando a Ilha ao Continente, mais funcional e factível do que a quarta ponte e seus aterros?
A grande indagação a propósito do túnel é a ambiental: se os ecoteocratas não deixam a cidade plantar um simples trapiche, imaginem o assentamento de um túnel no fundo da baía.
Por enquanto, prefeitura e governo do Estado decidiram não decidir, acreditando que a cidade não precisa de grandes obras de infraestrutura, pois seria ter “mais do mesmo”.
Ora, o imobilismo da cidade não vai se curar por si mesmo. Os mandatários foram eleitos para decidir. No Brasil de hoje há “prefeitos” paralelos usurpando a função, sem terem obtido um único voto: são procuradores e ambientalistas que gostariam de assumir a administração pública.
Na terra onde um túnel terrestre (o Antonieta de Barros) leva 10 anos para sair do papel, quanto levaria um “tatu” submarino?
A pressa é vital. Ou Floripa será conhecida como “O Labirinto, sem Teseu”, cercada pelos minotauros do atraso.
Paradoxo
Com lucros bilionários no trimestre, alguns bancos revelam providência paradoxal: uma dessas instituições está demitindo, em São Paulo, nada menos que 1,2 mil funcionários.
Pior: lucram, demitem e convocam os clientes a “usar mais” o banco via Internet. Ou seja: “contratam” o cliente para trabalhar pelos demitidos. E o lucro aumenta…
Fonte: Sérgio da Costa Ramos/ Diário Catarinense
Via Portuária
O presidente da Associação Empresarial de Itajaí, Edésio da Silva, convocou reunião para amanhã, às 19h, quando o secretário de Planejamento do município, Luiz Carlos Pisseti, vai informar como está o projeto da Via Expressa Portuária. A obra arrasta-se por 10 anos e foi federalizada pelo ex-presidente Lula para ser concluída com mais rapidez.
Fonte: Moacir Pereira/ Diário Catarinense (edição de ontem 10/11)
Falta de plano municipal é entrave para crescimento
Ter uma cidade sustentável e humana é possível através de planejamento e gestão. É o que defende Emilio Merino Dominguez, consultor sênior em mobilidade urbana da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O especialista irá abrir o Pensando as Cidades – Ciclo Internacional de Palestras sobre Mobilidade Urbana e Planejamento das Cidades que ocorre hoje, em Florianópolis.
O principal tema do encontro será a implementação da Lei no 12.587/2012, que exige dos municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes um plano de mobilidade urbana até 2015. As cidades que não apresentarem seus projetos no prazo ficarão impedidas de receber recursos federais destinados à mobilidade urbana.
– Há lei mas não se cumpre o que ela está determinando. O poder público, tanto os Estados como os municípios, não incluem dentro de sua agenda política a discussão do tema. E se eles não atuam de forma incisiva, dificilmente essa lei vai alcançar seus objetivos, que são promover a mudança substancial do planejamento e gestão de nossas cidades – diz Dominguez, que é integrante da comissão que criou a lei.
Ele ressalta que, segundo informações do IBGE de 2012, mais de 88% das cidades brasileiras não têm plano de mobilidade urbana, sendo que apenas 3,7% já contam com um plano e as demais estão em fase de elaboração. No Sul, 90% dos municípios não têm plano. Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro são algumas das poucas cidades que já contam com um plano de mobilidade urbana, afirma o especialista.
Um ciclo para pensar cidades
O Ciclo Internacional de Palestras sobre Mobilidade Urbana é destinado a representantes dos municípios catarinenses, membros de entidades ligadas ao setor e demais interessados. Ao longo de 2015, 15 palestrantes de diversos países farão parte do evento.
O Pensando as Cidades se estende por 12 meses. A sede fixa será Florianópolis e ao final será redigido um documento.
