Laguna, 15.7.15 – Além de belas praias, a cidade de Laguna, em Santa Catarina, foi o berço da colonização açoriana no estado e tinha em seu território algumas das principais bases militares da Revolução Farroupilha (1835-1845). Agora a cidade vai viver outro momento histórico nesta quarta-feira (15) quando a presidenta Dilma Rousseff inaugurar a ponte Anita Garibaldi. A obra, maior estrutura elevada da duplicação da BR-101 em Santa Catarina, vai pôr fim aos congestionamentos naquele trecho, aumentando o conforto e segurança dos usuários e moradores da região.
Construída sobre o Canal de Laranjeiras, a ponte de 2.830 metros de extensão elimina um gargalo existente na BR-101. A rodovia, recentemente duplicada, apresentava tráfego lento com afunilamento porque a travessia neste trecho era feita em pista simples, insuficiente para suportar o tráfego de cerca de 25 mil veículos por dia, e que, no verão, pode chegar em até 40 mil veículos diários.
A obra é importante também para a economia da região Sul, uma vez que a BR-101 Sul é o principal corredor de acesso aos países do Cone Sul do Mercosul, além de ser a principal ligação rodoviária entre São Paulo e Buenos Aires.
A ponte também é relevante para facilitar o turismo na região, que atrai turistas brasileiros e estrangeiros, afirma o empresário Pedro David de Andrade. Dono de um restaurante, Pedro acredita que a ponte é o que faltava para a região deslanchar de vez como destino turístico.
“Nós, do ramo de restaurantes e hotéis, e até para os comerciantes do centro, aguardamos essa obra ansiosamente porque nossa cidade vai ter uma expansão muito grande. O fluxo de pessoas vai ser maior. O pessoal às vezes deixa de vir no final de semana para curtir a cidade, que é uma cidade turística, por causa do trânsito. A ponte vai resolver isso, além de ser um cartão postal, que vai ficar”.
O empreendimento está sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão vinculado ao Ministério dos Transportes, e teve investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de R$ 777 milhões.
Projeto da ponte
A Ponte Anita Garibaldi é a primeira ponte estaiada (suspensa por cabos constituída de um ou mais mastros) em curva do país, com 2.830 metros de extensão, sendo 400 metros no vão central com estais (cabos); dois mastros de sustentação com 63 metros de altura; 136 estacas escavadas com diâmetro de 2,50m.
Segundo o engenheiro do DNIT, Avani Aguiar de Sá, um dos responsáveis por fiscalizar a obra, o trecho estaiado permite que se tenha navegação, tanto turística quanto pesada, no Canal das Laranjeiras. Avani demonstrou, com números, como a ponte é um marco para a região sul de Santa Catarina. “A distância é praticamente a mesma do que se fosse pelo traçado antigo. A diferença é que agora permite uma velocidade de 110km/h. Antes eram 80km/h. Isso melhora muito a situação. A composição da frota deve ser por volta de 60% para veículos leves e 40% de trânsito pesado”, explicou o engenheiro.
Em sua construção foram utilizadas 20.000 toneladas de aço, 100.000 m³ de concreto e 251.500 m² de forma. Os blocos de concreto que formaram a ponte têm 90 toneladas. O empreendimento chegou a ter 1.900 funcionários envolvidos, trabalhando dia e noite para que a obra fosse concluída em tempo recorde. Fonte: Blog do Planalto
Preocupação
Principais vozes de oposição na Assembleia, os petistas Luciane Carminatti e Dirceu Dresch tiveram encontro ontem com o governador Raimundo Colombo (PSD) sobre a situação de cidades do Oeste atingidas pelas chuvas. De contrabando, a preocupação deles com a espécie de cerco a gestões do partido no interior. Acreditam que a Polícia Civil exagerou na operação em Dionísio Cerqueira, governada pelo petista Altair Rittes, onde é apurado suposto de esquema de irregularidades em horas extras que teria gerado um rombo de R$ 6 milhões aos cofres municipais. Coluna Moacir Pereira/Upiara Boschi/Diário Catarinense
Sinal sem trem
A bancada sulista no Congresso Nacional, que reúne parlamentares de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, saiu otimista da reunião realizada ontem com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues (PR). Ele informou que da Ferrovia Norte-Sul, que corta a região, já tem a versão final do relatório básico da obra e do traçado da ferrovia, que passará por 82 municípios de quatro Estados, incluindo MS. No dia 17 de agosto será apresentado o relatório final.