Fonte: Karine Wenzel/ Diário Catarinense (edição de ontem 10/11)
Obras
Nesta semana continuam as obras na BR-101, com bloqueio de uma faixa no sentido norte em Garuva, Araquari e Piçarras. No sentido sul, o trânsito ficará em meia pista em Barra Velha. Em Governador Celso Ramos, Biguaçu e São José o trânsito terá uma faixa interditada em cada sentido. As obras de construção da quarta faixa no Morro dos Cavalos continuam até o final de dezembro. O trânsito segue em pista simples no local, podendo gerar filas nos dois sentidos.
Fonte: Trânsito 24h/ DC (edição de ontem 10/11)
Manipulação das tarifas
Preocupado com possíveis efeitos eleitorais, o governo federal demorou a se decidir pelo reajuste da gasolina, definido no final da última semana em 3%. É evidente que a campanha política contribuiu de forma decisiva para o adiamento deliberado, apesar da defasagem no preço, que não era corrigido havia um ano. A consequência disso é a perda de credibilidade das atitudes governamentais, que tiram proveito de circunstâncias políticas, na tentativa de interferir nas escolhas dos eleitores. Fez parte da mesma estratégia o tão propalado combate ao aumento dos juros, repetido durante os debates, para que, numa decisão inversa à retórica, o Banco Central optasse exatamente pela alta da taxa básica.
São contradições entre o discurso e a prática, com as quais o governo terá de conviver nos próximos meses, para que faça correções de rumo na política econômica. A margem de manobra para a atualização dos preços administrados é cada vez mais estreita. Além dos combustíveis, reajustados aquém do previsto para que a Petrobras recupere perdas acumuladas pelo congelamento dos preços, o governo se defronta com a questão das tarifas da energia elétrica. Também nessa área, há um represamento de aumentos, igualmente provocado pelas manobras políticas governistas no ano da eleição. Somente de janeiro a outubro, a energia teve alta média, pelo IPCA, o índice oficial de inflação, de 14,55%.
A manipulação do período de reajuste fará com que os custos da energia elétrica para todos, do consumo doméstico à indústria e aos serviços, tenham mais impactos ainda neste ano. Em alguns Estados, está prevista a liberação de reajustes represados de até 20%. O estrago de aumentos desse porte é muito maior nas camadas de baixa e média renda, cujas contas de energia têm peso significativo no conjunto de despesas da família. São efeitos distribuídos por toda a economia, como a alta da gasolina, que irão contribuir com aumento de 0,11 ponto percentual na inflação do ano. Parece pouco, mas pode ser o suficiente para que o IPCA de 2014 ultrapasse o teto da meta, fixado em 6,5%.
Em declarações recentes, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceram que o governo não pode dar trégua à inflação. Para que as afirmações tenham efetividade, é preciso que, além de reorientar a política econômica, o governo deixe de adiar a definição do nome do sucessor do senhor Guido Mantega. Ou teremos mais do mesmo, pelo menos até o início do segundo mandato.
Fonte: Editorial DC (edição de ontem 10/11)
Obra de túnel da BR-280 começa a ganhar forma no Norte do Estado
Encravada em um dos morros da divisa entre Jaraguá do Sul, Schroeder e Guaramirim, no Vale do Itapocu, no Norte do Estado, uma estrutura tubular metálica com mais de 10 metros de comprimento e quase 20 de diâmetro avança para dentro do morro. Longe dos olhos dos motoristas, homens e máquinas entram e saem do enorme buraco que, em alguns meses, será o primeiro túnel da BR-280 duplicada, sonho de toda a região Norte de SC há pelo menos duas décadas.
A duplicação do trecho 2.2 da BR-280, entre Guaramirim e a zona urbana de Jaraguá do Sul, será diferente dos outros trechos. Em vez de pavimentar uma rodovia ao lado da atual, usando praticamente o mesmo traçado, uma nova estrada será aberta no meio da vegetação fechada e dos morros e das zonas rurais de Guaramirim, Schroeder e Jaraguá do Sul – mais ou menos como ocorre na serra da BR-376, entre Joinville e Curitiba, onde a rodovia se separa.
O projeto prevê, além das pistas duplas, uma série de equipamentos fundamentais, como acostamentos, passeios para pedestres, áreas para ciclistas e retornos. Nos túneis, serão construídas passagens de emergência.
Por enquanto, só um dos lados do morro está em obras. O trabalho começou em julho, mas as equipes ainda não chegaram na rocha. O que se vê é a escavação e retirada de terra e a construção da estrutura vai sustentar o túnel propriamente dito, numa próxima fase da obra.
Novos canteiros no ano que vem
Até agora, foram realizadas três detonações de rocha, monitoradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) e pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
De acordo com o DNIT, no próximo ano devem ser instalados pelo menos cinco canteiros de obras para os túneis, o transporte do material e a construção da nova via.
Por enquanto, quem mora ou trafega pelo local da obra vê caminhões passando a todo momento, transportando areia, terra, pedras e todo tipo de material de construção, especialmente tubos e ferragens.
Mutirão com donos de terras e imóveis
Embora esteja mais avançada, a duplicação dos 23 quilômetros do trecho 2.2 da BR-280 (entre os km 50,7, em Guaramirim, e o 74,6, na zona urbana de Jaraguá do Sul) ainda depende da desapropriação de imóveis e autorizações ambientais de trechos específicos. A obra deve custar R$ 530 milhões. Já foram realizadas pelo menos duas reuniões com os proprietários de imóveis e terras que serão afetados pela duplicação da rodovia.
A previsão é de que seja realizado um mutirão de desapropriações em dezembro, com a participação do Judiciário, dos proprietários das áreas, do DNIT e da Procuradoria-geral da União. A ideia é agilizar os processos com acordos homologados ainda este ano.
Para dar conta de concluir toda a duplicação até junho de 2017, a empresa e o DNIT pretendem avançar nos trechos onde estiver tudo liberado.
Fonte: Leandro Junges/ A Notícia (edição de domingo 09/11)
Gentileza que gera gentileza
O telefone para doações da Sociedade Espírita de Recuperação Trabalho e Educação (Serte) – entidade que atende crianças e idosos em Florianópolis – começa a tocar mais vezes nesta época do ano. O volume de doações fica até 30% maior quando o Natal se aproxima. Para Sandra Millidio, coordenadora da captação de recursos de telemarketing da Serte, a solidariedade se reverte doações.
Mas há pessoas que dispensam parte do tempo em todos os meses do ano para ajudar os outros. Seja com trabalho voluntário ou até mesmo pequenas gentilezas. Essas atitudes, além de levarem um pouco de alegria para o dia a dia das pessoas, também se revertem em saúde, produtividade e satisfação para quem doou um pouco do seu tempo. Estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e divulgado em junho deste ano, mostrou que jovens que praticam boas ações têm menos riscos de depressão e melhoram a saúde mental.
Sâmia Simurro, vice-presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) – responsável pelo Movimento Mundial pela Gentileza no Brasil –, reforça que as gentilezas ajudam na liberação de endorfina e no bem-estar. Além disso, torna a pessoa mais confiante, flexível e produtiva.
Outro ponto positivo é que as atitudes do bem acabam sendo replicadas. É o que defendia o Profeta Gentileza, artista urbano carioca, que se tornou conhecido na década de 1980 por seus murais em um viaduto na capital fluminense. “Gentileza gera gentileza” é a frase mais conhecida.
– Ser gentil não é ser caridoso, é ter a real preocupação com o outro – esclarece Sâmia, que também é mestre em psicologia.
No trajeto da solidariedade
O comerciante Mário Valgas percorre de carro o trecho entre o bairro João Paulo e o Centro, em Florianópolis, todos os dias para ir ao trabalho. No caminho de cerca de 8 quilômetros, costuma oferecer carona para os pedestres e aqueles que estão nos pontos de ônibus.
– Ofereço para conhecidos e para os desconhecidos também. Quando está ameaçando chover ou tem muito sol e vejo alguém caminhando, paro e ofereço uma carona.