– A ferrovia seria imediatamente incluída no programa de concessões – afirma o deputado federal Mauro Mariani, coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense. Coluna Moacir Pereira/Upiara Boschi/Diário Catarinense
Em queda
Doenças são comprovadas por exames, não por atestados médicos. Diante da avalanche de pedidos de licença do trabalho, como denunciou ontem o Jornal do Almoço, os empresários batem o martelo: o atestado médico é uma instituição absolutamente desacreditada. Tornou-se uma peça de ficção, emitida como favor ou gentileza, muitas vezes remunerada. Coluna cacau Menezes/Diário Catarinense.
Artigo
Ajuste fiscal: visão da indústria (segunda parte), por Carlos Rodolfo Schneider*
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, lançou recentemente o programa “Make in India”, para atrair investimentos estrangeiros na área industrial. Objetivo: elevar a participação da indústria na economia de 16% para 25% até 2020, criando 100 milhões de empregos até 2022. Lembrando que empregos industriais são os que mais agregam produtividade. Em 2015, a Índia deve ultrapassar a China em taxa de crescimento econômico. O país começa a colher os frutos de ter um governo que mostrou estar disposto a fazer as mudanças necessárias no país.
No Brasil, por outro lado, a indústria de transformação vem encolhendo a passos largos, arrastando consigo a economia. Estudo dos economistas Carlos A. Rocca e Lauro M. Santos Júnior, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), sobre poupança e investimentos no país no período 2010-2013, permite concluir que a queda no retorno sobre os investimentos das grandes empresas não financeiras esteja por trás da redução destes investimentos e, consequente, da estagnação da nossa economia no período. Um dos fatores mais importantes para essa queda de rentabilidade, segundo o estudo, foi o crescimento dos salários reais acima do incremento da produtividade do trabalho na indústria.
Além disso, a alta carga de impostos e o manicômio tributário penalizam o investimento produtivo no Brasil. Bernard Appy, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, afirma que, se o nosso sistema tributário não fosse tão complexo, não prejudicaria o crescimento do país. Segundo Jack Mintz, da Universidade de Calgary, no Canadá, temos o sistema de impostos mais complexo do mundo, o que acaba sendo um tiro no próprio pé.
Criar novos encargos para a indústria não é parte da solução e, sim, do problema. São pertinentes duas perguntas formuladas em editorial da RBS, questionando a intenção do ministro da Fazenda ao carregar as tintas do ajuste no aumento de impostos. “Até quando o país vai se render ao gigantismo da máquina pública, que tenta resolver suas dificuldades apenas com o aumento da arrecadação?”. Referindo-se ao muitas vezes imoral instituto do direito adquirido, questiona: “Quais são os privilégios protegidos por esse conceito que pune todos os brasileiros excluídos das benesses do Estado?”. Esses são os pontos de um verdadeiro ajuste fiscal.
Empresário e coordenador do Movimento Brasil Eficiente (MBE)*
Sul de SC na era do desenvolvimento com a 101 duplicada
Com a inauguração da Ponte Anita Garibaldi e o túnel do Formigão, hoje, pela presidente Dilma Rousseff, a Região Sul de Santa Catarina entra num ciclo econômico virtuoso, impulsionado pelas facilidades de logística. Isto porque a maior parte da via e os trechos mais importantes da duplicação da BR-101 Sul estão finalizados. A inauguração acontece com quase 20 anos de atraso porque a fase Sul deveria ter sido uma continuidade da duplicação do trecho Norte, cujas obras foram lançadas em 1996, iniciadas em 1997 e concluídas em 2002. Dá para prever que trecho Sul terá um boom de desenvolvimento, com mais investimentos considerando o que aconteceu no trecho Norte. Estudo do Instituto Jourdan, de Jaraguá do Sul, divulgado ano passado, apurou que o PIB dos municípios em torno da BR-101 entre a divisa do Paraná e Palhoça teve crescimento de 476% no período de 1999 a 2010, enquanto a média de SC registrou 290% no mesmo período. Os maiores saltos foram em Garuva (944%), Araquari que mais tarde recebeu a BMW (536%) e Itajaí (986%). No mesmo período, Tubarão cresceu 200%, Laguna 237% e Criciúma 236%. O que pode impulsionar mais a economia do Sul são investimentos industriais, logística via Porto de Imbituba e o turismo. Como será mais fácil vir do Rio Grande do Sul, muitos gaúcho poderão investir em residência de praia em SC ou visitar mais o Litoral Sul. Coluna Estela Benetti/Diário Catarinense.