O homem de 69 anos reconhece que há riscos – uma vez deu carona para dois homens com atitudes suspeitas e inventou uma desculpa para deixá-los antes do destino final –, mas não pretende parar com a prática que iniciou assim que comprou o primeiro carro, há 50 anos. Alguns acabam recusando a carona, por desconfiarem da atitude, mas a grande maioria aceita, fica agradecida e no final alerta para ter cuidado com a prática, conta Valgas.
– É para ajudar mesmo. Uma vez a mulher estava levando o filho para o hospital, mudei o caminho e a deixei na porta – diz.
Ele acredita que essa pequena gentileza, além de auxiliar na mobilidade urbana, é um sinal de preocupação com o outro.
Costurando generosidade
Mais de 50 bonecas e 80 ursos de pelúcia lotam o armário de Virginia Dias, no Centro de Florianópolis. As roupas, feitas a mão por ela, são penduradas cuidadosamente em cabides e as bonecas são vestidas apenas no final de novembro para não amassar as criações. Os cabelos são penteados e laços e fitas enfeitam os brinquedos reformados que serão doados a uma comunidade de Santo Amaro da Imperatriz. A iniciativa, que começou há 15 anos, envolve toda a família de Virginia, de 88 anos, que começa a atividade lá por fevereiro.
– As pessoas sabem do trabalho e mandam as bonecas para mim. Eu limpo, refaço o forro e costuro as roupas.
A paixão pelas bonecas vem da infância, quando Virigina tinha apenas um modelo bem simples do brinquedo e ganhava roupas novas a cada ano.
– Só tive essa boneca até hoje. E no dia das mães falei “não quero roupa, quero boneca”. Ganhei 21 que serão doadas – acrescenta Virginia.
Com as mãos cansadas e um pouco trêmulas, Virginia diz que não sabe se conseguirá costurar no próximo ano. Porém, na hora de se despedir da reportagem, pede para incentivar as doações de bonecas. O que demonstra que, se depender dela, os brinquedos ainda irão lotar os armários nos próximos anos.
Dedicação às crianças
Em 1982, Melania Kunrath soube de uma iniciativa para auxiliar as crianças na comunidade do Morro da Serrinha, em Florianópolis. No dia seguinte, já começou a ajudar na Creche São Francisco de Assis, onde trabalha como voluntária até hoje.
– Amei a história e estava em busca de identificação e realização, além de estar no processo de espiritualidade. Até então não havia percebido como poderia ajudar alguém – diz a mulher de 80 anos.
A creche começou atendendo 30 crianças e atualmente são 115 pequenos aos cuidados da equipe de profissionais da entidade. Para Melania, o segredo de manter firme na dedicação por 32 anos às crianças está no amor ao próximo e na conquista da espiritualidade:
– As pessoas estão muito preocupadas com o próprio eu. Elas precisam dar uma olhada ao seu redor e colocar-se à disposição. Mas precisa ter uma identificação com a causa e ter vontade de servir.
Quando a
oluntária conta de algumas doações inesperadas, principalmente na época de Natal, emociona-se e completa “são pessoas que sabem que ainda há muito por fazer”.
Fonte: Karine Wenzel/ Diário Catarinense (edição de domingo 09/11)
Na contramão da mobilidade
As manifestações de rua de junho do ano passado não se justificaram apenas pelos R$ 0,20 nem pelo fato de os brasileiros se sentirem mal representados pelos políticos. E, embora tenham impactado de alguma forma nas últimas eleições, pouco mudou desde então no cotidiano dos moradores de grandes centros urbanos sob o ponto de vista da mobilidade. Por razões históricas, difíceis de serem alteradas de um momento para outro sem pressão popular, transporte público de qualidade continua tendo muito menos incentivo do que veículos particulares. Sinal de que gestores públicos e legisladores, de maneira geral, ainda estão longe de representar de fato as pretensões da maioria. E o recado das ruas parece ser o de que é preciso reconhecer a importância do carro num país com as peculiaridades do Brasil, mas sem privilegiá-lo em relação ao transporte coletivo.
A cada dia, nada menos de 40 milhões de brasileiros se deslocam de ônibus por todo o país – o equivalente a toda a população da Argentina. O número não é ainda maior porque, de 1995 até o ano passado, 18 milhões de pessoas deixaram de circular de ônibus. Uma das razões ressaltadas em uma recente série de reportagens do jornal O Globo é que o país aplica quase o dobro em subsídios ao uso do carro do que ao transporte coletivo. Desde a estabilização econômica, por exemplo, as tarifas de transporte coletivo aumentaram 685%. No mesmo período de duas décadas, o preço do carro subiu 158%, menos da metade da inflação média no país. Outros incentivos, como a redução de impostos, além de facilidades de financiamento, tornam o transporte individual proporcionalmente mais vantajoso do que o coletivo.
Obviamente, o país não tem como desestimular, de um momento para outro, uma atividade que responde por uma parcela expressiva da produção industrial, com um elevado efeito gerador de emprego e renda. Até porque a proporção de carros em relação à população no Brasil ainda é baixa: há dois veículos para cada 10 habitantes, quando na Alemanha, por exemplo, a relação é de seis para 10.
O país precisa dar uma guinada no modelo que incentiva mais o transporte individual do que o coletivo, para garantir qualidade nos deslocamentos dos brasileiros no cotidiano. Os modelos precisam conviver de forma harmônica, assegurando infraestrutura para quem opta por circular de carro e opções de qualidade para os usuários de transporte coletivo.
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Editorial foi publicado antecipadamente no site do Diário Catarinense, na quinta-feira, com links para Facebook. Os comentários para a edição impressa foram selecionados até as 18h de sexta-feira. A questão: editorial diz que é equívoco estimular mais o carro que o transporte coletivo? Você concorda?
O leitor concorda
Ainda sonho com o dia em que a solução para os congestionamentos não seja construir mais estradas e sim investir em transporte público de qualidade e ciclovias.
Francisco Teston – Florianópolis
Não é um equívoco. Seria se transporte público fosse de qualidade, o que não ocorre.
Simone Neckel – Itapiranga
Precisamos quebrar paradigmas e adotar novos conceitos para construir uma cidade mais humana e inteligente. Construir a cidade do futuro é alinhar o crescimento dentro de uma perspectiva de sustentabilidade econômica, social e ambiental. Neste sentido, uma das melhores alternativas para trilhar este caminho é estimulando o uso do transporte coletivo (sob trilhos, marítimo, entre outros) em longas e médias distâncias, interligando-o aos mais eficientes meios de locomoção que são as bicicletas e caminhadas.
Rodrigo Fernandes – Florianópolis
É um equívoco sob todos os aspectos: do ponto de vista da qualidade do ar, do ponto de vista financeiro (impacto no orçamento familiar) e qualidade de vida urbana em geral. A falta de planejamento governamental de longo prazo causa essa distorção. Está na hora de os nossos representantes assumirem a bandeira do investimento em alternativas que privilegiem o transporte público.
Irineu Theiss – Florianópolis
Defendo que uma campanha pelo uso racional do automóvel particular poderia redundar em menor demanda por infraestrutura rodoviária para melhoria da mobilidade urbana. Mas implicaria investimentos não só no transporte coletivo integrado e multimodal como também em calçadas amigáveis e universalmente acessíveis, para que as pessoas se sintam mais estimuladas a usá-las. Mesmo o uso da bicicleta seria favorecido, pois usar racionalmente o automóvel não é somente tirá-lo da garagem quando não houver alternativa: é também respeitar nas ruas quem está fora dele.
Ernesto São Thiago – Florianópolis
O leitor discorda
Nenhum dos leitores se manifestou contrário à opinião do editorial.