Veja especial do Diário Catarinense sobre a ponte Anita Garibaldi
Guerra fiscal
Santa Catarina, com forte produção, será um dos Estados mais atingidos caso realmente seja aprovada legislação para coibir a guerra fiscal. Mas a Secretaria da Fazenda de SC, que já se manifestou favorável a mudanças anteriores estudadas pelo governo Dilma, vai aguardar a reunião do Confaz de sexta para avaliar as últimas propostas. Coluna Estela Benetti/Diário Catarinense.
Prêmio ADVB
Empresas contempladas com o Prêmio Empresa Cidadã 2015 promovido pela ADVB SC vão receber a distinção em evento em Chapecó amanhã à noite. Além dessa cerimônia, a entidade realizará à tarde o workshop Campeões da Inovação Social e, na sexta, leva empresários e parceiros para visitas técnicas à Aurora Alimentos e a Nord Eletric. Coluna Estela Benetti/Diário Catarinense.
Inauguração
Multinacional alemã que produz máquinas de moagem para indústrias de alimentos, a Netzsch Equipamentos inaugura nova unidade fabril sexta-feira em Pomerode. A companhia investiu R$ 20 milhões em planta de 9,5 mil metros quadrados. Com a ampliação da área e a aquisição de novas tecnologias, a empresa, que está comemorando 10 anos em SC, aprimora os produtos e poderá ampliar o quadro de colaboradores, hoje em 105. Coluna Estela Benetti/Diário Catarinense.
Pelo Oeste
A Ferrovia Norte-Sul cortaria Santa Catarina na região Oeste e é considerada fundamental para o transporte de grãos para a agroindústria. O traçado ainda não está definido, mas existe a preocupação de que ele não corte as maiores cidades da região para evitar a necessidade de contornos ferroviários. Coluna Moacir Pereira/Upiara Boschi/Diário Catarinense
A travessia conquistada
Está completa, com a pendência de pequenos ajustes, a mais grandiosa obra viária do sul do país. A duplicação da BR-101 chega ao desfecho com a inauguração da ponte Anita Garibaldi, em Laguna, hoje. Era o mais desafiador de todos os projetos, desde que, em 1994, catarinenses passaram a mobilizar comunidades e autoridades, para que a rodovia não continuasse sendo um entrave ao desenvolvimento da região. Ressalte-se que a presença da presidente da República reforça a importância da ligação, especialmente pela convergência de interesses e esforços entre a União e o Estado. A conquista é, portanto, também resultado da clareza de prioridades que levou ao entendimento entre a senhora Dilma Rousseff e o governador Raimundo Colombo e seus antecessores.
A ponte de Laguna é, no entanto, mais do que uma conquista de autoridades. É a prova concreta da capacidade de mobilização da sociedade, para o atendimento de demandas há muito represadas. A BR-101 é uma das mais importantes estradas do país e a principal ligação por terra das demais regiões com o Sul. Quando, há duas décadas, foram acionadas as primeiras iniciativas no sentido de sensibilizar o governo federal, os catarinenses – inicialmente preocupados com o trecho norte – esbarraram em obstáculos que pareciam intransponíveis. A campanha A duplicação em nossas mãos, da qual a RBS orgulha-se de ter feito parte, acabou por romper com barreiras burocráticas, desculpas de falta de verbas e promessas que já se prolongavam desde os anos 80.
A ponte estaiada completa a duplicação, agora no trecho sul, que passa a depender apenas de obras pontuais, como um pequeno trecho em Tubarão e mais dois túneis. O que importa é que se elimina finalmente o gargalo que transtornava transportadores, moradores da região, turistas e todos os que dependiam da travessia. O ganho é econômico e social. A região, em especial, saberá tirar proveito da chance criada pela obra, que inspira mudanças e inovações e permite o destravamento de projetos. O que deve ser comemorado hoje é a vitória do esforço comunitário e seus efeitos positivos sobre as ações governamentais. Editorial Diário Catarinense.