Fonte: Editorial DC (edição de domingo 09/11)
Postos de Florianópolis esperam repasse para definir novos preços para gasolina
Desde que começou a circular a informação sobre o aumento do preço da gasolina, donos de postos de Florianópolis afirmam que o movimento cresceu. Os consumidores querem aproveitar os preços estáveis antes que o reajuste de 3% da gasolina e 5% do diesel seja repassado às bombas. Os estabelecimentos que receberam o combustível ontem já sentiram o aumento, mas, até o momento, não reajustaram preços aos clientes.
No posto Ilha Bela, no Itacorubi, os preços não têm data para serem repassados. O responsável pelo estabelecimento, Evandro Guarda, afirma que o posto ainda tem estoque de combustível com o preço anterior ao reajuste. Se o aumento não for muito significativo – entre um e três centavos –, não haverá mudança na tabela. Com a notícia de que a gasolina iria aumentar, o fluxo no posto tem sido maior.
– Muitos perguntam quando vai subir e se vai ser muito – diz.
Para aproveitar os preços estáveis, Evandro da Costa, de 27 anos, procurou um posto ontem à tarde para abastecer. Ao saber que a gasolina seria reajustada, decidiu encher o tanque.
O dono do posto Parque São Jorge, Carlos Catalão, afirma que o aumento repassado foi de cerca de 1,5% para a gasolina e de 2,8% para o diesel. Ele ainda avalia como o mercado vai se comportar. Por enquanto, o litro da gasolina permanece a R$3,086.
Ailton Viana, gerente de pista do Real Auto Posto, no bairro Santa Mônica, afirmou que ontem a gasolina veio com um aumento de cerca de R$ 0,04. Porém, disse que as distribuidoras não costumam passar o reajuste todo de uma vez.
Em Canasvieiras, o gerente Valnei Renato Hobus, do posto da Avenida das Nações afirma que ainda não houve repasse do reajuste. Por isso, não tem previsão de quando o valor vai aumentar.
Fonte: Milena Lumini/ Diário Catarinense (edição de sábado 08/11)
Estadualização das BRs volta à pauta
Em evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) com o Fórum Parlamentar Catarinense, quarta-feira à noite, em Brasília, o senador Luiz Henrique da Silveira informou que vai retomar a proposta de estadualizar as BRs que atendem apenas SC: a 280, 470 e a 282. Ele disse que vai conversar sobre o tema com Raimundo Colombo. Conforme o senador, o atraso nas duplicações está prejudicando muito o desenvolvimento do Estado. Ele voltou a citar o fato de a BR-282, que liga o Leste ao Oeste, ter demorado mais de 50 anos para ser concluída: começou no mandato de JK e foi finalizada por Lula.
O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, defendeu atenção maior à infraestrutura, que é o grande gargalo ao crescimento industrial, especialmente no Oeste do Estado. A entidade voltou a cobrar redução de alíquotas de energia porque a tarifa de SC está acima da média nacional e dos vizinhos do Sul. Para ela, os parlamentares devem ficar atentos às decisões de Brasília que afetam os custos do setor.
A infraestrutura também foi o tema do presidente do Fórum Parlamentar Catarinense, o deputado federal Esperidião Amin. O parlamentar propôs obras de apoio na BR-116, como passarelas e acessos considerando a futura duplicação e aplicação da lei na demarcação de áreas indígenas. Luiz Henrique defendeu ainda a construção de todas as ferrovias previstas ao Estado.
Pressão pelo gás natural
Uma reunião técnica ontem em Brasília reuniu representantes de peso quando o assunto é gás natural. A comitiva da Fiesc foi liderada pelo presidente Glauco José Côrte, com o presidente da Câmara de Desenvolvimento de Energia da entidade, Otmar Muller e o diretor da federação, Carlos Henrique Ramos Fonseca, mais o presidente da SCGás, Cósme Polêse. O encontro foi com o Ministério das Minas e Energia, Agência Nacional do Petróleo e a TBG com o objetivo de ampliar a oferta de gás natural para SC.
Fonte: Estela Benetti/ Diário Catarinense – a colunista viajou a convite da Fiesc – (edição de sexta-feira 07/11)