À espera
A generosidade de Dilma Rousseff para com o estado também tem a ver com a relevância de santa Catarina para a economia do país, e não se esqueça que os recursos do BNDES sugiram com compensações de perdas com o pró-emprego, em nome de pôr fim à guerra fiscal. O governo catarinense ainda aguarda pela liberação pelo Banco do Brasil da substancial parcela de R$ 718 milhões para obras no estado, como confirmado ontem pela secretaria da Fazenda.
Louros por um feito pelo Estado
Envolvida em uma das maiores crises institucionais da história democrática do país, economia em queda, sob ataque da oposição, ameaça de impeachment e diante de uma série que parece interminável de denúncias de corrupção, que passam pela Petrobras, na operação lava jato, da Polícia Federal, a presidente Dilma Rousseff tem o mérito de ter dado uma deferência especial ao estado. Se Santa Catarina fosse um país, o apoio de Dilma a tiraria de todo o cenário negativo que a cerca, o suficiente para ser ovacionada na inauguração da imponente Ponte Anita Garibaldi, em Laguna, parte de uma obra muito maior que já virou uma novela, a duplicação da BR-101 Sul. A presidente da república poderá enfrentar a repulsa de adversários e manifestantes, o que não a afastará do momento de júbilo com a entrega da obra histórica, que a chefe da nação e seus aliados, principalmente do seu partido, o PT, sabem que trata-se de completar um ciclo. Dilma lançou a ordem de serviço da ponte Anita Garibaldi em março de 2012, no seu primeiro governo, e a entregará, mais de três anos depois, como o maior feito de engenharia, até agora, de sua administração. O governador Raimundo Colombo (PSD), que há muito ressalta a gratidão com a presidente, reconhece os r$ 10,8 bilhões, em linhas de crédito do BNDES e do Banco do Brasil, com impulsionadores de ações do governo, centradas no Pacto por Santa Catarina. A todo o momento cita as palavras do ex-prefeito de Criciúma Anderlei Antonelli (então no PMDB), que repetia estar o sul catarinense isolado por terra, mar e ar. Quando Dilma aterrissar no aeroporto regional de Jaguaruna, esta manhã – onde o número de passageiros e de horários de voos só aumenta -, vislumbrar do helicóptero o trecho já duplicado da 101, vistoriar o túnel do Formigão, em tubarão, e entregar a ponte, em Laguna, saberá que o porto de Imbituba cresceu depois de assumido pelo governo do estado, e que a região, que aguarda pelo progresso que o norte conheceu com a conclusão do trecho da rodovia, não está mais isolada. A obra é coletiva de vários governos, porém, mesmo que seja só por hoje, Dilma merece aplausos. Fonte: Notícias do Dia (Roberto Azevedo)
Uma obra monumental
A inauguração de uma obra monumental atrairá, nesta quarta-feira, os olhares do país para Santa Catarina. A entrega oficial da ponte Anita Garibaldi, em Laguna, não apenas soluciona um sério problema de tráfego na região Sul do Estado, como também comprova que com vontade e determinação é possível executar projetos de grande porte dentro de cronogramas decentes.
Se houve atrasos em relação à fase inicial, no começo da década passada, quando os trabalhos deslancharam o ritmo foi dos mais ágeis de que se tem notícia no Brasil. Não por acaso, o ato de inauguração contará com a presença da presidente Dilma Rousseff, que não tem conseguido, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a celeridade necessária na execução das inúmeras obras de infraestrutura espalhadas pelo país.
Além da beleza da estrutura (a primeira travessia estaiada em curva no Brasil), há o apelo da importância da obra para o Corredor do Mercosul, já que a BR-101 termina na fronteira com o Uruguai e funciona como via fundamental para o escoamento da produção agrícola e industrial do Sul brasileiro.
Ainda há alguns gargalos no trecho catarinense, como a ponte sobre o rio Tubarão, o túnel do Formigão, próximo dali, e sobretudo o túnel no Morro dos Cavalos, na Grande Florianópolis. Contudo, à exceção desta última, as demais obras estão em andamento, o que leva a crer que deixarão de ser óbices ao tráfego ainda em 2015. Milhares de usuários vão agradecer, sensibilizados. Fonte: Notícias do Dia (Editorial)